Introdução e enquadramento conceptual
A Escola Superior de Educação de Lisboa (ESELx) possui um generoso espaço exterior integrado no Campus de Benfica do Politécnico de Lisboa. No entanto, este espaço é relativamente pouco arborizado, o que se tem tentado inverter nos últimos anos, nomeadamente em 2017, quando foi implementado o projeto “GLOCAL-AGIR” (Almeida et al., 2019) que teve como um dos objetivos ampliar a arborização e a biodiversidade do espaço envolvente da ESELx. Neste projeto foram plantados dezenas de exemplares de espécies autóctones: alfarrobeiras, azinheiras, carrascos, carvalhos-cerquinhos, lentiscos, medronheiros, murtas, pinheiros-mansos, sobreiros, zambujeiros e zimbros. A maioria dos espécimes encontra-se saudável e em franco crescimento. Porém, a comunidade académica revela pouco conhecimento sobre este processo de arborização e, em geral, desconhece a diversidade vegetal existente.
Com vista a colmatar esta lacuna, foi implementado o projeto Plant@ESELx, que agora apresentamos, visando precisamente valorizar o património vegetal existente na ESELx e no espaço envolvente do Campus de Benfica, procurando consciencializar a comunidade académica para a importância da sua preservação e para o potencial pedagógico-didático que o mesmo apresenta. Assim, com este projeto, inventariaram-se as principais espécies arbóreas e arbustivas existentes no espaço envolvente da ESELx e procedeu-se à sua identificação e caracterização. Este processo de caracterização teve o envolvimento direto de estudantes que fizeram a pesquisa da informação necessária à caracterização de um grande número de espécimes. A informação foi depois validada e corrigida pelo docente e organizada num website. Foram também criadas e colocadas placas de identificação junto dos exemplares caracterizados. Essas placas contêm um código QR que permite, através de smartphones e outros dispositivos móveis, o acesso rápido a toda a informação disponível no website.
Este projeto e os objetivos que ele encerra encontram-se alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). A Agenda 2030, intitulada “Transformar o nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” compreende um conjunto de 17 objetivos e 169 metas, que devem ser cumpridos até 2030. Esta Agenda foi adotada pela Assembleia Geral da ONU em 25 de setembro de 2015 pelos 193 Estados-membros das Nações Unidas na Cimeira sobre o Desenvolvimento Sustentável que decorreu na sede da ONU, em Nova Iorque (UNRIC, 2016).
Esta agenda universal, integrada e transformadora, visa estimular ações que erradiquem a pobreza e construam um mundo mais sustentável, [até 2030]… Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as suas metas são de natureza global e de aplicabilidade universal, tendo em conta as diferentes realidades nacionais, capacidades e níveis de desenvolvimento e respeitando as políticas e prioridades nacionais. Os ODS não são independentes uns dos outros e devem ser implementados de forma integrada… Esta agenda representa um acordo sem precedentes entre os 193 Estados Membros ao nível das prioridades do desenvolvimento sustentável (UNRIC, 2016, ¶7-10).
Dos 17 ODS, destacamos três para os quais o Projeto Plant@ESELx mais poderá contribuir:
ODS 3: Saúde de qualidade;
ODS 4: Educação de qualidade;
ODS 15: Proteger a vida terrestre.
ODS 3: Saúde de qualidade
Vários autores referem a importância do contacto com a natureza e com os espaços verdes para a preservação da saúde, quer física, quer psicológica (por exemplo: Madureira et al., 2014; Turner-Skoff & Cavender, 2019; Tzoulas et al., 2007; WHO, 2017). Tzoulas et al. (2007) concluem que os serviços do ecossistema fornecidos por uma infraestrutura verde podem fornecer ambientes saudáveis e benefícios de saúde física e psicológica para as pessoas que vivem dentro deles. Madureira et al. (2014), num inquérito realizado em Lisboa e no Porto, apontam para uma clara valorização pela população dos espaços verdes como promotores de bem-estar e saúde individuais. Turner-Skoff e Cavender (2019) concluem que as árvores promovem a saúde física e psicológica dos residentes urbanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2017), os espaços verdes urbanos atuam na promoção da saúde de todos os membros da comunidade citadina. Assim, ao fomentar o contacto da comunidade com as árvores e arbustos do Campus, este projeto promove a proximidade que poderá proporcionar um aumento de bem-estar físico e psicológico da comunidade académica.
ODS 4: Educação de Qualidade
No que diz respeito à educação, vários estudos atribuem importância ao contacto com a natureza para o desenvolvimento cognitivo das crianças e para a melhoria da aprendizagem e dos resultados escolares. Por exemplo, Dadvand et al. (2015) concluem que a exposição a um ambiente circundante verde foi associada a um impacto benéfico no desenvolvimento cognitivo em crianças em idade escolar. Essas associações foram apenas parcialmente mediadas pela redução nos níveis de poluição do ar relacionada com o tráfego automóvel, sugerindo que outros mecanismos provavelmente estão por trás dessa associação. Vários estudos indicam que o contacto com espaços arborizados acarreta vários benefícios no âmbito do desenvolvimento cognitivo: melhora o desempenho dos alunos, reduz o stress e aumenta a concentração e a autodisciplina (Berman et al., 2008; Kuo et al., 2018); reduz os sintomas do transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (Faber Taylor & Kuo, 2009). Não é, pois, descabido considerar que os estudantes da nossa escola envolvidos neste projeto possam também ter beneficiado do contacto com as árvores/arbustos do Campus. Por outro lado, o Projeto Plant@ESELx, ao disponibilizar de forma simples e rápida informação relevante sobre as espécies presentes no Campus (algumas das quais autóctones), é promotor de aprendizagens relevantes na área da biologia/biodiversidade vegetal, mas também nas áreas da educação ambiental, geografia ou da história. Os recursos agora disponibilizados pelo projeto facilitam o desenvolvimento de atividades pedagógico-didáticas mais relevantes, permitindo a realização de atividade práticas nas zonas verdes exteriores, nomeadamente atividades de observação das diversas espécies vegetais, comparação das suas características e dos seus ciclos de vida, entre outras, promovendo assim uma educação de qualidade.
ODS 15: Proteger a vida terrestre
Este projeto, para além de caracterizar e valorizar o património vegetal existente no Campus, contribuiu também para o divulgar à comunidade académica. Os estudantes envolvidos tiveram contacto direto com a diversidade vegetal existente, que não conheciam, exploraram conceitos como espécie autóctone, espécie exótica, espécie invasora ou estatuto de conservação, discutiram a importância da biodiversidade e algumas das suas ameaças. O projeto e a proposta formativa em que os estudantes estiveram envolvidos aproximou-os, e à comunidade académica, da biodiversidade do Campus, contribuindo seguramente para uma maior sensibilização para importância e necessidade da sua preservação, indo assim ao encontro daquilo que são algumas das 12 metas definidas para o ODS 15.
Pretende-se ainda, no âmbito deste projeto, mas numa fase posterior, plantar mais exemplares de espécies autóctones de modo a aumentar a biodiversidade e melhorar os serviços de ecossistema providenciados.
Implementação do projeto
Apesar de ter sido pensado e iniciado no ano letivo de 2019/2020, a maior parte do trabalho de desenvolvimento do projeto Plant@ESELx foi realizado já no ano letivo de 2020/2021, um ano muito atípico devido à pandemia de Covid-19 com a qual fomos assolados. A implementação do projeto ocorreu em quatro fases. Primeiro, ainda em 2019/2020, foram inventariados os principais espécimes vegetais existentes e selecionados e identificados os exemplares a incluir no projeto. Numa segunda fase, procedeu-se à recolha de informações para a caracterização das espécies selecionadas. A terceira fase foi o desenho e construção do website e a quarta fase, que decorreu um pouco em paralelo com a fase 3, foi a criação e colocação das placas identificativas.
Inventariação, seleção e identificação de espécimes vegetais
O trabalho de implementação do projeto teve início com a definição dos espaços verdes a considerar. Assim, foram abrangidos dois pequenos jardins interiores existentes no edifício principal da ESELx e também toda a área verde exterior envolvente à escola. No total foram inventariados cerca de 65 exemplares de árvores e arbustos nestas três zonas. Desses, foram selecionados para integrarem o projeto um total de 50 exemplares diferentes. Os exemplares selecionados foram depois analisados em detalhe de modo a permitir identificar as espécies a que pertenciam. Para isso procedeu-se à observação de várias características morfológicas dos espécimes (aspeto geral da planta, caracterização dos caules, forma das folhas e das sementes, estrutura das flores e frutos, entre outras características). Este trabalho de identificação foi complementado com a utilização de duas ferramentas digitais (App’s), a Pl@ntNet e a Seek/iNaturalist (Figura 1), que nos permitiram confirmar a identificação.
Ambas as aplicações encontram-se associadas a plataformas digitais de reconhecimento de imagens e permitem, através da recolha de fotografias, a identificação de um largo número de espécies vegetais (Affouard et al., 2017; Jones, 2020). Todos os 65 exemplares de árvores e arbustos selecionados foram identificados, tendo-se verificado que pertenciam a 40 espécies distintas, havendo por isso vários exemplares da mesma espécie. Entre as 40 espécies identificadas encontram-se 18 espécies autóctones e 22 espécies exóticas, sendo uma delas considerada invasora (Lantana camara) (Marchante et al., 2014). Na Figura 2 é apresentada a localização dos espécimes selecionados e a indicação do número correspondente à espécie a que pertencem.
Caracterização das espécies pelos estudantes
Após a seleção e identificação dos exemplares que iriam integrar este projeto, passou-se à fase de caracterização e de registo fotográfico. Esta tarefa decorreu durante o 2.º semestre do ano letivo de 2020/2021 e foi realizada pelos estudantes de duas turmas da unidade curricular (UC) de Mundo Vivo, do 2.º ano da Licenciatura em Educação Básica, envolvendo um total de 60 estudantes. Nesta UC, que inclui uma componente teórica e uma componente prática, pretende-se que os alunos adquiram uma visão global e integrada da diversidade biológica, com uma forte ênfase na diversidade vegetal, e também que desenvolvam capacidades processuais e instrumentais em educação em Biologia e atitudes e valores relacionados com a compreensão e respeito pela vida. Considerou-se que a realização desta atividade ia claramente ao encontro de alguns dos objetivos definidos para a UC e que poderia constituir-se como um importante momento formativo para os estudantes, quer no âmbito do desenvolvimento do seu conhecimento biológico, quer como forma de contribuir para o desenvolvimento da sua cidadania ambiental (Pedroso, 2018; Reis, 2021), dado que a identificação e o conhecimento das espécies poderão contribuir para o sentido de pertença e para o envolvimento dos estudantes na sua preservação.
Inicialmente o projeto Plant@ESELx foi apresentado aos estudantes e estes foram convidados a participar ativamente no seu desenvolvimento através da recolha de um conjunto de informações pré-definidas e de fotografias (Figura 3). Esta atividade foi realizada em pequenos grupos na componente prática da UC e foi orientada por um guião disponibilizado para o efeito. É importante referir que este trabalho decorreu numa altura em que, devido à pandemia de Covid-19, existiam grandes restrições que impediam/limitavam a realização de aulas práticas em sala de aula. Assim, procurou-se dar uma maior ênfase a atividades práticas ao ar livre: visitas de estudo a parques e jardins da cidade, saída de campo ao Parque florestal de Monsanto e também esta atividade de caracterização das espécies vegetais da ESELx.
Construção do Website
A informação e as fotografias recolhidas pelos estudantes serviram de base à construção de um website contendo toda a caracterização de cada uma das espécies selecionadas. A informação resultante do trabalho dos estudantes foi apreciada e validada pelo docente da UC e foi complementada com informação e/ou fotografias adicionais antes de ser disponibilizada no website. A página de internet do projeto encontra-se localizada no website da instituição e está acessível através do endereço https://www.eselx.ipl.pt/plantas-eselx (Figura 4).
Desenho, construção e colocação das placas de identificação
Em paralelo com o desenvolvimento do website, foi criada uma identidade visual do projeto, composto por um símbolo e a sigla (Plant@ESELx) e elaborado o layout das placas de identificação que posteriormente seriam colocadas junto das diferentes árvores/arbustos (Figura 5). Esse layout inclui o nome comum, nome científico da espécie e da família a que a espécie pertence, o descritor e a data de identificação da espécie e em rodapé os diversos logótipos das entidades e projetos. O layout das placas inclui ainda um código QR específico que permite um acesso simples e rápido, a partir de dispositivos móveis, a toda a informação existente no website sobre a espécie em causa.
Para a elaboração das placas, foram testados vários materiais, sintéticos e orgânicos, tendo-se acabado por decidir proceder à impressão em material orgânico (madeira) de modo a minimizar o impacto ambiental (Figura 6A). As placas foram posteriormente envernizadas e afixadas no tronco das árvores de médio/grande porte e no solo, no caso de arbustos ou de árvores de pequeno porte ou espécimes ainda jovens (Figura 6B e 6C).
Avaliação pelos estudantes
Após a conclusão da unidade curricular, recolheu-se a opinião dos estudantes sobre o trabalho realizado e sobre o próprio projeto Plant@ESELx. Esta recolha foi feita através da construção e da aplicação, aos estudantes envolvidos nesta atividade, de um questionário online, utilizando a plataforma Google Forms. O questionário era constituído por 15 questões de resposta fechada, cada uma com uma afirmação, às quais os estudantes tinham de expressar o seu grau de concordância, usando uma escala com 5 níveis que variava entre o nível 1 (discordo totalmente) e o nível 5 (concordo totalmente) (Quadro 1). O questionário terminava com uma questão aberta, em que era pedido aos estudantes que, se o quisessem, deixassem comentários adicionais sobre o trabalho que realizaram ou sobre o Projeto Plant@ESELx. As questões de 1 a 10 centravam-se no trabalho de caracterização realizado pelos estudantes e as restantes 5 incidiam sobre o Projeto Plant@ESELx. O questionário tinha ainda uma última questão aberta para comentários sobre a atividade e/ou sobre o projeto.
A taxa de resposta ao questionário foi de cerca de 92%, sendo que dos 60 estudantes envolvidos se obtiveram 55 respostas.
A análise das respostas às questões 1 e 2 mostra que os estudantes consideram que a atividade foi interessante (71% concordam ou concordam totalmente) e gostaram de a realizar (59% concordam ou concordam totalmente). A resposta à questão 3 (Figura 7) revela que mais de 87% dos inquiridos consideram que a realização deste trabalho lhes permitiu conhecer melhor a diversidade vegetal existente na instituição.
Nas questões 4 a 8, os estudantes foram inquiridos sobre as aprendizagens proporcionadas pela atividade realizada. Os resultados são claros e mostram que os estudantes consideram que esta proposta de trabalho foi uma mais-valia em termos de aprendizagens de vários conteúdos programáticos da unidade curricular de Mundo vivo (Quadro 2).
Os estudantes referem ainda que o facto de esta atividade e os seus produtos virem a integrar o projeto Plant@ESELx foi um fator de motivação adicional, com mais 60% dos inquiridos a concordarem ou concordarem totalmente (Questão 9). Na questão 10, sobre o contributo que esta atividade poderá ter na sua atividade profissional futura como docente, as respostas encontram-se um pouco mais dispersas, mas, ainda assim, cerca de 44% dos alunos concorda ou concorda totalmente que esta proposta de trabalho poderá ter dado um contributo positivo para o seu futuro profissional, contra 20% que mostram opinião discordante. A maior dispersão de respostas a esta questão poderá ser explicada pelo facto de se tratarem de estudantes do 2.º ano do curso, que não tiveram ainda oportunidade de trabalhar questões didáticas, nem de experienciar a prática pedagógica, uma vez que estas atividades decorrem apenas no 3.º ano de curso ou no 2.º ciclo de formação (mestrados).
Relativamente ao projeto (questões 11, 12, 13 e 14), os estudantes revelaram uma grande concordância em que este pode valorizar os espaços verdes da escola, facilitar o aproveitamento didático desses espaços (quer por estudantes da instituição, quer por estudantes de outros níveis de ensino) e contribuir para um aumento do respeito pela biodiversidade na comunidade académica (Quadro 3).
Na última questão de resposta fechada (15), os estudantes são inquiridos se estariam dispostos a prescindir de uma parte dos espaços verdes relvados atualmente existentes, para se poderem plantar mais árvores. Apesar de as opiniões estarem um pouco mais dispersas, mais de 52% dos inquiridos concorda ou concorda totalmente com essa possibilidade e as opiniões discordantes representam apenas 18,2% (Figura 8). Este resultado foi um pouco surpreendente uma vez que os espaços verdes relvados, que ocupam uma área considerável do espaço exterior da ESELx, são muito utilizados pela comunidade estudantil, o que poderá ser revelador de uma maior consciencialização ambiental por parte destes estudantes. De facto, as áreas relvadas, apesar de bonitas e agradáveis, podem ter um impacto ambiental considerável uma vez que a sua manutenção requer um consumo elevado de água e de pesticidas/herbicidas e, ao mesmo tempo não confere tantos benefícios como os espaços verdes mais arborizados (Reid et al., 2017; Turner-Skoff & Cavender, 2019).
Por último, é de referir ainda que vários estudantes optaram por deixar os seus comentários na última pergunta, aberta, do questionário. Todas as respostas recebidas foram positivas e consideram que esta atividade e o projeto em que ela se integra foram significativos e com impacto na comunidade académica. Por exemplo:
Considero que foi uma mais valia a nível pessoal e de cultura geral, principalmente porque agora já olho para as plantas que vou vendo de outra forma, algumas até já sei quais são. Isto, para mim, é uma melhoria. (estudante A)
Na minha opinião é um projeto com cariz muito significativo, como a questão 14 aborda tem que existir mais respeito pela Natureza e estou de acordo que plantar árvores nunca é demais e é muito importante. (estudante B)
Considero que esta atividade foi uma mais valia no que concerne à interiorização de conceitos estudados. O aproveitamento dos recursos vegetais existentes na escola é uma mais valia, bem como a utilização dos trabalhos realizados pelos alunos, valorizando os mesmos. (estudante C)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Projeto Plant@ESELx teve como objetivos principais a valorização do património vegetal da ESELx e a consciencialização da comunidade académica, em especial a comunidade estudantil, para a importância da sua preservação e para o potencial didático-pedagógico que estes recursos podem apresentar. Inicialmente foram selecionados 65 exemplares de árvores e arbustos, procedeu-se à sua identificação, tendo-se concluído que estes pertenciam a 40 espécies distintas. Procedeu-se depois à recolha de informações para a caracterização das espécies identificadas. A partir dessa informação foram criadas e colocadas placas identificativas (contendo códigos QR). É de salientar ainda que, antecipadamente, foi necessário definir o design das placas, selecionar o material mais adequado, considerando critérios de sustentabilidade, e definir a tecnologia a utilizar para a sua produção. Simultaneamente, foi desenvolvido um website, facilmente acessível a partir desses códigos QR, onde toda a informação se encontra organizada. A pesquisa e seleção de informação contaram com um envolvimento direto de 60 estudantes da Licenciatura em Educação Básica, constituindo-se como um importante momento formativo, que os estudantes valorizaram. A análise das respostas ao questionário aplicado aos estudantes no final deste trabalho revela que estes consideraram que a atividade em que estiveram envolvidos lhes permitiu conhecer melhor a diversidade vegetal existente na instituição; desenvolver aprendizagens relevantes ao nível da biologia vegetal e que se sentiram motivados por contribuírem para um projeto mais abrangente. Referindo-se agora especificamente ao projeto Plant@ESELx, os estudantes consideram que este valoriza a instituição, facilita o aproveitamento didático dos recursos existentes e contribui para o conhecimento e valorização da biodiversidade.
A primeira fase do projeto está concluída, mas é nossa intenção dar continuidade ao projeto, aumentando o número de exemplares abrangidos e ampliando a área de intervenção no Campus de Benfica, plantando novos exemplares de espécies autóctones, disponibilizando fichas individuais em formato pdf que os estudantes poderão utilizar, criando uma brochura informativa sobre o projeto em formato e-book para download e, posteriormente, desenhando e implementando iniciativas pedagógico- didáticas significativas que utilizem os recursos vegetais existentes. Entretanto, iremos continuar a avaliar o impacto do trabalho já desenvolvido através da monitorização do número de acessos ao website e através da monitorização de iniciativas didático-pedagógicas que utilizem os recursos criados pelo projeto.