A ansiedade é definida como um estado emocional cujas características são sentimentos vagos de apreensão, preocupação ou inquietação. Apesar de, evolutivamente, desempenhar um papel benéfico, como resposta a uma ameaça iminente, a ansiedade, quando se torna intensa e prolongada, adquire caráter patológico, trazendo prejuízos para quem a experimenta (Guedes, 2020; Tsaras et al, 2018).
Nesse sentido, esse estado emocional vem se tornando um problema de saúde de interesse mundial, sendo descrita pela Organização Mundial da Saúde, na Classificação Internacional Estatística de Doenças e Problemas de Saúde Relacionados (CID-11), como "apreensão ou antecipação de perigo ou infortúnio futuro acompanhado por um sentimento de preocupação, angústia ou sintomas somáticos de tensão". Já no "Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais" (DSM-5) da American Psychiatric Association (APA), esta aparece como transtornos de ansiedade, abrangendo um espectro mais amplo de condições, qualificados por medo excessivo e persistente, ansiedade, preocupação e/ou comportamento de fuga. (Guedes, 2020)
Apesar de se apresentar como um risco para a população como um todo, em determinados grupos, expostos a situações de vulnerabilidade, observa-se uma facilidade no desenvolvimento dos sintomas do transtorno. É o caso dos trabalhadores do setor da saúde, que constantemente passam por eventos estressores e se deparam com "medo, conflitos, tensões, disputas pelo poder, ansiedade, estresse, convivência com a morte, longas jornadas de trabalho", dentre outros elementos intrínsecos ao cotidiano dessa classe de trabalhadores (Braga et al, 2010; Tran et al., 2019). Esse ambiente exige destes alguns domínios para lidar com a rotina de trabalho, como, por exemplo, pensamento acelerado, agilidade, capacidade de liderança, resolução de problemas e pressão do tempo (Carvalho et al., 2016; Martins et al., 2010). Quando o profissional não desempenha tais domínios, a tensão e o sofrimento no trabalho aparecem, favorecendo o aparecimento da ansiedade.
Nesse sentido, a questão norteadora deste estudo foi: Quais são os fatores que influenciam no desenvolvimento de ansiedade dos trabalhadores de enfermagem no ambiente hospitalar? Sabe-se que os profissionais de enfermagem vivenciam no seu dia a dia situações que envolvem uma sobrecarga emocional e de trabalho que favorece o surgimento da ansiedade, portanto, o objetivo deste artigo é apresentar quais são os fatores que contribuem para o desenvolvimento da ansiedade nos profissionais de enfermagem que trabalham em hospitais.
Método
Estratégia de Pesquisa
Trata-se de uma scoping review que busca mapear fatores que podem desencadear ansiedade em profissionais da enfermagem no ambiente hospitalar. Inicialmente, pensando no contexto laboral desses profissionais, formulou-se a seguinte pergunta como orientadora da pesquisa: “Quais fatores podem influenciar no desenvolvimento de ansiedade em trabalhadores de enfermagem no ambiente hospitalar?”. Esta foi elaborada seguindo a estrutura proposta pelo método do Instituto Joanna Briggs (2015): Population, Concept e Context (PCC), sendo P - trabalhadores de enfermagem; C - desenvolvimento de ansiedade e C - quais fatores presentes no ambiente hospitalar podem atuar no aumento dos níveis de ansiedade dessa população. Ainda conforme preconizado pela JBI, os seguintes passos foram adotados na coleta e triagem de dados.
Inicialmente, buscando evidências norteadas pela pergunta de pesquisa, a coleta de dados se deu em três bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e APA Psycnet (Psycnet). Conforme explicitado no Quadro 1, estratégias de busca diferentes foram elaboradas para a coleta em cada uma das bases, combinando descritores e operadores booleanos.
Base | Estratégia | Número de Artigos |
---|---|---|
BVS | Anxiety AND ("Nursing Team" OR "Nurse Practitioners" OR Nurses) AND hospitals AND NOT Patients AND NOT ("Home Nursing" OR "Home Care Services") | 302 |
PubMed | Anxiety AND ("Nursing Team" OR "Nurse Practitioners" OR Nurses) AND hospitals AND NOT Patients AND NOT ("Home Nursing" OR "Home Care Services") | 484 |
Psycnet | Anxiety AND (Nursing, Team OR Nurse Practitioners OR Nurses) AND hospitals | 370 |
Seleção dos Artigos
A seleção dos estudos foi feita de maneira independente por dois avaliadores. Para melhor organização, e posterior sistematização e análise dos resultados, os dados foram os dispostos em uma planilha do Excel, identificando os estudos como incluído ou não incluído de forma sistemática. Os critérios de inclusão dos artigos foram os artigos originais nos idiomas inglês, português, espanhol e francês, datados de 2016 a 2021, ou seja, com delimitação de tempo de 5 anos devido ao grande número de estudos encontrados. Artigos repetidos foram excluídos das bases de dados, bem como: artigos que tratavam da ansiedade em pacientes; estudos que não especificaram os resultados da população-alvo, apresentando-os junto aos de outros profissionais da saúde, como médicos; estudos que não utilizaram escalas psicométricas da coleta de dados; estudos da população-alvo em outros ambientes de trabalho diferentes do hospitalar; estudos que tratavam da ansiedade na pandemia de Covid-19, por conta das particularidades ainda vigentes trazidas pelo contexto; teses, dissertações e editoriais. Quanto à limitação do período, esta intenciona levantar dados mais próximos da atualidade e que possam servir de base para futuras intervenções. O processo de extração dos dados, baseada na metodologia do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) Checklist, de acordo com as recomendações do JBI (2015), está explicitado na Figura 1.
A base final de artigos foi organizada de acordo com os seguintes dados: ano, autores, origem, título e principais achados. Após, foram separados a partir da categorização de seus resultados, levando em consideração seus principais achados.
Resultados
Foram encontrados 1156 artigos e, após a leitura do título e resumo, 915 artigos foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão do estudo, além de 77 artigos duplicados. Na etapa de qualificação, foram considerados elegíveis 164 artigos para leitura na íntegra, dos quais apenas 20 apresentavam dados correspondentes à pergunta de pesquisa. Desses, 7 foram publicados na China, 2 na Coréia do Sul, os restantes foram publicados na Arábia Saudita, Taiwan, Chile, Itália, Turquia, Noruega, Malásia, Espanha, Bósnia e Herzegovina, Austrália e na Jordânia (Quadro 1).
Foram identificados os seguintes fatores que impactam a ansiedade em profissionais de enfermagem que trabalham no ambiente hospitalar: trabalho no esquema de escala em turnos, exaustão emocional, suporte social, apoio afetivo e social, satisfação no trabalho, comprometimento organizacional, identidade profissional, violência física, salário, carga de trabalho excessiva e trabalho em equipe. Observado nos trabalhos do ano de 2020 (período inicial da pandemia da COVID-19) que os fatores se mantiveram sendo destacado em todos os estudos a exaustão emocional e sobrecarga no trabalho como os principais fatores que levaram a ansiedade
O Quadro 2 apresenta a categorização dos artigos de acordo com a origem do fator desencadeante da ansiedade.
Autores | Origem | Resultados |
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Categoria 1: Estudos que abordam a gestão de escala (N= 5) | ||
Choi et al., 2020 | Coréia do Sul | O modelo de escala de três turnos de rotação rápida é um preditor de sintomas de ansiedade em enfermeiros. Isso indica que os horários de turno podem afetar a presença ou gravidade dos sintomas de ansiedade. |
Ljevak et al., 2020 | Bósnia e Herzegovina | Sintomas somáticos de ansiedade foram significativamente mais expressivos em equipes de enfermagem que trabalham em turnos. |
Leyva-Vela et al., 2018 | Espanha | Enfermeiros e auxiliares de enfermagem que trabalham por turnos e turnos rotativos, em comparação com trabalhadores diurnos, apresentaram maior nível de ansiedade. |
Tahghighi et al., 2017 | Austrália | Um dos estudos indica que enfermeiros de turno fixo tinham maior ansiedade do que aqueles de turno rotativo. Outros dois estudos indicam que trabalhadores em turnos e , especificamente, em turnos rotativos, apresentavam associação entre fadiga crônica e maior ansiedade cognitiva e somática. |
Shen et al., 2016 | Taiwan | Entre os enfermeiros que apresentaram problemas de ansiedade, 26,47% trabalhavam de dia, 34,29% trabalhavam a noite e 49,09% trabalhavam em turnos rotativos. A severidade dos problemas de ansiedade foi maior para os enfermeiros trabalhando em turnos rotativos. |
Categoria 2: Estudos que abordam o ambiente organizacional (N= 9) | ||
Chen et al., 2020 | China | O estresse no trabalho foi diretamente e positivamente correlacionado com a ansiedade. A análise da proporção do efeito indireto total mostrou que 40,6% dos efeitos indiretos foram mediados por suporte social (20,9%) e exaustão emocional (10,5%). A exaustão emocional e o apoio social explicaram cerca de 72,0% da variância da ansiedade. |
Ta'an et al., 2020 | Jordânia | A ansiedade correlacionou-se negativamente com o apoio afetivo e o apoio social no local de trabalho. |
Zhang et al., 2020 | China | O burnout tem efeito direto significativo sobre sintomas de ansiedade. O efeito moderador do suporte social também demonstrou ser significativo. |
Ghawadra et al., 2019 | Malásia | A satisfação no trabalho foi significativamente associada à ansiedade no nível bivariado, porém, na análise de regressão logística múltipla, essa associação não foi significativa. |
Kim et al., 2019 | Coréia do Sul | Enfermeiros que vivenciam um alto grau de trabalho emocional, que tendem à supressão da raiva e que ruminam sobre as causas e efeitos das situações, podem manter ou intensificar o humor de raiva, o que, posteriormente, aumenta sua vulnerabilidade aos sintomas de ansiedade. |
Zhou et al., 2018 | China | Nível de ansiedade em enfermeiras chinesas significativamente maior em comparação com a norma geral: 41,1%. Sintomas de ansiedade negativamente relacionados ao capital psicológico (estado psicológico positivo dos indivíduos) e comprometimento organizacional; positivamente relacionados ao burnout. |
Wang & Zhang, 2017 | China | A ansiedade relacionada ao trabalho foi evidente entre os enfermeiros. A identidade profissional correlacionou-se negativamente com a ansiedade relacionada ao trabalho (quanto mais forte a identidade profissional dos enfermeiros, menos eles tendem a sentir ansiedade). |
Chen et al., 2016 | China | Houve correlação significativa, moderadamente positiva, para as escalas de estresse no trabalho e ansiedade. |
Saksvik-Lehouillier et al., 2016 | Noruega | Comprometimento e desafio foram significativos e negativamente relacionados à ansiedade. Resistência, suporte social e liderança justa também foram negativamente associados à ansiedade. |
Categoria 3: Estudos que abordam condições de trabalho (N= 3) | ||
Saquib et al., 2019 | Arábia Saudita | A insatisfação com a carga de trabalho foi significativamente associada à ansiedade, sendo os enfermeiros insatisfeitos com esta duas vezes mais propensos a apresentarem ansiedade severa. Risco de ansiedade mais elevado para enfermeiros insatisfeitos com múltiplos aspectos do trabalho (salário, carga de trabalho, trabalho em equipe). Diferença entre outros estudos: níveis de ansiedade mais elevados, provavelmente pelo recorte da população (enfermeiros expatriados). |
Zurlo et al., 2018 | Itália | A característica do trabalho de Esforço foi significativamente associada a altos níveis de ansiedade. Efeito moderador significativo do Suporte Social na relação entre Demandas de Trabalho e Ansiedade. |
Çelik et al., 2017 | Turquia | Correlações significativas entre escores de fadiga, o nível de ansiedade e má qualidade do sono. O nível de fadiga aumentou significativamente em enfermeiros com níveis de ansiedade mais elevados e menor qualidade de sono. |
Categoria 4: Estudos que abordam relação de profissional/cliente (N= 3) | ||
Contreras Jofre et al., 2020 | Chile | Associação significativa entre violência física e ansiedade em dois estudos. |
Shi et al., 2020 | China | Indicação de que enfermeiros expostos à violência física são mais propensos a desenvolver sintomas de ansiedade. |
Zhao et al., 2018 | China | Violência no local de trabalho demonstrou ter correlação positiva com a ansiedade, sendo um preditivo significante desta. Alguns fatores como tempo de serviço e gênero têm um papel moderador entre a violência no local de trabalho e a ansiedade. |
Discussão
Essa revisão classificou em quatro categorias todos os 20 estudos encontrados, dentre estes, destaca-se que fatores como o gerenciamento de escala, relacionamento interpessoal e condições de trabalho refletem no aparecimento da ansiedade e outras patologias psíquicas.
Observa-se que a categoria 1 trouxe que a gestão de escala é um fator crítico para o processo de enfermagem. Um dos estudos encontrados, relata que o 7,82% a mais dos enfermeiros que trabalham em plantão noturno relatam sintomas de ansiedade em comparação àqueles que trabalham em período diurno, contudo, enfermeiros que trabalham em turnos rotativos 49,09% apresentaram algum sintoma de ansiedade (Seabra et al, 2019). Ademais, alguns estudos mostraram que a rotatividade de turno gera mais ansiedade e depressão em trabalhadores de enfermagem, do que naqueles que trabalham em horários fixos (Choi et al., 2020; Leyva-Vela et al., 2018). Uma revisão integrativa realizada na Austrália, diz que o trabalho em turnos está associado a resultados psicológicos negativos, contudo estes resultados não estão exclusivamente associados somente a este fator e sim a outros fatores pessoais e individuais de cada pessoa (Tahghighi et al., 2017).
Na categoria 2 foi verificado que o ambiente organizacional é um fator importante a ser considerado na gestão da saúde do trabalhador uma vez que estudos mostraram que o estresse ocupacional tem influência positiva entre os trabalhadores de enfermagem, afetando também a saúde mental e física dos trabalhadores em questão (Chen et al., 2020; Chen et al., 2016). Dito isso, o suporte social em ambiente de trabalho se demonstrou como sendo um grande influenciador negativo desses sintomas (Ta’na et al., 2020), uma vez que pode ter a capacidade de melhorar a qualidade de trabalho e saúde entre os profissionais de enfermagem (Zhang et al., 2020).
Foi demonstrado também que a identidade profissional dos enfermeiros, que é desenvolvida ao longo da experiência educacional e universitária, possui relação negativa com sintomas como estresse e ansiedade (Wang & Zhang, 2017). Ao contrário da supressão de sentimentos que surgem em ambiente de trabalho, que podem ser relacionados positivamente com estresse e ansiedade ocupacional (Kim et al., 2019). Dessa forma, pode-se dizer que uma identidade profissional mais desenvolvida tem influência direta na saúde mental no futuro profissional em enfermagem em questão, fator que é bastante relacionado com o tipo de liderança (Saksvik-Lehouillier et al., 2016) que este presenciou ao longo de sua experiência profissional.
Através da análise, nota-se que o estresse e ansiedade ocupacional afetam a saúde mental e física dos trabalhadores da área da saúde (Zhou et al., 2018), fator que está associado com a produtividade e qualidade do cuidado ao paciente (Ghawadra et al., 2019). Desse modo, a degradação da saúde do trabalhador também influencia na saúde do paciente e na qualidade do cuidado que ele receberá (Chen et al., 2020).
Em relação às condições de trabalho, descritas na categoria 3, analisa-se que os baixos salários, desvalorização profissional e sobrecarga de trabalho, trazem desmotivação e desinteresse pelo profissional de enfermagem, o que faz com que ocorra o surgimento de ansiedade severa nesses profissionais (Saquib et al., 2019). Devido a estes fatores, também há o surgimento de fadiga e má qualidade de sono que quando associados intensificam ainda mais os sintomas da ansiedade, prejudicando ainda mais a saúde física e psicológica daqueles que dão suas vidas para cuidar de pessoas (Çelik et al., 2017).
A enfermagem é uma profissão de grande risco para desenvolvimento de estresse e doenças psicológicas relacionadas ao trabalho (Zurlo et al., 2018). Um estudo realizado na Árabia Saudita, revelou que há uma relação de insatisfação com a sobrecarga de trabalho dos profissionais de enfermagem diretamente associada ao desenvolvimento de depressão leve/moderada e grave, e com a ansiedade e estresse, além disso, a insatisfação com o salário também são agravantes dessas patologias (Saquib et al., 2019).
Sobre a relação de profissional/cliente os achados apontaram que a violência do paciente durante a prestação de serviços da enfermagem faz com que os enfermeiros desenvolvam sintomas de ansiedade e burnout. Um estudo que realizou uma revisão integrativa da literatura, descobriu que nos últimos 10 anos - entre 2010 e 2020 - a violência contra profissionais da área da saúde aumentou em 110%, além disso, enfermeiros que trabalham em unidades de emergência têm altas incidências para sofrerem violência física e verbal por parte dos pacientes, isso gera a redução de produtividade e o surgimento de sintomas de burnout nos enfermeiros (Contreras Jofre et al., 2020).
Profissionais médicos e de enfermagem relataram a prevalência de violência no trabalho de 47,9%, sendo que ao considerar somente os trabalhadores de enfermagem, 39,7% relatam sintomas de ansiedade e depressão, sendo que os profissionais que sofreram de algum tipo de violência física ou psicológica têm mais chances de desenvolverem alguma dessas patologias (Shi et al., 2020). Portanto, torna-se evidente que a agressão física e psicológica pode gerar sequelas na saúde mental dos profissionais de enfermagem e dentre outras coisas, como por exemplo, a desmotivação no ambiente de trabalho.
A revisão de literatura também demonstrou que a pandemia de Covid-19 teve grande impacto no desenvolvimento de ansiedade entre os trabalhadores de enfermagem, pelo aumento da carga de trabalho e ansiedade sobre a saúde dos trabalhadores de enfermagem. Entretanto, nota-se que os sintomas de ansiedade e depressão entre essa classe não se desenvolveu nesse momento pontual de estresse que foi a pandemia.
Os artigos demonstraram que os fatores desencadeantes de ansiedade entre os trabalhadores de enfermagem estão presentes na profissão desde 2016, o ano em que os artigos menos atuais selecionados para a revisão foram publicados. Desse modo, os sintomas de ansiedade e depressão entre os trabalhadores de enfermagem na atualidade, não são resultado da pandemia repentina de Covid-19, mas sim de diversos fatores considerados inerentes à profissão, como ambiente organizacional, falta de apoio social e carga horária excessiva.
Este estudo teve como objetivo mapear os fatores que podem desencadear ansiedade em profissionais da enfermagem no ambiente hospitalar. Verificou-se, portanto, que os fatores que desencadeiam a ansiedade nesses profissionais, foram: Sobrecarga de trabalho, problemas nas relações interpessoais com a equipe, falta de apoio da organização e chefia, ambiente organizacional de trabalho, violência física e psicológica dos pacientes para com os profissionais, além da jornada exaustiva de trabalho, com plantões extensos e com grande rotatividade, o que não permite o estabelecimento de uma rotina para esses profissionais, sendo estes as maiores causas do desenvolvimento de ansiedade neste grupo.
Através deste estudo buscamos identificar as causas que geram ansiedade na equipe de enfermagem no intuito de mitigar ou reduzir a ansiedade da equipe por meio de ações tanto da organização como dos próprios profissionais. Nota-se que durante a pandemia ocorreu uma exacerbação da sobrecarga de trabalho e o aumento da quantidade de turnos trabalhados, isso aumentou a ansiedade e adoecimento dos trabalhadores de enfermagem. Ações educativas como flexibilização das escalas de trabalho dos funcionários ou aumento de contratação de pessoal de acordo com o redimensionamento de pessoal de enfermagem nos momentos de crise e/ou aumento da taxa de ocupação são primordiais para evitar o desgaste e adoecimento do trabalhador. Além disso, o desenvolvimento do perfil profissional na universidade, assim como de liderança justa e o suporte social em ambiente de trabalho, seria um meio para que o desenvolvimento de ansiedade do trabalhador de enfermagem seja prevenido e o cuidado ao paciente seja, consequentemente, mais adequado.
Limitações
Dentre as limitações deste estudo, destaca-se a grande quantidade de estudos encontrados na literatura acerca desta temática, o que por um lado é bom, porque demonstra que é uma área de grande interesse de pesquisa, contudo, isto demonstra a necessidades de recortes devido aos acontecimentos globais, como, por exemplo, o que a pandemia de COVID-19 influenciou neste processo de desenvolvimento de ansiedade nos profissionais de enfermagem e coisas do tipo. Portanto, recomenda-se que mais estudos de revisão bibliográfica sejam feitos a fim de suprir essas atualizações que ocorrem com o passar do tempo.
Contribuição dos autores
Chennyfer Rached: Concetualização, Administração do projeto, Análise dos dados, Metodologia, Supervisão, Redação do rascunho original, Redação - revisão e edição.
Talita Almeida: Metodologia, Validação, Redação do rascunho original.
Larissa Santos: Metodologia, Validação, Redação do rascunho original.
Carolina Teixeira: Concetualização, Curadoria dos dados; Análise formal, Redação do rascunho original, Redação - revisão e edição.
Daniela Barbosa: Curadoria dos dados; Análise formal, Validação, Redação do rascunho original.
Laura Guedes: Curadoria dos dados; Análise formal, Redação do rascunho original.
Giovanna Amaral: Metodologia, Validação, Redação do rascunho original.