INTRODUÇÃO
Atualmente, a atividade física regular se faz necessário para se manter um estilo de vida físico e mental saudável. Inúmeras diretrizes reforçam essa necessidade a exemplo do American College of Sports Medicine. Para tal, um programa de exercícios deve incluir trabalhos cardiorrespiratórios, resistência, flexibilidade e treinamento neuromotor, além das atividades da vida diária (Garber et al., 2011). Entretanto. A Organização Mundial da Saúde, insistentemente revela que a inatividade física é o maior problema de saúde pública do século XXI (Trost, Blair, & Khan, 2014). Aliado a esse fato, aspectos como motivação, tempo, fatores comportamentais e ambientais, bem como a falta de dinamismo dos exercícios comuns. São as principais razões para a persistência desse problema (Trost, Owen, Bauman, Sallis, & Brown, 2002). Diante dessa situação, vários stakeholders têm proposto conceitos e alternativas mais atraentes e eficazes de treinamento com o intuito de reduzir essas barreiras mencionadas anteriormente e proporcionar uma maior adesão ao treinamento como também um período mais longo de atividade sem interrupção, e uma das possibilidades seriam os exergames (Marshall & Linehan, 2020).
Para Oh e Yang (2010), essa modalidade requer esforço físico a qual seus movimentos são controlados por movimentos corporais. Estes tem sido ofertado como alternativa de treinamento mais atrativas e com eficácia. Diversos autores indicam que os exergames têm o potencial de promover o aumento da aptidão física/cognitiva, resistência, força e coordenação (Benzing, Heinks, Eggenberger, & Schmidt, 2016; Kari, 2017; Mura, Carta, Sancassiani, Machado, & Prosperini, 2018; Stojan & Voelcker-Rehage, 2019) além de promover o aumento da adesão de treino pelos seus praticantes. Motivação e maior envolvimento são os aspectos que mais proporcionam a está modalidade uma maior aceitação pelos os usuários (Martin-Niedecken, Rogers, Turmo Vidal, Mekler, & Márquez Segura, 2019; Tondello, Mora, Marczewski, & Nacke, 2019). Além disso, o exergame atente as mais diversar populações-alvo (Kappen, Mirza-Babaei, & Nacke, 2019; Martin-Niedecken & Schättin, 2020).
Para a pratica esportiva, em especial o futebol, alguns padrões diferem entre as necessidades da pratica de atividade física em relação ao desempenho esportivo. O desempenho para essa modalidade requer ações de alta intensidade tais como, corrida, salto, sprints, aceleração e desaceleração (Dugdale, Arthur, Sanders, & Hunter, 2019). Com a evolução da modalidade, houve também aumento das demandas do jogo, assim, os jogadores precisam manter um alto nível das capacidades físicas, das habilidades técnicas e táticas (Asian Clemente et al., 2019).
Juntamente com a crescente evolução do futebol, vários métodos de treinamento físico surgiram na tentativa de proporcionar melhores desempenhos para os atletas em vários níveis de atuação dentro da modalidade (Comfort, Stewart, Bloom, & Clarkson, 2014; Beato, Bianchi, Coratella, Merlini, & Drust, 2018; Pardos-Mainer, Lozano, Torrontegui-Duarte, Cartón-Llorente, & Roso-Moliner, 2021). Porém, a utilização do exergames como um método de treinamento para a performance ainda não está clara, tendo a grande maioria das produções cientificas se preocupado em analisar o funcionamento cognitivo, reabilitação e desempenho funcional de idosos entre outros.
Diante do exposto, temos como hipótese que a utilização do exergames possa aumentar o nível de aptidão física entre os jovens futebolistas e que promova melhoras tanto na agilidade quanto na percepção espaço-temporal. No entanto, esta pesquisa tem como objetivo identificar se a utilização do exergames melhora a aptidão física avaliada através do Burpee, como também analisar se os exergames podem melhorar a agilidade e a percepção espaço-temporal em jovens jogadores de futebol e não jogadores.
MÉTODOS
Está pesquisa foi realizada em cinco semanas onde a primeira semana foi destinada a familiarização dos protocolos e assinatura dos termos de assentimento livre e esclarecido (TALE) como também o termo consentimento livre e esclarecido (TCLE) assinados pelos responsáveis legais dos menores e pelos participantes. As demais semanas foram destinadas as intervenções. Foram realizadas duas intervenções semanalmente com intervalo de 48 h entre cada intervenção. A Figura 1 apresenta o desenho experimental desta pesquisa.
Grupo 1: NPFB — não praticantes de futebol com intervenção do burpee; Grupo 2: NPFBE — não praticantes de futebol com intervenção do burpee e exergames; Grupo 3: PFB — praticantes de futebol com intervenção do burpee; Grupo 4: PFBE — praticantes de futebol com intervenção do burpee e exergames.
Trata-se de um estudo exploratório descritivo com analise quali-quantitativa, Os participantes envolvidos no estudo foram jovens futebolistas e não futebolistas com faixa etária de 8 a 14 anos.
Todos os procedimentos foram realizados conforme a Resolução 466/2012 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde e os princípios éticos da última versão da Declaração de Heljsinque (Associação Médica Mundial). Está pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Sete de Setembro (FASETE) e aprovado com o seguinte parecer 3.697.216.
Amostra
A amostra foi composta por conveniência com um N de 40 jovens do sexo masculino com idade entre 8 a 14 (10,8± 1,8 anos). Destes, 20 crianças não praticavam esportes e 20 eram praticantes de uma escolinha de futebol regularmente.
A amostra foi dividida em dois grupos e dois subgrupos de intervenção. Foram criados os seguintes grupos: Não Praticantes de futebol (NPF) e Praticantes de Futebol (PF), após a criação dos dois grupos, foi realizado um sorteio e a criação de dois subgrupos para cada grupo com 10 participantes, estes com intervenção do Burpee e do Exergames. Sendo assim, foi criado os seguintes grupos de intervenções: Grupo 1= NPF-Burpee (NPFB), Grupo 2= NPF- Burpee e Exergames (NPFBE), Grupo 3= PF-Burpee (PFB) e Grupo 4= PF-Burpee e Exergames (PFBE). Na Tabela 1, está descrito a caracterização da amostra por cada grupo.
Grupo (N) | Característica | Idade± DP | EST± DP | MCT± DP | |||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Grupo 1-NPFB (10) | Burpee | 9,7 | 0,9 | 1,42 | 0,09 | 38,4 | 10,2 |
Grupo 2-NPFBE(10) | Burpee e Exergames | 9,5 | 1,2 | 1,41 | 0,07 | 35,7 | 7,2 |
Grupo 3-PFB(10) | Burpee | 11,6 | 1,6 | 1,46 | 0,06 | 44,0 | 6,5 |
Grupo 4-PFBE(10) | Burpee e Exergames | 12,6 | 1,6 | 1,51 | 0,10 | 53,5 | 7,9 |
EST: estatura; MCT: massa corporal total; DP: desvio padrão.
Instrumentos
Foi utilizado um Console X Box 360 (360 slim, Microsoft) com Kinect Sports (futebol) para a intervenção do exergames e um projetor de tela (Flexinter Lcd 1280 X720p HD 3500 Lumens Led, Lúmen) para a projeção das imagens do jogo em uma parede de cor branca impossibilitando contrastes das imagens e sem iluminação capaz de atrapalhar a visão dos avaliados.
Para a avaliação da aptidão física, foi utilizado o exercício Burpee, eram computados quantos movimentos corretos os indivíduos realizavam em 60 segundos.
Para as variáveis agilidade e percepção espaço temporal, foi criada uma planilha e a partir da percepção dos pesquisadores era dada pontuações: 1 (ruim), 2 (bom) e 3 (muito bom). Foi designado dois avaliadores permanente para o acompanhamento dos grupos desde o início até o final das intervenções.
Para a avaliação antropométrica dos sujeitos, foi utilizada uma trena da marca “123Útil” (FR237 12 mm × 50 m) e uma balança digital Multilaser (HC022) com capacidade máxima de 180 kg.
Procedimentos
As intervenções foram realizadas 2 vezes por semana com intervalo de 48 h entre cada intervenção por um período de 4 semanas.
Para a realização do burpee, foi seguido o protocolo de execução descrito por (Podstawski, 2019). Os indivíduos foram submetidos a um tempo de 60 segundos de execução e encorajados a realizarem o máximo de repetições possíveis.
As partidas do exergames tinham duração de 15 minutos cada jogo. Apenas 2 crianças jogavam por partida uma contra a outra.
Para os grupos NPFBE e PFBE, que continha burpee e exergames, as intervenções eram realizadas no mesmo turno do dia. Sempre obedecendo a ordem dos exercícios conforme descrito no grupo e com um tempo de descanso de no mínimo 15 minutos entre a execução do burpee e do exergames.
Análise estatística
Foi realizada a estatística descritiva com medidas de tendência central, média (X)± desvio padrão (DP). Para a verificação da normalidade das variáveis foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk, tendo em vista o tamanho da amostra. Para a avaliação do burpee intragrupos foi utilizado o teste t de Student, já para a avaliação intergrupos foi utilizado a Anova Two Way com post-hoc de Bonferroni considerando-se a significância para p≤ 0,05. Para as variáveis agilidade e percepção espaço-temporal, foi utilizado o teste de Wilcoxon, tendo em vista que as variáveis não atenderam ao teste de normalidade. O tratamento estatístico foi computado através do software Statistical Package for the Social Science-SPSS 22.0 da IBM.
RESULTADOS
A Tabela 2, são apresentados os dados referentes ao desempenho do burpee. Pode- se observar que todos os grupos apresentaram diferenças significativas entre o pré e o pós-intervenção.
Pares | Pré-Pós | Média | DP | t | IC95% | DF | Sig |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Par 1 | Burpee (G1) | -7,0 | 3,36 | -6,57 | (-9,40–-4,59) | 9 | 0,001* |
Par 2 | Burpee (G2) | -11,6 | 3,47 | -10,57 | (-14,08–-9,11) | 9 | 0,001* |
Par 3 | Burpee (G3) | -14,3 | 3,52 | -12,81 | (-16,82–11,77) | 9 | 0,001* |
Par 4 | Burpee (G4) | -11,7 | 3,88 | -9,51 | (-14,48–-8,91) | 9 | 0,001* |
#Resultados comparativos obtidos através do teste t de Student; G1: Grupo 1; G2: Grupo 2; G3: Grupo 3; G4: Grupo 4; DP: desvio padrão; t: teste t de Student; IC95%: intervalo de confiança de 95%; DF: grau de liberdade; Sig.: significância (p≤ 0,05).
Ao se comparar os resultados do Burpee intergrupos na Tabela 3, observa-se que não há diferença significativa entre o Grupo 1 e o Grupo 2, como também não há diferença significativa entre os Grupos 3 e 4. Porém, quando comparado os grupos 1 e 2 × 3 e 4. Observa-se diferença significativa (p< 0,05).
Variável dependente | (I) GRUPOS | (J) GRUPOS | IC95% | Sig. |
---|---|---|---|---|
Burpee | Grupo 1 | Grupo 2 | (-6,39–6,59) | 1,00 |
Grupo 3 | (-18,60–-5,59) | 0,01* | ||
Grupo 4 | (-16,97–-5,02) | 0,01* | ||
Grupo 2 | Grupo 1 | (-6,59–6,39) | 1,00 | |
Grupo 3 | (-15,36–-9,03) | 0,001* | ||
Grupo 4 | (-14,48–-7,71) | 0,001* | ||
Grupo 3 | Grupo 1 | (5,59–18,60) | 0,01* | |
Grupo 2 | (9,03–15,36) | 0,001* | ||
Grupo 4 | (-1,27–3,47) | 0,92 | ||
Grupo 4 | Grupo 1 | (5,02–16,97) | 0,01* | |
Grupo 2 | (7,71–14,48) | 0,001* | ||
Grupo 3 | (-3,47–1,27) | 0,92 |
#Resultados comparativos obtidos através do teste ANOVA Two Way e post-hoc de Bonferroni; IC95%: intervalo de confiança de 95%; Sig.: significância (p≤ 0,05).
Esses resultados sugerem que a prática do Futebol é um fator diferencial no que diz respeito à evolução no Burpee, pois apenas os Grupos 3 e 4 praticavam a modalidade e obtiveram os melhores resultados com o Burpee. Quando comparado o grupo 3 com o 4. Não houve diferença significativa. Reafirmando que a evolução do burpee, não sofreu alteração pelo exergames (p= 0,92).
Na Tabela 4 são apresentadas as comparações intra e inter-pares dos grupos 2,4 e 2 × 4 através da avaliação empírica dos avaliadores.
Pares | Pré-Pós | Z | Sig | |
---|---|---|---|---|
Par 1 | Agilidade (G2) | -2,828 | 0,05* | |
Par 2 | Percepção Espaço-Temporal (G2) | -2,828 | 0,05* | |
Par 3 | Agilidade (G4) | -2,070 | 0,38 | |
Par 4 | Percepção Espaço-Temporal (G4) | -2,271 | 0,23 | |
Momento | Pares | Z | Sig | |
Pré | Par 1 | Agilidade (G2xG4) | -1,890 | 0,59 |
Par 2 | Percepção Espaço-Temporal (G2xG4) | -1,134 | 0,25 | |
Pós | Par 1 | Agilidade (G2xG4) | -1,265 | 0,20 |
Par 2 | Percepção Espaço-Temporal (G2xG4) | -1,342 | 0,18 |
*Resultados comparativos obtidos através do teste Não Paramétrico Wilcoxon; G2: Grupo 2; G4: Grupo 4; Z: teste de Wilcoxon; Sig: significância (p≤ 0,05).
O exergames promoveu aumento significativo para o grupo 2, em ambas as variáveis. Para o grupo 4, a intervenção com exergame não influenciou significativamente. Pressupondo que o exergames não surte efeito em jovens futebolista. A análise intergrupos revela que não há diferença entre os grupos 2 × 4 nos momentos pré × pós intervenção (Tabela 4).
DISCUSSÃO
Esta pesquisa teve como objetivo identificar se o exergames pode melhorara a aptidão física como também, avaliar de forma empírica se o mesmo tem a capacidade de melhorar a agilidade e a percepção espaço-temporal de jovens entre 8 a 14 anos praticantes e não praticantes de futebol. Nossos resultados indicam que o exergames não induziu adaptações significativas para a aptidão física. Apesar de todos os grupos terem evoluídos conforme a Tabela 2, quando comparado os dados intergrupos (Tabela 3), os grupos 1 × 2 e 3 × 4. Não houve diferença significativa. Porém, quando comparado o 3 e 4 × 1 e 2, houve uma diferença significativa no desempenho a favor do grupo praticante de futebol (Tabela 3). Flynn et al. (2018), identificaram que tanto meninos quanto meninas aumentaram em 28% a condição cardiorrespiratória após uma intervenção de 6 semanas com o uso do exergames. Vale destacar que a amostra utilizada pelos autores não era praticante de nenhuma modalidade esportiva. Nossos resultados são apoiados pelo trabalho de McDonough, Pope, Zeng, Lee e Gao (2018), os autores identificaram que o exergames não promoveu aumento significativo do metabólico de trabalho (MET) quando comparado com a esteira rolante em universitários.
A utilização de exergames parece não influenciar diretamente variáveis de força ou de cunho cardiorrespiratório. Bronner, Pinsker, Naik e Noah (2016) e Perrin et al. (2019) reportam que apesar dos exergames aumentar a frequência cardíaca, o MET não sofre alterações significativas. Alguns fatores podem influenciar diretamente o desenvolvimento dessas variáveis. Tais fatores como; densidade mineral óssea (Almeida-Neto et al., 2021a), massa magra (Almeida-Neto et al., 2021d), Liberação hormonal (Almeida-Neto et al., 2021b; Almeida-Neto et al., 2020c) e tempo de treinamento (Guimarães, Ramos, Janeira, Baxter-Jones, & Maia, 2019; Fernandes, López-Plaza, Correas-Gómez, Gomes, & Alacid, 2021), podem influenciar diretamente o desempenho seja da força muscular ou a condição cardiorrespiratória em jovens. Porém, destes fatores apresentados, o tempo de treinamento e a liberação hormonal talvez seja a explicação para que nosso trabalho não encontra-se diferenças significativas na melhora da aptidão física em jovens futebolistas com o uso do exergames.
Essas suposições podem ser apoiadas ainda com os dados da Tabela 3. Pois os não praticantes de futebol obtiveram piores resultados. Ou seja, independente da utilização do exergames, a prática especifica do burpee durante as 4 semanas teve resultado significativo (Tabela 2), surgindo então a hipótese de que os grupos 3 e 4 só obtiveram melhores resultados por conta da pratica regular de futebol. Isso se confirma quando analisamos os grupo 3 × 4, eles não diferem significativamente entre si. Em relação a liberação hormonal, podemos observar que na Tabela 1, a média de idade difere entre os grupos, sendo maior para os praticantes de futebol que talvez já tenham maturados e possam desfrutar de mais hormônios que os demais. Estás hipóteses são sustentadas pelos trabalhos apresentados por Marta et al. (2016) e Mota et al. (2021). O primeiro ao comparar a força explosiva de membros superiores e inferiores em jovens entre 11 a 17 anos praticantes e não praticantes de esportes. Identificou que os padrões de força não diferem entre praticantes e não praticantes de esportes, seja em ralação aos membros superiores ou inferiores. Já o segundo, conclui que os efeitos dos hormônios são manifestados durante a puberdade e que durante a pré-puberdade, pode haver ganho de estatura, mas esses ganhos não são acompanhados por aumento de músculos, o que impacta diretamente na força.
Em contra partida, vários trabalhos relatam que a utilização do exergames promove maior aceitação entre os avaliados que os exercícios tradicionais (Zeng, Pope, & Gao, 2017; McDonough, Pope, Zeng, Lee, & Gao, 2018; Perrin et al., 2019; Shafer, Carbonara, & Korpi, 2019; McDonough, Pope, Zeng, Liu, & Gao, 2020).
No tocante a avaliação do exergames sobre a agilidade e a percepção espaço-temporal, a Tabela 4 demonstra que o grupo 2 evoluiu significativamente em ambas as variáveis quando comparados os momentos pré e pós. A agilidade é caracteriza por uma mudança de direção sem a perca de equilíbrio (Sheppard & Young, 2006). Foi possível observar que durante as intervenções, principalmente na primeira semana, os sujeitos tiveram um desempenho ruim segundo as avaliações empíricas dos avaliadores, e ao passo que as intervenções foram avançando, foi possível identificar uma melhora substancial dos participantes em especial os participantes que não praticavam futebol (Tabela 4). Greco e Benda (1998). Fala que a percepção espaço-temporal é melhorada com o treinamento. Entendendo que o grupo 2, eram crianças que não praticavam esportes, fica claro o motivo da evolução do grupo. A partir do momento que foram submetidos a um treinamento (exergames) por 4 semanas, as crianças conseguiram melhorar sua percepção espaço-temporal. Esses resultados são apoiados por diversos trabalhos na literatura, a utilização dos exergames parece influenciar diretamente a agilidade e a percepção espaço-temporal (Page, Barrington, Edwards, & Barnett, 2017; Smits-Engelsman, Jelsm,a & Ferguson, 2017; Liu, Zeng, McDonough, & Gao, 2020; Smits-Engelsman, Bonney, & Ferguson, 2021).
Durante a realização desta pesquisa, surgiram limitações. Não foi possível fazer o controle de variáveis que podem ou não interferir negativamente nos resultados encontrados, principalmente quando avaliado a aptidão física. Tais variáveis como tempo de treinamento e Liberação hormonal, podem influenciar diretamente nos desfechos desta pesquisa. E para tal, são necessários testes que exigem maior recurso financeiro. É preciso mais estudos sobre o tema que controlem estás variáveis para que se possa analisar com precisão se os exergames podem ser utilizados como ferramenta para a aptidão física de jovens atletas futebolistas. Pois, sua utilização parecer ser melhor empreendida como ferramenta contra o sedentarismo.
CONCLUSÃO
Através dos resultados expostos por essa pesquisa, depreendemos que os exergames não proporciona melhora da aptidão física em jovens jogadores de futebol, e que também não proporcionou melhoras na agilidade ou na percepção espaço-temporal. Porém, para o público não atleta, houve melhora significativa para a agilidade e percepção espaço-temporal.