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Angiologia e Cirurgia Vascular
versão impressa ISSN 1646-706X
Angiol Cir Vasc vol.16 no.1 Lisboa mar. 2020
PÁGINA DO EDITOR
Página do editor
Rui Machado*
* Editor Chefe
Caros Colegas
Vivemos tempos terríveis novos no mundo, em Portugal, nas nossas cidades, nos nossos Hospitais e nas nossas famílias. Os profissionais da área da saúde dos quais fazemos parte integrante, estão particularmente expostos ao risco de infeção pelo SARS COV 2 e suas consequências. Os pesadelos que vimos em filmes, hoje, tornaram-se realidades próximas, com a infeção a atingir de uma forma geral tudo e todos em diferentes locais e situações, criando o medo. O medo e o stress a ele associados, são normais nestas situações, mas também já o eram na nossa atividade regular. Sabemos que se controlados podem ser uma fonte de energia protetora e de terapêuticas inovadoras. Vemos o aparecimento na sociedade de diferentes formas de solidariedade e ajuda ao SNS para proteção da nossa comunidade, fato que é muito positivo.
As noticias de hoje devem ser interpretadas com muita prudência, mas parecem aportar esperança. A taxa de crescimento da pandemia parece evoluir favoravelmente, permitindo diferir no tempo a pressão assistencial hospitalar aos doentes com COVID 19 e aumentar a sua oportunidade de cura.
O doente com patologia vascular, que tem em risco a vida ou a integridade corporal necessita e deve continuar a ser tratado. Num contexto de ausência de recursos (humanos e logísticos) é necessário ser criterioso na seleção dos doentes a ser tratados exigindo-se uma grande capacidade de comunicação entre os elementos das equipas para evitar conflitos e desperdício de recursos. Mais do que nunca o envolvimento solidário de todos num objetivo comum, transparente e motivador melhorará a aplicação dos recursos na saúde pública e individual.
Esta pandemia terminará, como todas as outras no passado, mas deixará sequelas socioeconómicas, familiares e pessoais que teremos que resolver e não deverão ser esquecidas. Os valores de outrora serão questionados e novas prioridades surgirão. A luta posterior pela recuperação económica será prioritária, mas a lição de uma Europa e de um País, dependentes de terceiros, para ter recursos básicos e diferenciados de saúde sujeita ao atropelo do negócio puro e duro, necessitará de alterações profundas.
A todas as pessoas e em particular aos nossos Sócios, que lutam no dia a dia na frente de batalha, enviamos a nossa solidariedade sincera e sentida e uma mensagem de esperança, pedindo que cumpram as suas funções aplicando de forma rigorosa as medidas de proteção individual e de grupo, de forma a que a Sociedade, os seus doentes e as suas famílias possam contar convosco no tratamento da doença vascular e na expressão do seu amor, compreensão e compaixão pela vida humana, agora e sempre.
Pela Equipa editorial.