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Revista de Ciências Agrárias

versão impressa ISSN 0871-018X

Rev. de Ciências Agrárias vol.41 no.4 Lisboa dez. 2018

https://doi.org/10.19084/RCA17178 

ARTIGO

Controle químico da hérnia das crucíferas em rúcula cultivada em campo naturalmente infestado

Chemical control of clubroot in rocket cultivated in naturally infested field

Lidiane Fernandes Colombari*, Luiz Felipe Guedes Baldini, Francisca Zildélia da Silva, Elizabeth Orika Ono, João Domingos Rodrigues e Rumy Goto

UNESP- FCA, Departamento de Horticultura, Caixa Postal 237, 18603-979, CP 237, Botucatu SP, Brasil

(*E-mail: colombarifl@yahoo.com.br)


RESUMO

A hérnia das crucíferas (Plasmodiophora brassicae Woronin) é uma doença que ataca todas as brássicas e que pode inviabilizar seu cultivo. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a eficiência de três fungicidas com efeitos fisiológicos e de um produto indutor de resistência que induz a uma menor reprodução da Plasmodiophora brassicae, no cultivo de rúcula, em campo naturalmente infestado. Foram conduzidos dois experimentos no delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. No primeiro, os tratamentos foram compostos pela aplicação dos fungicidas, o Cabrio TopÒ (metiram+piraclostrobina), OrkestraÒ (piraclostrobina+fluxapiroxade) e RanmanÒ (ciazofamida) e um indutor de resistência, o BionÒ (acibenzolar-S-metil).  No segundo experimento foram avaliados os melhores tratamentos obtidos no primeiro experimento, além de outras doses para os fungicidas Cabrio Top e Orkestra. Os tratamentos foram aplicados na bandeja cinco dias antes do transplantio, cinco dias antes do transplantio, mais uma aplicação foliar um dia após o transplantio e duas aplicações foliares, sendo a primeira um dia após o transplantio e a segunda sete dias após a primeira. A aplicação da ciazofamida foi mais eficiente no manejo da hérnia. O metiram+piraclostrobina foi outro fungicida eficiente que pode ser empregado no manejo da doença. A aplicação desses produtos deve ser feita de modo preventivo.

Palavras-chave: Eruca sativa, controle, manejo preventivo, Plasmodiophora brassicae, produção


ABSTRACT

Clubroot (Plasmodiophora brassicae Woronin) is a disease that attacks all brassicaceae and that can make their cultivation unfeasible. The objective of this research was to evaluate the efficiency of 3 fungicides with physiological effect, and one resistance inducer product that lessens the reproduction of Plasmodiophora brassicae in the cultivation of rocket in a naturally infested field. Two experiments were conducted in a random experimental design, with four replications. In the first, the treatments were composed by the application of the three fungicides, Cabrio TopÒ (metiram+pyraclostrobin), OrkestraÒ (pyraclostrobin+fluxapiroxade) and RanmanÒ (cyazofamide) and a resistance inductor inductive, BionÒ (acibenzolar-S-methyl). The best treatments were evaluated in a second experiment, besides other doses for the fungicides Cabrio TopÒ and OrkestraÒ. The treatments were applied to the tray five days before the transplantation, five days before the transplantation, besides a foliar application one day after transplantation and two foliar applications, the first one day after transplantation and the second seven days after the first. The cyazofamide application was the most efficient in the management of clubroot. The metiram+pyraclostrobin was another efficient fungicide that can be used to manage the disease. The application of these products must be done in a preventive way.

Keywords: Eruca sativa, control, preventive managem


INTRODUÇÃO

A rúcula (Eruca sativa) é uma hortaliça da família das brassicaceae, no qual são representadas também pela couve-de-folha (Brassica oleracea var acephala), couve-flor (Brassica oleracea var botrytis), couve-brócolis (Brassica oleracea var.italica), repolho (Brassica oleracea var.capitata), dentre outras (Kay e Dias, 1995) que representam um volume de aproximadamente 80.000 toneladas comercializadas no Brasil (Agrianual, 2016).

A produção de Brassicáceas no Brasil poderia ser maior, se não fosse à ocorrência da hérnia das crucíferas, uma das mais importantes doenças no cultivo dessas espécies, que pode causar perdas de 100% na produção (Manitoba Agriculture, 2016).

A hérnia das crucíferas é causada pela Plasmodiophora brassicae Woronin, um falso fungo pertencente ao reino Protozoa (Kirk et al., 2008), que é um parasita obrigatório, por desenvolver-se somente em células vivas do hospedeiro (Amorim et al., 2011).

A doença caracteriza-se pelo engrossamento e deformações das raízes e formação de galhas, que causam hiperplasia e hipertrofia radicular, que impedem a absorção de água e nutrientes pelas plantas, especialmente em períodos mais quentes do dia, causando murchas e atrasos no seu desenvolvimento (Strehlow et al., 2015).

As condições favoráveis ao desenvolvimento da doença são temperaturas máximas de 25 a 27ºC e mínimas de 10 a 15ºC (Rosa et al., 2010), solo arenoso e pH ácido, sendo esta última condição determinante no desencadeamento da infecção (Maringoni, 1995).

Por ser um patógeno de solo as sua dificuldades de controle são maiores, pois para sobreviver em condições adversas, o patógeno produz esporos de resistência, os quais permanecem viáveis no solo de oito a dez anos (Alexopoulos et al., 1996), que podem ser facilmente transportadas através do solo, substrato, bandejas, mudas e água contaminada, bem como por instrumentos e práticas agrícolas (Cruz et al., 2016).

As formas de manejo da doença disponíveis são o uso de cultivares resistentes, ou tolerantes, mas, como o patógeno apresenta grande adaptação a ambientes adversos, na maioria das vezes alguns patótipos conseguem “driblar” essa resistência no campo em um período relativamente curto (Cruz et al., 2016). A calagem visando a elevação do pH do solo para aproximadamente 7,0, é outra prática de manejo, visto que o agente causal da hérnia  prefere solos com pH ácidos (Agrios, 2005). Segundo Kowata-Dresch e May de Mio (2012), a solarização do solo associada à calagem também pode promover bons resultados no controle da hérnia em locais altamente infestados pelo patógeno. Ruaro et al. (2009) obtiveram redução da hérnia das crucíferas em couve-chinesa, com aplicação de boro e uso do nitrato de cálcio como fonte de adubação nitrogenada. Outros meios eficientes de manejo da hérnia são a utilização de agente de biocontrole como, por exemplo, Bacillus subtillis (Lahlali et al., 2013) e a rotação de culturas com plantas não hospedeiras (Cruz et al., 2016).

O controle químico da doença é difícil, pois o patógeno completa o seu ciclo de vida no interior das raízes do hospedeiro, diminuindo a ação efetiva dos fungicidas (Penalber, 2009). O princípio ativo que tem registro para a hérnia das crucíferas no Ministério da Agricultura do Brasil é a ciazofamida (4-chloro-2-cyano-N, N-dimethyl-5-p-tolylimidazole-1-sulfonamide) que atua inibindo a germinação dos zoósporos e esporângios, assim como o desenvolvimento e penetração dos tubos germinativos, por meio da inibição da respiração celular nas mitocôndrias, interferindo no transporte de elétrons no complexo bc1, inibindo a formação de ATP, essencial nos processos metabólicos dos fungos (Agrofit, 2016).

Melhorar o manejo de doenças com a utilização de produtos de efeitos fisiológicos tem sido o objetivo de muitas pesquisas, pois esses produtos além da atuação direta sobre o patógeno, também alteram a fisiologia da planta, ativando mecanismos de defesa e em alguns casos, aumentando a produtividade das culturas (Itako et al., 2012). Em cenoura, Maringoni et al. (2012) verificaram o controle da queima das folhas e ganho de massa de raízes. Em tomate, Guimarães (2016) constatou menor replicação viral do Tomato Severe Rugose Virus e maior produção em plantas com infecção mista com Tomato Chlorosis Virus.

Devido à dificuldade de controle da hérnia, a adoção de estratégias que possibilitem o crescimento e desenvolvimento das plantas em áreas infestadas, sem interferência negativa na produtividade vem sendo interesse de estudos, devido à importância econômica da família das brassicáceas.

Desse modo, o objectivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de três fungicidas de efeitos fisiológicos e de um produto indutor de resistência que induzem à menor reprodução da P. brassicae no cultivo de rúcula em campo naturalmente infestado.

MATERIAL E MÉTODOS

Dois experimentos foram conduzidos em área comercial, Sítio Janeiro, localizado em Pardinho – SP, Brasil. O primeiro experimento foi conduzido em campo, com o solo naturalmente infestado com Plasmodiophora brassicae, no período de 01/11/2016 a 01/12/2016. O segundo foi instalado em vasos de 18 litros em casa de vegetação no período de 03/04/2017 a 18/05/2017. Para este segundo experimento, o solo utilizado foi coletado no campo infestado, onde foi instalado o primeiro experimento.

Os resultados obtidos na análise química do solo da área, segundo metodologia de Raij et al. (2001), na camada de 0-20 cm de profundidade, antes da instalação do experimen­to foram: pH (CaCl2): 6,2; M.O: 21 g.dm-3; P (resina): 155 mg.dm-3; H+Al: 12 mmol.dm-3; K: 0,7 mmol.dm-3; Ca: 45 mmol.dm-3; Mg: 8 mmol.dm-3; Soma de Bases: 65 mmol.dm-3; CTC: 77 mmol.dm-3 e Saturação em Bases: 84 %.

No primeiro experimento foram avaliados doze tratamentos no delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. Os tratamentos foram compostos pela aplicação de três fungicidas, o Cabrio TopÒ (3 g L-1), OrkestraÒ (0,4 mL L-1) e RanmanÒ (2 mL L-1) e de um indutor de resistência, o BionÒ, em rúcula. A rúcula recebeu os tratamentos apenas na bandeja 5 dias antes do transplantio (DAT), aplicação na bandeja 5 DAT + 1 aplicação foliar um dia após o transplantio (DPT) e apenas aplicação foliar num total de duas aplicações, sendo a primeira 1 DPT e a segunda 7 dias após a primeira aplicação (DAPP).

Todos os três fungicidas utilizados atuam na inibição da germinação dos zoósporos e esporângios, assim como no desenvolvimento e penetração dos tubos germinativos, inibindo a formação de ATP, essencial nos processos metabólicos dos fungos. O RanmanÒ é um fungicida de contato do grupo químico imidazol (Ciazofamida); o Cabrio TopÒ é um fungicida sistêmico do grupo químico alquilenobis (Metiram) e estrobilurina (Piraclostrobina) e o Orkestra® SC é um fungicida de ação protetora e sistêmica, dos grupos químicos estrobilurina (Piraclostrobina) e carboxamida (Fluxapiroxade). O BionÒ é um produto indutor de resistência nas plantas, composto por acibenzolar-S-metil (ASM). Aplicado na parte aérea das plantas ativa os seus próprios mecanismos naturais de defesa e aumenta a sua resistência às doenças. Devido ao seu modo de ação particular, o produto deve ser aplicado de forma preventiva, antes da entrada de patógenos. O produto é rapidamente absorvido pelos tecidos foliares e se transloca sistemicamente, tanto para as folhas quanto para as raízes, ativando a planta de forma generalizada.

Os tratamentos foram representados da seguinte forma: T1: testemunha sem aplicação; T2: ciazofamida (CZ) aplicado aos 5 DAT; T3: CZ aplicado aos 5 DAT+1 DPT; T4: CZ aplicado à 1 DAT+7 DAPP; T5: piraclostrobina+metiram (PM) aplicado aos 5 DAT; T6: PM aplicado aos 5 DAT+1 DPT; T7: PM aplicado à 1 DAT+7 DAPP; T8:  acibenzolar-S-metil (ASM) aplicado aos 5 DAT; T9: ASM aplicado aos 5 DAT+1 DPT; T10: piraclostrobina+fluxapiroxade (PF) aplicado aos 5 DAT; T11: PF aplicado aos 5 DAT+1 DPT; T12: PF aplicado à 1 DAT+7 DAPP.

No segundo experimento foram avaliados os melhores tratamentos obtidos a partir do primeiro, além de outras doses para os fungicidas Cabrio TopÒ e o OrkestraÒ que mostraram potencial para o controle da hérnia das crucíferas. Foram avaliados oito tratamentos no delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo os tratamentos compostos por T1: testemunha sem aplicação; T2: CZ 2 mL L-1; T3: PM 3 g L-1; T4: PM 6 g L-1; T5: PM 9 g L-1; T6: PF 0,4 L-1; T7: PF 0,8 L-1; T8: PF 0,12 L-1.

Para todos os tratamentos foram realizadas uma aplicação na bandeja cinco dias antes do transplantio, seguido de mais uma aplicação depois do transplantio.

Os produtos foram aplicados respeitando o intervalo de segurança de sete dias, de acordo com as recomendações da bula, utilizando pulverizador costal de CO2, contendo bico XR 110 03 VS.

No experimento conduzido em campo, as parcelas experimentais foram constituídas de cinco linhas de plantas de 1 m de comprimento, espaçadas de 0,15 m entre si. Cada linha foi composta de seis plantas, espaçadas de 0,15 m. Já no experimento conduzido em vasos, estes foram constituídos por 12 plantas. Para os dois experimentos, para efeito de amostragem, foram consideradas as 6 plantas úteis centrais.

Foi utilizada a rúcula ‘Folha Larga’ da SakataÒ, semeada em bandeja de polipropileno de 128 células, contendo substrato para hortaliças, colocando-se dez sementes por célula. A semeadura foi realizada dia 01/11/2016 e 24/03/2017 e o transplantio das mudas, dias 11/11/2016 e 03/04/2017, respectivamente para o primeiro e segundo experimento.

Foi realizada adubação de cobertura com o formulado 20-00-20 de NPK, quinze dias após o transplantio nos dois experimentos. Não houve necessidade de controle de plantas espontâneas, pois o primeiro experimento foi conduzido em área de plantio direto e o segundo em vaso. A irrigação foi por sistema de aspersão e rega (mangueira) quando necessário, no primeiro e segundo experimento, respectivamente. Não houve necessidade de controle de pragas e outras doenças.

As características das plantas avaliadas foram massa da matéria fresca, determinada a partir do peso em balança de precisão de quatro casas decimais expressa em g e a severidade dos sintomas da doença nas raízes no final do experimento, por meio de escala de nota, onde, 0: 0% do sistema radicular afetado; 1: 25% do sistema radicular afetado; 2: aproximadamente 50% do sistema radicular afetado; 3: aproximadamente 75% do sistema radicular afetado; 4: 100% do sistema radicular afetado, conforme escala de Cruz et al. (2008).

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os tratamentos que promoveram a produção de rúcula comercial foram ciazofamida (CZ) aplicado aos 5 DAT (T2) e CZ aplicado aos 5 DAT+1 DPT (T3),  de modo preventivo. Esses tratamentos além de maiores massas frescas de folhas de rúcula, foram os que multiplicaram menos a P. brassicae, recebendo nota 1 na escala de severidade (até 25% do sistema radicular infectado) (Quadro 1). No tratamento 4 (CZ aplicado à 1 DAT+7 DAPP) observámos que, quando a CZ foi aplicado após a implantação da cultura, em área já infestada com o patógeno, apresentou 100% do sistema radicular infectado, resultando em baixo valor de massa da matéria fresca (76,87 g) (Quadro 1).

 

 

O fungicida CZ, quando aplicado de maneira preventiva, atua no controle direto do patógeno, inibindo a germinação dos zoósporos e esporângios, assim como o desenvolvimento e penetração do tubo germinativo. Fato não obtido quando o produto foi aplicado somente de forma foliar.

Quando comparados os fungicidas, o desempenho dos produtos foi melhor quando aplicados cinco dias antes do transplantio com mais uma aplicação foliar um dia posterior ao transplantio, como mostram os tratamentos 3 (CZ aplicado aos 5 DAT+1 DPT), 6 (PM aplicado aos 5 DAT+1 DPT) e 11 (PF aplicado aos 5 DAT+1 DPT) (Quadro 1).

As massas frescas de folhas de rúcula obtidas com PM (158,36 e 163,27 g, respectivamente), T5: piraclostrobina+metiram (PM) aplicado aos 5 DAT e T6: PM aplicado aos 5 DAT+1 DPT) e PF (181,53 e 195,19 g respectivamente)  T10: piraclostrobina+fluxapiroxade (PF) aplicado aos 5 DAT; T11: PF aplicado aos 5 DAT+1 DPT) foram menores com relação às da aplicação de CZ. Contudo são todos resultados de escala de severidade 4 ou próximo, ou seja, praticamente 100 % do sistema radicular infectado (Quadro 1). Sabendo que esses produtos atuam em doenças foliares e como produtos de efeito fisiológico, possivelmente, o controle da doença foi por indução de resistência da planta ao ataque do patógeno.

Os tratamentos PM aplicado à 1 DAT+7 DAPP (T7) e PF aplicado à 1 DAT+7 DAPP (T12) mostraram que, assim como CZ aplicado à 1 DAT+7 DAPP (T4), tanto para massa da matéria fresca de plantas, como na severidade da doença (Quadro 1), os fungicidas em estudo devem ser aplicados de maneira preventiva, não tendo resultados satisfatórios após a colonização da planta pelo patógeno. Ou seja, os tratamentos onde os produtos foram aplicados apenas de forma foliar apresentaram maior severidade da hérnia das crucíferas e menores produções de massa da matéria fresca de planta.

Quanto ao ASM, apesar de ser um produto cuja função é ativar os mecanismos naturais de defesa da planta e aumentar sua resistência à doença, o mesmo, foi inferior ao CZ, PM e PF quando aplicados na bandeja 5 DAT e aplicação na bandeja 5 DAT+1 aplicação foliar 2 DPT (Quadro 1).

No segundo experimentos o fungicida CZ, assim como no primeiro experimento, foi o que proporcionou maior massa da matéria fresca, 254,37 g (Quadro 2).

Os tratamentos com PM produziram folhas de plantas de rúcula com maiores massas de matéria fresca, em relação ao PF, havendo aumento da massa com o aumento das doses do produto aplicado (Quadro 2).

Comparando os tratamentos com PF, do segundo experimento, com o primeiro, as massas obtidas foram inferiores ao primeiro, não diferindo da testemunha (Quadro 2).

A severidade da doença no segundo experimento foi baixa em todos os tratamentos (Quadro 2), provavelmente devido às condições climáticas, pois a temperatura máxima foi de 24°C e a mínima de 15°C (CIIAGRO, 2017). Condições estas diferentes das ideais para o desenvolvimento da Plasmodiophora brassicae que são de cultivos onde a temperatura raramente ultrapassa as máximas de 25 a 27ºC e mínimas de 10 a 15ºC. Já no primeiro experimento, a temperatura atingiu o requerido com máximas de 26°C e mínimas de 15°C (CIIAGRO, 2017). De acordo com Rosa et al., (2010), a temperatura é a variável mais importante para que haja o estabelecimento da relação entre o patógeno e o hospedeiro e com isso ocorra o desenvolvimento da doença.

Resultado semelhante utilizando CZ foi obtido por Baldini (2016) com a aplicação em rega de mudas de couve-repolho, antes do transplantio, mostrou eficiência no controle da hérnia e maior produção das plantas em solos com baixo a moderado inóculo de P. brassicae. A eficiência do produto piraclostrobina+metiram (PM) foi relatado por Guimarães (2016), no controle de virose em tomateiro. De acordo com autor, a replicação viral é afetada, principalmente, quando as plantas recebem o pré-tratamento na semeadura, sugerindo um possível envolvimento de mecanismos de resistência da planta ao vírus induzidos pelo produto.

CONCLUSÕES

No primeiro experimento a aplicação do fungicida ciazofamida foi a mais eficiente no manejo da hérnia das crucíferas. Os fungicidas na formulação das misturas de piraclostrobina+metiram e piraclostrobina+fluxapiroxade também se mostraram eficazes. Esses fungicidas para serem eficientes no manejo da doença devem ser aplicados de forma preventiva.

No segundo experimento confirmou-se a superioridade do fungicida ciazofamida no controle da hérnia, bem como a eficiência da formulação piraclostrobina+metiram. Sabendo-se que o fungicida ciazofamida é o único produto disponível no mercado para o controle da hérnia das crucíferas, a formulação da mistura de piraclostrobina+metiram surge como uma alternativa para a rotação de princípios ativos a serem utilizadas pelos produtores, evitando assim, que o patógeno adquira resistência.

 

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Recebido/received: 2017.07.15

Aceite/accepted: 2018.05.16

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