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Angiologia e Cirurgia Vascular
versão impressa ISSN 1646-706X
Angiol Cir Vasc vol.12 no.2 Lisboa jun. 2016
https://doi.org/10.1016/j.ancv.2016.05.001
PÁGINA DO PRESIDENTE
Página do Presidente
João Albuquerque e Castro *
*Presidente da SPACV
Os 2 anos de mandato desta Direção da SPACV estão a finalizar. No próximo congresso, em Junho, na Figueira da Foz serão eleitos os futuros Corpos Sociais em Assembleia Geral, que esperamos tenha grande participação dos sócios.
Estamos, portanto, em fase de balanço e avaliação da atividade desenvolvida. O primeiro será por nós efetuado durante o congresso, a segunda compete aos sócios e é nosso sincero desejo que, também na Figueira da Foz, a ela possamos assistir.
Durante 2 anos tive oportunidade de, nesta página, escrever sobre muitos dos assuntos que me preocupam como cirurgião vascular português. Fui movido apenas pela vontade de levantar as questões que me pareceram pertinentes, de modo a que sobre elas se iniciasse uma discussão séria e profunda passível de trazer benefícios no modo como nos organizamos, como trabalhamos, como aprendemos e ensinamos, como avaliamos o que fazemos e como nos devemos situar no panorama da medicina portuguesa. É fundamental que sejamos nós cirurgiões vasculares a liderar também a análise e a decisão destes assuntos. A preocupação que mais vezes manifestei foi a da correta formação de especialistas em angiologia e cirurgia vascular. Penso estarmos numa época em que tudo o que à formação diz respeito deve estar em discussão. Este é o tempo de analisarmos, discutirmos e consensualizarmos desde a definição de formação específica, aos seus objetivos, à sua duração, localização, organização e avaliação.
Hoje, em 2016, devemos abandonar as mais que habituais referências à enorme evolução científica e técnica da angiologia e cirurgia vascular, pois é por demais óbvia, e concentrarmo-nos na pergunta que me parece basilar: a nossa especialidade mudou enormemente e nós, os que a praticamos, em que mudámos? Que mudanças organizativas? Que mudanças na prática de trabalho? Que mudanças no modo como ensinamos? Que mudanças no modo como avaliamos as nossas práticas?
Infelizmente a resposta estas questões é simples e traduz-se num rotundo NENHUMA MUDANÇA.
Pessoalmente penso que, se nada alterarmos e de modo rápido, será desperdiçada uma enorme oportunidade de afirmação da nossa especialidade no contexto da medicina em geral.
Perderemos também a capacidade de acompanhar toda a futura e expectável evolução da cirurgia vascular.
Não se constroem autoestradas para utilização por carros puxados a bois ou mesmo a cavalos.