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Revista de Gestão dos Países de Língua Portuguesa
versão impressa ISSN 1645-4464
Rev. Portuguesa e Brasileira de Gestão v.7 n.3 Lisboa jul. 2008
Independência dos administradores nos bancos portugueses no PSI20
Jorge Rodrigues1, Fernando Seabra2 e Carlos Mata3
RESUMO: No modelo de gestão de empresas de capital social estruturado em acções, definido como «financeiro», supõe-se que os administradores procuram gerir as organizações no sentido dos interesses de quem lhes paga. Para tal, quanto menos interesses próprios tiverem nessas organizações, melhor. Está em causa o conceito de independência dos administradores, medido aqui pelo número total de acções da própria organização por eles detidas, presente na maior parte dos códigos de bom governo das sociedades. Este artigo tem como objectivo averiguar se o conceito de independência dos administradores se observa no sector financeiro em Portugal. Para tal, recorremos à metodologia de estudos de caso, analisando os três bancos de subscrição pública presentes no PSI20. Os resultados obtidos indiciam a possibilidade de existência de discricionariedade no comportamento dos gestores-accionistas. Tal deve-se ao facto de os mesmos serem parte largamente interessada, pelo que será sem grandes hesitações que executam políticas conforme às exigências dos accionistas, como sugere a teoria da agência. Como consequência, as suas decisões não são neutras; elas têm impacto directo na sua riqueza pessoal, o que contraria assim o conceito de independência defendido neste artigo.
Palavras-chave: Governabilidade Empresarial, Conselho de Administração, Administradores Independentes, Banca, Índice Bolsista PSI20
TITLE: Independence of Administrators in the banks quoted in the PSI20
ABSTRACT: The financial model of corporate governance assumes that the administrators run organizations according to the interests of their stockholders and not according to their individual interests. The main issue that is emphasized in the codes of best governance practices is the autonomy or independence of administrators, which we evaluate here as the total number of stocks held by the Board of Directors. Thus, it’s best if their private or individual interests are minimal in the organization. The main aim of this paper is to analyse if the concept of independence of administrators is recognizable in the bank sector in Portugal. To achieve our purpose we used case study methodology on a sample of three public subscription banks of the Portuguese Stock Index (PSI 20). Our results show that there is a possibility that managers, that are also shareholders, have a discretionary behaviour. This is due to the fact that they as an interested party do not hesitate to draw and execute policies according to shareholders demands, as suggested by agency theory. Consequently, their decision making being far from neutral has a direct impact on their personal wealth, thus contradicting the concept of independence we support.
Key words: Corporate Governance, Board of Directors, Independent Directors, Bank, Portuguese Stock Index 20
TÍTULO: Independencia de los administradores de los bancos Portugueses en el PSI20
RESUMEN: En el modelo de gestión de empresas de capital social estructurado en acciones, que se define como «financiero», parece que los administradores tratan de la gestión de las organizaciones hacia los intereses de quienes les pagan. Para ello, cuantos menos intereses propios creados en estas organizaciones, mejor. Esta en causa esta el concepto de la independencia de los administradores, aquí medido por el número total de acciones que poseen de la organización, presente en la mayoría de los códigos de buen gobierno corporativo. Este artículo tiene por objeto examinar si el concepto de independencia de los administradores se observa en el sector financiero en Portugal. Para ello, utilizamos la metodología de estudio de casos, analizando los tres bancos de suscripción publica presentes en el PSI20. Los resultados sugieren la posibilidad de discrecionalidad en la conducta de los directivos-accionistas. Esto es debido a que son en gran parte interesada, por lo que se ejecutará sin duda mucho que las políticas cumplan com los requisitos de los accionistas, según lo sugerido por la teoría de la agencia. Como consecuencia de ello, sus decisiones no son neutrales, tienen un impacto directo sobre su riqueza personal, lo que contradice el concepto de independência se propugna en este artículo.
Palabras-clave: Gobernalibilidad Empresarial, Consejo de Administración, Administradores Independientes, Banca, Índice Bursátil PSI20
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Professor Coordenador, Doutor em Gestão, Economista, Membro do CISCAL – Centro de Investigação do ISCAL – Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa do Instituto Politécnico de Lisboa, Lisboa, Portugal.
PhD in Management. Economist. Teacher of field management at the College of Business Administration (ISCAL) in Lisbon’s Polytechnic Institute, Portugal.
Profesor Coordinador, Doctor en Administración, Economista, Miembro del CISCAL – Centro de Investigaciones del ISCAL – Institute of Management Accountants y el Instituto Politécnico de Lisboa en Lisboa, Lisboa, Portugal.
2Fernando Miguel dos Santos Henriques Seabra fseabra@esce.ips.pt
Professor Adjunto, Mestre em Ciências Empresariais, Economista, Doutorando em Gestão (Univ. de Évora), Membro do Laboratório de Marketing do CICE –Centro de Investigação em Ciências Empresariais, Escola Superior de Ciências Empresariais, Instituto Politécnico de Setúbal, Setúbal, Portugal.
MSc in Science Management. Candidate for a doctor’s degree in Management (Evora’s University). Economist. Adjunct Professor at High School of Management Sciences in Setúbal’s Polytechnic Institute, Portugal.
Profesor Adjunto, Master en Business, Economista, Doctor en Management (Univ. de Evora), miembro del laboratorio de Marketing del CICE – Centro de Investigación para la Ciencia en Business, Business School de la Ciencia, Instituto Politécnico de Setubal, Setubal, Portugal.
3Carlos Manuel Severino da Mata cmata@esce.ips.pt
Assistente, Mestre em Gestão de Empresas, Escola Superior de Ciências Empresariais, Instituto Politécnico de Setúbal, Setúbal, Portugal.
MSc in Management. Assistant Professor at High School of Management Sciences in Setúbal’s Polytechnic Institute, Portugal.
Asistente, Master en Gestión, Escuela de Ciencias Empresariales, Instituto Politécnico de Setubal, Setubal, Portugal.
Recebido em Junho de 2008 e aceite em Setembro de 2008
Received in June 2008 and accepted in September 2008