Introdução
A expressão Transtornos Mentais Comuns (TMC) foi criada por Goldberg & Huxley, em 1992, e se refere a sintomas como insônia, fadiga, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração e queixas somáticas. Destaca-se que os transtornos podem causar enorme sofrimento e, posteriormente, estar associados à incapacidade e ao absenteísmo no trabalho (Lima & Dimenstein, 2019).
Dentre os diversos públicos que estão mais vulneráveis ao desenvolvimento de TMC, destacam-se os estudantes universitários, pois atravessam uma fase, relativamente longa, de vulnerabilidade psicológica (Graner e Cerqueira, 2019). Lopes, Freitas, Alves & Medeiros (2019) descrevem uma série de desafios que podem ser impostos ao estudante ao adentrar a universidade, como, por exemplo, o estabelecimento de novos vínculos afetivos, a mudança na metodologia de estudo, a autonomia no processo de construção de novos saberes e, para uma expressiva parcela desses jovens, o distanciamento da família e de amigos.
O estudante, comumente, se sente pressionado e confuso, adquirindo algumas vezes como resultado falta de motivação para estudar, dificuldade de concentração, baixo desempenho acadêmico, reprovação, trancamento de disciplinas e com isso, evasão. Ressaltando que as vivências acadêmicas estão diretamente relacionadas à qualidade de adaptação do estudante à universidade e à rotina acadêmica, fatores esses que influenciam em seu bem-estar biopsicossocial (Almeida, Soares & Ferreira, 2002).
Os estudantes da área da saúde experimentam altos níveis de estresse, alterações psicológicas e fisiológicas, manifestações essas que acometem em maior proporção os graduandos de enfermagem (Carleto, Moura, Santos e Pedrosa, 2018). Desde a formação acadêmica, o estudante de enfermagem se depara com situações que exigem tomar decisões importantes no cuidado ao paciente, a insegurança e a ansiedade, decorrentes desse processo, podem desencadear ou piorar sintomas de estresse.
Em estudos brasileiros, a prevalência de TMC em estudantes universitários varia entre 17% e 35% (Santos, Alves, Goldbaum, Cesar e Gianini, 2020). Em outro estudo realizado com estudantes de Enfermagem de uma Instituição de Ensino Superior de Minas Gerais obteve-se rastreamento positivo para TMC com um percentual de 43,5% (Carleto et al., 2018).
Não obstante, em dezembro de 2019, começou em Wuhan, na China, a epidemia de COVID-19, sendo considerada pandemia pela Organização Mundial de Saúde em 11 de março de 2020, pois se tornava grave problema de saúde pública em países do mundo, inclusive o Brasil. (Phelan, Katz & Gostin, 2020; World Health Organization, 2020). Frente a isso, restrição e isolamento social foram recomendados como medidas de prevenção da infecção, com implicações na saúde mental da população, entre outros, medo e pânico diante da crise sanitária atual, distanciamento de amigos e família, e restrição do toque (Ferreira & Barbosa, 2020).
O isolamento também afetou a educação, pois muitos estudantes acabam por enfrentar, além do que já vivenciam com os aspectos da rotina acadêmica, ansiedade e pânico devido às inúmeras implicações para os cursos, como tarefas e seminários adiados, atraso da possibilidade de colação de grau, além da adaptação às novas metodologias de ensino remoto (Araújo, Lima, Cidade, Nobre & Neto, 2020; Wang et al., 2020).
No Brasil, ainda são poucas as produções científicas sobre TMC entre estudantes de Enfermagem, sendo o período pandêmico ainda mais um desafio ao estudo do tema. Desse modo, o presente artigo pretende contribuir com subsídios para a indicação de meios de apoio estudantil, promotores da formação em saúde sem interrupções, de autonomia e de estilo de vida saudável. Assim, objetivou-se, neste estudo, investigar a prevalência de TMC entre estudantes de Enfermagem em relação a aspectos sociodemográficos, acadêmicos e da pandemia da COVID-19, e descrever formas de alívio/ manejo em saúde mental na percepção desses estudantes.
Método
Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, que constitui recorte de uma pesquisa sobre sofrimento psíquico e vivências acadêmicas na formação em saúde. Participou deste estudo uma amostra representativa de 146 estudantes do curso de enfermagem, superior ao tamanho de 143, calculado mediante amostragem estratificada simples por curso, para uma população de 493 estudantes, sendo 235 de Medicina e 258 de Enfermagem (SECREGE, 2020). Os cálculos foram realizados através da plataforma SurveyMonkey, disponibilizada gratuitamente online, com nível de significância correspondente a 95% e margem de erro de 5%.
Foram excluídos da amostra, estudantes com idade inferior a 18 anos ou que estivessem cursando o 1º período do curso, devido ao adiamento do ingresso dos estudantes na universidade de modo presencial, no período da pandemia, em que ocorreu a coleta de dados. Foram excluídos também aqueles em situação de licença, afastamento ou trancamento do curso no período da coleta de dados.
Os estudantes foram convidados a participar da pesquisa, por meio de seu endereço eletrônico disponibilizado pela universidade, e de redes sociais, como Whatsapp, Instagram e Facebook. Também foram informados quanto ao instrumento da pesquisa e dos aspectos éticos da sua participação livre e consentida. A coleta de dados foi realizada entre os meses de setembro a novembro de 2020, através de um questionário autoaplicável, respondido por meio da Plataforma Google Forms.
O questionário foi composto por 5 blocos de questões, relacionadas aos seguintes dados: características sociodemográficas (sexo, idade, filiação e situação conjugal, entre outros); dados de perfil e da rotina acadêmica (ano/ semestre cursados, idade de ingresso na universidade, regularidade no curso, carga horária, entre outros); dados da saúde mental, que incluía a identificação do desfecho deste estudo - TMC - através da escala “Self Reporting Questionaire 20” (SRQ-20); e questões acerca da pandemia da COVID-19 (doença autorreferida, sentimento de ansiedade e estresse e de incapacidade, dentre outras); e questões sobre estratégias de alívio/ manejo do sofrimento psíquico.
O SRQ 20 tem sido instrumento bastante utilizado para avaliar TMC na população geral. Foi validado no Brasil por Mari e Williams em 1986. A escala é composta de 20 questões com respostas de sim/não. O escore de corte definido para classificação de suspeita de TMC foi considerado, neste estudo, maior ou igual a sete respostas positivas para ambos os sexos. Sendo este o ponto de corte com melhor desempenho quanto à especificidade e sensibilidade de acordo com o estudo realizado por Santos, Araújo, Sousa Pinho e Silva (2010).
Os dados foram analisados mediante estatística descritiva, com frequência relativa e absoluta para as variáveis categóricas e média e desvio padrão para as contínuas. A razão de prevalência (RP) e o intervalo de confiança 95% (IC95%) foram calculados para as variáveis independentes relacionadas. O nível de significância foi de p<0,05. Toda a análise foi realizada por meio do Software Stata (Stat Corp, versão 12.0) e do Microsoft Excel para tabulação.
Este estudo cumpriu as diretrizes regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, e teve o projeto mais amplo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da instituição, conforme CAAE nº 03159318.4.0000.5526.
Resultados
Participaram do estudo 146 graduandos em Enfermagem, com média de idade de 23,7 anos (DP±6,25). A prevalência de TMC foi de 68,5%. A maior proporção dos estudantes era do sexo feminino (78,8%), não possuía companheiro (91,3%), nem filhos (89,1%) e se autodeclararam de cor parda (41,3%) e negra (41,3%). Identificou-se associação de TMC com as variáveis sociodemográficas significativamente maior entre estudantes do sexo feminino (RP= 1,75 [IC95%1,01-3,12]), e que se autodeclararam indígenas (RP= 1,40 [IC95%1,20 - 1,63]) (Tabela 1).
Quanto aos dados acadêmicos, destacam-se: média de idade de entrada dos participantes na universidade foi de 20,38 anos (DP±5,91); estudantes, em sua maioria, afirmaram permanecer por mais de 7 horas/dia (86,0%) na universidade, consideravam a carga horária do curso ruim (43,0%) e a rotina acadêmica como estressante (91,1%), e sentiam-se pressionados por si mesmos (78,0%).
Na Tabela 2, verificou-se associação de TMC estatisticamente significativa entre estudantes com histórico de: trancamento do curso (RP= 1,26 [IC95% 1,01 - 1,56]), por motivo de saúde (RP=1,37 IC95%1,10 - 1,72), reprovação em alguma disciplina (RP= 1,37 [IC95%1,03 - 1,80]) e situação irregular (RP=1,47 [IC95% 1,13 - 1,91]).
No que diz respeito às questões referentes à pandemia da COVID-19 (Tabela 3), a ocorrência de TMC foi maior entre estudantes que referiram diagnóstico da doença entre seus familiares (37,0%), consideravam a pandemia e o isolamento social como tendo impactos negativos à saúde mental (69,0), percebiam aumento de ansiedade nesse período (89,0), e que afirmavam sentirem-se preocupados (85,0%) e incapazes com relação ao futuro (41,0%). Contudo, apenas o sentimento de incapacidade apresentou associação estaticamente significativa em relação ao TMC (RP= 2,04 [IC95%1,59 - 2,62]).
No que concerne aos aspectos/sentimentos negativos advindos da pandemia, os estudantes apontaram sentimentos de: ansiedade, nervosismo e/ou desespero, desesperança, estresse, tristeza profunda, solidão, desânimo e/ou sentimento de fraqueza, dificuldades no convívio familiar e pensamentos recorrentes de morte. Eles também foram questionados acerca da existência de aspectos positivos decorrentes da pandemia de COVID-19 e do isolamento social, 63,7% dos estudantes afirmaram reconhecer benefícios como: autoconhecimento, valorização da vida, proximidade das relações com familiares, terem recebido algum tipo de benefício financeiro, a realização de atividades voltadas para a espiritualidade, as atividades remotas, a oportunidade de conhecer pessoas de lugares distantes e terem recebido apoio psicológico.
A Tabela 4 apresenta as frequências de respostas aos domínios do SRQ 20. A frequência mais alta foi para o grupo do “humor depressivo/ansioso”, com 78,77% com sentimentos de nervosismo, tensão ou preocupação. Esse grupo e o de “decréscimo de energia vital” tiveram a maioria dos itens com frequências de respostas igual ou acima de 50,00%. Quando comparados, sintomas de ansiedade foram mais frequentes em relação aos sintomas depressivos. No grupo de “sintomas somáticos”, o principal sintoma foi “dorme mal” (58,9%), e no grupo de “Pensamentos depressivos”, ressalta-se total de 16 estudantes (11,0%) com ideação suicida.
O uso de estratégias para redução/manejo do sofrimento psíquico foi utilizado por 67,1% dos estudantes. Contudo, apenas 4,1% afirmaram fazer terapia ou buscarem apoio psicológico especializado. Ao serem questionados acerca do interesse em receber apoio psicossocial de maneira remota, 28,1% deles manifestaram esse interesse. Na percepção dos estudantes, são estratégias de promoção da saúde mental: musicoterapia, medicamentos e/ou drogas psicoativas, espiritualidade, festas, encontrar amigos, fazer meditação, buscar dormir mais, assistir séries e realizar atividades físicas.
Discussão
Os resultados deste estudo mostram alta prevalência de TMC, especialmente de sintomas de ansiedade, entre os estudantes de Enfermagem, no contexto da pandemia e de adaptação dos alunos a uma nova rotina acadêmica, na qual as aulas passaram a ser ministradas de maneira remota, através das plataformas digitais. Tratando-se da IES em questão, foi oferecido um trimestre excepcional, as disciplinas foram ofertadas de maneira opcional, mantendo a carga horária condensada em 55 dias letivos.
Neste estudo, os aspectos sociodemográficos associados ao TMC refletem condições de vulnerabilidade do sexo feminino ao sofrimento psíquico que se acentuaram na pandemia característica da predominância do sexo feminino na enfermagem devido ao trabalho dedicado aos cuidados (Oliveira, Zeitoune, e Gallasch, 2020). A dominação do sexo feminino na enfermagem pode ter relação com questões históricas e culturais, pois no passado existia a noção popularmente difundida de que a profissão não era masculina (Dal’Bosco, Floriano, Skupien, Arcaro, Martins e Anselmo, 2020).
Os estudantes indígenas também apresentarem maior prevalência para o desenvolvimento de TMC, pois sofrem com estereótipos, sentimentos de culpa e incapacidade no ambiente acadêmico. Especialmente no Brasil, a população indígena apresenta maior risco para suicídio, devido aos baixos indicadores de bem estar, desintegração das famílias, vulnerabilidade social e falta de sentido de vida e futuro, o que demanda parcerias entre comunidades indígenas, serviços de saúde e universidades para construção de políticas e estratégias de cuidado em saúde mental direcionadas a esse público (Souza, Oiveira, Alvares-Teodoro & Teodoro, 2020).
Houve associação entre TMC e a reprovação em alguma disciplina e situação irregular no curso. Os estudantes que não têm reprovação em disciplina possuem melhor percepção de bem-estar psicológico e físico, além de um melhor relacionamento com os colegas de turma (Oliveira- Silva, Aredes, & Galdino-Júnior, 2021). Dificuldades na adaptação acadêmica estão relacionadas à ocorrência de transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão em estudantes de enfermagem (Carleto, Moura, Santos & Pedrosa, 2018) e as questões psicológicas também aumentam o risco de reprovação dos estudantes (Tung, Lo, Ho, Tam, 2018).
O trancamento de disciplinas é uma realidade que se acentuou ainda mais na pandemia entre os estudantes. Estudo realizado em uma instituição de ensino superior demonstrou que os motivos para o trancamento dos estudantes são: dificuldades financeiras e de conciliar estudos e trabalho; e, ainda, problemas com perseguição, assédio, bullying, ou preconceito (Andifes, 2019). Com a pandemia, os estudantes tiveram que lidar com a falta de recursos e equipamentos apropriados para o estudo, além da crise econômica instalada no país que comprometeu as condições de moradia, saúde e emprego das famílias (Rosa, Santos & Gonçalves, 2021).
Com a pandemia da COVID 19, as preocupações com os atrasos acadêmicos e as mudanças nas atividades diárias de estudo devido ao ensino remoto, somadas aos aspectos econômicos e às notícias vinculadas ao contexto de pandemia podem ter contribuído para o aumento do sofrimento psíquico em estudantes (Gundim et al., 2020).
O sentimento de incapacidade com relação ao futuro dos estudantes está relacionado ao fato de verem adiada a conclusão da sua formação, principalmente devido à suspenção das atividades práticas do curso de enfermagem por tempo indeterminado, além disso a angústia por não saber se estão preparados para o mercado de trabalho (Araújo, Novais, Martins, e Braga) e a apreensão quanto a rotina desestabilizada com o acontecimento da pandemia pela COVID-19. (Visentini, Barbosa, Silva, Pinho, e Oliveira, 2021)
Interessante destacar que a pandemia pode também ter exacerbado entre os estudantes de Enfermagem, além da ansiedade inerente ao processo de adaptação à universidade, os sentimentos de angústia decorrentes da ocorrência de uma nova doença de proporções mundiais. Fatores como a interrupção de aulas práticas e estágios curriculares, bem como a realização de atividades de maneira remota, resultam em preocupações para os estudantes, a exemplo de: acesso à internet, dificuldades na adaptação ao novo método de aprendizagem, quebra da rotina acadêmica pregressa, afastamento de amigos e colegas e preocupação com o atraso de atividades (Gundim et al., 2020).
Estudos anteriores à pandemia registravam alta prevalência de TMC entre os estudantes de graduação em saúde, com percentuais de 43,5% em estudantes de Enfermagem e 58,8% em estudantes de Medicina (Carleto et al., 2018; Aragão et al., 2017). No Brasil, rastreamento realizado entre os estudantes de Enfermagem obteve percentuais aproximados de TMC entre 35,0% e 55,0% (Oliveira et al., 2020). Comparados esses valores ao encontrado neste estudo, evidencia-se prevalência superior ao dos outros estudos nacionais, podendo-se atribuir uma exacerbação do sofrimento psíquico desses estudantes, relacionada aos impactos à saúde mental causados pela pandemia de COVID-19 e o isolamento social.
No que diz respeito aos domínios do SRQ-20, identificou-se nas frequências elevadas para o humor depressivo e ansioso que os sintomas de ansiedade eram maiores, comparados aos sintomas depressivos
No que diz respeito aos mecanismos de alívio do estresse, os estudantes apontaram diversos mecanismos que utilizam como manejo do sofrimento psíquico. Não obstante, evidenciou-se que os estudantes apesar de compreenderem o estresse a que são expostos, procuram meios de alívio alternativos em detrimento de um apoio psicológico especializado, inclusive quando apoio foi oferecido durante a pesquisa.
Estudo tem apontado algumas estratégias de promoção da saúde mental que podem ser utilizadas nessa pandemia como: acolhimento grupal, o que inclui as práticas complementares e integrativas, suporte emocional aos estudantes que se encontram em sofrimento ou apresentem sintomas de ansiedade, estresse, medo e angústia (Teixeira & Dahl, 2020). Práticas como atividade física, medicação e relaxamento, bem como utilizar algumas estratégias como evitar ler ou assistir notícias que causem angústia podem contribuir para promoção de saúde mental.
Conclusão
Por fim, ressalta-se que foi identificada alta prevalência de TMC entre os estudantes de Enfermagem, maiores que os encontrados em outros estudos nacionais realizados antes do período pandêmico, o que faz refletir acerca dos impactos que a pandemia e o isolamento social podem ter implicado à saúde mental desses estudantes.
A prevalência de TMC foi maior em estudantes do sexo feminino e de raça autodeclarada indígena, o que nos chama a atenção para o desenvolvimento de estratégias de promoção de saúde mental mais direcionadas a esses grupos.
Foram apontados pelos estudantes fatores relacionados à rotina acadêmica como possíveis causadores de sofrimento psíquico, como histórico de trancamento, reprovação em disciplina e situação irregular no curso. A rotina do estudante de enfermagem desvela aspectos ainda mais impactantes no que diz respeito às atividades que serão exercidas no futuro, sendo relevante ressaltar que há grande preocupação com relação à conclusão do curso e o peso da profissão, e a pandemia aumentou ainda mais o sentimento de incapacidade em relação ao futuro acadêmico.
Ressalta-se aqui, a relevância de que estudos como este continuem sendo realizados, visto que o novo coronavírus, a pandemia e o isolamento social são temáticas recentes e emergentes, fazendo-se necessária a identificação dos impactos à saúde mental de estudantes de enfermagem em âmbito nacional. Propõe-se também, a realização de estudos de correlação, para que se identifique a associação estatística entre os fatores estressores aqui citados e os sintomas depressivos e ansiosos existentes, bem como estudos qualitativos, a fim de valorizar o estudo de aspectos subjetivos relacionados aos impactos causados e às formas de apresentação do sofrimento psíquico e do cuidado da vida saudável entre esses A limitação do estudo foi a não realização de pré-teste para questões referentes à rotina acadêmica e da pandemia.
Implicações para a Prática Clínica
Frente ao que foi aqui discutido, torna-se cada vez maior a necessidade de implementar estratégias de promoção da saúde mental com os estudantes de enfermagem no contexto das universidades, pois, compreende-se que a formação profissional deva ser produtora de humanização, ou seja, produtora de vida, possibilidades e esperança, e não de adoecimento e de impactos negativos à saúde mental de seus estudantes.
Este estudo pode servir como subsídios para a elaboração de estratégias de manejo e prevenção do sofrimento psíquico entre os estudantes de enfermagem, pois revela estratégias utilizadas pelos estudantes para lidar com o sofrimento mental. Propõe-se que a análise desses resultados permita identificar o que os estudantes relataram como fatores estressores, refletindo assim em mecanismos preventivos e tentativas de redução desses fatores.