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Psicologia, Saúde & Doenças
versão impressa ISSN 1645-0086
Psic., Saúde & Doenças vol.14 no.2 Lisboa 2013
Apoio social, acontecimentos stressantes, adaptabilidade e coesão em famílias em risco psicossocial
Social support, stressful life events, adaptability and cohesion and cohesion in families at psychosocial risk
Carmen Macedo1, Cristina Nunes1, Diana Costa1, Lara Ayala Nunes1,2 & Ida Lemos1
1 Universidade do Algarve. Faro, Portugal
2 Universidade de Sevilha (Espanha)
RESUMO
Nas últimas décadas os sistemas de proteção à infância mudaram de uma perspetiva assistencial para uma perspetiva centrada na preservação familiar. Dado que a eficácia das intervenções depende da sua adaptação às necessidades de estas famílias, é crucial analisar as trajetórias vitais e conhecer a dinâmica familiar. Neste estudo analisámos a coesão e adaptabilidade familiar, os acontecimentos de vida stressantes e o apoio social em famílias com menores em risco psicossocial. Foram entrevistados 51 participantes (64,7% do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 16 e os 57 anos, residentes em Faro. Utilizámos a Entrevista Estruturada de Apoio Social de Arizona, a Escala de Apoio Social para Situações Vitais Estressantes, as Escalas de Adaptabilidade e Coesão Familiar, o Inventário de Situações Estressantes e de Risco e um questionário de dados sociodemográficos. As famílias apresentavam uma elevada taxa de desemprego e uma acentuada precaridade educativa, económica e profissional. Os participantes sofreram um número significativo de acontecimentos de vida stressantes, relacionados sobretudo com problemas psicológicos, económicos e conjugais, com elevado impacto emocional. Quanto ao funcionamento familiar, os níveis de coesão foram superiores aos de adaptabilidade familiar. Os participantes reportaram uma necessidade mais elevada de apoio emocional do que informativo ou material e referiram receber escasso apoio por parte dos profissionais. A sua principal fonte de apoio social são os familiares e amigos. São discutidas as necessidades de apoio e de intervenção a serem tomadas em consideração pelos profissionais que trabalham com estas famílias.
Palavras-chave - Acontecimentos de vida stressantes; adaptabilidade familiar; apoio social; coesão familiar; famílias em risco psicossocial.
ABSTRACT
Over the last decades the infant protection systems shifted from an assistance perspective to a perspective focused on family preservation. Since the effectiveness of interventions depends on its adjustment to the needs of these families, it is crucial to analyze the life trajectories and understand the family dynamics. In this study we analyzed family cohesion and adaptability, stressful life events, and social support in families with minors at psychosocial risk. We interviewed 51 participants (64,7% females), aged between 16 and 57 years-old, living in Faro. We used the Arizona Social Support Interview Schedule, the Scale of Social Support for Stressful Life Situations, the Family Adaptation and Cohesion Scales, the Inventory of Stressful and Risk Situations, and a socio-demographic questionnaire. Families had a high unemployment rate and an accentuated educational, financial and occupational precariousness. Participants experienced a significant number of stressful life events, mainly related to psychological, marital and financial problems, with high emotional impact. Regarding family functioning, cohesion levels were higher than adaptability levels. Participants reported a higher need for emotional support than informative or material support. Participants received little support from professionals and their main source of social support were family members and friends. We discuss the needs for support and intervention to be taken into account by professionals who work with these families.
Keywords - Family adaptability; family cohesion; families at psychosocial risk; social support; stressful life events.
A família é o primeiro e mais importante contexto de influência no processo de socialização, educação, aprendizagem e desenvolvimento dos indivíduos. No entanto, algumas famílias não promovem o bem-estar dos seus membros nem asseguram o seu desenvolvimento adequado. Os principais fatores que caracterizam os contextos familiares de risco são o baixo nível educativo dos pais, a precaridade económica e profissional, a monoparentalidade e insegurança da zona de residência (Rodrigo, Máiquez, Martín, & Byrne, 2008; Sousa, 2005). Estas famílias tendem a enfrentar e acumular múltiplos acontecimentos de vida stressantes (López, Menéndez, Lorence, Jiménez, Hidalgo, & Sánchez, 2007; Nunes, Lemos, Costa, Nunes, & Almeida, 2011), dificultando a tarefa educativa dos pais e o exercício adequado das suas competências parentais. Tendo em conta os efeitos negativos dos acontecimentos de vida stressantes e de risco e as suas repercussões no bem-estar, parece-nos importante analisar o funcionamento das famílias com menores em risco psicossocial, especificamente, a coesão e a adaptabilidade do sistema familiar. Outra dimensão relevante no estudo destas famílias é o apoio social percebido, em particular, as características dos recursos que dispõem para lidar com os problemas quotidianos e situações stressantes (Hidalgo, Menéndez, Sanchez, Lorence, & Jiménez, 2009; López et al., 2007).
Neste estudo analisámos as relações entre a coesão e adaptabilidade familiares, os acontecimentos de vida stressantes e o apoio social em famílias com menores em risco psicossocial
MÉTODO
Participantes
Os 51 participantes tinham idades compreendidas entre os 16 e os 57 anos (M=36,33, DP=7,98), 64,71% eram mulheres e 35,29% homens. Os participantes foram selecionados atendendo aos seguintes critérios: 1) ser pais e mães de crianças ou jovens com um processo aberto na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Faro, 2) as situações de perigo que originaram a abertura dos processos de não apresentavam gravidade suficiente para a separação do menor da sua família de origem.
Material
Funcionamento familiar: Utilizámos a Escala de Avaliação da Coesão e Adaptabilidade Familiar(FACES III, Olson, 1986). Esta escala, composta por 20 itens, avalia duas dimensões do funcionamento familiar: a coesão (a proximidade emocional entre os membros da família) e a adaptabilidade (o grau de flexibilidade que a família manifesta para mudar as regras e papéis). Os participantes respondem numa escala de 1 a 5 pontos, que vão desde (1) nunca ou quase nunca a (5) quase sempre. Considerando as dimensões avaliadas no estudo, os valores alfade Cronbach foram de 0,75 para a Coesão Familiar e de 0,43 para a Adaptabilidade Familiar.
Acontecimentos vitais stressantes: Foi administrado o Inventário de Situações Stressantes e de Risco (ISER) de Hidalgo, Menéndez, Sánchez, López, Jiménez, e Lorence (2005). Este questionário inclui 26 itens e avalia a existência de acontecimentos especialmente difíceis ocorridos no passado e no presente, ao sujeito ou a alguém do seu ambiente próximo, bem como o impacto emocional que os mesmos tiveram na sua vida, numa escala de 1 a 3 pontos (1 afetou-me pouco; 2 afetou-me bastante; 3 afetou-me muitíssimo). No presente estudo a consistência interna para a Afetação do Próprio(a)foi de a = 0,82 e de a = 0,76 para a Afetação do Ambiente Próximo.
Apoio social percebido: Aplicámos a Entrevista de Apoio Social Arizona (Barrera, 1980). Esta avalia o tamanho e composição da rede de apoio social, o grau de necessidade e de satisfação com o apoio emocional, material e informativo recebido (de 1 a 10 pontos), e o grau de conflito com a rede de apoio. Utilizámos ainda a Escala de Apoio Social para Situações Vitais Stresantes(López et al., 2007), que recolhe informação sobre o tamanho, composição, necessidades e satisfação com a rede de apoio social em situações stressantes e de risco.
Dados sociodemográficos: Utilizámos um Questionário de Dados Sociodemográficos (Nunes et al., 2011) que permitiu recolher dados relativos à idade, nível de escolaridade e situação laboral dos participantes, composição e estrutura familiar, número, idade e sexo dos filhos, rendimento familiar e sua procedência.
Procedimentos
Após obter as autorizações e o consentimento informado dos participantes, realizámos a recolha dos dados através de uma entrevista individual, no domicílio familiar ou na sede da CPCJ de Faro, em conformidade com parecer técnico e disponibilidade dos participantes.
RESULTADOS
Ao analisar as características sociodemográficas dos participantes, observámos um baixo nível educativo (52,94% sem completar escolaridade obrigatória) e uma elevada taxa de desemprego (45,10%). A qualificação laboral da maioria dos participantes era baixa (62,10%) e a maioria tinha trabalhos irregulares (52,90%) e sem vinculação a um contrato (54,90%).
Os rendimentos familiares mensais eram em média de 817,22, obtidos principalmente através do trabalho e ajudas sociais (51%). Uma parte importante dos participantes (49%) obtinha os rendimentos apenas através do trabalho. Apenas 8% das famílias contavam exclusivamente com as ajudas sociais como única fonte de rendimentos.
Quanto à estrutura familiar, a maioria das famílias eram biparentais (64,7%). Tinham um tamanho moderado (M=3,76, DP=1,35), com dois menores (M=2,22, DP=1,45) (Quadro 1) e a maioria (92,2%) vivia num ambiente familiar estável, sem mudanças recentes na composição do seu agregado familiar.
Observámos um elevado número de acontecimentos de vida stressantes e de risco nas circunstâncias atuais dos participantes (M=7,16, DP=2,63) e do seu ambiente próximo; M=9,57, DP=3,24), e uma elevada incidência de acontecimentos de vida negativos passados individuais (M=5,31, DP=1,55)e do ambiente próximo (M=6,15, DP=1,35).
No que se refere aos acontecimentos de vida stressantes e de risco atuais os problemas mais comuns relatados pelos participantes foram económicos (94,1%), psicológicos (94,1%), profissionais (78,4%), judiciais (62,7%) e conjugais (58,8%). No que diz respeito ao ambiente próximo, os problemas mais comuns foram psicológicos (92,2%), judiciais (88,2%), económicos (86,3%), laborais (82,4%) e conduta violenta (74,5%) (Ver Figura 1).
Relativamente ao passado, observámos que os problemas mais frequentes foram os psicológicos (96%), económicos (94%), judiciais (84%) e desemprego (80%). Quanto ao ambiente próximo dos participantes, verificamos que os problemas mais frequentes foram os psicológicos (98%), económicos (90%), desemprego (84%), conduta violenta (84%) e judiciais (84%).
Os níveis de coesão familiar (M=36,20, DP=6,14) foram superiores aos níveis de adaptabilidade familiar (M=26,63, DP=4,49) (Quadro 1).
Observámos uma associação significativa e positiva entre coesão e adaptabilidade familiar (r=0,34, p<0,01), o que indica as famílias mais coesas são as que apresentam maiores níveis de adaptabilidade (Quadro 1).
Quanto à composição da rede social de apoio, verificámos que a maioria é constituída principalmente por familiares (51%), sendo que 27,5% são compostas igualmente por familiares e não familiares, e 21,6% principalmente por não familiares. A rede de apoio social mais ampla é a informativa (M=4,45, DP=2,27), constituída sobretudo por familiares e não familiares (Quadro 2). 66,67% mencionaram a presença dos filhos menores na rede de apoio e 64,71% mencionaram a presença do conjugue. Apenas 31,37% contava com o apoio de profissionais.
Os participantes sentiram mais necessidade de apoio emocional (M=6,54) do que informativo (t(45)=1,76, p=0,085) ou material (t(45)=1,87, p=0,07), no entanto estas diferenças não alcançaram significação estatística. Quanto à satisfação com o apoio social percebido, não observámos diferenças significativas entre os três tipos de apoio (ver Quadro 3).
Os participantes apresentaram uma rede social de apoio mais reduzida face à vivência de acontecimentos de vida stressantes e de risco (M=2,76), comparativamente com a rede social de apoio que dispõem em acontecimentos de vida mais normativos (M=7,27). Esta rede estava composta na sua maioria por familiares (45,1%). Constatámos ainda que a rede de conflito dos participantes era constituída sobretudo pelo cônjuge e ex-cônjuge (76,4%) e filhos (13,7%), com uma média de 2 pessoas (DP=1,18).
DISCUSSÃO
O presente estudo permitiu-nos conhecer o perfil psicossocial das famílias com menores em risco psicossocial. As famílias em situação de risco psicossocial não constituem um grupo homogéneo e são caracterizadas pela diversidade (Hidalgo et al., 2009). Todavia, apesar desta diversidade podemos identificar algumas características sociodemográficas comuns (Menéndez, Hidalgo, Jiménez, Lorence, & Sánchez, 2010). Apresentam uma elevada precaridade económica, profissional e baixo nível educativo, tratando-se de um grupo especialmente vulnerável. Estes resultados são semelhantes aos de outros estudos desenvolvidos com famílias de risco em Portugal (Nunes et al., 2011; Sousa & Ribeiro, 2005; Sousa & Rodrigues, 2009) e em Espanha (Arruabarrena & De Paúl, 2002; Hidalgo et al., 2009; Martín, Camacho, Rodrigo, Martín, & Máiquez, 2004; Menéndez, Arenas, Pérez, & Lorence, 2012; Menéndez et al., 2010; Moreno, 2002; Rodrigo, Máiquez, Correa, Martín, & Rodriguez, 2006; Rodríguez, Camacho, Rodrigo, Martín, & Máiquez, 2006).
Para além das características sociodemográficas mencionadas, os nossos dados mostraram que as trajetórias e as circunstâncias atuais destas famílias são marcadas pela presença e acumulação de acontecimentos de vida negativos com um elevado impacto emocional. Os problemas que mais afetaram os participantes e o seu ambiente próximo foram semelhantes quanto à sua natureza, diversidade e intensidade. Os problemas mais frequentes foram os problemas económicos, psicológicos, profissionais, judiciais e conjugais, sugerindo a diversidade e interação dos mesmos. É de esperar que estes problemas tenham repercussões importantes na dinâmica familiar e no desenvolvimento das crianças e dos jovens. A presença de acontecimentos de vida stressantes dificulta a realização adequada da tarefa dos pais e a acumulação de fatores de risco tem um efeito negativo no desenvolvimento e adaptação psicossocial das crianças e dos jovens (Rodríguez et al., 2006), o que confirma a necessidade de realizar intervenções psicoeducativas junto destas famílias.
O facto de os participantes mencionarem os conflitos familiares (com o cônjuge, os filhos e a família) como acontecimentos de vida stressantes indica que as intervenções com os pais de menores em risco deverão incidir especialmente nos problemas existentes na dinâmica familiar.
No presente estudo, os níveis de coesão familiar foram superiores aos níveis de adaptabilidade familiar. Estes resultados coincidem com aqueles observados por outros autores (Hidalgo et al., 2009; Peréz, Nunes, Nunes, & Hidalgo, 2012). Tal como noutros estudos, encontrámos uma associação positiva entre coesão e adaptabilidade familiar (Curral, Durado, Torres, barros, Palha, & Almeida, 1999; Hidalgo et al., 2009; Martinez-Pampliega Iraurgi, & Sanz, 2011; Noller & Shum, 1990).
Alguns estudos empíricos têm sugerido que o isolamento é uma caraterística importante das famílias com menores em risco (Arruabarrena & De Paúl, 2002; Gracia, Musito, & García, 1994; Gracia & Musitu, 2003; Moreno, 2002). Contudo, os resultados obtidos no nosso estudo não mostram que estas famílias estejam isoladas, uma vez que a sua rede de apoio tinha em média sete membros, o que nos permite afirmar que a nossa amostra não dispõe de uma rede social especialmente reduzida.
No entanto, a presença dos menores como fonte de apoio para 66,67% dos pais e a presença do cônjuge na rede de conflito (41,18%) sugerem alguma disfuncionalidade da rede social. Estes resultados são semelhantes aos de outros estudos com este tipo de famílias (López, 2006; López et al., 2007; Menéndez et al., 2010; Nunes et al., 2011; Rodrigo et al., 2008). Normalmente, as relações conjugais das famílias em situação de risco psicossocial tendem a ser instáveis e conflituosas (Rodríguez et al., 2006).
É de notar que a maioria dos participantes (68,6%) não referiu nenhum tipo de apoio proveniente por parte de profissionais (e.g. emocional, material ou informativo). Este resultado contradiz aqueles obtidos por Menéndez, et al (2010) numa amostra de mães andaluzas com características sociodemográficas semelhantes à nossa. Estes autores observaram uma elevada dependência das mães dos profissionais como fonte de diversos tipos de apoio. Se bem, como apontam os autores, a dependência dos profissionais ao nível do apoio emocional reflita alguma disfuncionalidade, também é preocupante a sua ausência na rede de apoio informativa e material dos nossos participantes. Este resultado pode indicar que as instituições não são capazes de dar resposta às necessidades de apoio destas famílias e precisaria ser melhor estudado.
Tal como noutros estudos (López et al., 2007; Menéndez et al., 2010), os participantes sentiram maior necessidade e menor satisfação com o apoio social emocional do que com outros tipos de apoio. Isto sugere a necessidade de incluir como prioridade o fortalecimento e ampliação das redes de apoio emocional informais nas intervenções com estas famílias.
Em relação às limitações do nosso estudo, a reduzida dimensão da amostra e a sua restrição geográfica não nos permitem generalizar os resultados obtidos à restante população em risco psicossocial do Algarve. Todavia, este estudo contribui para um melhor conhecimento das características e necessidades deste grupo social vulnerável, que podem ser úteis para os profissionais que intervêm junto dele.
REFERÊNCIAS
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Recebido em 31 de Maio de 2013/ Aceite em 17 de Junho de 2013
AGRADECIMENTOS
Este estudo foi parcialmente financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.