Serviços Personalizados
Journal
Artigo
Indicadores
- Citado por SciELO
- Acessos
Links relacionados
- Similares em SciELO
Compartilhar
Psicologia, Saúde & Doenças
versão impressa ISSN 1645-0086
Psic., Saúde & Doenças vol.14 no.2 Lisboa 2013
Acontecimentos de vida negativos e qualidade de vida percebida pelos adolescentes
Negative life events and its influence in perceived quality of life in adolescents
Andreia Pereira1, Cristina Nunes1, Ida Lemos1 & Lara Ayala-Nunes1,2
1 Universidade do Algarve. Faro, Portugal
2 Universidade de Sevilha (Espanha)
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi descrever e analisar os acontecimentos de vida negativos dos adolescentes e sua relação com a qualidade de vida percebida. Participaram 364 adolescentes residentes no Algarve (55,5% raparigas), com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos. Utilizámos a Escala de Situações de Vida Stressantes e o Questionário Kidscreen-52 para crianças e adolescentes e um Questionário de Dados Sociodemográficos e Familiares. Os acontecimentos de vida negativos mais frequentes foram a mudança dos colegas de turma (46,72%), morte de um familiar (34,97%), mudança de escola (30,05%), zangas (28,69%) e doença de um familiar (28,69%). Observámos que os rapazes sofreram mais acontecimentos de vida stressantes, no entanto as raparigas referiram sentir maior impacto emocional. Observámos correlações positivas entre o número de acontecimentos de vida negativos e a qualidade de vida, exceto nas subescalas de Saúde e Atividade física, Amigos e Provocação. O impacto emocional dos acontecimentos de vida negativos apenas estava positivamente associado às subescalas de Sentimentos, Sobre Ti Próprio e Qualidade de Vida Global. Não detetámos diferenças significativas entre rapazes e raparigas na qualidade de vida, exceto em amigos, em que as raparigas obtiveram pontuações mais elevadas.
Palavras-chave: Acontecimentos de vida negativos; adaptação psicossocial; adolescência; qualidade de vida percebida.
ABSTRACT
The aim of the present investigation was to describe and to analyze the relationship between negative evens life experienced and perceived quality of life in adolescents. The participants were 364 adolescents living in the Algarve (55,5% girls, 44,5% boys), aged between 12 and 18 years. We used The Stressful Life Events Questionnaire and the Kidscreen-52 for children and adolescents, and a Socio-demographic Data Questionnaire. Negative life events more frequent were change of classmates (46,72%), death of a family member (34,97%), change of school (30,05%), fights (28,69%) and illness of a family member (28,69%). Boys reported to suffer more stressful life events than girls; however its emotional impact was higher for girls. Positive significant correlations were found between the number of negative life events and the quality of life, except for Health and Activity, Friends and Provocation. The emotional impact of negative life events was positively associated only with the subscales Feelings, About Yourself and Total Quality of Life. No differences were found between boys and girls in Quality of Life, except for relationships with Friends, with higher scores reported by girls.
Keywords: Adolescence; perceived quality of life; psychosocial adjustment; stressful life events.
A adolescência é uma etapa do desenvolvimento marcada por diversas transformações físicas, psicológicas e sociais, interpretadas, por vezes, como ameaçadoras e suscetíveis de levar os indivíduos a desenvolver e adotar condutas disfuncionais. As relações entre o adolescente e o meio envolvente podem moldar o seu desenvolvimento e interferir na sua qualidade de vida (QV). Estando o adolescente sujeito a diversas transformações compreende-se que as mesmas poderão estar na origem e manutenção de diversas perturbações emocionais e comportamentais, que afetam significativamente a sua adaptação psicossocial (Oliva, 2003).
Por acontecimentos de vida negativos (AVN) consideram-se os eventos que alteram, ameaçam, danificam ou desafiam as capacidades físicas, psicológicas e sociais dos seres humanos (Compas, 2004), com efeitos tanto mais prejudiciais quanto menores as estratégias de enfrentamento e recursos no ambiente do indivíduo (Oliva, Jiménez, & Parra, 2009). Os AVN são um dos principais fatores de risco na adaptação psicossocial do individuo devido ao seu impacto emocional e possível esgotamento de estratégias de enfrentamento (Rutter, Tizard, & Whitmore, 1970; Jiménez, Menéndez, & Hidalgo, 2008).
A vivência de AVN durante a adolescência pode acarretar repercussões negativas para o desenvolvimento. No entanto, alguns destes AVS podem significar desafio ou um processo de aprendizagem. A heterogeneidade de respostas e os diferentes graus de impacto emocional das adversidades estão relacionados com a natureza dos acontecimentos stressantes, com o significado que lhes é atribuído, com o suporte familiar e social para lidar com os mesmos e com as características individuais e as estratégias de enfrentamento utilizadas (Aggarwal, Prabhu, Anand, & Kotwal, 2011).
Apesar da ocorrência de AVN tender a aumentar com o tempo, vários estudos realizados com crianças e adolescentes observaram que a presença de acontecimentos normativos (preocupações, tensões e dificuldades cotidianas) é a mais frequente (Coddington, 1972; Compas, 1987; Compas, Davis, & Forsythe, 1985). Geralmente, as raparigas reportam um impacto emocional mais elevado do que os rapazes e mais AVN de índole interpessoal (ex.: rutura de amizades), enquanto os rapazes vivenciam mais AVN de carácter comportamental (Jiménez et al., 2008). No entanto, os adolescentes que usufruem de um bom suporte social e familiar percecionam os AVN de forma menos catastrófica e utilizam estratégias de enfrentamento mais assertivas e funcionais (Jose & Kilburg, 2007) e percecionam a sua QV de forma mais satisfatória ao nível da saúde física, psicológica, emocional e social (Gaspar & Matos, 2008).
O presente estudo teve como objetivo descrever e analisar os AVN e a sua relação com a qualidade de vida percebida pelos adolescentes.
MÉTODO
Participantes
Participaram 364 adolescentes residentes no Algarve, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos (M= 14,58, DP= 1,70), dos quais 55.5% eram raparigas. A maioria vivia em famílias biparentais (72%). Os pais tinham em média 44,97 anos de idade (DP = 6,62) e as mães 41,61 (DP = 5,61). A maioria dos pais tinha um nível de estudos e qualificação laboral baixos (Quadro 1).
Material
Acontecimentos de Vida Negativos. Utilizámos a adaptação portuguesa de Nunes e Lemos (2010) dos Acontecimientos Vitales Estresantes de Oliva, Jiménez, Parra e Sanchez-Queija (2008). Este inventário é autoadministrado e avalia a quantidade e o impacto de 25 acontecimentos negativos vividos nos últimos cinco anos e o seu impacto emocional Contém situações vividas pelos adolescentes no contexto familiar, escolar ou no grupo de pares (e.g. divórcio ou separação dos pais, mudança de casa, a morte de um familiar próximo, repetição do ano letivo, rutura das relações com o namorado/a, entre outros). O nível de consistência interna para o impacto emocional obtido com a presente amostra foi de a = 0,80.
Kidscreen-52 (Gaspar & Matos, 2008). Avalia a qualidade de vida percebida em crianças e adolescentes dos 8 aos 18 anos. É composto por dez subescalas: Saúde e atividade física, Sentimentos, Estado de humor geral, Sobre ti próprio, Autonomia e tempo-livre, Família e ambiente familiar, Questões económicas, Amigos, Ambiente escolar e aprendizagem e Provocação. No presente estudo obtivemos um nível de consistência interno satisfatório para todas as subescalas (Saúde: a = 0,82; Sentimentos: a = 0,88; Humor: a = 0,84; Sobre ti próprio: a = 0,61; Autonomia: a = 0,86; Família: a =0,86; Questões económicas: a =0,91; Amigos: a = 0,87; Ambiente escolar: a = 0,81 e Provocação a = 0,74).
Questionário sociodemográfico. Utilizámos o questionário de Lemos, Nunes e Nunes (2013) para recolher dados relativos a idade, sexo, escolaridade, dimensão e estrutura familiar, qualificações e estatuto laboral dos pais.
Procedimento
Após a obtenção das autorizações da Direção Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) e dos Conselhos Executivos das escolas, foram obtidos os consentimentos informados dos encarregados de educação. Os questionários foram aplicados coletivamente, em sala de aula, na presença do investigador.
RESULTADOS
Como podemos observar na Figura 1, os AVN mais frequentes foram a mudança de colegas de turma (61,54%), a morte de um familiar (45,88%), a mudança de escola (38,74%), as zangas entre os pais (35,16%) e as doenças de familiares (34,34%). No que concerne ao impacto emocional, os acontecimentos de vida negativos com maior impacto são a morte familiar (M= 2,97, DP = 3,96), a doença de um familiar (M= 2,27, DP = 3,65), as zangas entre os familiares (M= 1.90, DP= 3,15), a mudança de colegas de turma (M= 1,89, DP= 2,60) e as zangas com o namorado (M= 1.80, DP = 3,15).
Relativamente às subescalas do Kidscreen, podemos observar no Quadro 2 que, no geral, todas as dimensões se encontram positiva e significativamente correlacionadas entre si, , exceto as subescalas Escola e aprendizagem com Provocação.
As subescalas com pontuações mais elevadas foram as de Provocação (M = 4,55, DP = 0,63), Amigos (M = 4,08, DP = 0,67) e Estado de humor geral (M = 4,04, DP = 0,73).
Quanto aos acontecimentos de vida negativos e o seu impacto emocional, observámos uma relação negativa e significativa com todas as dimensões da qualidade de vida percebida exceto com a Saúde e atividade física, Amigos e Provocação. O impacto emocional percebido só se relacionou negativa e significativamente com as subescalas: Sentimentos (r = -0,13, p = 0,013) e Sobre ti próprio (r = -0,11, p = 0,05).
Não observámos diferenças significativas nas subescalas da QV entre rapazes e raparigas, exceto na subescala Amigos (F(1; 356) = 5,62, p = 0,018), em que as raparigas percebem uma QV superior (Quadro 3).
Por último, não observámos diferenças estatisticamente significativas no número total de AVN entre sexos, porém as raparigas reportam um maior impacto emocional (F (1; 347) = 15,04, p = 0,000) (Quadro 4).
DISCUSSÃO
Neste estudo analisámos a frequência e o impacto emocional causado pelos AVN e suas relações com a qualidade de vida percebida pelos adolescentes. Tal como observado em estudos anteriores, os contextos em que os AVN ocorrem com maior frequência e têm maior impacto emocional são a família e a escola (e.g. Oliva, Jiménez, Parra, & Sánchez-Queija, 2008; Jiménez, Menéndez, & Hidalgo, 2008). Tal como nestes estudos, a morte de um familiar foi o AVN com maior impacto emocional para os adolescentes.
Contrariamente a outros estudos (Compas et al., 1985), não observámos diferenças entre os rapazes e raparigas quanto à frequência dos AVN. No entanto, as raparigas mencionaram sentir maior impacto emocional. Este resultado, encontrado também no estudo de Jiménez e colaboradores (2008), poderá estar relacionado com a precocidade do desenvolvimento físico, emocional e moral das raparigas, que pode exigir mais competências e um maior ajuste psicoemocional, que os rapazes só terão que enfrentar mais tarde (Graber & Stong, 2004).
Em relação à QV dos adolescentes, observámos pontuações mais elevadas em Provocação, Amigos e Estado de humor geral. Tal como nos estudos de Gaspar e Matos (2008) e Ravens-Sieberer et al. (2005) a Saúde/atividade física e Escola/ aprendizagem tiveram pontuações mais baixas. Apenas observámos diferenças significativas entre raparigas e rapazes na subescala amigos. Outros estudos confirmam esta perceção mais satisfatória das raparigas face ao contexto social (Gaspar & Matos, 2008; Gaspar, Ribeiro, Matos, Leal, & Ferreira, 2012; Michel, Bisegger, Fuhr & Abel, 2009; Ravens-Sieberer et. al, 2005). Segundo Gaspar et al. (2012), isto pode dever-se ao facto das raparigas utilizarem o suporte social como uma estratégia enfrentamento às adversidades, enquanto os rapazes tendem a evitar os problemas, exteriorizando as suas emoções (ex.: agressões) e refugiando-se em comportamentos de adição (ex.: consumo de substâncias).
Observámos ainda que a frequência e o impacto emocional dos AVN estavam negativa e significativamente associados à perceção da qualidade de vida pelos adolescentes. Esta evidência é corroborada pela literatura que, enfatiza a vulnerabilidade dos adolescentes face à presença de fatores de risco (e.g. Gaspar & Matos, 2008).
Importa pois que as intervenções psicológicas junto dos adolescentes em contexto escolar tenham em atenção a exposição a acontecimentos negativos na infância e adolescência como fatores que podem ter um impacto negativo na qualidade de vida, salientando-se no entanto, que tais intervenções devem dirigir-se não apenas aos contextos em que vivem os adolescentes mas também ao reforço das suas competências ou recursos individuais.
REFERÊNCIAS
Aggarwal, S., Prabhu, A. R. H., Anand, A., & Kotwal, A. (2007). Stressful life events among adolescents. The development of a new measure. Indian Journal of Psychiatry, 49(2), 96-102. Available from: http://www.indianjpsychiatry.org/text.asp?2007/49/2/96/33255 [ Links ]
Compas, E., Davis, G. E. & Forsythe, C. J. (1985). Characteristics of life events during adolescence. American Journal of Community Psychology, 13, 677-691. doi: 10.1007/BF00929795 [ Links ]
Compas, E. B. (1987). Stress and life events during childhood and adolescence. Clinical Psychology Review, 7, 275-302. doi: 10.1016/0272-7358(87)90037-7 [ Links ]
Compas, B. E. (2004). Processes of risk and resilience: Linking contexts and individuals. In R. Lerner, & L. Steinberg. Handbook of Adolescent Psychology (2nd ed.) (pp. 271-272). New Jersey: John Wiley & Sons. [ Links ]
Gaspar, T., & Matos, M. G. (2008). Qualidade de Vida em Crianças e Adolescentes - Versão Portuguesa dos Instrumentos KIDSCREEN-52. Cruz Quebrada: Aventura Social e Saúde. [ Links ]
Gaspar, T., Matos, M. G., Pais, R., José, L., Leal, I. & Ferreira, A. (2009). Health-Related Quality of Life in Children and Adolescents and Associated Factors. Journal of Cognitive and Behavioral Psychotherapies, 9(1), 33-48. [ Links ]
Gaspar, T., Pais, R., Matos, M. G., Leal, I. (2008). Promoção de qualidade de vida em crianças e adolescentes. Psicologia, Saúde & Doenças, 9(1), 55-71. [ Links ]
Gaspar, T., Ribeiro, J. P., Matos, M, G., Leal, I. & Ferreira, A. (2012). Health-Related Quality of Life in Children and Adolescents: Subjective Well Being. The Spanish Journal of Psychology, 15, 177-186. doi:10.5209/rev_SJOP.2012.v15.n1.37306 [ Links ]
Graber, J.A. & Sontag, L. M. (2004). Internalizing problems during adolescence. In R. Lerner & L. Steinberg. (2009). Handbook of Adolescent Psichology, (3a ed.) (pp. 643-646). New Jersey: John Wiley & Sons. [ Links ]
Lemos, I., Nunes, C., & Nunes, L. (in press, 2013). Quality of life and stressful life events in first and second generation immigrant adolescents. Journal of Spatial and Organizational Dynamics - Discussion Papers, 14. [ Links ]
Kristensen, C. H., Leon, J. S. DIncao, D. B. & DellAglio, D. D. (2004). Análise da frequência e do Impacto de Eventos Estressores em uma Amostra de Adolescentes. Interação em Psicologia, 8(1), 45-55. [ Links ]
Jiménez, L. G., Dekovic, M., & Hidalgo, V. (2009). Adjustment of school-aged children and adolescents growing up in at-risk families: relationships between family variables and individual, relational and school adjustment. Children and Youth Services Review, 31, 654-661. doi:10.1016/j.childyouth.2008.12.007 [ Links ]
Jiménez, L. G., Menéndez, S. A., & Hidalgo, M. V. G. (2008). Un Análisis de los Acontecimientos Vitales Estressantes durante la Adolescencia. Apuntes de Psicología, 26(3), 427-440. [ Links ]
Jiménez, L. G., Menéndez, S. A. & Hidalgo, M. V. G. (2009). An analysis of stressful life events during adolescence. Psychology in Spain, 13(1), 1-8. [ Links ]
Jose, P. E. & Kilburg, D. F. (2007). Stress and coping in Japanese children and adolescents. Anxiety, Stress & Coping, 20, 283-298. doi: 10.1080/10615800701272519. [ Links ]
McKinney, C., Donnelly, R., & Renk, K. (2008). Perceived parenting, positive and negative perceptions of parents, and late adolescent emotional adjustment. Child and Adolescent Mental Health, 13, 66-73. doi: 10.1111/j.1475-3588.2007.00452.x [ Links ]
Michel, G., Bisegger, C., Fuhr, D. C. & Abel, T. (2009). Age and gender differences in health-related quality of life of children and adolescents in Europe: a multilevel analysis. Quality of Life Research, 18, 11471157. doi: 10.1007/s11136-009-9538-3. [ Links ]
Nunes, C., & Lemos, I., (2010).Acontecimentos de Vida Negativos. Versão portuguesa dos Acontecimientos Vitales Estresantes de Oliva, Jiménez, Parra e Sanchez-Queija (2008). Documento não publicado, Universidade do Algarve, Faro, Portugal. [ Links ]
Oberle, E., Schonert-Reichl, K. A. e Zumbo, B. D. (2011) Life satisfaction in early adolescence: Personal, neighborhood, school, family, and peer influences. Journal Youth Adolescence, 40, 889 901. doi: 10.1007/s10964-010-9599-1. [ Links ]
Oliva, A. (2003). Adolescencia en España a principios del siglo XXI. Cultura y Educación, 15(4), 1-11. [ Links ]
Oliva, A., Jiménez, J. M., Parra, A. & Sánchez-Queija, I. (2008). Acontecimientos vitales estresantes, resiliencia y ajuste adolescente. Revista de Psicopatologia y Psicologia Clinica, 13(1), 53-62. [ Links ]
Oliva, A., Jiménez, J. M. & Parra, A. (2009). Protective effect of supportive family relationships and the influence of stressful life events on adolescent adjustment. Anxiety, Stress & Coping, 22, 137-152. doi: 10.1080/10615800802082296. [ Links ]
Sandoval, M., Lemos, S., & Vallejo, G. (2006) Self-reported competences and problems in Spanish adolescents: A normative study of the YSR. Psicothem [ Links ]
Recebido em 31 de Maio de 2013/ Aceite em 17 de Junho de 2013
AGRADECIMENTOS
Este estudo foi parcialmente financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia