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Motricidade
versão impressa ISSN 1646-107X
Motri. vol.14 no.2-3 Ribeira de Pena out. 2018
ARTIGOS
Comparação da resposta do consumo de oxigénio entre duas tarefas de treino intervalado em natação - 8x100 vs 4x200 metros
Tiago F. Almeida1,2, Dalton M. Pessoa Filho2, Astor R. Simionato2, Mário C. Espada1,3, Joana F. Reis1,4, Francisco B. Alves1
1 CIPER, BIOLAD, Faculdade de Motricidade Humana;
2 UNESP, LABOREH, Rio Claro, Brasil;
3 Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico de Setúbal;
4 Universidade Europeia, Lisboa, Portugal
Introdução
O treino intervalado (TI) realizado à velocidade associada ao consumo máximo de oxigénio (VO2max) tem vindo a ser proposto como um meio efetivo na melhoria do desempenho aeróbio de atletas, sendo o tempo despendido com consumos de oxigénio (VO2) perto dos valores máximos, um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento do VO2max e desempenho desportivo (Libicz et al., 2005). O objetivo do presente estudo foi analisar a resposta do VO2 em diferentes tarefas de TI em natação e aferir se esta se relaciona com o desempenho desportivo em provas de meia distância.
Métodos
Treze nadadores bem treinados realizaram um teste incremental descontínuo composto por 6 patamares de 250 m e uma última repetição de 200 m à máxima intensidade no estilo de crol (Espada et al., 2015) para obtenção do VO2max e da velocidade aeróbia máxima (VAM). Em dias diferentes e por ordem aleatória realizaram duas séries, no mesmo estilo de nado, de TI à VAM: (a)8x100 e (b)4x200 m com 15 e 30s de intervalo, respetivamente. Para cada TI foram calculados a média do VO2max obtido em cada repetição da série (TIMVO2max), o consumo máximo da série (TIVO2max) e o tempo acima de 90% do VO2max. A primeira repetição de cada TI serviu para o cálculo dos parâmetros da cinética do VO2 (VO2K). Foi sempre utilizado um analisador de gases (K4b2, Cosmed, Itália), acoplado ao atleta através de um snorkel para análise dos gases expirados ao longo de todo o percurso de nado e um pacer luminoso subaquático para controlo das intensidades. A perceção subjetiva do esforço (PSE) foi registada em cada TI.
Resultados
A resposta do VO2 foi muito similar entre os dois TI, com os parâmetros da VO2K, o TIMVO2max, o TIVO2max, o tempo acima dos 90% do VO2max e o respetivo percentual para o tempo total da tarefa, a não evidenciarem diferenças estatísticas significativas entre os TI. O TIVO2max e o TIMVO2max apresentaram correlações entre os TI (r=0.72, p<0.01 e r=0.70, p<0.01, respetivamente) e revelaram-se inversamente associados com o desempenho na prova dos 400 m livres (r=-0.57, p<0.05 e r=-0.67, p<0.05, respetivamente para o TI8x100; e r=-0,67, p<0.05 e r=-0.59, p<0.05, respetivamente para o TI4x200). A VO2K, através da constante temporal primária, também se revelou correlacionada com ambos os TI (r=-0.73, p<0.01). A PSE foi a única variável a evidenciar diferenças estatisticamente significativas sendo superior no TI4x200.
Discussão
Independentemente da divisão de uma tarefa de 800 m em repetições de 100 ou 200 m, com 15 e 30 s de intervalo (respetivamente), a resposta do VO2 é muito similar não sendo observadas diferenças significativas que nos indiquem claramente qual o melhor TI para a melhoria do desempenho aeróbio, no entanto, os resultados da PSE sugerem a preferência dos atletas pelo TI8x100. As correlações observadas entre as variáveis sugerem que os nadadores mais eficientes do ponto de vista fisiológico (valores mais baixos de constante temporal primária e valores relativos de VO2 mais elevados) no TI8x100, são os que apresentam melhor desempenho no TI4x200, sendo que aqueles que conseguem nadar as séries com valores superiores de VO2 são os que apresentam melhores desempenhos desportivos na prova dos 400 m livres.
REFERÊNCIAS
Libicz, S., Roels, B., & Millet, G. P. (2005). VO2 responses to intermittent swimming sets at velocity associated with VO2max. Canadian Journal of Applied Physiology, 30(5), 543-553. [ Links ]
Espada, M., Reis, J., Almeida, T., Bruno, P., Vleck, V., & Alves, F. (2015). Ventilatory and Physiological Responses in swimmer below and above their maximal lactate steady state. Journal of Strength & Conditioning Research 29(10), 2836-43. [ Links ]