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Medievalista
versão On-line ISSN 1646-740X
Medievalista no.29 Lisboa jan. 2021
APRESENTAÇÃO DE TESES
Arte, Reforma e Agência Feminina nos Conventos Dominicanos Portugueses: O Papel das Freiras na Produção e Mecenato de Manuscritos Iluminados (c. 1460-1560). Tese de doutoramento em História da Arte, apresentada à Universidade Nova de Lisboa, 2019. Orientação da Doutora Catarina Fernandes Barreira e co-orientação da Doutora Maria Adelaide Miranda e do Doutor Fernando Villaseñor-Sebastián
Paula Cardoso1
https://orcid.org/0000-0001-5502-3371
1Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Instituto de Estudos Medievais 1099-032 Lisboa, Portugal. paula.cardoso@campus.fcsh.unl.pt
O objectivo principal desta tese foi estudar o papel das freiras na produção e mecenato de manuscritos iluminados nos conventos dominicanos femininos portugueses, no período entre 1460 e 1560, fortemente marcado pela expansão dos movimentos observantes. Através da análise deste caso concreto pretendeu-se contribuir para o actual conhecimento acerca do envolvimento das freiras na produção e mecenato de obras de arte para os seus conventos. Apesar do seu crescente desenvolvimento no que concerne outras regiões da Europa como a Alemanha, a Península Itálica ou os reinos hispânicos, este campo de estudo continuava praticamente inexplorado no seu cenário português. Através do cruzamento entre a informação fornecida pelos códices produzidos e patrocinados pelas freiras e os contextos e agentes por detrás do desenvolvimento e história das comunidades dominicanas femininas portuguesas, tentou trazer-se à tona novas sugestões, não só em relação às dinâmicas de produção e aquisição de códices nestas comunidades, como também acerca de outros temas intimamente ligados ao primeiro, tais como: a funcionalidade e usos do livro; a autonomia espiritual e temporal das freiras; o seu nível de literacia e, finalmente, as interligações entre a iluminura e a memória e devoção nestas comunidades.
Este estudo teve por base um corpus de 42 códices provenientes dos conventos dominicanos femininos portugueses, datados entre cerca de 1480 e 1560, e preservados na Biblioteca Nacional de Portugal, no Museu de Aveiro - Santa Joana, na Biblioteca Pública de Évora e na Biblioteca Pública de Montemor-o-Novo. De forma a contornar o reduzido número de fontes documentais sobreviventes e, ao mesmo tempo, fornecer uma análise contextualizada da realidade portuguesa, recorreu-se por vezes a exemplos de outras províncias dominicanas e outras ordens religiosas cuja produção artística foi também marcada pelo ambiente reformador dos movimentos observantes que marcaram o final da Idade Média. Dada a escassez de códices provenientes de conventos dominicanos masculinos em Portugal, e por forma a viabilizar a comparação entres os livros usados por ambos os géneros, foi realizado um estudo comparativo entre os programas decorativos de códices portugueses (de uso feminino) e códices italianos (de uso masculino).
A reforma observante e a expansão dos conventos dominicanos femininos em Portugal: agentes e contextos
Assente num discurso de crise de Cristandade, a reforma observante (c. 1390-1560) foi um fenómeno pan-europeu multifacetado conectado com as dinâmicas socioculturais dos vários locais onde se desenvolveu[1]. Contando com o suporte do Papado, dos monarcas e da nobreza, os movimentos observantes procuraram reformar a Igreja através da procura da verdadeira vida cristã, o que se traduziria, no caso do monaquismo e das ordens mendicantes, na recuperação da observância estrita das respectivas Regras e dos votos de pobreza e castidade e numa vivência mais rigorosa, nos casos femininos, do silêncio, da clausura, da penitência e da oração. A falta de um estudo crítico que avalie os factores socioeconómicos e políticos no desenvolvimento da observância em Portugal, aliada à ausência de estudos sobre as comunidades de Pregadores portuguesas, impede a compreensão aprofundada do desenvolvimento e do estudo das consequências da reforma observante entre os dominicanos portugueses. Contudo, sabe-se que a expansão dos conventos dominicanos femininos portugueses esteve estreitamente ligada com as políticas reformistas que levariam à incorporação das comunidades não regulares que se haviam multiplicado em território português na primeira metade do século XV[2]. Neste processo de regularização das comunidades não-monásticas ou beatérios, salientou-se não só o papel das políticas reformadoras da época, como também o papel da nobreza, nomeadamente no que respeita aos patronos dessas mesmas comunidades que, guiados pelos seus confessores dominicanos, conduziam à conversão destes beatérios em conventos da Ordem dos Pregadores[3]. Entre 1461 e 1560 foram fundadas em solo português dez comunidades femininas dominicanas, as quais se juntaram às três já existentes.
O papel activo das freiras nesta expansão não pode, contudo, ser ignorado, uma vez que coube às religiosas fundar e reformar os novos conventos à luz da observância dominicana. Estando os conventos do ramo feminino dos Pregadores sujeitos a clausura estrita (com excepção do caso das terceiras que aqui não se aborda) e, portando, impedidos de receber membros do sexo masculino nas suas comunidades, coube às religiosas o papel de reformar os novos membros que agora se juntavam à ordem[4]. Estas religiosas eram freiras seniores com cargos directivos nas suas comunidades de origem, versadas nos estatutos, costumes e liturgia da ordem. Como comprovado por vários casos registados em conventos alemães e italianos, estas freiras estavam muitas vezes ligadas à cópia e iluminura de livros litúrgicos. Em Portugal este papel reformador caberia às freiras do Convento de Jesus de Aveiro, fundado como casa observante em 1461, a segunda comunidade feminina observante em Portugal, precedida apenas pelo Convento do Salvador fundado em Lisboa em 1399. O obituário do Convento de Jesus de Aveiro[5], mostra como o processo de enviar freiras reformadoras se manteve durante todo o século XVI, evidenciando as dificuldades na implementação dos costumes observantes nas novas comunidades.
Este processo traduziu-se não só na transferência de ideais como também de outros instrumentos de disseminação e conformização com os modelos observantes, como sejam textos, objectos devocionais, práticas litúrgicas, etc. Isto resultaria numa rede de transmissão de tradições e empréstimos de livros para cópia entre casas observantes que, apesar da escassez de registos para o caso português, em oposição para o que conhecemos para a Alemanha, não deixou também de existir também entre as casas dominicanas femininas de finais da Idade Média. São disso exemplo a presença do peculiar ofício da Conceição da Virgem, Exullet plebs fidelium (único e contrário à tendência anti-imaculista da Ordem dos Pregadores) em livros litúrgicos dos Conventos de Jesus de Aveiro e Paraíso de Évora, ou o empréstimo da versão em português das “Constituições das Freiras” de Humberto de Romans que a prioresa da Saudação de Montemor-o-Novo terá feito à comunidade eborense do Convento do Paraíso, segundo o registo deixado nas memórias quinhentistas do mesmo cenóbio[6].
Literacia, Cultura literária e Produção textual nos conventos Dominicanos femininos da Observância
A crescente preocupação dos observantes em instruir as freiras acerca da história e estatutos da Ordem e também dos seus costumes litúrgicos contribuiu para o aumento da utilização de textos em vernáculo nas comunidades femininas reformadas[7]. O uso da escrita em vernáculo como propaganda dos ideais da reforma e como instrumento construtor de identidade levaria também ao aumento da redacção de crónicas e memórias das comunidades observantes. A crescente exposição à cultura literária em vernáculo, em conjunto com o encorajamento da cópia de livros litúrgicos nas novas comunidades observantes, parece ter sido um factor decisivo para o aumento do número de religiosas a trabalhar nos scriptoria durante o século XV. Adicionalmente, o já mencionado empréstimo de livros entre casas observantes era também um estímulo à participação das freiras na produção de cópias; estes livros eram muitas vezes transportados pelas freiras que se deslocavam às novas comunidades para levar a cabo a reforma.
Se, como se irá desenvolver mais adiante, em Portugal parecem ter existido apenas duas comunidades femininas empenhadas na produção própria de livros, entre os conventos quinhentistas alemães e italianos esta parece ter sido uma prática comum: na sua crónica acerca de reforma observante na Província de Teutónia[8], o dominicano Johannes Meyer regista como em toda a Renânia as freiras dominicanas copiaram e iluminaram os seus próprios livros, o que é confirmado por outros registos provenientes dessas comunidades. Já no que concerne à Península Itálica, especialmente nas zonas norte e central, a cópia de livros por parte das religiosas dominicanas está também documentada[9]. Os registos existentes, nomeadamente nos relatos das cronistas, sugerem também que a formação das copistas e iluminadoras estava a cargo das freiras reformadoras, as quais, em grande parte dos casos conhecidos, praticavam essas tarefas nas suas comunidades de origem.
No caso português, apenas os legados do Convento de Jesus de Aveiro e do Convento da Anunciada de Lisboa apresentam evidências para a existência de produção própria de livros. No primeiro caso, esta actividade está documentada desde 1463, dois anos após a fundação oficial da comunidade dominicana, data em que, segundo a cronista do convento, as filhas da fundadora Beatriz Leitão teriam começado a aprender escrita e iluminura com os frades do vizinho Convento da Misericórdia[10]. O ensino terá posteriormente sido estendido a outras freiras, sendo possível hoje em dia identificar quatro copistas no período compreendido entre 1463 e 1525[11]. Povoado por religiosas da mais alta estirpe, este cenóbio reflecte a cultura literária reformista da corte[12], possuindo uma vasta livraria provida de volumes para a qual contribuíram a Rainha D. Leonor e a Princesa Joana, filha de D. Afonso V, que viveu numa morada adjacente ao mosteiro, partilhando a vida religiosa com as freiras, entre 1472 e 1490, data do seu falecimento. Os códices que sobreviveram até hoje são, na sua grande maioria, livros litúrgicos produzidos pelas religiosas entre 1480 e 1525. A uniformidade em termos de escrita e iluminura, em conjunto com os dados fornecidos pelos colofões (que apresentam as freiras Isabel Luís, Maria de Ataíde e Leonor de Menezes como copistas e no caso da primeira, iluminadoras), mostra o empenho e capacidade das freiras na produção de livros para a sua comunidade.
Ao contrário do caso de Aveiro, no Convento da Anunciada de Lisboa (f. 1518/19) - reformado e conduzido por freiras de Aveiro durante todo o século XVI -, não se verificou o mesmo esforço para produzir livros internamente. O empenho das duas primeiras prioresas na encomenda de livros para o coro sugere ter sido este o principal meio de fornecimento de livros para a comunidade durante as suas duas primeiras décadas de existência. De acordo com os colofões de alguns dos livros sobreviventes - que registam e louvam as prioresas como encomendantes -, as preladas confiaram a produção dos seus livros litúrgicos a capelães próximos da comunidade. Contudo, a sobrevivência de quatro livros de coro produzidos cerca de 1550 e assinados por uma freira que dá pelo nome de Soror Antónia, levanta a hipótese de, em meados do século, a comunidade ter beneficiado da produção própria de livros.
Estes códices são marcados pelas características singulares das suas iluminuras, cuja estética, caracterizada pela falta de domínio técnico e pela infantilização das figuras, se aproxima não só da iluminura produzida por Isabel Luís em Aveiro como também dos trabalhos contemporâneos de freiras iluminadoras em conventos alemães e italianos. O encorajamento para a participação das religiosas na produção de livros para o coro, aliado ao prestígio a que a actividade estava associada, terá contribuído para que mais religiosas se dedicassem à produção e iluminura de livros litúrgicos independentemente do seu talento ou formação artística, o que poderá estar na base desta estética comum. Contudo, olhando para o teor das cenas escolhidas para decorar estes códices pode perceber-se como elas diferem, não só dos programas decorativos apresentados pelos códices fruto de encomenda externa, como também das cenas apresentadas pelos códices de uso masculino: enquanto as primeiras fazem parte de um programa decorativo mais intimista, conectado com a identidade e, por vezes, com a memória das comunidades femininas, as segundas, de cariz mais ortodoxo, privilegiam as figuras centrais da história da Ordem e cenas bíblicas.
Diferentes missões, diferentes mensagens? O papel activo das freiras na produção e mecenato artístico
As diferenças no teor das imagens apresentadas em manuscritos iluminados em ambos os ramos masculino e feminino da Ordem dos Pregadores parecem ter-se estendido a outros domínios, como a decoração dos edifícios conventuais e as imagens devocionais. Embora pertencendo a uma mesma Ordem, os ramos masculino e feminino dos Pregadores estavam vocacionados para missões e vidas distintas: enquanto os frades tinham no apostolado e no estudo o centro da sua vida religiosa, as freiras estavam destinadas a uma vida de contemplação e obediência em clausura, onde a celebração do Ofício Divino tomava o papel central. Assim, embora o uso da imagem como elemento formador e inspirador tenha sido uma característica comum aos dois ramos dos Pregadores desde a sua fundação, as diferentes missões a que frades e freiras estavam votados parecem ter contribuído para o uso de temáticas distintas na iconografia de ambos os ramos. É disso exemplo o constante uso de arquétipos de santidade feminina entre as freiras, em conjunto com referências à condição da religiosa como esposa de Cristo, ou a frequente referência ao estudo, muitas vezes personificada em imagens de São Tomás de Aquino no caso masculino.
Assim sendo, especialmente no que concerne ao caso italiano, é possível encontrar vários registos documentais que comprovam o papel activo das freiras na definição dos programas decorativos dos seus conventos, quer através de intermediários (quando enclausuradas), quer através de negociações directas com os artistas[13]. No caso das dominicanas portuguesas, a escassez de documentação relativa aos séculos XV e XVI não permitiu um estudo aprofundado das dinâmicas de encomenda artística nestes cenóbios. Contudo, o fundo do Convento de Jesus de Aveiro preserva duas cartas que testemunham o papel das freiras aveirenses não só na encomenda de obras de arte para o seu convento, como na definição da temática das mesmas: em 1512 a prioresa Maria de Ataíde escreveu ao escrivão dos contos do Funchal a respeito de um retábulo e de um frontal de altar que havia encomendado na Flandres, pedindo para o último uma cena da virgem “formosa mas muito honesta quando saúda o anjo”[14].
No caso dos manuscritos iluminados, a existência de registos que documentem as dinâmicas da sua produção é extremamente rara não só em Portugal como a nível europeu. Contudo, como introduzido no final do ponto anterior, quando analisados no contexto da história das comunidades a que pertenceram, é possível, em alguns casos, conectar os programas decorativos dos códices à memória e identidade dos cenóbios. Veja-se o caso dos livros litúrgicos iluminados por Isabel Luís no Convento de Jesus de Aveiro entre cerca de 1480 e 1488: embora, na sua estrutura geral, estes códices apresentem um programa decorativo de cariz funcional baseado na utilização de iniciais pintadas e filigranadas na abertura dos principais momentos litúrgicos - de acordo com o panorama geral da iluminura monástica portuguesa da época -, eles caracterizam-se também pela presença pontual de cenas narrativas em pé de página que parecem desviar-se do restante programa decorativo. As temáticas de algumas destas cenas, onde se destaca o ciclo da Dormição, Enterro e Assunção da Virgem na margem de pé da Festa da Assunção, e um Calvário ocupando ¾ de página no final do ofício de Sexta-Feira Santa, estão intimamente ligadas à memória da comunidade. Seguindo o relato da cronista do convento, pode perceber-se como a Assunção da Virgem está presente em vários momentos da história do cenóbio, é ela a invocação da primeira imagem da Virgem, bem como da capela onde as fundadoras receberam os seus hábitos e foram posteriormente sepultadas. Já a imagem de Cristo crucificado poderá estar conectada não só com o fervor cristocêntrico da época, mas também com a invocação do próprio convento - “de Jesus”. Note-se que o crucifixo transportado à cabeça da procissão que levou as freiras para a clausura no primeiro dia de encerramento no convento continua até aos dias de hoje no altar-mor da igreja de Jesus, e que a imagem presente no principal altar do coro das religiosas é também um Cristo crucificado.
Os códices iluminados por Soror Antónia para o Convento da Anunciada cerca de 1550 mostram, por sua vez, a preocupação da freira em endereçar o programa decorativo a uma comunidade de dominicanas observantes, estando os seus códices marcados pela presença de arquétipos de santidade feminina. Desde as santas da Ordem que iluminam o pé de página da Festa de Todos os Santos, passando pela recorrente representação da Virgem nas várias festas do ciclo mariano e terminando na representação das próprias freiras em actividades quotidianas da vida claustral, tais como a leitura e o Ofício Divino. Já os códices fruto de encomenda externa, por contraste, mostram um programa decorativo bastante mais contido, por vezes puramente ornamental, e onde a iluminura figurativa se limita à escassa presença de iniciais historiadas nas grandes festas da igreja.
Em suma, esta tese procurou entender, pela primeira vez, os manuscritos iluminados provenientes dos conventos dominicanos femininos portugueses através de uma perspectiva de género que trouxe à tona várias sugestões acerca do papel activo das freiras no uso e produção de arte. Apesar de sujeitas a um regime de estrita clausura, estas mulheres procuraram sempre satisfazer as necessidades das suas comunidades, quer assegurando a produção própria de livros iluminados para o Ofício, quer recorrendo ao uso de intermediários para realizar encomendas artísticas, contrariando a ideia de passividade a que muitas das vezes foram relegadas pela historiografia das Ordens Religiosas. O mesmo se passou no campo da literacia, com várias evidências a comprovarem a forte cultura literária que caracterizou as comunidades femininas observantes do final da Idade Média, e também a forma como esta parece ter tido um papel fulcral na formação da cultura conventual, nomeadamente a nível devocional, contribuindo, consequentemente, para o desenvolvimento de determinadas temáticas ao nível da arte monástica.
Como citar este artigo | How to quote this article:
CARDOSO, Paula - “Arte, Reforma e Agência Feminina nos Conventos Dominicanos Portugueses: O Papel das Freiras na Produção e Mecenato de Manuscritos Iluminados (c. 1460-1560). Tese de doutoramento em História da Arte, apresentada à Universidade Nova de Lisboa, 2019. Orientação da Doutora Catarina Fernandes Barreira e co-orientação da Doutora Maria Adelaide Miranda e do Doutor Fernando Villaseñor-Sebastián”. Medievalista 29 (Janeiro - Junho 2021), pp. 363-373. Disponível em https://medievalista.iem.fcsh.unl.pt .
Data recepção do artigo / Received for publication: 5 de Junho de 2020
[1] A respeito deste assunto ver: MIXSON, James; ROEST, Bert (Eds.) - A Companion to Observant Reform in the Late Middle Ages and Beyond. Leiden; Boston: Brill, 2015.
[2] Este assunto foi desenvolvido por João Luís Fontes, veja-se: FONTES, João Luís - “Em torno de uma experiência religiosa feminina: as mulheres da pobre vida de Évora”. Lusitania sacra 31 (2015), pp. 51-72.
[3] Sobre este assunto ver: SOUSA, Frei Luís de - Da história de São Domingos: particular do reino e conquistas de Portugal. Vol. 3. Lisboa: Typ. do Panorama, 1866.
[4] A propósito deste fenómeno a nível europeu veja-se: MUSCHIOL, Gisela - "Migrating Nuns - Migrating Liturgy: The Context of Reform in Female Convents of the Late Middle Ages". in Liturgy in Migration: From the Upper Room to Cyberspace. Ed. Teresa Berger. Collegeville: Liturgical Press, 2012, pp. 83-100.
[5] Memoryal das Madres e irmaãs que nesta casa de Nosso Senhor Jhesu Falecerom [1464-1624]. In O Mosteiro de Jesus de Aveiro. Ed. Domingos Maurício Gomes dos Santos, vol. II-II. Lisboa: Publicações Culturais, 1967, pp. 347-352.
[6] Évora, Biblioteca Pública de Évora, Convento do Paraíso de Évora, livro 1, fols. 91-105.
[7] JONES, Claire Taylor - Ruling the Spirit, Women, Liturgy, and Dominican Reform in Late Medieval Germany. Berlin, Boston: University of Pennsylvania Press, 2017, pp. 94-140. Veja-se também a obra: WINSTON-ALLEN, Anne - Convent Chronicles: Women Writing about Women and Reform in the Late Middle Ages. Pennsylvania: Pennsylvania State University Press, 2005.
[8] MEYER, Johannes - Buch der Reformacio Predigerorden. Ed. Benedictus Maria Reichert, Quellen und Forschungenzur Geschichte des Dominikaneordens in Deutschland 2/3. Leipzig: O. Harrassowitz, 1908-1909, Buch V, p. 61.
[9] Como é o caso dos conventos de São Domingos de Pisa, San Jacopo de Ripoli, São Jorge de Lucca, São Domingos de Lucca e São Clemente de Prato.
[10] Crónica da fundação do Mosteiro de Jesus de Aveiro, e Memorial da Infanta Santa Joana filha del Rei Dom Afonso V [1525]. in O Mosteiro de Jesus de Aveiro, Ed. Domingos Maurício Gomes dos Santos, vol. II-II. Lisboa: Publicações Culturais, 1967, p. 194.
[11] Maria de Ataíde (1449-1525), Isabel Luís (1449-1542), Leonor de Menezes (d.1484) e Margarida Pinheira (b.1461).
[12] ROSA, Maria de Lurdes - As almas herdeiras: fundação de capelas fúnebres e afirmação da alma como sujeito de direito (Portugal 1400-1521). Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2012, p. 514.
[13] Vejam-se os casos italianos estudados por Ann Roberts e Anabel Thomas: ROBERTS, Ann - Dominican Women and Renaissance Art: The Convent of San Domenico of Pisa. London: Routledge, 2008; THOMAS, Anabel - Art and Piety in the Female Religious Communities of Renaissance Italy: Iconography, Space and the Religious Woman’s Perspective. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
[14] Lisboa, ANTT, Corpo Cronológico II, Maço 6, doc. 138, nº suc. 769; Lisboa, ANTT, Corpo Cronológico II, Maço 6, doc. 148, nº suc. 779.