INTRODUÇÃO
A pandemia de COVID-19 tomou conta do mundo, onde a população, forçada pelas circunstâncias, teve que mudar seus hábitos e estilo de vida, sem nenhuma opção de escolha. A partir de março de 2020, o surto global de SARS-CoV2 (também denominada Covid-19/Corona virus disease 2019) foi declarado como uma pandemia (Silva, Pereira, Oliveira, Surdi, & Araújo, 2020). De acordo com o Portal Coronavirus, do Ministério da Saúde (2020), já são 34.908.198 casos e 688.656 mortes no Brasil, com base na atualização de 13/11/2022.
Cabe apontar que, com as medidas restritivas para minimizar o número de óbitos por Covid-19, ocasionou-se uma considerável diminuição do nível de atividade física da população. Nesse contexto, para promover condições de hábitos de vida saudável e para garantir a saúde do indivíduo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a American College of Sports Medicine (ACSM) incentivaram a prática de atividade física em casa (Fernandes França et al., 2020).
A Pessoa com Deficiência (PcD) enfrenta constantes desafios para garantir seus direitos e deveres numa sociedade que não está preparada para atender a demanda no seu dia a dia (Guimarães, Souza, Costa & de Souza, 2021). Muitas são as barreiras encontradas em sua rotina: desde acessibilidade, passando por preconceitos, mitos e até falta de conhecimento sobre as condições existentes dentro da Saúde (Beltrame & Sampaio, 2015). Tal panorama agravou-se no período de pandemia Covid-19, uma vez que as atividades existentes já careciam de atendimento especializado, capacitado e com ambiente acessível. Essa fragilidade fez com que as informações e o direcionamento de atendimento dessa população se tornassem adequados a uma grande particularidade, ao tipo de deficiência, à faixa etária, aos cuidados e ao formato assertivo necessário (Böck; Gomes & Beche, 2020; De Freitas & Cabral, 2020).
A importância desse estudo reside em sua potencialidade de favorecer a identificação das barreiras enfrentadas pelos profissionais de Educação Física durante o atendimento a PcD em meio ao cenário pandêmico, o que contribuirá para o desenvolvimento de metodologias alternativas e eficazes, para facilitar o processo de ensino e aprendizagem, e gerar impactos positivos na saúde dessas pessoas. Para isso, surgiu uma pergunta que indaga as atividades profissionais a serem realizadas da seguinte maneira: quais as dificuldades do professor de Educação Física nas aulas para pessoa com deficiência durante o isolamento social?
Para tanto, o estudo tem como objetivo geral identificar as barreiras encontradas pelos profissionais de Educação Física no atendimento a pessoas com deficiência, em meio à pandemia de Covid-19. A pesquisa apresenta, ainda, como objetivos específicos a análise das dificuldades e as facilidades encontradas em se ministrar aulas para PcD em tempo de isolamento social, bem como a averiguação da demanda encontrada e da lacuna a ser preenchida para o atendimento nas aulas de Educação Física para PcD's.
MÉTODOS
Desenho
O presente estudo admite viés descritivo, transversal e de natureza exploratória, portanto se trata de uma pesquisa quali-quantitativa que investiga fenômenos com baixa informação e situação-problema atuais (Thomas, Nelson, & Silverman, 2009).
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade do Estado do Pará — em seu Centro de Ciências Biológicas e da Saúde — Campus II, sob parecer de número 4.480.234, obedecendo às normas da resolução número 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, e ainda seguiu os preceitos descritos na Carta Circular nº2/2021-CONEP/SECNS/MS (Ministério da Saúde, 2021) quanto aos cuidados por vazamentos de dados em pesquisas desenvolvidas em ambiente virtual. Este estudo foi apresentado por meio do questionário Google Forms e da autorização do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e (antes de iniciar o questionário on-line) o termo de aceite foi viabilizado para dar prosseguimento às respostas.
Amostra
O critério de inclusão para amostra é ser profissional de Educação Física atuante com pessoas com deficiência, por meio da prática esportiva. Em contrapartida, excluíram-se os profissionais não graduados em Educação Física e sem registro no Conselho Federal e Regional de Educação Física. Portanto, a amostra do presente estudo foi constituída por 64 profissionais de Educação Física que oferecem aulas para pessoas com deficiência em todo território Brasileiro.
Instrumentos
O instrumento utilizado para a realização deste estudo apoiou-se em um questionário de criação própria dos pesquisadores, sendo validado por meio do método face validty, constituído por três profissionais Doutores da área da Educação Física, que formularam parecer sobre o questionário.
A análise sobre o questionário constituiu-se por três vieses: estar de acordo, não estar de acordo e estar de acordo com sugestões, em cada pergunta elaborada pelos pesquisadores. Após as observações apresentadas, chegou-se a um roteiro de questionário com 18 questões abertas e uma questão fechada a serem respondidas por profissionais de Educação Física que atuam com PcD. Assim, todos os professores Doutores deram sua anuência ao questionário final.
Procedimentos
O questionário foi disponibilizado pela plataforma digital do Google Forms e enviado por redes sociais como: Facebook, Instagram, Linkedin, WhatsApp e Telegram. Assim, conseguiu estabelecer um alcance maior possível de entrega aos participantes.
Análise estatística
Os dados foram tratados pelo pacote estatístico SPSS 25.0, e apresentados na forma de tabelas e figuras. A estatística descritiva foi apresentada por meio dos valores absolutos e relativos das prevalências. A estatística inferência foi feita através do teste do qui-quadrado para análise das diferenças entre as prevalências nas questões estudadas, sendo adotado um nível de significância de p< 0,5.
RESULTADOS
Na Tabela 1, é possível constatar que, dentre os componentes da amostra, existe uma significativa prevalência de sujeitos na faixa etária de 36 a 44 anos de idade, especialistas em psicomotricidade, com atuação com PcD de 3 a 6 anos, atuantes com grupos de múltiplas deficiências, através de várias modalidades, agentes no setor privado, tanto na área da inclusão quanto exclusivamente com PCD.
Variável | Resposta | Prevalência | Comparação | ||
---|---|---|---|---|---|
Absoluto | Relativo (%) | χ2 | Valor-p | ||
Idade (anos) | 18 a 26 | 4 | 6,3 | 25,81 | < 0,01* |
27 a 35 | 8 | 12,5 | |||
36 a 44 | 21 | 32,8 | |||
45 a 53 | 17 | 26,6 | |||
54 a 62 | 12 | 18,8 | |||
63 a 71 | 2 | 3,1 | |||
Tempo de Formação (anos) | 1 a 5 | 8 | 12,5 | 3,88 | 0,57 |
6 a 11 | 11 | 17,2 | |||
12 a 17 | 13 | 20,3 | |||
18 a 23 | 8 | 12,5 | |||
24 a 30 | 9 | 14,1 | |||
Acima de 30 | 15 | 23,4 | |||
Nível de Graduação | Graduado | 15 | 23,4 | 70,22 | < 0,01* |
Especialista | 38 | 59,4 | |||
Mestrado | 6 | 9,4 | |||
Doutorado | 3 | 4,7 | |||
Pós-doutorado | 2 | 3,1 | |||
Especialização em PCD | Grupos Especiais | 4 | 6,3 | 25,06 | < 0,01* |
Reabilitação | 4 | 6,3 | |||
Psicomotricidade | 24 | 37,5 | |||
Educação Física Inclusiva | 11 | 17,2 | |||
Outra | 10 | 15,6 | |||
Não | 11 | 17,2 | |||
Tempo de atuação com PCD (anos) | Inferior a 3 | 12 | 18,8 | 14,75 | 0,01* |
3 a 6 | 18 | 28,1 | |||
7 a 9 | 11 | 17,2 | |||
10 a 12 | 9 | 14,1 | |||
13 a 15 | 1 | 1,6 | |||
Acima de 15 | 13 | 20,3 | |||
Grupo PCD em que atua | Física | 10 | 15,6 | 60,25 | < 0,01* |
Auditiva | 1 | 1,6 | |||
Visual | 2 | 3,1 | |||
Intelectual | 9 | 14,1 | |||
Mental | 3 | 4,7 | |||
Transtornos Comportamentais | 10 | 15,6 | |||
Múltiplas | 29 | 45,3 | |||
Modalidade em que atua | Individual | 3 | 4,7 | 105,50 | < 0,01* |
Coletiva | 8 | 12,5 | |||
Aquática | 6 | 9,4 | |||
Esporte | 3 | 4,7 | |||
Recreação | 3 | 4,7 | |||
Várias | 41 | 64,1 | |||
Em que atua | Inclusão | 24 | 37,5 | 9,88 | 0,01* |
Exclusivo PCD | 10 | 15,6 | |||
Ambos | 30 | 46,9 | |||
Setor em que atua | Público | 21 | 32,8 | 6,78 | 0,03* |
Privado | 30 | 46,9 | |||
Ambos | 13 | 20,3 |
Na Tabela 2, é possível constatar uma considerável predominância de profissionais que utilizaram diversos modelos de trabalho em sua atuação, várias atividades, com duração média de 30 a 45 minutos, apontando diferentes dificuldades no desempenho de suas funções. Esses profissionais consideram não aplicáveis, à dificuldade relativa, os equipamentos e a dificuldade dos alunos no entendimento das atividades. Eles levam em consideração vários motivos para o desinteresse dos alunos pelas aulas virtuais, e não encontraram nenhuma facilidade em sua atuação, nas condições presentes, para aplicar sua atividade.
Variável | Resposta | Prevalência | Comparação | ||
---|---|---|---|---|---|
Absoluto | Relativo (%) | χ2 | Valor-p | ||
Conseguiu atuar na pandemia? | Sim | 27 | 42,2 | 2,84 | 0,24 |
Não | 16 | 25,0 | |||
Parcialmente | 21 | 32,8 | |||
Meios usados para a atuação | EAD | 7 | 10,9 | 7,25 | 0,06 |
Remoto | 17 | 26,6 | |||
Ambos | 19 | 29,7 | |||
Não Aplicável | 21 | 32,8 | |||
Modelo utilizado na atuação | Atividades Motoras | 7 | 10,9 | 84,77 | < 0,01* |
Atividades Cognitivas | 1 | 1,6 | |||
Atividades Sociais | 1 | 1,6 | |||
Várias | 40 | 62,5 | |||
Não Aplicável | 13 | 20,3 | |||
Atividades realizadas | Individual | 8 | 12,5 | 26,31 | < 0,01* |
Em Grupo | 9 | 14,1 | |||
Acompanhado do responsável | 17 | 10,9 | |||
Várias | 29 | 45,3 | |||
Não Aplicável | 11 | 17,2 | |||
Duração das aulas (minutos) | Até 15 | 3 | 4,7 | 26,94 | < 0,01* |
15 a 30 | 12 | 18,8 | |||
30 a 45 | 24 | 37,5 | |||
45 a 60 | 12 | 18,8 | |||
Superior a 60 | 4 | 6,3 | |||
Não Aplicável | 9 | 14,1 | |||
Principal dificuldade encontrada | Sem acesso à tecnologia | 1 | 1,6 | 72,50 | < 0,01* |
Má conexão de internet | 4 | 6,3 | |||
Problemas computador/celular | 1 | 1,6 | |||
Resp. c/ dificuldade com rotina | 6 | 9,4 | |||
Várias | 30 | 46,9 | |||
Não Aplicável | 22 | 34,4 | |||
Dificuldades de equipamentos | Ausência de material | 7 | 10,9 | 27,72 | < 0,01* |
Ausência mat. alternativo | 2 | 3,1 | |||
Espaço físico inadequado | 11 | 17,2 | |||
Vários | 18 | 28,1 | |||
Não Aplicável | 26 | 40,6 | |||
Dificuldades do aluno no entendimento das atividades | Limitações de saúde | 6 | 9,4 | 10,38 | 0,04* |
Entendimento da tarefa | 8 | 12,5 | |||
Na realização da tarefa | 16 | 25,0 | |||
Várias | 14 | 21,9 | |||
Não Aplicável | 20 | 31,3 | |||
Desinteresse do aluno pelas aulas virtuais | Concentração | 6 | 9,4 | 72,13 | < 0,01* |
Local precário | 1 | 1,6 | |||
Dificuldades econômicas | 2 | 3,1 | |||
S/ auxílio do responsável | 3 | 4,7 | |||
Várias | 31 | 48,4 | |||
Não Aplicável | 21 | 32,8 | |||
Facilidades encontradas | Nenhuma | 12 | 37,5 | 39,88 | < 0,01* |
Motivação do aluno | 8 | 25,5 | |||
Apoio da família | 3 | 9,4 | |||
Apoio institucional | 2 | 6,3 | |||
Paciência do aluno | 2 | 6,3 | |||
Outras | 3 | 9,4 |
DISCUSSÃO
O presente estudo permitiu identificar as barreiras encontradas pelos profissionais de Educação Física no atendimento a pessoas com deficiência, em meio à pandemia de Covid-19. Ainda, estabeleceu análises das dificuldades e as facilidades encontradas ao ministrar aulas para PcD durante o isolamento social, além de averiguar demandas sobre o atendimento nas aulas de Educação Física para PcD's.
A Organização das Nações Unidas (ONU) preconiza a Pessoa com Deficiência (PcD) como qualquer pessoa que, em uma determinada situação, apresenta uma restrição frente à sua participação na sociedade, em caráter de igualdade, por conta das suas deficiências física, mental, intelectual ou sensorial, além de fatores que afetam o desenvolvimento em sua plenitude (Maia, 2013).
De acordo com dos Santos Vigário e Costa (2020), por conta da baixa atividade física e da redução do gasto calórico diário, o distanciamento social pode causar efeitos negativos à saúde, como ansiedade, depressão, estresse, menor qualidade do sono e ganho de peso; contribuindo, portanto, para o enfraquecimento do sistema imunológico e, consequentemente, para aumento da vulnerabilidade a doenças.
Sabe-se da importância da atividade física regular para as condições da saúde como todo, e isso ficou muito mais evidente durante a pandemia instaurada pela COVID-19 (Nogueira, Cortez, de Oliveira Leal, & Dantas, 2021). Vale lembrar que a prática de exercícios físicos orientados para manter o estado saudável do indivíduo não depende da classe social, da deficiência ou de qualquer outra peculiaridade.
A prática da atividade física de forma regular é amplamente reconhecida no meio científico como forma não medicamentosa para prevenção de doenças, e por esse motivo é importante destacar o porquê de a atividade física não dever ter sido interrompida durante a pandemia de COVID-19 (Silva et al., 2021). Ao relacionar os serviços de Saúde, Pitanga, Beck e Pitanga (2020) mencionam a importância da manutenção de atividades físicas durante o período de isolamento, mesmo que na própria residência e, preferencialmente, de maneira supervisionada por profissionais de Educação Física. Entretanto, Bezerra, Silva, Soares e Silva (2020) demonstram que a prática de atividades físicas se tornou algo especialmente desafiador durante o contexto de isolamento social.
Nesse contexto, foi possível observar que ainda se carece de uma formação profissional que atue diretamente com a PcD, âmbito no qual a baixa de profissionais atuantes e especializados no assunto ainda é distante do desejável (Gonçalves, Leite, & Duarte, 2020; Vieira & Alcântara, 2019). Isto acontece uma vez que os números apresentados pela Pesquisa Nacional de Saúde constatam que, no Brasil, existem 17,3 milhões de brasileiros acima de 2 anos com algum tipo de deficiência, o que representa 8,4% da população brasileira (IBGE, 2019), ou seja, um aumento exponencial de pessoas convivendo com algum tipo de deficiência.
Ranzan e Denari (2020) demonstram, em seu estudo, a ausência de mais disciplinas específicas sobre o tema, o que implica uma importância não só em aplicar a teoria, mas em preparar profissionais de Educação Física para pronto atendimento a essa população.
Por outro lado, a ausência de políticas públicas demonstra uma fragilidade estrutural em relação aos cuidados, à acessibilidade, à interdependência, às privações e à atenção à PcD, indicando a falta de compreensão sobre as necessidades individuais e sobre a proteção da vida humana (Böck et al., 2020).
Em se tratando de um momento pandêmico, os números apresentaram a necessidade de mudanças repentinas sobre o uso da tecnologia frente às atividades físicas dessa população. Ressaltou-se, ainda, a defasagem sobre a exclusão social, no que diz respeito ao uso tecnológico e ao despreparo das aulas remotas. Mesmo que a ferramenta tecnológica venha alcançando um destaque nos últimos anos, como meio efetivo para as aulas cotidianas, isso não foi evidenciado à PcD, quando se fez necessário seu uso, o que impacta consideravelmente no contexto histórico sobre a exclusão social de tais indivíduos (Maciel da Silva, Machado, & Grosso da Fonseca, 2021).
O estudo realizado por Rodrigues, Monteiro, Teixeira e Cid (2021) demonstra a importância de o profissional à frente da prescrição de exercícios entender que suas atividades influenciam diretamente a saúde dos seus praticantes. Nesse sentido, o apoio motivacional mostrou-se fundamental para manutenção dessa relação entre a atividade física e o sujeito praticante, uma vez que o distanciamento limitou essa relação interpessoal.
A busca por inovação e adaptação do ensino à distância não é algo recente, o desenvolvimento e o aprimoramento para uso da aprendizagem por meios digitais tem uma realidade de aplicação com grande variedade, contudo não foi categorizado neste estudo que essa ferramenta metodológica tenha sido concretizada para se manter as PcD em atividade regular, até mesmo em condições de uso por profissionais e responsáveis/pais, ocasionando um desconforto a todos frente à demanda apresentada (Marques et al., 2022). Vale ressaltar que Oliveira e Oliveira (2021) apresentam um estudo o qual mostra que o uso de aplicativos voltados para saúde aumentou significativamente nesse período, sobretudo os programas de exercícios físicos e controle alimentar. Não foi observado, entretanto, se nele há o direcionamento para PcD's.
As dificuldades encontradas em virtude de uma mudança brusca nas rotinas e nas atividades laborais dos profissionais de Educação Física foram grandes, e as mudanças de perfil profissional também foram evidentes na pesquisa, corroborando com o estudo realizado por Araújo et al. (2021), que expôs a vulnerabilidade de grupos especiais para se manterem ativos. Também foram apresentadas as barreiras para adaptações metodológicas em suas atividades, uma vez que a afetividade sobre tal grupo também revela uma significância atribuída e, com o distanciamento social, limitou-se essa aproximação.
É sabido que a baixa existência de estudos voltados ao comportamento humano e educacional sobre o impacto do COVID-19 corrobora a falta de preparo no atendimento a PcD nesse período catastrófico (Drigo et al., 2021). Essa realidade pode trazer uma reflexão sobre o prejuízo causado pela ausência de atividades ofertadas e proporcionadas a essa população.
Como se trata de um estudo ainda com pouca discussão na literatura, além do tamanho da amostra e da restrição de profissionais que atendem à demanda de exercício físico de maneira remota, principalmente para o público em questão, o presente trabalho buscou contribuir para o importante debate sobre a identificação das barreiras tecnológicas e as dificuldades encontradas durante o período pandêmico, que são necessários para intervenção e cuidados à PcD's.
Diante do cenário apresentado sob pandemia de COVID-19, é de fundamental relevância preparar profissionais capazes de empregar estratégias metodológicas que envolvam ferramentas tecnológicas, para aplicar em condições adversas à PcD em se manter ativos, oferecendo mais possibilidades de enfrentar o distanciamento, sem que interfira na saúde física e mental desse grupo.
Nesse panorama, sugerimos a realização de mais pesquisas que envolvam esse segmento, com intuito de contribuir, ativamente, aos profissionais de Educação Física na atuação com PcD, e possibilitar a sociedade receber melhores condições de atividades.
CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos no presente estudo pode-se evidenciar que as barreiras encontradas pelos profissionais de Educação Física que atuam diretamente com PcD já é desafiadora naturalmente. Quando consideramos as condições vividas durante a pandemia COVID-19, há uma verdadeira lacuna a ser preenchida, principalmente, por professores qualificados em desempenhar suas atividades de maneira remota, perante as adaptações curriculares, metodológicas, as fragilidades do uso da ferramenta tecnológica e os fatores de ensino aprendizagem que foram visíveis no estudo.
Ressalta-se, por fim, que as dificuldades apresentadas não são oriundas apenas da falta de uso tecnológico, mas também da ausência de políticas públicas sobre inovação e formação profissional, por meio de currículos mais direcionados a atividades motoras apropriadas e à Educação Física adaptada.