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Nascer e Crescer
versão impressa ISSN 0872-0754
Nascer e Crescer vol.20 no.3 Porto 2011
Terapia da Fala: Como intervir?
Maria Dulce Gouveia1, Maria da Paz Cunha1
1 Terapeutas da Fala, CH Porto, Unidade Hospital Maria Pia
A Terapêutica da Fala ou a Terapia a Fala consiste no desenvolvimento de actividades de prevenção, avaliação, diagnóstico, tratamento e estudo científico da comunicação humana, linguagem, fala, bem como alterações relacionadas com as funções auditiva, visual, cognitiva, oro-muscular, respiração, sucção/deglutição e voz.
Os processos típicos de desenvolvimento bio-psico-sociais determinam a qualidade de vida da pessoa. No entanto, há factores negativos que os impedem ou dificultam. Frequentemente, as alterações da comunicação e funções relacionadas manifestam-se num conjunto de características e necessidades que tornam cada criança/família como única. Esta situação constitui um dos maiores desafios na actividade profissional do terapeuta da fala.
Transversalmente a todas as metodologias de avaliação/intervenção, pressupõe-se sempre o enquadramento do terapeuta da fala numa equipa pluridisciplinar, bem como a articulação com a família e com os diferentes contextos de vida.
A detecção e a intervenção precoce são extremamente importantes para que se possa eliminar ou minimizar as eventuais consequências resultantes da patologia, particularmente nas primeiras etapas de desenvolvimento.
No âmbito da Terapia da Fala, proceder-se-á a uma avaliação em conformidade com as limitações e condicionamentos que justificaram o encaminhamento.
Ainda que habitualmente se realize uma avaliação formal, utilizando-se para o efeito, testes e protocolos aferidos ou adaptados para a Língua Portuguesa, por vezes torna-se necessário recorrer a alguma informalidade com o intuito de contornar especificidades de cada criança / família. Todo este processo tem como finalidade principal reconhecer e compreender eventuais alterações de linguagem/comunicação e funções relacionadas.
Concluída a observação inicial e estando devidamente assinaladas as principais dificuldades e necessidades da criança / família, é estabelecido um Diagnóstico Diferencial e elaborado o correspondente Plano Terapêutico.
Este é apresentado à família e restantes educadores para eventuais ajustamentos, estabelecendo-se uma calendarização para o seu desenvolvimento.
Periodicamente são feitas reavaliações com todos os envolvidos possíveis, a fim de ser avaliada a eficácia do plano e identificadas necessidades de reformulação, podendo também ser decidida a alta, nestes momentos.