Serviços Personalizados
Journal
Artigo
Indicadores
- Citado por SciELO
- Acessos
Links relacionados
- Similares em SciELO
Compartilhar
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto
versão impressa ISSN 1645-0523
Rev. Port. Cien. Desp. v.7 n.1 Porto jan. 2007
O efeito da aplicação de ligaduras funcionais no padrão de marcha e controlo postural em crianças hemiplégicas espásticas por paralisia cerebral
Angélica Almeida
Pedro Gonçalves
Maria Adília Silva
Leandro Machado
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Portugal
RESUMO
Este trabalho centra-se na análise da marcha em crianças hemiplégicas espásticas por paralisia cerebral.
Na hemiplegia existem anomalias no padrão de marcha e no controlo postural. O uso de ligaduras funcionais (tapes) contribui como um meio de controlo do pé, para melhoria do padrão de marcha e da estabilidade postural.
Os objectivos principais deste estudo prendem-se com a quantificação dos efeitos na marcha, em crianças hemiplégicas, da colocação de ligaduras funcionais (forças de reacção ao solo, actividade muscular e parâmetros cinemáticos) e na estabilidade postural, imediatamente após a primeira colocação dos tapes e decorridos três meses de uso continuado.
Recorreu-se a uma amostra experimental composta por 7 crianças hemiplégicas de ambos os sexos e a um grupo controlo sem qualquer patologia. Para a análise da marcha utilizamos um sistema de vídeo 2D, plataforma de forças e aparelho de electromiografia. O estudo cingiu-se à análise da fase de apoio do ciclo de marcha e do membro inferior afectado.
As principais conclusões retiradas deste estudo foram que a aplicação de ligaduras funcionais conduz a alterações no padrão de marcha e no controlo postural, promovendo um aumento da flexão dorsal do pé na fase de ataque ao solo e aumento da extensão do joelho na fase final de apoio, facilitando um aumento da actividade do músculo tibial-anterior e inibição parcial do tricípete sural na fase de ataque ao solo.
Em suma, admitimos que os resultados obtidos após três meses de uso contínuo das ligaduras funcionais significaram alterações potencialmente positivas no padrão de marcha destas crianças.
Palavras-chave: paralisia cerebral, hemiplegia, ligaduras funcionais (tapes), padrão de marcha, controlo postural
ABSTRACT
The ankle taping effects in gait and postural control in hemiplegic spastic children with cerebral palsy
This work addresses the gait analysis in spastic hemiplegic children with cerebral palsy.
In hemiplegia there are abnormalities in gait pattern and in postural control. Taping techniques are described as a way to control the foot and ankle, in order to improve the gait pattern and postural stability.
The main purpose of this study is to quantify the ankle taping effects in gait (ground reaction forces, muscle activity and kinematic parameters) and in postural stability immediately after the ankle taping application and after three months of continuous use, in hemiplegic children.
The experimental sample was composed by 7 hemiplegic children, boys and girls, and the control group by 7 children without any pathology. For the gait analysis we used a 2D video system, a force platform and an electromyography device. This study dealt only with the analysis from the stance phase of the gait cycle of the affected inferior limb.
The major conclusions arising from this study were that the ankle taping application produces changes on gait pattern and on postural control, icreasing the dorsiflexor movement during the final stance phase as well the knee extension at ground attack phase, facilitating an increase on the muscle tibial-anterior activity and parcial inibition of the tricipes sural during ground attack phase.
In summary, we admit that the attained results after three months of ankle taping continuous use denoted positive changes in these children gait pattern.
Key-Words: cerebral palsy, hemiplegia, ankle taping, gait pattern, postural control
Texto completo disponível apenas em PDF.
Full text only available in PDF format.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Abel MF, Juhl GA, Vaughan CL, Damiano DL (1998). Gait assessment of fixed ankle-foot orthoses in children with spastic diplegia. Arch Phys Med Rehabil 79, 126-132. [ Links ]
2. Barros ALP, Silva AM, Oliveira LF, Imbirida LA, Garcia MAC (1999). Índice Estabilométrico em suporte Uni/Bipodal. Biomecânica da Postura e do Movimento. VII Congresso Brasileiro de Biomecânica 3: 241-244.
3. Bartlett DJ, Palisano RJ (2000). A multivariate model of determinants of motor change for children with cerebral palsy. Physical Therapy 80, 598-612.
4. Bobath B (1967). The very early treatment of cerebral palsy. Developmental Medicine and Child Neurology 9: 373-390.
5. Celso CF, Muniz RA, Oliveira LF, Imbirida LA, Garcia MC (2001). Limites de estabilidade antero-posterior de adultos normais. Biomecânica da postura e do movimento. IX Congresso Brasileiro de Biomecânica 2:148-151.
6. Condie DN, Bader DL, Pratt DJ (1993). Biomechanical basis of orthotic management. Oxford: Heinemann.
7. Cordova ML, Ingersoll CD, Palmieri RM (2002). Efficacy of prophylatic ankle support: an experimental perspective. Journal of Athletic Training 37(4), 446-457.
8. Correia PP, Santos PM, Veloso A (1993). Electromiografia Fundamentação fisiológica, Métodos de recolha e Processamento, Aplicações cinesiológicas. 1ª ed. Lisboa: Edições FMH.
9. Cusick BD (1988). Managing foot deformity in children with neuromotor disorders. Physical Therapy 68: 1903-1912.
10. De Leva P (1995). Joint center longitudinal positions computed from a selected subset of chandler´s data. Journal of Biomechanics 29(9): 1231-1233.
11. DeLuca PA (1992). The child`s foot and ankle. New York: Raven Press, Ltd.
12. Dimeglio A, Bonnet F (1997). Reeducation du pied bot varus equin. Kinesithérapie Medecine physique Readaptation 26 : 428-438.
13. Duarte M, Zatsiorsky VM (2002). Effects of body lean and visual information on the equilibrium maintenance during stance. Exp Brain Research 146: 60-69.
14. Hagberg B, Olow I (1996). The changing panorama of cerebral palsy in Sweden. Prevalence and origin during the birth year period 1987-90. Acta Pediatrica 85: 954-960.
15. Horta L. (1993). Ligaduras funcionais na actividade desportiva. Revista Portuguesa de Medicina Desportiva 11: 125-136.
16. Knackfuss IG, Rosenbum S, Gomes ES (1993). Análise Biomecânica do Pé- Comportamento das Pressões na Região Plantar. V Congresso Brasileiro de Biomecânica, 29-31.
17. Macdonald R. (1990). Taping Thechniques- Principles and Practice. London: Butterworth Heinemann.
18. Machado S. (2005). O efeito da palmilha proprioceptiva na marcha de crianças com hemiplegia espástica por paralisia cerebral. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto (artigo submetido).
19. Mueller K, Cornwall M, McPoil T, Mueller D (1995). Effect of two contemporary tone inhibiting ankle foot orthoses on foot-loading patterns in adult hemiplegics: a small group study. Top Stroke Rehabilitation 1(4): 1-16.
20. Murphy B (1999). The use of adhesive ankle strapping and bracing in the prevention of ankle injury and the effect on the proprioception properties of the athlete. Journal of Sports Medicine 23(3): 147-149.
21. Neville B, Goodman R (2000). Congenital Hemiplegia. London: Mac Keith Press.
22. Nurse MA, Nigg BM, Stefanyshyn DJ, Liu W, Miller JE (1998). Differences in the sensation of the plantar surface of the human foot. North American Congress on Biomechanics, 14-18.
23. Olney SJ, Griffin MP, Monga TN, McBride JD (1991). Work and power in gait of stroke patients. Archives of Medical Rehabilitation 72: 309-314.
24. O´Sullivan SB, Schmitz J (1993). Fisioterapia- Avaliação e Tratamento. 2ª ed. São Paulo: Editora Manole.
25. Perez V, Greve P, Yoshizumi L, Morini J (2001). Effect of the bandage kinesio taping in spasticity in cerebral palsy of diparetic- case report. Department of Physical Therapy of University Mogi das Cruzes.
26. Perry SD, McIlroy WE, Norrie RG, Maki BE (1998). Mechanical Facilitation of Sensation from plantar foot- surface boundaries: effects on postural stabilization. North American Congress on Biomechanics, 14-18.
27. Shieppati M, Hugon M, Grasso M, Nardone A, Galante M (1994). The limits of equilibrium in young and elderly normal subjects in parkinsonians. Electroencephalography and Clinical Neurophysiology 93: 286-295.
28. Sussman MD (1991). The Diplegic Child. Rosemont: American Academy of Orthopaedic Surgeons.
29. Thomas SS, Mazur JM, Wright N (1992). Quantitative assessment of ankle foot orthoses for children with cerebral palsy. Development Medical Child Neurology 34: 547-555.
30. Winter DA (1990). Biomechanics and motor control of human movement. 2nd ed. New York: John Wiley &Sons.
CORRESPONDÊNCIA
Leandro Machado
Laboratório de Biomecânica, Faculdade de Desporto, Universidade do Porto
Rua Dr. Plácido Costa, 91
4200-450 Porto, Portugal
e-mail: lmachado@fade.up.pt