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Comportamento Organizacional e Gestão
versão impressa ISSN 0872-9662
Comport. Organ. Gest. v.14 n.2 Lisboa out. 2008
Limites e infinitos para o desenho de uma ausência
A Revista Comportamento Organizacional e Gestão cumpre, em 2009, quinze anos de existência. O número, que os nossos leitores têm agora entre mãos, é o 28.º desde 1995 – ano do seu aparecimento. A partir de 2009 cessarei as minhas funções como seu Director. Com esta Nota de Despedida, pretendo corporizar um global agradecimento às equipas directivas que me antecederam, nunca deixando de me acompanhar durante todos estes últimos anos, empáticos e vibrantes para o registo memorial e “economia afectiva” dos meus dias futuros – é uma certeza, e durante os quais tive a enorme satisfação em orientar os destinos desta Revista.
Quando surgiu, pela mão do seu primeiro director – o professor Carlos Alves Marques –, a COeG constituía-se como uma das poucas revistas académicas portuguesas inteiramente dedicadas à divulgação científica dos temas e das problemáticas na área do comportamento organizacional e suas relações com a gestão. Em finais do século XX e inícios do século XXI, o panorama das publicações científicas assistiu ao aparecimento de outros títulos, ao mesmo tempo que a disciplina do Comportamento Organizacional se posicionava enquanto área disciplinar com contribuições importantes para a gestão de recursos humanos, o marketing, a gestão da inovação, a psicologia do desporto, a ergonomia e os factores humanos, a gestão de projectos, entre outras disciplinas aplicadas. Enquanto isto acontecia, o seu segundo director – o professor Miguel Pina e Cunha –, contribuía para a fortificação da COeG como obra de referência, consolidando-a no mapa das Revistas científicas do género, seja no mercado nacional seja no internacional. O Instituto Superior de Psicologia Aplicada, graças a este trabalho plausível e sério desenvolvido pela COeG, tornava-se decisivamente reconhecido numa área em que não possuía tradições – o do discurso teórico sobre o comportamento das (e nas) organizações.
Em 2003 assumi, por convite, a direcção da COeG. Desde essa data, cinco anos passados, tenho procurado dar continuidade ao trabalho iniciado pelos meus dois antecessores, beneficiando, com fortuna, do volume e densidade dos múltiplos empenhos anteriores – notórios desde a primeira hora. Como consequência lógica, em Janeiro de 2005 a COeG é indexada no prestigiado sistema LatIndex, para em Outubro de 2006 “abrir as portas” do não menos relevante SciELO nele se instalando de mérito próprio. Se tivermos de escolher alguém para lhe atribuir uma responsabilidade determinante para tais reconhecimentos internacionais, penso ser de justiça elementar destacar os professores Carlos Alves Marques e Miguel Pina e Cunha. Só por isso, e se mais razões não houvessem, lhes apresento o meu mais vivo agradecimento.
Na hora presente, ao passar o testemunho directivo da COeG, faço-o com um sentimento inelutável de dever cumprido. No entanto, para a “geometria” deste saudável auto-reconhecimento devem ser convocados todos aqueles que, ao dispensarem-me o seu suporte e estímulo para o desempenho da tarefa directiva, a tornaram uma caminhada profícua de conjunto e partilha.
Para além dos professores Carlos Alves Marques e Miguel Pina e Cunha, o meu especial apreço deverá ser dirigido, claramente, para toda a equipa editorial do ISPA, sem destaques individuais porque todos contribuíram determinantemente, cada qual a seu modo, para a boa execução das múltiplas edições da COeG. É de fácil entendimento, para mim, que os membros dessa equipa deverão ser vistos como os principais responsáveis pelo continuado e conexo equilíbrio gráfico da Revista.
Uma definitiva palavra de gratidão deverá ser endereçada, igualmente, aos inúmeros autores – largas dezenas –, que contribuíram, com a sua massa crítica, para situar a COeG num patamar de qualidade reconhecida no que respeita a conteúdos e vertentes de reflexão. Junto com uma boa equipa editorial, os autores são o motor vivo (muitas vezes fracturante no campo teórico) de qualquer Revista – científica e/ou cultural –, ao mesmo tempo que se assumem como os seus mais atentos leitores e exegetas.
Devo ainda chamar a terreiro todos os meus colegas – membros do corpo editorial e científico –, bem como os revisores, necessariamente anónimos, cujo papel na imagem, reputação, e magma qualitativo da COeG se revelou de uma enorme e imprescindível valia.
A terminar, uma derradeira palavra de afecto e agradecimento: ela é dedicada a todos os nossos leitores – estudantes, académicos, gente da praxis, colegas, ou apenas diletantes atraídos pelas matérias do comportamento organizacional e da gestão. Foi com o pensamento “alimentado” pela respiração conjuntiva destes nossos leitores que se construiu toda a estratégia científica da COeG, e se fortaleceu o nosso empenho na sua manutenção e reiterada melhoria. É baseado no estímulo gratificante deste “retrato de família”, que conserverei para sempre, que vou prosseguir todo o meu trabalho futuro.
Até breve.
Jorge F. S. Gomes