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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.24  supl.2 Porto dez. 2015

 

RESUMO DOS POSTERS / POSTERS PRESENTATIONS - ABSTRACTS

 

PD_10

Fontanela anterior persistente – patológico ou variante do normal?

 

 

Alícia Rebelo1; Joana Ferreira1; Ângela Dias1

1 Serviço de Pediatria do Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães

 

 

Introdução: A avaliação do tamanho e configuração da fontanela anterior (FA) integra o exame objetivo completo em Pediatria. O seu encerramento ocorre por um processo lento de ossificação, entre os 4 e os 26 meses. A sua persistência deve alertar para patologias intracranianas, esqueléticas,  endócrinometabólicas ou exposição a drogas/toxinas. Há no entanto casos raros de crianças que apresentam desenvolvimento estaturo-ponderal e psicomotor normais e em que, uma vez excluídas estas hipóteses, a persistência da FA deve ser considerada uma variante do normal.

Caso Clínico: Criança de 29 meses orientada para consulta de Pediatria por FA persistente. O rastreio precoce endocrinometabólico fora normal, apresentava desenvolvimento estaturoponderal e psicomotor adequados à idade, com perímetro cefálico a evoluir no P90. Tinha apenas antecedentes de episódio de convulsão febril simples aos 22 meses. Sem antecedentes familiares de relevo. À exceção de fontanela anterior com 1.5X1.5cm de diâmetro, normotensa e normopulsátil, o exame objetivo não evidenciou qualquer alteração, nomeadamente sinais de dismorfia ou malformação. Apresentava exame neurológico normal. O estudo da função tiroideia e metabolismo ósseo (cálcio, fósforo, fosfatase alcalina e paratormona) foi normal. Realizou radiografia simples do crânio que confirmou a presença de fontanela anterior aberta, com suturas sagital e coronal normais.

Comentários: Oencerramentoda FAfoidefinidoporAisenson, na população americana, até aos 26 meses em 100% dos casos e em 90% entre os 7 e os 19 meses. Outros autores (Acheson e Jefferson) referem que a idade média clínica de encerramento da FA é 16,3 meses no sexo masculino e 18,8 meses no sexo feminino. No caso apresentado a FA persistente e isolada numa criança sem outros achados patológicos, aspeto reiterado pela anamnese e exame objetivo detalhados, bem como pelos exames subsidiários realizados, permitiram concluir estarmos perante uma variante do normal preconizando-se apenas vigilância clínica. Para o atraso fisiológico do seu encerramento parece contribuir uma alteração das características da camada mesenquimatosa entre a dura mater e o periósteo. Apesar de estarem descritos casos com necessidade de plastia da FA, esta reserva-se a casos de maior dimensão. Os pais devem ser tranquilizados e informados acerca deste encerramento tardio e da inexistência de patologia subjacente.

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