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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer v.19 n.4 Porto dez. 2010

 

Caso Radiológico

 

Filipe Macedo1

1 Especialista em Radiodiagnóstico – SMIC, Porto

 

ABSTRACT

We present a case of a 17­‑year­‑old adolescent with a painless hard palpable mass in the left supraclavicular fossa. Thoracic x­‑ray revealed a left cervical rib.

A normal variant of the ribs must be considered in the differential diagnosis of a supraclavicular mass. In most cases x­‑ray is sufficient for the diagnosis.

Keywords: cervical ribs.

 

Adolescente do sexo feminino, com 17 anos, refere massa palpável na fossa supraclavicular esquerda, dura e indolor, cuja evolução não sabe precisar. Sem outras queixas associadas.

Faz Rx do tórax (Figura 1).

 

Figura 1 - Rx do tórax (face) - detalhe da transição cervico­torácica.

 

Qual o seu diagnóstico?

 

Achados

Observa‑se costela cervical esquerda, relativamente longa e com pseudartrose no seu terço distal.

 

Diagnóstico

Costela cervical esquerda, responsável pela tumefacção palpável.

 

Discussão

Uma costela cervical consiste numa costela acessória ou supranumerária com origem na 7ª vértebra cervical. É uma variante anatómica que ocorre em 1­‑2% da população(1).

As costelas cervicais podem ser uni ou bilaterais e variam desde pequenos ossículos até ossos mais longos, muitas vezes articulados com outras costelas.

Na maioria dos casos são assintomáticas, isoladas e de diagnóstico ocasional(2). Podem por vezes dar massa palpável na fossa supraclavicular.

Das variantes anatómicas das costelas, a costela cervical é potencialmente a mais importante em termos clínicos visto poder causar síndrome do desfiladeiro(3) (compressão do plexo braquial e ou dos vasos subclávios). Neste caso é necessária a sua exérese.

 

Imagiologia

1 ­‑ Rx convencional

É o primeiro exame. Faz geralmente o diagnóstico. 

 

2 ­‑ Ecografia

Pode levantar a suspeita do diagnóstico (a confirmar por Rx). É também útil no diagnóstico diferencial das massas supraclaviculares.

 

3 ­‑ TC

É o melhor método para caracterizar detalhadamente as anomalias dos arcos costais, sobretudo com reconstruções 3D. Faz o diagnóstico definitivo.

Envolve bastante radiação ionizante.

 

4 ­‑ RMN

Não é geralmente um bom método para avaliar variantes dos arcos costais.

 

3 ­‑ AngioTC/angioRM

No caso de suspeita de síndrome do desfiladeiro, com compressão vascular.

 

A possibilidade de uma costela cervical deve pois ser considerada no diagnóstico diferencial das massas duras do cavado supraclavicular.

 

Bibliografia

1. Freyschmidt J, BrossmannJ, Wiens J, Sternberg A. Borderlands of normal and early pathological findings in skeletal radiography 5th Ed. Thieme. 340‑55.

2. Glass RB, Norton KI, Mitre SA, Kang E. Pedriatric ribs: a spectrum of abnormalities. Radiographics 2002, 22, 87-104.        [ Links ]

3. Kurihara Y, Yakushiji Y, Matsumaoto J, Hirata K. The ribs: Anatomic and radiologic considerations. Radiographics 1999; 19:105‑19.

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