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Relações Internacionais (R:I)

versão impressa ISSN 1645-9199

Relações Internacionais  n.19 Lisboa set. 2008

 

A herança de Bush

Vasco Rato

 

Tal como Truman ou Reagan, George W. Bush é um presidente cujo legado vai marcar as próximas décadas, sobretudo no domínio da politica externa norte-americana, cuja nova orientação foi definida na sequência dos ataques terroristas do 11 de Setembro. Numa linha de continuidade com as políticas do seu antecessor, a Estratégia de Segurança Nacional do Presidente Bush procura consolidar a preponderância internacional dos Estados Unidos, conter a emergência de rivais hegemónicos e neutralizar as ameaças do terrorismo islâmico e da proliferação de armas nucleares. As novas orientações foram postas à prova no Iraque e é do sucesso ou do insucesso da política norte‑americana nessa crise que sairá o veredicto final sobre a herança de Bush.

Palavras-chave: George Bush; Política Externa Americana; Primazia Americana; Guerra ao Terrorismo

 

 

The Bush Legacy

As with Truman or Reagan, the Bush legacy will be felt during the next decades. American foreign policy was transformed after the September 11 terrorist attacks but the Bush National Security Strategy shares some of his predecessors’ priorities, namely the consolidation the international primacy of the United States, the containment of challengers and the need to respond to the threats of Islamic terrorism and the proliferation of nuclear weapons. The new policies were put to the test in Iraq and the final verdict on the Bush legacy will be settled by the success or failure of the Iraq crisis.

Keywords: George Bush; American Foreign Policy; American Primacy; War on Terror

 

 

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NOTAS

1 Cf., DRAPER, Robert – Dead Certain: The Presidency of George W. Bush. Nova York: The Free Press, 2007. Uma avaliação consideravelmente mais crítica do legado de Bush pode ser encontrada em WEISBERG, Jacob – The Bush Tragedy. Nova York: Random House, 2008.        [ Links ]

2 Para uma excelente interpretação da política externa de George Bush, cf., LIEBER, Robert J. – The American Era: Power and Strategy for the 21st Century. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. Uma visão mais crítica pode ser encontrada em DAALDER, Ivo H., e LINDSAY, James M. – America Unbound: The Bush Revolution in Foreign Policy. Washington: Brookings Institution Press, 2003.

3 DRAPER, Robert – Dead Certain: The Presidency of George W. Bush, p. ix.

4 Análises da política externa de George Bush tendem a sublinhar os acontecimentos relativos ao Médio Oriente. Contudo, a agenda de democratização que pautou a actuação da Administração no Médio Oriente também foi seguida em África e na Ásia. Se os insucessos relativos do Médio Oriente atraem a atenção dos media, os sucessos em África e na Ásia nem sempre são analisados. Dois rock stars insuspeitos de simpatias republicanas – Bob Geldof e Bono – constituem raríssimas excepções à regra. Recentemente, Bono afirmou que «President Bush has every reason to be proud of what he and so many others have accomplished in Africa». As declarações de Bono são reproduzidas em BAKER, Peter – «Bush heads to Africa, scene of successes on health policy». In The Washington Post, 16 de Fevereiro de 2008, e podem ser consultadas em http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/02/15/AR2008021503304_pf.html. A apreciação de Bob Geldof, publicada na revista Time, está disponível em http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1717934,00.html.

5 Presidentes polémicos, ideologicamente polarizadores, são frequentemente alvos de duríssimos ataques por parte dos seus opositores, tanto políticos como académicos. Harry Truman e, mais recentemente, Ronald Reagan exemplificam este fenómeno. Porém, com a passagem do tempo, perspectivas mais distanciadas permitem novas leituras da actuação dos chefes de Estado. Por exemplo, Sean Wilentz, historiador da Universidade de Princeton e insuspeito de ser próximo do movimento conservador americano, acaba de publicar um interessantíssimo livro reconhecendo a profunda influência política de Reagan. Cf., WILENTZ, Sean – The Age of Reagan: A History, 1974-1980. Nova York: Harper Collins, 2008.

6 Esta linha de argumentação pode também ser encontrada em LYNCH, Timothy J., e SINGH, Robert S. – After Bush: The Case for Continuity in American Foreign Policy. Cambridge: Cambridge University Press, 2008. Uma perspective oposta é apresentada em LIND, Michael – «The world after Bush». In Prospect. N.º 128, Novembro de 2006. (Disponível em: http://www.prospect-magazine.co.uk/pdfarticle.php?id=7888).

7 Sobre a conceptualização da containment, cf., KENNAN, George (X) – «The sources of Soviet conduct». In Foreign Affairs. Vol.26, N.º 2, Julho de 1947, pp. 566-582 (Disponível em: http://www.txwesleyan.edu/ohan/readings/sourcesofsovietconduct.html).

8 A melhor análise continua a ser GADDIS, John Lewis – Strategies of Containment: A Critical Appraisal of Postwar American National Security Policy. Nova York: Oxford University Press, 1982.

9 A este propósito, cf. KISSINGER, Henry – A World Restored: Metternich, Castlereagh and the Problems of Peace, 1812-22. Boston: Houghton Mifflin Company, 1957, e IKENBERRY, G. John – After Victory: Institutions, Strategic Restraint, and the Rebuilding of Order After Major Wars. Princeton: Princeton University Press, 2000.

10 Sobre o conceito de «guerra hegemónica», cf., GILPIN, Robert – War and Change in World Politics. Cambridge: Cambridge: Cambridge University Press, 1981, e GILPIN, Robert – «The theory of hegemonic war». In Journal of Interdisciplinary History. Vol. 18, N.º 4, Primavera de 1988, pp. 591-613.

11 CHOLLET, Derek – America Between the Wars. From 11/9 to 9/11. Nova York: PublicAffairs Books, 2008.

12 BUSH, George – The National Security Strategy of the United States of America. White House, Setembro de 2002 (Disponível em: http://www.whitehouse.gov/nsc/nss.pdf.). As duas melhores análises da ESN podem ser encontradas em KAUFMAN, Robert G. – In Defense of the Bush Doctrine. Lexington: University Press of Kentucky, 2007, e GADDIS, John Lewis – Surprise, Security, and the American Experience. Cambridge: Harvard University Press, 2005. Também, RATO, Vasco – «Striking first: The use of force in Post-Cold War American foreign policy». In IPRI Working Paper 14, 2005 (Disponível em: http://www.ipri.pt/publicacoes/working_paper/pdf/WP_14_VR.pdf.).

13 KRAUTHAMMER, Charles – «The unipolar moment». In Foreign Affairs. Vol. 70, N.º1, Inverno de 1990-1991, e KRAUTHAMMER, Charles – «The unipolar moment revisited». In The National Interest. Vol. 70, Inverno de 2002, pp. 5-17; LAYNE, Christopher – «The unipolar illusion: Why new great powers will rise». In International Security. Vol. 17, N.º 4, Primavera de 1993, pp. 5-51, e LAYNE, Christopher – The Peace of Illusions: American Grand Strategy From 1940 to the Present. Ithaca: Cornell University Press, 2006. Uma interessantíssima discussão pode ser encontrada em MASTANDUNO, Michael – «Preserving the unipolar moment: Realist theories and US grand strategy after the Cold War». In International Security. Vol. 21, N.º 4, Primavera de 1997, pp. 49-88.

14 Cf., BACEVICH, Andrew J. – American Empire: The Realities and Consequences of U.S. Diplomacy. Cambridge: Harvard University Press, 2002. A fórmula de Madeleine Albright era: «multilateral when we can, unilateral when we must.» Cf., GASPAR, Carlos – «Debates ocidentais», Julho de 2004, disponível em http://www.ipri.pt/investigadores/artigo.php?idi=3&ida=70#_ftn1. Independentemente das diferenças que separam Clinton e Bush, ambos tentaram delinear estratégias para prolongar o momento unipolar e, assim, ganhar o tempo suficiente para desenvolver normas e instituições internacionais coincidentes com as realidades do pós-Guerra Fria. Por exemplo, a NATO seria profundamente transformada – pode mesmo dizer-se que foi refundada – pelos alargamentos patrocinados pela Administração Clinton. A única instituição relevante da Guerra Fria que escapou à refundação efectiva foi a ONU, o que parcialmente explica as ambiguidades de ambas as administrações relativamente a este fórum. É certo que, até Setembro de 1993, a Administração Clinton enfatizava um assertive multilateralism, mas essa abordagem, na sequência dos acontecimentos na Somália, vai ser substituído pelo new realism clintoniano. Cf., DAALDER, Ivo H. – «Knowing when to say no: The development of US policy for peacekeeping». In DURCH, William J. (ed.) – UN Peacekeeping, American Policy and the Uncivil Wars of the 1990’s. Nova York: St. Martin’s Press, 1996, pp. 35-67.

15 RICE, Condoleezza – «Campaign 2000: Promoting the national interest». In Foreign Affairs. Vol. 79, N.º 1, Janeiro-Fevereiro de 2000.

16 Sobre os ataques de 11 de Setembro e o seu significado, cf. WRIGHT, Lawrence – The Looming Tower: Al Qaeda and the Road to 9/11. Nova York: Vintage Books, 2007. Cf., também, o relatório da 9/11 Commission, disponível em: http://www.9-11commission.gov/report/911Report.pdf.

17 Este argumento é desenvolvido em ALMEIDA, João Marques de, e RATO, Vasco – A Encruzilhada: Portugal, a Europa e os Estados Unidos. Lisboa: Bertrand Editora, 2004.

18 O texto completo da Iraq Liberation Act pode ser consultado em http://fl1.findlaw.com/news.findlaw.com/hdocs/docs/iraq/libact103198.pdf. Sobre as ideias e as cumplicidades que uniam os membros do «gabinete de guerra» de Bush, cf., MANN, James – Rise of the Vulcans: The History of Bush's War Cabinet. Nova York: Viking, 2004.

19 Cf., por exemplo, «Open letter to President Clinton on Iraq, January 6, 1998», Project for the New American Century. Assinada por Donald Rumsfeld, Richard Perle, Elliot Abrams, Richard Armitage, John Bolton, William Kristol e outros, a carta pode ser consultada em: http://www.iraqwatch.org/perspectives/rumsfeld-openletter.htm.

20 Sobre a política dos eua relativamente ao Médio Oriente, cf., OREN, Michael B. – Power, Faith, and Fantasy: America in the Middle East, 1776 to the Present. Nova York: W. W. Norton & Co., 2007.

21 A título exemplificativo, cf., LEWIS, Bernard – What Went Wrong? Western Impact and Middle Eastern Response. Oxford: Oxford University Press, 2001.

22 BUSH, George – The National Security Strategy of the United States of America, p. 3.

23 Isto une os três países do «Eixo do Mal», referidos pelo Presidente Bush no seu primeiro discurso sobre o Estado da Nação depois do 11 de Setembro, 29 de Janeiro de 2002. Disponível em: http://www.whitehouse.gov/news/releases/2002/01/20020129-11.html a

24 BUSH, George – The National Security Strategy of the United States of America, p.15.

25 Ibidem.

26 BOUTROS-GHALI, Boutros – An Agenda for Democratization. Nova York: United Nations, Dept. of Public Information, 1996, e BOUTROS-GHALI, Boutros – An Agenda for Peace. Nova York: United Nations, 1995.

27 A «doutrina Blair» de intervenção humanitária foi anunciada durante um discurso, proferido em Chicago, a 24 de Abril de 1999. O texto poder ser encontrado em http://www.number10.gov.uk/output/Page1297.asp. A melhor análise da guerra do Kosovo é a de DAALDER, Ivo H. – Winning Ugly: NATO´s War to Save Kosovo. Washington: Brookings Institution Press, 2000.

28 Sobre a justificação e os propósitos da Liga das Democracias, cf., DAALDER, Ivo H.. e LINDSAY, James M. – «Democracies of the world, unite». In The American Interest. Vol. 2, N.º 3, Janeiro-Fevereiro de 2007. O candidato presidencial republicano, John McCain, afirma que o estabelecimento da Liga constituirá uma das prioridades da sua Administração.

29 Esta intenção seria expressa, de forma sucinta, por Donald Rumsfeld quando declarou que a «missão determinará a coligação». Cf., WOODWARD, Bob – Bush at War. Nova York: Simon and Schuster, 2002, p. 49.

30 BUSH, George – National Security Strategy of the United States of America, pp. vi, 19, 22, 31.

31 GILPIN, Robert – War and Change in World Politics, pp. 1-49 e 156-244.

32 BRINKLEY, Douglas – «Move over, Hoover». In Washington Post, 3 de Dezembro de 2006, p. B01, http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/12/01/AR2006120101511.html. Em Portugal, Mário Soares chega à mesma conclusão ao classificar o Iraque como «um desastre histórico irreparável». Mesmo que esta avaliação esteja correcta, a conclusão seguinte do ex-Presidente da República – de que «tudo se modificará» com uma eventual presidência de Barack Obama – ignora os elementos estruturais da política externa dos EUA, e, não menos relevante, as declarações de Obama sobre várias questões, incluindo o uso da força unilateral no Paquistão. Cf., SOARES, Mário – «Obama, Obama!». In Diário de Notícias 10 de Junho de 2008. Disponível em: http://dn.sapo.pt/2008/06/10/opiniao/obama_obama.html.

33 Um dos livros mais críticos em relação à política de Bush é SCHEUER, Michael – Marching toward Hell: America and Islam after Iraq. Nova York: Free Press, 2008.

34 Sobre a campanha militar, cf., GORDON, Michael R., e TRAINOR, Bernard E. – Cobra II: The Inside Story of the Invasion and Occupation of Iraq. Nova York: Vintage, 2007, e KEEGAN, John – The Iraq War: The Offensive, from Victory in 21 Days to the Insurgent Aftermath. Nova York: Vintage, 2005.

35 A demonstração de poder contra os taleban seria tão irrefutável que até adeptos da escola do «declínio americano» se renderam à evidência. Por exemplo, o historiador da Universidade de Yale, Paul Kennedy, que, no seu livro de 1987, The Rise and Fall of Great Powers, tinha previsto o colapso dos EUA em resultado de «imperial overstretch», escrevia, no Financial Times, que «Nothing has ever existed like this disparity of power; nothing». KENNEDY, Paul – «The eagle has landed». In Financial Times, 1 de Janeiro de 2002. Disponível em: http://neomodernism.org/enlaces/TheeaglehaslandedP.htm.

36 Um dos primeiros analistas a antecipar a centralidade das novas guerras foi Max Boot, que se debruçou sobre as campanhas conduzidas pelos EUA no passado, incluindo a importantíssima campanha nas Filipinas. BOOT, Max – The Savage Wars of Peace: Small Wars and the Rise of American Power. Nova York: Basic Books, 2003.

37 Sobre a questão da nuclearização da Coreia do Norte e do Irão, e as consequências estratégicas para os EUA, cf., RATO, Vasco, e LIMA, Bernardo Pires de – «A encruzilhada iraniana: Armas nucleares e consequências geoestratégicas». In Nação e Defesa. N.º 117, Verão de 2007, pp. 179-196, e RATO, Vasco, e LIMA, Bernardo Pires de – «A nuclearização da Coreia do Norte: Da sustentabilidade do regime à ameaça da proliferação». In Nação e Defesa. N.º 119, Primavera de 2008, pp. 179-198.

38 Sobre a ocupação e as suas dificuldades, cf., inter alia, RICKS, Thomas E. – Fiasco: The American Military Adventure in Iraq, 2003 to 2005. Nova York: Penguin, 2007, e PACKER, George – The Assassins’ Gate: America in Iraq. Nova York: Farrar, Straus and Giroux, 2005. Talvez o mais equilibrado trabalho sobre o tema seja o de ALLAWI, Ali A. – The Occupation of Iraq. Winning the War, Losing the Peace. New Haven: Yale University Press, 2007.

39 Esta linha de argumentação é seguida em dois trabalhos extremamente críticos de Donald Rumsfeld: COCKBURN, Andrew – Rumsfeld: His Rise, Fall, and Catastrophic Legacy. Nova York: Scribner, 2007, e HERSPRING, Dale R. – Rumsfeld’s Wars: The Arrogance of Power. Lawrence: University Press of Kansas, 2008.

40 As duas decisões foram tomadas durante o consulado de Paul Bremer, que justifica as suas acções em BREMER, L. Paul – My Year in Iraq: The Struggle to Build a Future of Hope. Nova York: Threshold Editions, 2006. Perspectivas críticas de Bremer e da reconstrução podem ser encontradas em CHANDRASEKARAN, Rajiv – Imperial Life in The Emerald City: Inside Iraq’s Green Zone. Nova York: Vintage, 2007, e PHILLIPS, David L. – Losing Iraq: Inside the Postwar Reconstruction Fiasco. Boulder: Westview: 2005.

41 Duas perspectivas que mantêm que a guerra e a ocupação estavam, desde o início, condenadas ao fracasso são: STEELE, Jonathan – Defeat: Why America and Britain Lost Iraq. Berkeley: Counterpoint, 2008, e KAPLAN, Fred – Daydream Believers: How a Few Grand Ideas Wrecked American Power. Hoboken: John Wiley & Sons, 2008.

42 Sobre os xiitas – o seu crescente papel na política do Iraque e do Médio Oriente e da possibilidade de serem factores de democratização – cf., AJAMI, Fouad – The Foreigner’s Gift: The Americans, the Arabs, and the Iraqis in Iraq. Nova York: The Free Press, 2006, e NASR, Vali – The Shia Revival: How Conflicts Within Islam Will Shape the Future. Nova York: W. W. Norton, 2006. Sobre Muqtada al-Sadr e o seu Exército Madhi, cf., COCKBURN, Patrick – Muqtada: Muqtada al- Sadr, the Shia Revival, and the Struggle for Iraq. Nova York: Scribner, 2008.

43 Uma perspectiva pessimista relativamente ao processo de democratização no Iraque pode ser encontrada em DIAMOND, Larry – Squandered Victory: The American Occupation and the Bungled Effort to Bring Democracy to Iraq. Nova York: Times Books, 2005. Note-se que Diamond, reconhecido scholar na área dos estudos sobre a democratização, foi conselheiro da Autoridade Provisória, em Bagdade. O livro constitui a melhor e mais informada crítica às dimensões política e administrativa da ocupação.

44 Sobre este assunto, cf. CHOREV, Matan – «Wherein the divide? Terrorism and the future of atlanticism». In Perceptions. Vol. XI, Primavera de 2006, pp. 33-48.

45 Um fascinante trabalho sobre a política dos EUA no Afeganistão na sequência da invasão soviética do país – e a relação entre a CIA, Osama bin Laden e os mujahedin –, é COLL, Steve – Ghost Wars: The Secret History of the CIA, Afghanistan, and Bin Laden, from the Soviet Invasion to September 10, 2001. Nova York: Penguin Books, 2004. Sobre a luta dos mujahedin contra as forças soviéticas, KAPLAN, Robert D. – Soldiers of God: With the Mujahidin in Afghanistan. Boston: Houghton Mifflin, 1990. O melhor livro sobre os taleban é: RASHID Ahmed – Taliban: Militant Islam, Oil, and Fundamentalism in Central Asia. New Haven: Yale University Press, 2000.

46 Cf. SHERWELL, Philip – «Condoleezza Rice wins battle for George W Bush’s era over Iran talks». In The Daily Telegraph, 21 de Julho de 2008. Disponível em: http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/middleeast/iran/2435904/Condoleezza-Rice-winsbattle-for-George-W-Bushs-ear-over-Iran-talks.html.

47 Sobre esta questão, cf. JONES, Seth G. – «The rise of Afghanistan's insurgency: State failure and Jihad». In International Security. Vol. 32, N.º 4, Primavera de 2008, pp. 7-40, e JOHNSON, Thomas H. – «On the edge of the Big Muddy: The Taliban resurgence in Afghanistan». In China and EurasiaForum Quarterly. Vol. 5, N.º 2, Maio de 2007, pp. 114-115. Uma das primeiras análises a antecipar dificuldades no Afeganistão foi SCHEUER, Michael – Imperial Hubris: Why the West is Losing the War on Terror. Washington: Brassey’s, 2004.

48 Cf. JOHNSON, Thomas H., e MASON, M. Chris – «No sign until the burst of fire: Understanding the Pakistan-Afghanistan frontier». In International Security. Vol. 32, N.º 4, Primavera de 2008, pp. 41-77.

49 Sobre o islamismo no Paquistão, e o papel das Forças Armadas, cf., inter alia, HUSSAIN, Zahid – Frontline Pakistan: The Struggle With Militant Islam. Nova York: Columbia University Press, 2007; HAQQ ANI, Husain – Pakistan: Between Mosque and Military. Washington: Carnegie Endowment for International Peace, 2005; e MUSH ARR AF, Pervez – In the Line of Fire: A Memoir. Nova York: Free Press, 2006.

50 Cf., por exemplo, INTERNATIONAL CRISIS GROUP – Pakistan: Madrasas, Extremism and the Military. 29 de Julho 2002. Disponível em: http://www.crisisgroup.org/library/documents/asia/south_asia/036___pakistan_madrasas__extremism_and_the_military_amended.pdf.

51 CASA BRANCA – «President Sworn-In to second term». 20 de Janeiro de 2005. Disponível em: http://www.whitehouse.gov/news/releases/2005/01/20050120-1.html

52 «Dreaming with BRI Cs: The path to 2050». Global Economics Paper No. 99, Outubro de 2003. Disponível em: http://www2.goldmansachs.com/ideas/brics/book/99-dreaming.pdf. Conclusões semelhantes são apontadas pelo National Intelligence Council. «The likely emergence of China and India, as well as others, as new major global players – similar to the advent of a unified Germany in the 19th century and a powerful United States in the early 20th century will transform the geopolitical landscape, with impacts potentially as dramatic as those in the previous two centuries. In the same way that commentators refer to the 1900s as the "American century," the 21st century may be seen as the time when Asia, led by China and India, comes into its own.» NIC. Mapping the Global Future. Report of the National Intelligence Council’s 2020 Project. Dezembro de 2004, p. 47. http://www.foia.cia.gov/2020/2020.pdf.

53 CHRISTENSEN, Thomas J. – «Fostering stability or creating a monster? The rise of China and U.S. policy toward East Asia». In International Security. Vol. 31, N.º 1, Verão de 2006, pp. 81-126, e MITCHEL, Derek, e BAJPAEE, Chietigj – «China and South Asia». In CSIS China Balance Sheet, Abril de 2006. Disponível em: http://www.chinabalancesheet.org/Documents/Paper_South_Asia.PDF

54 China’s National Defense in 2006 [Beijing: Information Office of the State Council of the People’s Republic of China, Dezembro de 2006, http://www.china.org.cn/english/features/book/194421.htm. Também, DORMANDY, Xenia – «Is India, or will it be, a responsible stakeholder?». In The Washington Quarterly. Vol. 30, N.º 3, Verão de 2007, pp. 117-130.

55 Cf., por exemplo, o mais recente relatório anual publicado pelo Pentágono. OFICE OF THE SECRET ARY OF DEFENSE – «Military Power of the People´s Republic of China, 2008.Disponível em: http://www.defenselink.mil/pubs/pdfs/China_Military_Report_08.pdf .

56 Sobre este tema, cf., entre outros, CHRISTIANSEN, Thomas J., e SNYDER , Jack – «Chain gangs and passed bucks: Predicting alliance patterns in multipolarity». In International Organization. Vol. 44, N.º 2, 1990, pp. 137-168; KAUFM AN, Robert G. – «To balance or bandwagon? Alignment decisions in 1930s Europe». In Security Studies. Vol. 1, N.º 3, 1992, pp. 417-447; SCHWELLER, Randall L. – «Bandwagoning for profit: Bringing the revisionist state back in». In International Security. Vol. 19, N.º 1, 1994, pp 72-107; WALT, Stephen M. – «Alliance formation and the balance of world power». In International Security.Vol. 9, N.º 4, 1985, pp. 3-43; e WALT, Stephen M. – «Testing theories of alliance formation: The case of Southwest Asia». In International Organization. Vol. 42, N.º 2, 1988, pp. 275-316.

57 Cf. GOH, Evelyn – «Great powers and hierarchical order in Southeast Asia: Analyzing regional security strategies». In International Security. Vol. 32, N.º 3, Inverno de 2007-20008, pp. 113-157.

58 Sobre a política externa russa na «era Putin», cf. Edward LUCAS – The New Cold War: The Future of Russia and the Threat to the West. Nova York: Palgrave Macmillan, 2008, e TRENIN, Dmitri V. – Getting Russia Right. Washington: Carnegie Endowment for International Peace, 2007.

59 Cf. KOZYREV, Andrey – «Russia: A chance for survival». In Foreign Affairs. Vol. 71, N.º2, Primavera de 1992, pp. 1-16.

60 LUTWAK, Edward – «A Truman for our times». In Prospect. N.º 149, Agosto de 2008. Disponível em: http://www.prospect-magazine.co.uk/pdfarticle.php?id=10309.

61 Duas reflexões recentes, e radicalmente diferentes nas suas conclusões, sobre os desafios colocados aos Estados Unidos são: KAGAN, Robert – The Return of History and the End of Dreams. Nova York: Knopf, 2008; e ZAKARIA, Fareed – The Post-American World. Nova York: W. W. Norton & Co., 2008.