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Jornal Português de Gastrenterologia
versão impressa ISSN 0872-8178
J Port Gastrenterol. v.18 n.1 Lisboa jan. 2011
APEF 2009-2011: O biénio da afirmação
Guilherme Macedo1
1 Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF); E-mail: guilhermemacedo59@gmail.com.
Local de Trabalho: Director do Serviço de Gastrenterologia do Hospital de São João, Porto Portugal;
Cultivar a inquietação como fonte de renovação
Aquilino Ribeiro
Quando no fluir dos quotidianos diversos e movimentados que tornam efémeros 2 anos das nossas vidas concedemos algum tempo para um exercício de reflexão, apercebemo-nos como é relevante para uma Sociedade Científica tornar-se estável, sólida, credível e ambiciosa. São adjectivos inerentes à maturidade, estado de corpo e de alma que representa um processo de permanente evolução, adaptação e, sobretudo, renovação. Foi precisamente este o apelo a todos os que se interessam e vivem a Hepatologia, de crescermos e de renovarmos, pelo que se tentou criar nestes 2 anos uma lógica formativa muito dirigida aos mais novos (como se concretizou nos espaços próprios das Reuniões Anuais e no Projecto Formação de Internos/ Sábados Hepatológicos (FISH) para Internos e jovens Especialistas) e originar uma visibilidade pública, simultaneamente pedagógica mas também auto-estruturante, se quiz tornar aparente no Projecto Fígado on Tour. Multiplicaram-se, nesses 2 meses on the road, os contactos dos média com elementos da APEF, com médicos experientes em lidar com as doenças do fígado, colocando-se a Saúde do Fígado em consecutivas presenças e debates em diversos fóruns. A caravana teve mais de 13 mil visitantes distribuídos pelas capitais de distrito, desenvolveu-se uma empatia muito própria com a população, privilegiando um discurso positivo e pedagógico, não punitivo nem redutor. Os vírus das Hepatites, o álcool e a obesidade tornaram-se assunto de conversa entre educadores, dentro das famílias e até entre prestadores de cuidados de Saúde dos mais variados níveis profissionais, sem serem privilégio exclusivo dos especialistas que tratam destes doentes nos Hospitais, entre discursos esotéricos e análises ininteligíveis.
A APEF assentou arraiais nesta vertente de diálogo com o público, bem como na proximidade com os parceiros estratégicos para a saúde financeira da Instituição. Mostrou não estar focada em si própria, mas nos nobres desígnios dos seus Estatutos. Sinalizou, com os patrocínios científicos por si concedidos a múltiplas reuniões, o reforço e a importância que atribui ao desenvolvimento cognitivo e pragmático da Hepatologia, entre nós, e mostrou à comunidade internacional (como foram exemplos as intervenções no American College of Gastroenterology e nas edições do Public Service Review da União Europeia) que reúne uma pletora importante (certamente relativa à nossa dimensão) de entusiastas e vibrantes profissionais nesta área do conhecimento.
Tão criativas como arrojadas, propuseram-se algumas iniciativas mais, sempre com a determinação de ir um pouco mais longe e de dar firmeza e consistência aos terrenos onde nos movemos. Decorrerá em breve o Inquérito Nacional à Prática de Biópsia Hepática, mais um desafio que poderá mostrar como os médicos portugueses apreciam a possibilidade de partilhar informação multicêntrica e de âmbito nacional. Tornaremos realidade o Inquérito Serológico Nacional, e manteremos a pressão alta, como no desporto de competição, sobre estruturas como a Direcção-Geral da Saúde para concretizarmos o Plano Nacional sobre as Hepatites Víricas.
A fraterna cooperação com a SPG e SPED, demonstrada em muitos actos e muitas intenções, ajuda ao engrandecimento da APEF. As sinergias com estas sociedades irmãs potenciam-nos, não nos atemorizam nem reduzem. Como muitas vezes sublinhamos, o tempo é de partilha e de edificação, com alicerces sólidos e espírito empreendedor.
Brindemos, pois, à Saúde do Fígado!