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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25  supl.2 Porto dez. 2016

 

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

 

CO16_07

Pneumotórax no adolescente – casuística de 10 anos

 

 

Tânia Lopes1; Inês Falcão2; Cristina Madureira1; Sara Rolim1; Filipe Oliveira1; Paula Fonseca1; Fernanda Carvalho1

1 Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar do Médio Ave, Unidade de Vila Nova de Famalicão
2 Serviço de Pediatria, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto

 

 

Introdução e Objetivos: O pneumotórax é uma entidade rara na adolescência sendo a toracalgia um dos motivos frequentes de admissão no serviço de urgência (SU). A sua abordagem baseia-se na dos adultos dada a escassez de protocolos pediátricos. Os autores pretendem caracterizar os achados clínicos mais frequentes em adolescentes com pneumotórax espontâneo (PE).

Métodos: Estudo retrospetivo dos adolescentes internados num serviço de pediatria por PE de julho de 2006 a junho de 2016. Analisaram-se os dados demográficos, fatores de risco, apresentação clínica, classificação, terapêutica e recorrências.

Resultados: Durante os 10 anos do estudo foram internados 9 adolescentes do género masculino com PE (idade mediana 16 anos), correspondendo a 0.12% de todos os internamentos. Todos recorreram ao SU por toracalgia e em 2 casos o diagnóstico não foi realizado na primeira admissão. Ao exame físico, oito apresentavam diminuição dos sons respiratórios. Nenhum doente manifestava sinais de dificuldade respiratória ou hipóxia. Houve predomínio do PE primário (n=7), lateralidade esquerda (n=7) e pneumotórax de grande volume (n=7). Os 2 casos de PE secundário ocorreram em doentes com asma. Quatro doentes apresentavam como fator de risco o consumo regular de drogas inaladas (n=2 tabaco; n=2 tabaco e canabinoides). O tratamento realizado foi: oxigenioterapia (n=9) e drenagem (n=7). O PE recorreu em 6 doentes, os quais necessitaram de tratamento cirúrgico. O número máximo de recorrências por doente foi três e o tempo mediano entre os episódios foi 53 dias (mínimo 11 dias; máximo 730 dias). Todos os doentes foram referenciados à consulta (duração mediana de seguimento 11 meses).

Conclusões: A toracalgia associada a diminuição dos sons respiratórios, mesmo sem hipóxia ou sinais de dificuldade respiratória, são achados muito frequentes em adolescentes com PE. Contrariamente aos adultos, o PE é raro em adolescentes mas existe elevada taxa de recorrência.

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