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versão impressa ISSN 1646-107X
Motri. vol.14 no.2-3 Ribeira de Pena out. 2018
ARTIGOS
Relação entre desempenho nos 50, 100 e 200m de nado crol e variáveis de força fora de água em nadadores do escalão infantis
Tiago Venâncio1, Pedro Polido1, Pedro Nascimento1, Cátia Ferreira2,3, Teresa Figueiredo1,4, Aldo M. Costa5,6,7, Mário Espada1,2,8
1 Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico de Setúbal, Portugal;
2 Instituto Piaget, ISEIT, Campus Universitário Almada, Portugal;
3 Grupo de Optimización del Entrenamiento y Rendimiento Deportivo, Universidad de Extremadura, Espanha;
4 Centro de Investigação em Qualidade de Vida, Instituto Politécnico de Santarém, Portugal;
5 Departamento de Ciências do Desporto, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal;
6 Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano, UTAD, Vila Real, Portugal;
7 Centro de Investigação em Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal;
8 Centro Interdisciplinar de Estudo da Performance Humana, FMH, Portugal
Introdução
O sucesso no desempenho na natação depende de um conjunto amplo de fatores onde se incluem capacidades físicas como a força dos membros inferiors e superiores. Contudo, em jovens esta capacidade física naturalmente não se encontra muito desenvolvida, o que não significa que não seja relevante decorrer avaliação e controlo do treino. Previamente Marinho et al (2011) indicaram que o treino e competição em jovens nadadores devem ser monitorizados numa base regular com o objetivo de serem definidas as apropriadas tarefas de treino e a melhoria do desempenho. A investigação com jovens nadadores é reduzida comparativamente a atletas mais velhos e experientes, o objetivo do presente estudo foi analisar a relação entre desempenho nos 50, 100 e 200m de nado crol e variáveis de força fora de água em nadadores do escalão infantis.
Métodos
Doze nadadores infantis (10 masculinos e 2 femininos; 13.1±0.7 anos idade, 50.8±4.8 kg peso, 1.62±0.02 m altura) realizaram um conjunto de testes dentro e fora de água. Na água, com partida de baixo dos blocos, 50, 100 e 200m máximos de nado crol (T50, T100 e T200). No ginásio, teste do salto em contramovimento (SCM) na plataforma Ergojump, lançamento da bola medicinal (LBM) de 3 kg e análise de composição corporal com balança de bioimpedânica. Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para verificação da distribuição e aceite significância estatística a p≤0.05.
Resultados
T50, T100 e T200 (respetivamente, 32.3±2.38, 71.54±5.48 e 158.85±12.37 segundos) revelaram-se naturalmente correlacionados entre si, mas com maior expressão entre T100 e T200 (r=0.84; p<0.01), comparativamente a T50 e T200 (r=0.82; p<0.01) e T50 e T100 (r=0.72; p<0.01). O LBM (3.59±0.40 m) observou-se como mais correlacionado com a maior distância de nado, T200 (r=-0.80; p<0.01), mas também com T100 (r=-0.76; p<0.01) e T50 (r=0.74; p<0.01). Já o SCM (30.33±4.74 cm) foi observado como correlacionado apenas com T50 (r=-0.67; p<0.05). A altura correlacionou-se com T200 (r=-0.69; p<0.05) e o LBM (r=0.64; p<0.05). Ao nível de composição corporal (massa gorda, massa muscular e percentagem de água) não foram observadas correlações com o desempenho nos testes dentro e fora de água.
Discussão
Este estudo confirma que as correlações entre LBM e distância de nado têm tendência a diminuir com o aumento da distância de nado, facto previamente verificado por Garrido et al. (2010) na análise realizada entre os 25 e 50m, e agora confirmado com a análise de distância de nado superiores. Verifica-se assim em jovens nadadores uma maior importância no desempenho de nado em função da aplicação de força na água dos membros superiores comparativamente a membros inferiores, altura e composição corporal, aspeto que entendemos naturalmente relacionar-se com a idade dos jovens atletas. Por outro lado, a relação entre distâncias de nado evidencia que devem ser priviligiadas distância de treino e provas de 50 e 200m nestas idades no sentido de melhoria de aspetos relacionados com a velocidade (na distância mais reduzida) e aptidão aeróbia nos 200m, uma vez que do ponto de vista fisiológico a distância de 100m não permite uma aproximação ao consumo máximo de oxigénio por parte dos atletas.
REFERÊNCIAS
Garrido, N., Marinho, D. A., Barbosa, T. M., Costa, A. M, Silva, A. J., Pérez-Turpin, J. A., & Marques, M. C. (2010). Relationship Between Dry Land Strength, Power Variables and Short Sprint Performance in Young Competitive Swimmers. Journal of Human Sport and Exercise, 5(2), 240-249. [ Links ]
Marinho, D. A., Amorim, R. A., Costa, A. M., Marques, M. C., Pérez-Turpin, J. A. & Neiva, H. P. (2011). Anaerobic critical velocity and swimming performance in young swimmers. Journal of Human Sport and Exercise, 6, 80-86. [ Links ]