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Nascer e Crescer
versão impressa ISSN 0872-0754
Nascer e Crescer vol.25 supl.2 Porto dez. 2016
RESUMO DOS POSTERS
PO16_19
Nem tudo o que parece, é!
Joana Vanessa Silva1; Cátia Sousa2; Tereza Oliva2; Lúcia Gomes1
1 Serviço de Pediatria/Neonatologia, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga
2 Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, Porto
Introdução: A linfadenopatia periférica é uma entidade comum na idade pediátrica, traduzindo na maioria das situações uma resposta benigna, auto-limitada e reacional a uma infeção. Algumas das suas características podem associar-se a doença grave, nomeadamente patologia oncológica, sendo importante o seu reconhecimento e orientação precoce.
Caso Clínico: Criança do sexo masculino, 7 anos de idade, previamente saudável. Recorre ao serviço de urgência por tumefação na região supraclavicular esquerda associada a dor local desde há 5 dias e tosse seca com 2 dias de evolução. O exame objetivo revelou uma adenomegalia supraclavicular esquerda, com cerca de 2 cm de maior diâmetro, consistência duro-elástica, móvel e dolorosa à palpação.
Foi realizado estudo analítico e radiografia torácica que não apresentavam alterações relevantes. A ecografia cervical confirmou a existência de adenomegalia de localização supraclavicular com 18 x 10 x 14 mm de maiores diâmetros, bem como a presença de outros gânglios adjacentes de menores dimensões.
Após discussão do caso, a criança foi orientada para consulta externa no Instituto Português de Oncologia no Porto, para estudo complementar e exclusão de uma eventual patologia neoplásica. Realizou biópsia excisional ganglionar, cujo exame histológico e imunocitoquímico sugeriram o diagnóstico de doença da arranhadura do gato. A serologia para Bartonella henselae, em curso no hospital da área de residência, foi IgM e IgG positiva, reforçando o diagnóstico anterior. Posteriormente, foi orientado para consulta de Pediatria Geral.
Conclusão: Apesar de menos de 1% das adenopatias serem malignas, devemos reconhecer as de localização supraclaviculares como preditores de malignidade (mais de 75% dos casos), sendo preponderante a sua exclusão. Neste caso e tendo em consideração a sua localização, a biópsia excisional era essencial. O restante estudo complementar e as informações obtidas sobre os animais domésticos existentes no domicílio, foram elementos de extrema importância para o diagnóstico definitivo.