SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.17 número5Lesões subepiteliais do tubo digestivo índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

Compartilhar


Jornal Português de Gastrenterologia

versão impressa ISSN 0872-8178

J Port Gastrenterol. v.17 n.5 Lisboa set. 2010

 

História natural dos tumores mesenquimatosos

Natural history of mesenchymal tumors

 

Hermano Santos, F. Castro-Poças, Paula Lago, Teresa Moreira, Jorge Areias

 

Agradecemos o interesse e os comentários, da Dr.ª Helena Lomba Viana e do Prof. Doutor António Alberto Santos, ao nosso artigo, recentemente publicado, “História natural dos tumores mesenquimatosos do tubo digestivo superior e ecoendoscopia”. Efectivamente a decisão terapêutica em muitos doentes com tumores mesenquimatosos digestivos continua difícil e controversa. Entre os vários motivos que são apontados, está o relativo desconhecimento da história natural destas lesões. O trabalho publicado teve apenas como objectivo ajudar a definir essa evolução, servindo-nos para isso, da análise retrospectiva do seguimento por ecoendoscopia de 82 doentes. Concluímos, à semelhança doutros trabalhos recentes, que apenas uma minoria dos tumores sem clara indicação cirúrgica no momento do diagnóstico altera  as suas características ecoendoscópicas ao longo do tempo1-4.

Além disso, concordamos que a avaliação de algumas dessas características, tais como a dimensão ou a heterogeneidade, é subjectiva. Por outro lado, ainda, tal como no trabalho de Bruno e colaboradores2, também na nossa série nenhum dos quatro doentes operados apresentava lesões de alto risco de malignidade.

A pergunta seguinte deverá ser: “qual o significado clínico da alteração das características ecoendoscópicas que têm sustentado grande parte das decisões de vigilância / exérese destas pequenas lesões?”. A resposta é, no presente, outro motivo de controvérsia. Para Jenssen e colaboradores, lesões com aumento de dimensão e alterações ecoestruturais deverão ser consideradas para cirurgia5. Outros autores nomeiam a dimensão maior, a heterogeneidade e a irregularidade dos contornos como factores associados a malignidade6-8.

Naturalmente que as decisões terão de ser consideradas individualmente e de atender a muitos outros aspectos, mas, apesar de todas as dúvidas e limitações da ecoendoscopia e da punção / biópsia, concordamos com o Prof. Doutor José Manuel Pontes quando escreve, no editorial do número anterior do GE, “enquanto não for clarificado o papel da imunohistoquímica e da análise molecular / genética nas amostras obtidas por punção na determinação do potencial maligno dos GIST, a decisão continuará a depender das características morfológicas avaliadas por EUS”.

 

REFERÊNCIAS

1. Gill KR, Camellini L, Conigliaro R, et al. The natural history of gastrointestinal gubepithelial tumors: A multicenter endoscopic ultrasound survey. J Clin Gastroenterol 2009;43:723-726.

2. Bruno M, Carucci P, Repici A, et al.The natural history of gastrointestinal gubepithelial tumors arising from muscularis propria: an endoscopic ultrasound survey. J Clin Gastroenterol 2009;43:821-825        [ Links ]

3. Lok KH, Lai L, Yiu HL, et al. Endosonographic surveillance of small gastrointestinal tumors originating from muscularis propria. J Gastrointestin Liver Dis 2009;18:177-180.

4. Lachter J, Bishara N, Rahimi E, et al. EUS clarifies the natural history and ideal management of GISTs. Hepatogastroenterology 2008;55:1653-1656.

5. Jenssen C, Dietrich CF. Endoscopic ultrasound in subepithelial tumors of the gastrointestinal tract, in: Christoph Frank Dietrich Editor, Endoscopic ultrasound, Stuttgart-New York, 2006;121-154.

6. Palazzo L, Landi B, Cellier C, et al. Endosonographic features predictive of benign and malignant gastrointestinal stromal cell tumours. Gut 2000;46:88-92.

7. Chak A, Canto MI, Rösch T, et al. Endosonographic differentiation of benign and malignant stromal cell tumors. Gastrointest Endosc 1997;45:468-473.

8. Rösch T, Lorenz R, Dancygier H, et al. Endosonographic diagnosis of submucosal upper gastrointestinal tract tumors. Scand J Gastroenterol 1992;27:1-8.