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Nascer e Crescer
versão impressa ISSN 0872-0754
Nascer e Crescer vol.23 supl.2 Porto jun. 2014
RESUMO DAS COMUNICAÇÕES LIVRES
PM-1
Apneia obstrutiva do sono e hipertrofia amigdalina - causa reversível de hipertensão pulmonar
Vasco LavradorI; Isabel MartinsI; Céu MotaI; Paula FerreiraI; Sílvia ÁlvaresI
ICentro Hospitalar do Porto (CHP)
Introdução: O síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) define-se pela presença de obstrução das vias aéreas superiores (VAS) durante o sono. Na criança a causa mais frequente é a hipertrofia amigdalina ou adenoideia mas factores anatómicos e neuromusculares podem estar na base desta entidade.
Caso clínico: Criança do sexo masculino, 2 anos de idade, transferido para a UCIP por quadro de insuficiência cardíaca secundária a obstrução crónica das VAS.
Antecedentes pessoais: défice de IgA, episódios infecciosos das VAS com obstrução nasal crónica desde os 7 meses. Adenoidectomia aos 7 meses com melhoria clínica transitória.
Agravamento progressivo da sintomatologia (rinorreia crónica, roncopatia e apneia de sono) com programação de amigdalectomia. Na avaliação pré operatória constata-se quadro de insuficiência cardíaca, com dispneia de decúbito, cianose e edemas generalizados. Apresenta-se febril (37,8ºC), frequência respiratória 50ciclos/min, frequência cardíaca-110bat/min, saturação transcutânea de oxigénio-88%, TA-120-76mmHg, AC- S1 normal, S2 com P2 aumentado, sem sopros, APcrepitações em ambos os campos pulmonares, hepatomegalia.
Rx torax-cardiomegalia com congestão pulmonar.
ECG-RS, f card-110bat/min, desvio direito do eixo eléctrico, anomalia auricular direita, hipertrofia ventricular direita.
Eco2D/doppler: ausência de cardiopatia estrutural, dilatação das cavidades direitas e sinais de hipertensão pulmonar (insuficiência tricúspide com gradiente VD/AD de 64mmHg).
Iniciou terapêutica anticongestiva e foi submetida a amigda- lectomia em D2 de internamento.
Verificou-se evolução favorável com normalização do ECG, Rx tórax e ecocardiografia aos 5 meses pós-cirurgia.
Comentários: crianças com hipertrofia adenoamigdaliana e obstrução crónica das vias aéreas superiores, podem evoluir para quadro de ICC grave e hipertensão pulmonar. O ecocardiograma bidimensional Doppler cor é de primordial importância para o diagnóstico, e a amigdalectomia é o tratamento definitivo.