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Nascer e Crescer
versão impressa ISSN 0872-0754
Nascer e Crescer vol.23 supl.3 Porto nov. 2014
COMUNICAÇÕES ORAIS
CO-18
Papel da RetCam no rastreio da retinopatia da prematuridade numa unidade de cuidados neonatais
Pedro GilI; João GilII; João Pedro MarquesII; Madalena MonteiroII; Catarina PaivaII; Rui CastelaII
ICentro Hospitalar do Baixo Vouga, Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra
IICentro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra
Introdução: A retinopatia da prematuridade (ROP) é um distúrbio do desenvolvimento vascular retiniano em crianças prematuras com baixo peso ao nascimento. As possíveis complicações, como descolamento de retina, podem condicionar uma diminuição marcada da acuidade visual. A sua relação com os cuidados neonatais está actualmente bem estabelecida, nomeadamente com o suporte cardiorrespiratório. Por esse motivo, o consenso actual engloba oftalmologistas e neonatalogistas numa abordagem sistematizada de rastreio da ROP. Este inclui avaliações seriadas do fundo do olho, em que a RetCam tem sido proposta como alternativa à oftalmoscopia indirecta.
Material e Métodos: Fez-se uma revisão retrospectiva dos registos clínicos dos doentes que foram submetidos a exame de imagem com a RetCam 3® (Clarity, Medical Systems Inc., USA) no âmbito do rastreio da ROP, desde 1 de Fevereiro de 2011 até 3 de Setembro de 2014, num centro pediátrico de referência.
Resultados: Neste período foram avaliados 73 doentes, 46.58% do sexo masculino e 53.42% do feminino. A idade média à data do primeiro exame era de 10.55±5.28 semanas de idade cronológica, e de 39.29±4.77 semanas de idade gestacional. O número médio de exames por doente foi de 2.40±0.11, com uma média de 75.78±101.73 imagens do fundo ocular por doente, num total de 5532 imagens. Apresentam-se ainda alguns casos clínicos com fotografia do fundo ocular mostrando as principais manifestações oftalmológicas da ROP.
Conclusões: O uso da RetCam no rastreio da ROP proporciona ganhos adicionais comparado com a oftalmoscopia indirecta, em termos de conveniência, rapidez, qualidade das imagens obtidas, possibilidade de documentar e comparar exames subsequentes e complementar o exame com angiografia fluoresceínica. Estes ganhos traduzem-se em diagnósticos mais precoces e precisos, permitindo por isso melhores resultados com o tratamento. Dado o crescente número de partos pré-termo e o desenvolvimento dos cuidados neo-natais, o rastreio da ROP com a RetCam engloba-se numa estratégia multi-disciplinar para optimizar o acompanhamento destes recém-nascidos de risco.