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Nascer e Crescer
versão impressa ISSN 0872-0754
Nascer e Crescer vol.23 supl.3 Porto nov. 2014
COMUNICAÇÕES ORAIS
CO-1
Doença de Kawasaki casuística de 10 anos
Catarina MaiaI; Ana Raquel MoreiraI; Tânia LopesI; Clara VieiraI; Sónia CarvalhoI; Cecília MartinsI
IServiço de Pediatria, Centro Hospitalar do Médio Ave E.P.E.
Introdução: A doença de Kawasaki (DK) é a cardiopatia adquirida na idade pediátrica mais frequente nos países desenvolvidos. O seu tratamento consiste na administração de imunoglobulina e ácido acetilsalicílico, sendo o prognóstico dependente do atingimento cardiovascular (CV). Este estudo teve como objetivos analisar as características epidemiológicas, clínicas, laboratoriais e ecocardiográficas dos casos de DK internados num hospital distrital.
Metodologia: Estudo retrospetivo descritivo, baseado na análise dos processos clínicos dos doentes internados entre 2004 e 2014, com o diagnóstico de DK.
Resultados: Identificaram-se 7 casos de DK, 4 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 6 meses e os 6 anos. Constatou-se um pico de diagnósticos nos últimos 2 anos. O período de febre previamente ao diagnóstico variou entre 4 e 16 dias. Seis pacientes apresentavam critérios para DK clássica e uma latente de 7 meses cumpria critérios de DK incompleta. As alterações analíticas mais frequentes foram: anemia, leucocitose, trombocitose, PCR e VS aumentadas. Todos realizaram terapêutica com imunoglobulina e ácido acetilsalicílico. A evolução foi favorável na maioria das crianças, verificando-se um caso refratário ao tratamento inicial, com aparecimento de sintomas neurológicos e necessidade de terapêutica com metilprednisolona endovenosa. O ecocardiograma foi normal em todos os pacientes. O tempo de internamento variou entre 4 e 19 dias. Durante o período de seguimento não se identificaram complicações CV.
Conclusão: O diagnóstico de DK baseia-se em critérios bem definidos, sendo essencial o seu reconhecimento precoce. O tratamento adequado na fase aguda permite uma redução do risco de complicações cardíacas. Neste estudo o prognóstico foi bom em todas as crianças, uma vez que em nenhum caso se verificou a formação de aneurismas coronários.