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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25  supl.2 Porto dez. 2016

 

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

 

CO16_06

Terapêutica por perfusão subcutânea contínua de insulina – a experiência de um centro pediátrico nível III

 

 

Catarina Matos de Figueiredo1; Ekaterina Popik1; Joana Freitas1; Helena Cardoso1; Maria João Oliveira1; Teresa Borges1

1 Unidade de Endocrinologia Pediátrica, Serviço de Pediatria, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto

 

 

Introdução: A terapia por perfusão subcutânea contínua de insulina (CSII) constitui o método mais fisiológico disponível para o tratamento da diabetes tipo 1, com reconhecidas vantagens. Com este trabalho, os autores pretendem caracterizar os doentes seguidos na consulta de Endocrinologia Pediátrica e os resultados obtidos com o uso desta terapia desde 2009. Metodologia: Estudo retrospetivo com análise dos processos clínicos e consulta dos dados descarregados dos dispositivos. Efetuada análise de variáveis  epidemiológicas, clínicas, laboratoriais e complicações agudas.

Resultados: 62 doentes iniciaram terapêutica com CSII; foram excluídos 5 por dados incompletos. Da amostra estudada (n= 57) e reportando ao início da terapêutica, 63% são do sexo masculino; mediana de 11.0 anos de idade, com mínimo de 1.6 anos; 3.4 anos de evolução da doença, hemoglobina A1c (A1c) de 7.7% e dose diária total de insulina  de 0.85 U/kg.

Da análise da evolução do controlo metabólico ao longo do tempo verificamos globalmente uma redução ligeira da A1c de 0.1-0.3%. No segundo e terceiro ano após início da terapêutica, os doentes com idade inferior a 6 e superior a 10 anos são os que apresentam melhor controlo metabólico (A1c 7.6 e 7.3% e A1c 7.5% e 7.3% respetivamente).

Atualmente 47 doentes mantêm seguimento sob terapêutica com CSII; 5 foram transferidos para a consulta de adultos; 1 emigrou e 4 suspenderam tratamento.

Na última consulta, na avaliação referente ao controlo metabólico das 4 semanas prévias, a mediana do valor médio da glicemia foi de 167 mg/dL (desvio-padrão de 77 mg/dL) e A1c no último ano de 7.6%. Registaram-se ainda uma mediana de 5 hipoglicemias e mediana de valor mínimo de 50 mg/dL.

Durante o período de seguimento não foram registadas reações locais adversas que motivassem a interrupção da terapia, nem episódios de cetoacidose diabética (CAD) ou hipoglicemias graves.

Comentário: O controlo da diabetes tipo 1 continua a ser um desafio inquestionável. Segundo orientações internacionais o objetivo glicémico em idade pediátrica é de A1c<7.5%. A mediana do valor médio da A1C do último ano,  na nossa amostra, está muito próxima das recomendações atuais. Com esta modalidade terapêutica não obtivemos uma melhoria significativa, dados os critérios de elegibilidade adotados (motivação e cumprimento terapêutico). Salientamos a reduzida incidência de complicações, nomeadamente a ausência de episódios de CAD e hipoglicemias graves, ficando demonstrada a elevada segurança desta terapêutica.

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