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Revista de Enfermagem Referência
versão impressa ISSN 0874-0283
Rev. Enf. Ref. serIII n.2 Coimbra dez. 2010
A pessoa com Insuficiência Cardíaca. Factores que facilitam/dificultam a transição saúde/doença
Anabela Pereira Mendes*; Fernanda Bastos**; Abel Paiva***
*Mestre em Enfermagem, Doutoranda em Enfermagem na UCP. Professora Adjunta na ESEL. [E-mail - anabelapmendes@esel.pt]
** Mestre em Ciências de Enfermagem, Doutoranda em Enfermagem na UCP Professora Adjunta na ESEP (Co-orientadora do trabalho).
*** Doutor em Enfermagem, Professor Coordenador na ESEP (Orientador do trabalho).
Resumo
A Insuficiência Cardíaca (IC) é responsável por elevados índices de morbilidade, obstáculos ao Autocuidado. No sentido de desenvolver uma acção profissionalizada que facilite a vivência com esta patologia é imperativo conhecer o impacto no Autocuidado da pessoa com IC, face ao processo de Transição saúde-doença, remetendo para o Modelo de Transição de Afaf Meleis.
Material e Métodos: Optámos por uma abordagem qualitativa, sendo a amostra seleccionada intencionalmente, tendo sido realizadas entrevistas semi-estruturadas. A recolha e análise dos dados foram realizadas de acordo com o método de análise comparativa constante - Grounded Theory.
Resultados: Emergiram dos dados três categorias principais: O Que Mudou em Mim; O que faço hoje diferente e Factores que interferem com a transição. O Que Mudou em Mim representa as respostas corporais à doença, o impacto no autocuidado e os processos psicosociais. Face a estas mudanças desenvolvem estratégias que se inserem na gestão de um regime terapêutico: gestão da actividade/repouso, alimentação, medicamentos que agrupamos na categoria O que faço hoje diferente. O suporte familiar emerge como o factor facilitador enquanto transições simultâneas e o factor económico surgem como os que mais dificultam.
Conclusões: No quotidiano as alterações no autocuidado e capacidade de autocontrolo, revelam grandes necessidades físicas e psicológicas, às quais os enfermeiros precisam responder de uma forma profissionalizada.
Palavras-chave: autocuidado; insuficiência cardíaca; transição; enfermagem.
The person with Heart Failure. Factors that facilitate / imped the health / disease transition
Abstract
Heart failure (HF) is responsible for high rates of morbidity and barriers to self-care. In order to develop professional action that facilitates living with this disease it is imperative to know the impact on self-care of people with IC in relation to the health-illness transition process, with reference to the Transition Model of Afaf Meleis. Methods: We chose a qualitative approach, the sample was purposively selected, and semi-structured interviews were conducted. Data collection and analysis were performed according to the constant comparative analysis method of Grounded Theory. Results: Three main categories emerged from the data: What Has Changed in Me, What do I do differently today and Factors that interfere with the transition. What Has Changed in Me represents bodily responses to the disease, the impact on self-care and psychosocial processes. Faced with these changes, interviewees developed strategies in relation to the implementation of the therapeutic regimen: management of the activity / rest, food, medicines; these were grouped under the category What I do differently today. Family support emerged as a facilitating factor, while simultaneous transitions and economic factors emerged as the most difficult. Conclusions: In daily life, changes in self-care ability and self-monitoring revealed many physical and psychological needs to which nurses need to respond in a professional manner.
Keywords: self-care; heart failure; transition; nursing.
A pessoa con Insuficiencia Cardíaca. Factores que facilitan/dificultan la transición salud/enfermedad
Resumen
La Insuficiencia Cardíaca (IC) es responsable por elevados índices de morbilidad, obstáculos al auto-cuidado. A fin de desarrollar una acción profesionalizada que facilite la convivencia con esta patología es imperativo conocer el impacto en el auto-cuidado de la persona con IC, en comparación con el proceso de transición salud/enfermedad, en referencia al Modelo de Transición de Afaf Meleis.
Material y Métodos: Optamos por un enfoque cualitativo, una muestra seleccionada intencionalmente, y se realizaron entrevistas semi-estruturadas. La recolección y análisis dos datos se realizaron de acuerdo con el método de análisis comparativa constante - Grounded Theory.
Resultados: Emergieron de los datos tres categorías principales: Lo que cambió en mí; Lo que hago hoy de forma diferente y factores que interfieren con la transición. Lo que cambió en mí representa las respuestas corporales a la enfermedad, el impacto en el auto-cuidado y los procesos psicosociales. Ante estos cambios, desarrollan estrategias que se insieren en la gestión de un régimen terapéutico: gestión de la actividad/reposo, alimentación, medicamentos que agrupamos en la categoría Lo que hago hoy de forma diferente. El apoyo familiar emerge como el factor facilitador mientras que las transiciones simultáneas y el factor económico surgen como los que más dificultan.
Conclusiones: En el cotidiano las alteraciones en el auto-cuidado y capacidad de autocontrol, revelan grandes necesidades físicas y psicológicas, a las cuales los enfermeros necesitan responder de una forma profesionalizada.
Palabras clave: auto-cuidado; insuficiencia cardíaca; transición; enfermería.
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Recebido para publicação em: 09.05.10
Aceite para publicação em: 02.10.10