SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.22 número1Relações entre mindfulness, alimentação intuitiva e emocional em adultos. índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.22 no.1 Lisboa abr. 2021  Epub 30-Abr-2021

https://doi.org/10.15309/21psd220126 

Artigo

Grupos operativos como dispositivo na promoção da saúde.

The operative group technique applied for health promotion.

Ederson Mariano1 

Sandra Diamante1 

Regiane Macuch1  2 

Rute Grossi-Milani1  2 

1Universidade Cesumar (UNICESUMAR), Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde, Maringá, Brasil, ederpsico@hotmail.com, sdiamante12@gmail.com, rmacuch@gmail.com, rute.milani@unicesumar.edu.br

2 Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação. Bolsista Produtividade em Pesquisa do ICETI, Maringá, Brasil


Resumo

O grupo operativo é uma técnica que auxilia no processo de conscientização e aprendizagem em saúde. O presente estudo visa analisar as produções científicas que empregaram intervenções grupais em promoção da saúde utilizando o referencial teórico dos grupos operativos. Utilizaram-se os descritores grupos operativos, promoção da saúde, operative groups and health promotion com filtragem dos últimos cinco anos, por meio de consulta às bases de dados EBSCO, LILACS, PEPSIC, SciELO, WEB OF SCIENCE e PSYCINFO. Foram selecionados 10 estudos a partir de análises por título e resumo, e posteriormente, segundo os conceitos e técnicas empregados nos grupos operativos. Os estudos foram divididos em duas categorias: grupos operativos em usuários dos serviços de saúde, assistência social e educação; e grupos operativos aplicados aos profissionais. Os grupos foram em sua maioria voltados para educação em saúde, possibilitando estratégias eficientes de escuta das necessidades, troca de conhecimentos e mudancas no modo de pensar e agir em saúde. Em geral, os estudos enfocaram a tarefa e o vínculo afetivo para alcançar os objetivos, que se constituem os princípios organizadores do grupo operativo. Para isso, salienta-se a necessidade do planejamento e conhecimento aprofundado sobre o manejo técnico para que os objetivos iniciais da intervenção grupal sejam alcançados. A escassez de trabalhos científicos publicados sobre a prática grupal operativa aplicada à promoção da saúde demonstra a necessidade de capacitação dos profissionais e maiores investimentos no ensino de tal metodologia.

Palavras-Chave: processos grupais; educação em saúde; promoção do bem-estar; saúde comunitária

Abstract

The operative group is a technique that assists in the health awareness and learning process. In this study analyzes the scientific productions that used groups in health promotion using the theoretical reference of the operative groups. The descriptors were used operative groups, health promotion, operative groups and health promotion with filtering of the last five years, by consulting the databases EBSCO, LILACS, PEPSIC, SciELO, WEB OF SCIENCE and PSYCINFO. 10 studies were selected from analyzes by title and summary, and later, according to the concepts of operative groups. The studies were divided into two categories: operative groups on users of health services, social assistance and education; and operative groups to professionals. The groups were mostly focused on health education, enabling an efficient approach of need, exchange of knowledge and changes in the way of thinking and acting in health. In general, the studies focused on the task and the affective bond to achieve the objectives, which combine the organizing principles of the operative group. To this end, the need for planning and in-depth knowledge of technical management is emphasized so that the initial objectives of group intervention are achieved. The scarcity of published scientific works on operative group practice applied to health promotion demonstrates the need for training professionals and greater investments in teaching such a methodology.

Keywords: group processes; health education; wellness promotion; community health

No campo da saúde, o trabalho com grupos configura-se uma prática de cuidado reconhecida, potencializada pelos vínculos estabelecidos na vivência grupal. O trabalho com grupos permite fortalecer as capacidades dos sujeitos, gerando mudanças de comportamento, desenvolvimento da autonomia e enfrentamento de condições geradoras de sofrimento, o que evidencia as vantagens da intervenção coletiva. Representa valioso instrumento a serviço da autonomia, autocuidado dos usuários e desenvolvimento contínuo do nível de saúde e das condições de vida (Furlan & Campos, 2014; Menezes & Avelino, 2016; Santos et al., 2006).

O uso de grupos operativos ganhou a atenção dos profissionais de saúde pelo seu potencial de aplicabilidade a partir da década de 1970, tornando-se uma prática cada vez mais frequente por equipes multidisciplinares no campo da saúde coletiva no Brasil. São recomendados pelas ações programáticas do Ministério da Saúde (MS), aos pacientes prioritários de doenças/agravos: grupo para pessoas com diabetes, hipertensão arterial; atividade física; planejamento familiar; grupos de adesão medicamentosa, como também em ações de promoção da saúde (Furlan & Campos, 2014).

A técnica é utilizada com o objetivo de esclarecer os obstáculos que se apresentam na tarefa proposta, procurando maior eficácia na resolução da mesma. A tarefa deve tanto trazer integração ao grupo, como aprendizagem (Pichon-Riviére, 2005). Para um grupo tornar-se operativo, ele tem de preencher três condições: motivação para a tarefa, mobilidade nos papéis a serem desempenhados e disponibilidade para as mudanças que são necessárias (Osório, 2000; Vincha et al., 2014).

Portanto, a aplicação da intervenção grupal vem se revelando instrumento eficaz para pensar a saúde pública e criar espaços de socialização e integração das experiências humanas (Dutra & Corrêa, 2015; Menezes & Avelino, 2016). Estudos apontam que o grupo, como modalidade de cuidado coletivo à população, tornou-se frequente nos serviços de saúde, devido ao seu reconhecimento enquanto prática de educação em saúde. Pois o cuidado em grupo envolve a constituição da subjetividade e do psiquismo, assim como a elaboração do conhecimento em saúde, a partir das relações interpessoais estabelecidas (Afonso & Coutinho, 2010; Ferreira Neto & Kind, 2011).

Conforme exposto, a utilização de grupos como ferramenta tecnológica é instrumento eficaz na promoção da saúde, tanto dos usuários, quanto dos trabalhadores, pois é através do processo grupal que ocorre educação em saúde e o empoderamento dos envolvidos (Dall’agnol et al., 2012; Ferreira Neto & Kind, 2010; Menezes & Avelino, 2016). A utilização dos grupos operativos como instrumento metodológico nas áreas de atuação do psicólogo, do assistente social, do enfermeiro e de outros profissionais que coordenam grupos na área da saúde tem se mostrado produtiva (Ferreira Neto & Kind, 2010; Fortuna et al., 2005; Menezes & Avelino, 2016; Santos, 2005). Contudo, conforme aponta Pereira (2013), o uso do termo grupo operativo deve estar fundamentado no referencial teórico-técnico de Pichon-Rivière, sem se confundir com outros tipos de grupos, como os grupos focais ou os mais voltados para o processo da psicoeducação. Logo, questiona-se de que forma as práticas de saúde nessa modalidade de intervenção podem se constituir ferramenta eficaz na promoção da saúde. Neste sentido, o presente artigo visa analisar as produções científicas que empregaram intervenções grupais em promoção da saúde utilizando o referencial teórico dos grupos operativos.

Método

Trata-se de um estudo de revisão sistemática, a fim de verificar o estado da arte sobre grupos operativos e promoção da saúde. Utilizaram-se os descritores “grupos operativos” e “promoção da saúde”, bem como “Operative Groups” and “Health Promotion” com filtragem dos últimos cinco anos.

Foram encontrados 48 artigos nas bases de dados pesquisadas: EBSCO (n=10), LILACS (n=7), PEPSIC (n=11), SCIELO (n=8), WEB OF SCIENCE (n=7) e PSYCINFO (n=5). Primeiramente foi feita a análise por título e, posteriormente, por resumo, o que levou à exclusão de alguns trabalhos (n=34). Posteriormente os artigos selecionados foram lidos integralmente e incluídos nesta revisão mediante critérios apresentados a seguir: (1) estudos realizados com seres humanos, sem restrição de idade; (2) ensaios clínicos randomizados controlados, ensaios clínicos não randomizados, ensaios comunitários, ensaios de campo, estudos observacionais e relatos de experiências; (3) estudos com indivíduos de qualquer população e condição de saúde submetidos à metodologia de grupos operativos como forma de educação/intervenção. Os critérios de exclusão foram: (1) revisão de literatura, testes, dissertações, livros e capítulos. Os estudos foram avaliados por dois autores de forma independente em relação à elegibilidade e, em caso de discordância, um terceiro avaliador foi solicitado. Restaram dez artigos.

Resultados

Para análise do conhecimento científico apresentado nos artigos, com enfoque na temática grupos operativos e promoção da saúde, considerou-se: (1) autoria: apresentando o nome dos autores e ano de publicação; (2) população e amostra: detalhando o número, o tipo de participantes e denominação (idoso, família, adolescente, profissional de saúde/educação); (3) tipo de procedimento de intervenção realizado, além do grupo operativo; (4) temática: o que foi discutido no estudo e seus principais objetivos; (5) e principais conclusões: enfocando os grupos operativos como forma de promoção de saúde (Quadro 1).

Quadro 1 Estudos utilizando a ferramenta grupos operativos para promoção da saúde (N=10). 

Nota: Sem Informação (SI). Grupos Operativos (Grupos Op.)

Quanto à população, foi possível verificar que os usuários dos serviços de saúde, assistência social e educação foram o público-alvo de oito dos trabalhos publicados (Albuquerque et al., 2014; Almeida et al., 2017; Breitenbach & Levandowski, 2015; Esteves & Bento, 2015; Levandowski, 2015; Lucchese et al., 2015; Oliveira et al., 2016; Santeiro et al., 2014; Silva et al., 2018), dentre eles: primigestas, pais de adolescentes, mães de filhos deficientes, adolescentes, gestantes, estudantes de enfermagem, familiares em sofrimento mental e calouros de psicologia. Em dois estudos a população foi composta por profissionais da saúde, assistência social e educação, (De Tilio, 2013; Santos et al., 2016), incluindo professores do ensino fundamental e equipe multiprofissional de saúde.

Houve uma grande variação no número de participantes nas amostras das intervenções grupais, de 8 a 54 participantes; dois dos estudos não apresentaram o número de participantes. Pode-se observar que em grupos fechados a média varia de oito até vinte e um participantes. Nos grupos abertos ou permanentes as amostras foram maiores, sendo constituídas de 22 até 54 participantes.

Referente às metodologias abordadas, predominaram as qualitativas, com estudos de casos, relatos de experiências, pesquisa-ação e observação participante. Quanto ao tratamento dos dados destaca-se a predominância da análise de conteúdo temática, seguida da própria metodologia dos grupos operativos, com o Esquema Conceitual Referencial Operativo (ECRO) e o Cone Invertido.

Em todos os estudos o grupo operativo foi o procedimento de intervenção, variando de cinco a 32 encontros. Em alguns, adotaram também outros procedimentos, como: roda de conversa, palestras iniciais, entrevistas abertas, semi-estruturadas ou mistas, filmes comerciais, oficinas culinárias e debates clínicos. Dois estudos colocaram em evidência a importância de palestras iniciais de sensibilização para posteriormente formar o grupo, destacando a dificuldade da população em aceitar a intervenção grupal por não entender seu sentido, que é a troca de experiências e o "aprender junto” (Santos et al., 2016; Silva et al., 2018).

Dos objetivos das pesquisas, quatro estudos (Almeida et al., 2017; Breitenbach & Levandowski, 2015; De tilio, 2013; Levandowski, 2015; Oliveira et al., 2016) buscaram proporcionar a reflexão sobre: a escolha da carreira dos filhos; filhos com deficiências; adolescentes com ausência paterna; a dinâmica de trabalho multiprofissional e do apoio matricial em saúde. Outros quatro (Esteves & Bento, 2015; Lucchese et al., 2015; Santeiro et al., 2014; Santos et al., 2016) tiveram como proposta principal: relatar a experiência da intervenção grupal, com professores do ensino fundamental; gestantes, estudantes de enfermagem e calouros de psicologia. Albuquerque et al. (2014) investigaram mudanças no nível da ansiedade e depressão durante a intervenção grupal em familiares com sofrimento mental, usuários de Unidades Básicas de Saúde e idosos, que visou proporcionar reflexão a respeito de modos de vida mais saudáveis e bem-estar mental. Já Silva et al. (2018) buscaram promover a educação em saúde para primigestas.

Os resultados, em sua maioria, apresentaram de forma positiva os efeitos das intervenções. Tais como, a eficiência dos grupos operativos nas reflexões sobre promoção e educação em saúde, na participação ativa dos usuários, no aprendizado em saúde, nas reflexões sobre temas norteadores ou centrais, nas ressignificações de novos modelos de atuação profissional, nas novas formas de enfrentamento da saúde e na adoção de práticas mais saudáveis. Demonstraram que o grupo foi um procedimento profícuo à realização de pesquisa nas mais diversas temáticas, ademais, permitiram dar profundidade às discussões.

A despeito do pequeno número de estudos publicados sobre grupos operativos e promoção da saúde no país e no exterior, alguns autores (Albuquerque et al., 2014; Lucchese et al., 2015; Oliveira et al., 2016; Silva et al., 2018) referem a necessidade de maiores investimentos e capacitação para se trabalhar com esta modalidade de intervenção, e também a conscientização dos usuários sobre a forma correta do que caracteriza uma intervenção grupal.

Para maior compreensão das publicações selecionadas, buscou-se analisar porque foi escolhida a modalidade de grupo operativo e quais os principais resultados e impactos à promoção da saúde. Os estudos foram divididos em duas categorias: Grupos Operativos em usuários dos serviços de saúde, assistência social e educação; e Grupos Operativos aplicados aos profissionais.

Grupos Operativos com usuários dos serviços de saúde, assistência social e educação

Ao buscar promover ações de educação em saúde por meio da intervenção grupal com dez primigestas (de quarenta e duas convidadas), Silva et al. (2018) optaram pela escolha dos grupos operativos sob a perspectiva transformadora, na qual os participantes são vistos como sujeitos capazes de uma construção conjunta. Os autores destacaram que o espaço grupal possibilitou a explicitação de ansiedades e medos inerentes à primeira gestação e a oportunidade de construção de conhecimento e bem-estar coletivo. Eles destacaram a importância de se adotar um referencial metodológico para a condução de grupos que amplie a visão para as variáveis envolvidas durante o processo grupal, permitindo a troca de saberes criativa e eficaz, além de oferecer acolhimento e promoção da saúde.

Na busca de realizar ações educativas sobre promoção da alimentação materno infantil com quinze gestantes, Esteves e Bento (2015) optaram pela metodologia operativa devido à forma como acontece a construção da educação em saúde na relação grupal, de modo que a construção de determinado conhecimento é compartilhada gradativamente com todos os participantes. O grupo apresentou-se como espaço de aprendizagem que proporcionou às gestantes auxílio para organizarem o pensamento sobre o tema proposto. Percebeu-se aumento dos conhecimentos e sensibilização sobre a importância da alimentação adequada e saudável para elas e seus bebês, bem como o papel do grupo como facilitador da construção do conhecimento em alimentação e nutrição materna infantil.

Oliveira et al. (2016) buscaram compreender os significados atribuídos ao grupo operativo por mães que cuidavam do filho com deficiência. A prática grupal enfocou a tarefa e o vínculo para alcançar os objetivos, que se constituem princípios organizadores do grupo operativo. As autoras destacaram que o vínculo estabelecido entre as participantes facilitou o modo como cada uma interagiu a partir de suas próprias necessidades. Desse modo, o grupo as auxiliou a se organizarem internamente e a se mobilizarem, possibilitando a aprendizagem e o diálogo acerca dos desafios em comum e o enfrentamento das situações vivenciadas. As autoras ressaltaram a necessidade dos serviços de saúde investirem na oferta de atividades grupais, com ênfase na formação dos profissionais da saúde em intervenções grupais. E problematizaram a escassez de literatura que relaciona a prática do grupo operativo, denotando a necessidade do incremento de novas investigações nesta área.

Com a proposta de identificar mudanças percebidas por familiares de crianças e adolescentes em sofrimento mental que participam de grupos operativos, Albuquerque et al. (2014) recorreram à metodologia operativa por ser uma prática que apresenta resultados favoráveis ao processo de aprendizagem em saúde. Segundo os autores, a adaptação da técnica do grupo operativo no contexto dos serviços de saúde é bastante comum, pois muitos dos princípios da teoria são utilizados em grupos terapêuticos, conduzidos por profissionais da saúde que não são necessariamente especialistas na técnica do grupo operativo. Com a intervenção foi possível observar, a respeito dos benefícios percebidos pelos familiares, mudanças na expressão de sentimentos; mudanças na percepção de si; aprendizagem de técnicas para lidar com o sofrimento mental.

Almeida et al. (2017) adotaram a modalidade de grupos operativos aplicada a pais de adolescentes em processo da escolha da carreira. Abordaram como tarefa a superação de resistências, o refletir sobre o papel que exerciam na construção da carreira e, concomitantemente, a expressão de ideias, sentimentos e posicionamentos que mantinham junto aos filhos. Durante os grupos operativos os pais puderam explicitar estratégias para controlar a autonomia dos filhos, tomando consciência de seus desejos latentes de obstaculizar o processo de separação psicológica. Os resultados mostraram que os pais puderam refletir sobre os seus sentimentos ambivalentes e ressignificar seu envolvimento nas escolhas iniciais de carreira dos adolescentes. O grupo operativo revelou ser uma estratégia apropriada para a intervenção, proporcionado a participação mais ativa dos pais no processo de orientação profissional dos filhos com escolhas mais saudáveis perante os seus desejos.

Ao relatar as atividades desenvolvidas em um grupo operativo realizado com adolescentes do sexo feminino, que vivenciavam a ausência paterna temporária, por motivo profissional, Breitenbach e Levandowski (2015), destacaram que a metodologia foi adotada por enfatizar, por meio da aprendizagem, os problemas pessoais relacionados à realidade de cada adolescente, promovendo a capacidade de reflexão e pensamento sobre esses sentimentos. Foi possível compreender que a intervenção grupal proporcionou a participação efetiva das adolescentes e a mostrou a importância de envolver os familiares em atividades com o objetivo em temas complexos do bem-estar da família.

Analisando a proposta didático-pedagógica de ensino da estratégia de grupos para graduandos de Enfermagem, Lucchese et al. (2015) tiveram como objetivo ensinar sobre grupos fazendo grupos, no interjogo de papéis entre participantes, coordenador e observador. Os autores adotaram o grupo operativo na busca pelo “aprender a pensar” nos moldes da resolução dos problemas originados e apresentados no espaço grupal, no “aqui-agora-comigo”. Nesse ambiente de trocas de experiências teórico-práticas possibilitaram a inter-relação de diferentes aprendizagens. A intervenção grupal permitiu o despertar do aprendiz para futuras relações, em função do trabalho coletivo. O grupo se constituiu a partir de um vínculo forte com o trabalho, aplicável às diversas áreas de abrangência profissional, sobretudo em relação aos benefícios que ele pode proporcionar a uma determinada população, equipe, organização ou indivíduo específico. Ainda, os autores expressaram a necessidade da realização de estudos em outros contextos, para o aprimoramento das práticas de ensino de estratégias de grupo na formação profissional.

Santeiro et al. (2014) trabalharam com recursos fílmicos no acolhimento de calouros de Psicologia. Após as exibições (n=32) eram realizados grupos operativos centrados em tarefas promotoras de aprendizados que visavam o pensar em termos de resolução de dificuldades criadas e manifestadas no campo grupal, como também favoreceu o pensar e o aprender, permitindo superar dificuldades de aprendizagem inerentes à determinada tarefa. O grupo foi um recurso possível na vida dos estudantes como forma de aprendizagem e bem-estar na universidade, num período no qual, ambivalências são marcas cotidianas, algumas ligadas à escolha profissional, a qual envolve perdas paralelas aos ganhos, e outras relativas ao processo de transição do ensino médio para o contexto universitário.

Grupo operativo em profissionais da saúde, assistência social e da educação

A necessidade de separar a intervenção grupal com os profissionais da saúde, assistência social e da educação deu-se devido aos resultados se apresentarem de formas diferentes, pois enfocaram a ressignificação de novos modelos de atuação profissional e a melhora dos relacionamentos interpessoais no trabalho.

Duas psicólogas voluntárias realizaram grupos operativos a partir da necessidade advinda da coordenação de uma escola pública de Ensino Fundamental I e II, com a proposta de avaliar os efeitos da intervenção grupal dentro da construção do plano pedagógico. A modalidade operativa foi escolhida por favorecer o exame das relações interpessoais, ou seja, nos entraves de comunicação é que aparecem espontaneamente os padrões de relacionamento estabelecidos pelos membros do grupo. A maior tarefa constituiu em fazer a equipe escolar perceber que detinha a chave da solução para a desunião da equipe, a incomunicabilidade generalizada e o clima geral de “caça aos culpados”. Os participantes foram professores que possuíam livre acesso para entrar ou sair durante os oito encontros realizados. O grupo operativo caracterizou-se como um espaço coloquial aberto ao diálogo entre pessoas que trabalham na mesma instituição. Privilegiou-se a comunicação espontânea e despretensiosa, a fim de criar um momento propício para identificar os problemas e refletir sobre o que poderia ser melhorado, além de oferecer a oportunidade para repensar-sentir-agir, resgatando as experiências bem-sucedidas e as histórias de sucesso dos próprios participantes (Santos et al., 2016). A partir da análise dessa experiência foi constatado que o dispositivo grupal fortaleceu a disposição dos participantes para refletir sobre possíveis condutas alternativas diante de problemas e obstáculos que se apresentavam na trajetória de cada um, sempre em permanente transformação, contribuindo para um ambiente de trabalho mais favorável e bem-estar organizacional.

Tendo como enfoque a humanização no atendimento, a necessidade de horizontalização das relações entre gestores/profissionais/usuários e a formação continuada, De Tilio (2013) buscou proporcionar um espaço que ressignificasse as habilidades técnico-interventivas dos profissionais envolvidos. Para tal, foram realizados dez encontros de grupo operativo com integrantes da equipe multiprofissional de saúde e assistência social. Os participantes foram 20 profissionais, com a participação efetiva de apenas oito. A metodologia participativa foi o motivo da escolha do trabalho com os grupos operativos, que garantiu a participação ativa dos integrantes, o envolvimento e a otimização do trabalho a ser realizado. Nos encontros operativos a tarefa foi delimitada, preestabelecida e decidida pelos participantes, isso proporcionou que cada envolvido ocupasse um lugar de destaque e importância durante os encontros. De Tilio (2013) destacou, dentre os resultados, a forma como os profissionais propuseram ações para reverter situações que antes não eram discutidas, tais como a reflexão sobre práticas vigentes e instauração de novos modelos de atenção e atendimento na organização e gestão do trabalho em saúde e assistência social.

Discussão

Foi no Hospital Psiquiátrico de Las Mercedes, em Buenos Aires, que Pichon-Riviére iniciou a construção da técnica dos grupos operativos. Ao assumir o setor de recepção dos pacientes percebeu que a forma de abordagem dos doentes não contribuía para o seu diagnóstico e tratamento, e observou que os enfermeiros desconheciam temas importantes, como a doença mental. Foi, então, criado o primeiro grupo operativo de aprendizagem, tendo como tarefa o aprendizado sobre as doenças mentais e a forma de relacionamento com os pacientes (Pichon-Riviére, 2005). Nota-se que essa preocupação apareceu nos trabalhos analisados, tanto com usuários, quanto com profissionais, na busca por refletir sobre possíveis condutas alternativas diante de problemas e obstáculos que se apresentavam na trajetória de cada um, sempre em permanente transformação, obtendo-se aprendizado coletivo que contribuiu para um ambiente mais favorável à saúde (Lucchese et al., 2015; Oliveira et al., 2016; Santos et al., 2016).

A criação de ambientes favoráveis à saúde implica no reconhecimento da complexidade das relações de interdependência entre diversos setores. É necessário considerar o impacto das mudanças sociais sobre a saúde, assim como a busca em conquistar espaços que facilitem e favoreçam discutir e pensar sobre o processo de saúde e bem-estar. Essas ideias devem ser trabalhadas de modo prático, levando em conta os fatores que as norteiam, como as condições econômicas e de educação (Albuquerque et al., 2014; Almeida et al., 2017).

O processo de aprendizagem foi um dos resultados mais significativos em todas as intervenções analisadas a partir dos artigos. Observou-se que este constrói outros olhares e proporciona novos saberes coletivos. De acordo com Pichon-Riviére (2005), aprender é mudar. A mudança promove a saúde, na medida em que é estabelecida uma relação dialética entre sujeitos e mundo externo, ou seja, uma adaptação ativa à realidade (Adamson, 2000; Zimerman, 2000). A aprendizagem durante a realização dos grupos operativos possibilitou mudanças em diferentes contextos e populações. Foi possível observar que, pela construção coletiva do conhecimento, ocorreram mudanças favoráveis e a produção de nova perspectiva da realidade, independente da população ou tema envolvido durante as intervenções (Breitenbach & Levandowski, 2015; Santos et al., 2016; Silva et al., 2018).

A aprendizagem grupal se dá em uma espiral dialética relativa aos momentos do grupo. Ou seja, diante do conteúdo que emerge a partir da interpretação e compreensão do significado de cada tema é possível ocorrer avanço qualitativo no conhecimento produzido (Pichon-Riviére, 2005). Esta espiral dialética abrange todo o processo grupal, em todas as suas dimensões como um movimento constante entre processos psíquicos internos e a construção coletiva do conhecimento que ao final proporciona uma aprendizagem grupal (De Tilio, 2013; Santeiro et al., 2014).

Nesta aprendizagem ativa, torna-se possível ampliar a capacidade dos indivíduos de pensar sobre sua própria saúde e bem-estar, e consequentemente, promover saúde. Desta forma, possui estreita relação com a educação em saúde ao estimular a participação da comunidade na compreensão de suas necessidades, estilo de vida, crenças, valores, desejos, bem como, do contexto sócio-cultural e político (Almeida et al., 2017; Lucchese et al., 2015). No trabalho operativo cada um contribui com o que pode, com sua história, seu repertório de condutas, sua forma de ser. O conjunto de contribuições articuladas em relação ao objetivo grupal é que vai produzir um novo conhecimento, uma nova possibilidade. Para isso, é necessária a valorização de cada integrante do grupo e o reconhecimento das limitações e possibilidades humanas frente aos conteúdos implícitos e explícitos (Bleger, 1995).

Nessa perspetiva, o grupo operativo também constitui ferramenta útil na promoção da literacia em saúde, a qual consiste no processo de obter, processar e interpretar informações básicas em saúde para tomar decisões adequadas sobre os cuidados e prevenção de doenças (Sørensen et al., 2012). Esse processo de obter, processar e interpretar as informações aparece nos resultados das pesquisas, como por exemplo, a partir da forma de apropriação de conhecimentos sobre alimentação materna, ou até mesmo na ressignificação da atuação nas atividades de trabalho (Esteves & Bento, 2015; Santeiro et al., 2014).

Sobre a tarefa, importante pilar que sustenta e diferencia um grupo normal de um grupo operativo, ela trata de resolver o denominador comum de ansiedade do grupo, que adquire em cada membro características particulares. Desse modo, se for um grupo de ensino-aprendizagem, a tarefa poderá ser a resolução das ansiedades ligadas à aprendizagem. Se o grupo é para pensar as relações interpessoais, a tarefa se concentra nas vivências do cotidiano e nos desafios enfrentados. De acordo com Osório (1991, p.88), “o grupo é o agente de cura, e a tarefa se constitui num organizador dos processos de pensamento, comunicação e ação que se dão entre os membros”. Portanto, um grupo operativo se faz pela formulação dialética entre o indivíduo, sua subjetividade e a realidade externa, no qual, a análise da tarefa parte das necessidades dos integrantes, de forma a produzir comunicação, enfrentamento das contradições e, principalmente, a aprendizagem construída coletivamente (Cunha & Lemos, 2011). Nos estudos analisados, o trabalho grupal proporcionou condições para que os participantes pudessem construir uma leitura mais clara de sua realidade pessoal ou profissional.

A concepção de sujeito individual se liga à de sujeito coletivo, sendo o grupo formado por diferentes pessoas que passam por diferentes processos de aprendizagem, levando em consideração cada contexto histórico, político, social e familiar (Bleger, 1995; Pichon-Riviére, 2005). Notou-se nos diversos temas e populações apresentados nos artigos analisados mudanças nas formas estereotipadas de cuidado em saúde, de modo que os participantes aprenderam a pensar numa co-participação do objeto de conhecimento, entendendo-se que pensamento e conhecimento são produções sociais.

Observa-se que o objetivo de transformação da visão de mundo dos participantes, nos estudos analisados, aconteceu por um movimento dialético na direção das necessidades comuns e complementares socialmente referenciadas, possibilitando a conscientização sobre sua saúde. Os sujeitos participantes que antes eram individuais, se ligaram num interjogo entre sua realidade própria e a dos outros, passando a ser um sujeito relacionado, intersubjetivo, ou seja, ao mesmo tempo que é produzido se faz produtor. Não há nada nele que não resulte da interação entre indivíduos, grupos e classes (Pichon-Riviére, 2005).

Foi possível constatar que, por meio dos vínculos entre os participantes, estes a pensar em novas formas de saúde e bem-estar, como também na ressignificação de sentimentos e mudanças na percepção de si mesmos. A formação do vínculo grupal se mostrou fundamental nas práticas apresentadas, revelando uma estrutura complexa e multidimensional que abriga sistemas de pensamentos, afetos e modelos de ação, maneira de pensar, sentir e fazer com o outro, que constituem as primeiras sustentações do sujeito. Sobretudo na intervenção grupal com profissionais, o vínculo se fez nas mudanças dos relacionamentos interpessoais, no aprender a pensar junto, na troca de experiências teórico-práticas e no aprendizado de futuras relações de trabalho coletivo. Nessa perspectiva, revela-se que a individualidade pode ser exercida no processo grupal e o indivíduo pode ter acesso a um coletivo maior, por meio do processo de comunicação (Cunha & Lemos, 2011).

A comunicação também produz no campo grupal um fenômeno específico e típico, a ressonância que consiste no fato de que a comunicação trazida por um membro do grupo vai ressoar em outro, o qual, por sua vez, vai transmitir um significado afetivo equivalente, “esse fenômeno equivale ao processo da livre associação de ideias, que acontece nas situações individuais e que, por isso mesmo, exige uma atenção especial por parte do coordenador do grupo” (Zimerman, 2000, p. 86). Nos participantes das pesquisas analisadas houve movimento dinâmico e permanente de aprendizagem pelo processo de comunicação e vínculos, proporcionando a aquisição de habilidades e atitudes na perspectiva da educação crítica e reflexiva em saúde, bem como mudanças na expressão de sentimentos sobre o cuidado da saúde.

Quanto aos aspectos metodológicos, percebeu-se que ao trabalhar com grupos operativos em pesquisa é preciso planejamento e conhecimento aprofundado sobre o manejo técnico da intervenção grupal para que não se percam os objetivos iniciais. É necessário, ainda, responder algumas questões fundamentais, como: quem vai ser o coordenador do grupo; qual sua finalidade; por quem o grupo será composto; como ele funcionará; onde e quais recursos serão utilizados (Pichon-Riviére, 1988; Zimerman & Osório, 1997). Embora apenas um estudo tenha abordado a instrumentalização dos profissionais para ações de promoção da saúde por meio de práticas grupais com a metodologia operativa (Lucchese et al., 2015), ressalta-se a relevância da aprendizagem do trabalho grupal, face a problemática de como produzir espaços promotores da saúde que se tornem efetivos e que abranjam o maior número de pessoas.

Os estudos sobre grupos operativos oferecem um amplo arcabouço teórico e prático com o qual é possível refletir e pautar pesquisas em diferentes áreas do conhecimento, como saúde, assistência social e educação. Visto que produz diversidade de trocas de conhecimentos e possíveis modificações no pensar, sentir e agir em saúde.

Pensar aprendizagem em saúde é ir além da mera incorporação de informações. Pressupõe o desenvolvimento da capacidade de criar alternativas a partir de maior plasticidade grupal diante dos obstáculos, bem como a criatividade para superar as contradições e mesmo integrá-las numa síntese. É um processo que envolve produzir novo conhecimento do sujeito individual e coletivo, a fim de alcançar entendimento da construção da saúde em seus múltiplos e complexos aspectos. Portanto, é relevante a participação ativa de todos, na formulação de práticas que visem a saúde, respeitando a autonomia e a singularidade de cada integrante.

A escassez de trabalhos científicos publicados sobre a prática grupal operativa e a promoção da saúde demonstra a necessidade de capacitação dos profissionais e maiores investimentos no ensino de tal metodologia. Já que o trabalho com grupos operativos constitui ferramenta metodológica que possibilita ações transformadoras nos sujeitos envolvidos, na perspectiva do conceito ampliado de saúde, a partir do movimento dialético entre aprendizagem e educação permanente.

Agradecimentos

O presente estudo foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) e do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI).

Referências

Adamson, G. (2000). O Ecro de Pichón-Rivière. Escuela de la Psicologia Social: Quilmes. [ Links ]

Afonso, M. L. M., & Coutinho, A. R. A. (2010). Metodologias de trabalho com grupos e sua utilização na área da saúde. In AFONSO, M. L. M. (Org.). Oficinas em dinâmicas de grupo na área da saúde (pp. 59-83). Casa do Psicólogo. [ Links ]

Albuquerque, M. C. S., Nascimento, Y. C. M. L., Brêda, M. Z., & Lucas, L. C. G. (2014). Mudanças percebidas por familiares de crianças/adolescentes em sofrimento mental que participam de grupos operativos. Revista eletrônica de enfermagem, 16(3), 652-61. https://doi.org/10.5216/ree.v16i3.21777 [ Links ]

Almeida, F. H., Melo-Silva, L. L., & Santos, M. A. (2017). Grupo operativo com pais de jovens em processo de escolha de carreira. Revista da SPAGESP, 18(1), 80-100. [ Links ]

Bleger, J. (1995). Temas de Psicologia: entrevistas e grupos Martins Fontes. [ Links ]

Breitenbach, I. M. S., & Levandowski, D. C. (2015). Grupo operativo com adolescentes que vivenciam a ausência paterna temporária: relato de experiência. Contextos Clínicos, 8(2), 153-164. https://doi.org/10.4013/ctc.2015.82.04 [ Links ]

Cunha, C. H. L., & Lemos, D. V. S. (2011). Grupos: o poder da construção coletiva. Rio de Janeiro: Qualitymark. [ Links ]

Dall’agnol, C. M., Magalhães, A. M. M., Mano, G. C. M., Olschowsky, A., & Silva, F. P. (2012). A noção de tarefa nos grupos focais. Revista Gaúcha de Enfermagem, 33(1), 186-190. https://doi.org/10.1590/s1983-14472012000100024 [ Links ]

De Tilio, Rafael. (2013). Gestão participativa?: Grupos operativos com profissionais da saúde/assistência social de Uberaba. Revista da SPAGESP, 14(2), 86-101. [ Links ]

Dutra, W. H., & Corrêa, R. M. (2015). O Grupo Operativo como Instrumento Terapêutico-Pedagógico de Promoção à Saúde Mental no Trabalho. Psicologia: Ciência e Profissão, 35(2), 515-527. https://doi.org/10.1590/1982-370302512013 [ Links ]

Esteves, J. M. M., & Bento, I. C. (2015). Promoção da alimentação materno e infantil em um grupo operativo de gestantes. Revista de APS, 18(2), 213-219. [ Links ]

Ferreira Neto, J. L., & Kind, L. (2010). Práticas grupais como dispositivo na promoção da saúde. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 20(4), 1119-1142. https://doi.org/10.1590/s0103-73312010000400004 [ Links ]

Ferreira Neto, J. L., & Kind, L. (2011). Promoção da saúde: práticas grupais na estratégia saúde da família. Hucitec. [ Links ]

Fortuna, C. M., Mishima, S. M., Matumoto, S., & Pereira, M. J. B. (2005). O trabalho de equipe no programa de saúde da família: reflexões a partir de conceitos do processo grupal e de grupos operativos. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 13(2), 262-268. https://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692005000200020 [ Links ]

Furlan, P. G., & Campos, G. W. S. (2014). Os grupos na Atenção Básica à Saúde. In Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Cadernos Humaniza SUS (pp. 105-116). Retirado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_humanizasus_atencao_basica_v2_1ed.pdfLinks ]

Lucchese, R., Calixto, B. S., Vera, I., Paula, N. I., Veronesi, C. L., & Fernandes, C. N. S. (2015). O ensino de práticas grupais em enfermagem norteado pelo referencial de Pichon-Rivière. Escola Anna Nery, 19(2), 212-219. https://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20150027 [ Links ]

Menezes, K. K. P., & Avelino, P. R. (2016). Grupos operativos na Atenção Primária à Saúde como prática de discussão e educação: uma revisão. Caderno de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 24, 124-130. https://doi.org/10.1590/1414-462x201600010162 [ Links ]

Oliveira, D. M., Rena, P. B. O., Mendonça, E. T., Pereira, E. T., Jesus, M. C. P., & Merighi, M. A. B. (2016). O grupo operativo como instrumento de aprendizagem do cuidado por mães de filhos com deficiência. Escola Anna Nery, 20(3), e20160077. https://dx.doi.org/10.5935/1414-8145.20160077 [ Links ]

Osório, L.C. (1991). Grupoterapia hoje (2nd ed.). Artes Médicas. [ Links ]

Osório, L. C. (2000). Grupos: teorias e práticas - acessando a era da grupalidade. Artes Médicas Sul. [ Links ]

Pereira, T. T. S. O. (2013). Pichon-Rivière, a dialética e os grupos operativos: implicações para pesquisa e intervenção. Revista da SPAGESP, 14(1), 21-29. [ Links ]

Pichon-Rivière, E. (2005). O processo grupal (7 ed.). Martins Fontes. [ Links ]

Santeiro, T. V., Santeiro, F. R. M., Souza, A. M. O., Juiz, A. P. M., & Rossato, L. (2014). Processo grupal mediado por filmes: espaço e tempo para pensar a Psicologia. Revista da SPAGESP, 15(1), 95-111. [ Links ]

Santos, L. M., Da Ros, M. A., Crepaldi, M. A., & Ramos, L. R. (2006). Grupos de promoção à saúde no desenvolvimento da autonomia, condições de vida e saúde. Revista de Saúde Pública, 40(2), 346-352. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000200024 [ Links ]

Santos, M. A. (2005). Cem anos sem solidão: um século de psicoterapia de grupo (1905-2005). Revista da SPAGESP, 6(2), VII-XII. [ Links ]

Santos, M. A., Scatena, L., Dias, M. G. R. O., Cristina Pillon, S., Miasso, A. I., Souza, J., Petean, E. B. L., & Zanetti, M. L. (2016). Grupo operativo com professores do ensino fundamental: integrando o pensar, o sentir e o agir. Revista da SPAGESP, 17(1), 39-50. [ Links ]

Silva, M. A. M., Marques, F. M., Brito, M. D. C. C., Viana, R. S., Mesquita, A. L. M., Silva, A. S. R., & Gomes, L. C. (2018). Grupo operativo com primigestas: uma estratégia de promoção à saúde. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, 31(1). https://doi.org/10.5020/18061230.2018.6406 [ Links ]

Sørensen, K., Van den Broucke, S., Fullam, J., Doyle, G., Pelikan, J., Slonska, Z., & Brand, H. (2012). Health literacy and public health: a systematic review and integration of definitions and models. BMC public health, 12(1), 1-13. https://doi.org/10.1186/1471-2458-12-80 [ Links ]

Vincha, K. R. R., Cárdenas, A. P., Cervato-Mancuso, A. M., & Vieira, V. L. (2014). Grupos de educação nutricional em dois contextos da América Latina: São Paulo e Bogotá. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 18(50), 507-520. https://doi.org/10.1590/1807-57622014.0116 [ Links ]

Zimerman, D. (2000). Fundamentos básicos das grupoterapias. Artes Médicas. [ Links ]

Zimerman, D., & Osório, L.C. (1997). Como trabalhamos com grupos. Artes Médicas. [ Links ]

Recebido: 06 de Agosto de 2019; Aceito: 23 de Março de 2021

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons