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Revista Nutrícias

versão On-line ISSN 2182-7230

Nutrícias  no.15 Porto dez. 2012

 

ARTIGO DE REVISÃO


Azeite e Saúde

Olive Oil and Health

 

Marina Rodrigues1*; Marta Rocha1*; Ana Ferreira1*; Patrícia Padrão2

1Estudante de Ciências da Nutrição, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto 2Docente, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

Endereço para correspondência

 

RESUMO

Na bacia do Mediterrâneo, o azeite, juntamente com os hortofrutícolas e o pescado, é um componente-chave da alimentação desta região, sendo considerado importante na preservação da saúde da população. Os dados epidemiológicos sugerem que a Alimentação Mediterrânica pode ter efeitos protectores contra várias doenças, sendo argumentado que são os polifenóis, o esqualeno e o ácido oleico, que conferem ao azeite as suas propriedades de promoção da saúde. O consumo de azeite virgem tem sido associado a uma diminuição da probabilidade de ocorrência de cancro, doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes.

Palavras-Chave: Azeite, Alimentação Mediterrânica, Saúde

 


 

ABSTRACT
In Mediterranean countries, olive oil, along with fruit, vegetables and fish, is a key component of diet in this region, being considered important for the preservation of health of the population. Epidemiological data suggest that the Mediterranean diet can have protective effects against various diseases, being argued that are the polyphenols, the squalene and oleic acid, that give to olive oil its health-promoting properties. The consumption of virgin olive oil has been associated with a decrease of likelihood of cancer, cardiovascular disease, obesity and diabetes.

keywords: Olive oil, Mediterranean Diet, Health

 


 

INTRODUÇÃO
Aceita-se que o cultivo da oliveira, Olea europaea, ter-se-á iniciado provavelmente cerca de 4000 anos antes de Cristo (a. C.) e durante o século VII a. C. o azeite começou a ser investigado por filósofos, médicos e historiadores (1). Era alegadamente utilizado para tratar situações específicas, tais como cólicas, perda de cabelo, paralisia, dor reumática, dor ciática e hipertensão (2).
A Alimentação Mediterrânica (AM) tradicional baseia-se no consumo de alimentos de origem vegetal, inclusão de pequenas quantidades de alimentos de origem animal (sob a forma de pescado e produtos lácteos), consumo moderado (3) de bebidas alcoólicas (essencialmente vinho tinto, ingerido às refeições) e consumo diário de cerca de 25-50mL (4) de azeite virgem (1, 2, 4-8).
No século XX, Keys e colaboradores publicaram um conjunto de trabalhos decorrentes do “Seven Countries Study”, tendo evidenciado uma possível associação entre a AM e uma menor incidência de doenças crónicas (9-11). A evidência científica é crescente no que respeita à associação entre a adopção da AM (12) como padrão de alimentação e a diminuição do risco de doenças cardiovasculares (DCV), obesidade, diabetes tipo 2, cancro, artrite reumatóide, bem como o aumento da esperança média de vida, embora com grau de evidência diferente (5, 13-22). Estes possíveis benefícios têm sido parcialmente atribuídos ao consumo de azeite virgem pelas populações do Mediterrâneo como principal fonte de gordura alimentar, que além de fornecer uma quantidade considerável de ácido oleico, proporciona a ingestão de compostos bioactivos (13, 23).
Composição do Azeite
É importante referir que a composição nutricional do azeite não é fixa: depende da variedade da azeitona usada, do ano de produção, da região de onde provém e do tipo de extracção (24).
No fabrico do azeite, as azeitonas são primeiramente esmagadas para criar um bagaço que, depois de ser homogeneizado, é pressionado para produzir óleo. O primeiro óleo extraído é o azeite virgem de alta qualidade – obtido usando apenas métodos físicos, o que permite a preservação de muitos dos seus componentes (2, 25).
A qualidade do azeite vai ser determinada pela região onde é produzido, a variedade, a idade, o estado sanitário e o grau de maturação das azeitonas, o processo de extracção e o modo de conservação. Para verificar a qualidade de um azeite recorre-se a dois tipos de análises: organolépticas e químicas (como é o caso da acidez, expressa em ácido oleico) (26).
O azeite é constituído na sua quase totalidade por lípidos (≈99%), sendo que a maior fracção (78,6%) corresponde a ácidos gordos monoinsaturados (AGM) – nomeadamente o ácido oleico, um dos maiores componentes bioactivos do azeite - e possui numerosos componentes com capacidade antioxidante (vitamina E, carotenos, compostos fenólicos, entre outros) (27).
Inicialmente, os efeitos benéficos do consumo de azeite eram atribuídos exclusivamente aos AGM, contudo a evidência aponta também para a importância dos componentes minoritários (fosfolípidos, ceras, hidrocarbonetos, pigmentos, compostos fenólicos, entre outros) que correspondem a cerca de 0,5-1%, apresentando propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, vasodilatadoras, entre outras (13, 28). Entre estes destacam-se os esteróis (vulgarmente chamados de fitoesteróis), o esqualeno (o hidrocarboneto mais importante), os tocoferóis e os compostos fenólicos (24). Já foram identificados cerca de 36 compostos fenólicos no azeite (29). As classes mais importantes são: ácidos fenólicos, álcoois fenólicos (tal como o hidroxitirosol e o tirosol), flavonóides, lignanas e secoiridóides (onde encontramos a oleuropeína, por exemplo) (2, 29). Dentro dos compostos fenólicos, os que mais revelam propriedades bioactivas são o hidroxitirosol, o tirosol, a oleuropeína e o oleocantal (2, 29, 30).
Azeite e Efeitos Fisiológicos
Actividade Antioxidante
Os principais componentes que contribuem para os vários benefícios atribuídos ao azeite (ácido oleico, compostos fenólicos e esqualeno), inibem o stress oxidativo (25). Ao contrário dos ácidos gordos polinsaturados, o ácido oleico é monoinsaturado sendo, por isso, muito menos susceptível à oxidação, explicando-se assim a sua acção antioxidante, alta estabilidade e o seu importante contributo para a longa vida de prateleira do azeite (31).
Entre os compostos fenólicos do azeite, o hidroxitirosol e a oleuropeína são considerados potentes agentes antioxidantes visto que são capazes de eliminar radicais livres e oxidantes e de inibir a oxidação das LDL (25, 32-35). É sabido que o excesso de radicais livres leva a danos oxidativos, aumentando o risco de desenvolver numerosas doenças crónicas como aterosclerose, cancro, enfarte do miocárdio, entre outras (36). Os componentes fenólicos do azeite virgem são então capazes de desempenhar uma acção benéfica sobre a oxidação lipídica e sobre os danos oxidativos no ADN e, portanto, sobre o stress oxidativo em geral, diminuindo o risco de desenvolvimento das patologias atrás mencionadas (23).
De facto, a oxidação das LDL é considerada o maior factor de risco no desenvolvimento de aterosclerose e DCV, já que induz o desenvolvimento de placas ateromatosas nas paredes arteriais. Outros estudos têm corroborado os efeitos benéficos dos compostos fenólicos, tendo em conta outros marcadores do stress oxidativo, como por exemplo os F2-isopropanos que baixaram significativamente com a ingestão de uma refeição com azeite enriquecido com compostos fenólicos (44). Diversos estudos relatam as propriedades antioxidantes do azeite virgem, rico em compostos fenólicos (com concentrações semelhantes às ingeridas na AM) (29) como a modulação benéfica do balanço entre o glutatião reduzido (GSH) e o glutatião oxidado (GSSG) (37, 38) e o aumento da peroxidase do glutatião eritrocitária (GSH-Px). Assim, sugere-se que a diminuição de GSH (antioxidante celular importante) e de GSH-Px aliado ao aumento de GSSG, precede a oxidação lipídica e a aterogénese in vivo (45).
Actividade Anti-inflamatória
É reconhecido que a fisiopatologia de várias doenças como o cancro, DCV, artrites e doenças neurodegenerativas se associa com a inflamação crónica (46-49). A evidência científica actual sugere que os compostos fenólicos encontrados no azeite virgem possuem uma capacidade anti-inflamatória considerável, sendo por isso capazes de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças crónicas inflamatórias (50-52).
A actividade anti-inflamatória atribuída ao oleocantal é variada: parece assemelhar-se ao mecanismo anti-inflamatório do fármaco ibuprofeno (53); parece provocar uma possível diminuição de mediadores inflamatórios como a síntase do óxido nítrico induzível (iNOS), que participa na patogénese das doenças degenerativas das articulações (54); e parece diminuir marcadores inflamatórios presentes na doença de Alzheimer (55, 56). Mais recentemente, Camargo e colaboradores, mostraram que a ingestão de azeite enriquecido com compostos fenólicos parece diminuir a expressão de várias proteínas inflamatórias (factor de transcrição NF-kB, COX-2, entre outras) (57).
Actividade Antimicrobiana
Alguns compostos fenólicos do azeite parecem encerrar propriedades antimicrobianas que se pensam traduzir na inibição do crescimento de microrganismos, cooperando no tratamento terapêutico de algumas doenças infecciosas (58), embora a maioria da evidência científica existente provenha de estudos realizados in vitro.
Azeite e Patologias
Cancro
De uma forma geral, a literatura científica mais recente sobre a associação entre AM e ocorrência de cancro, atribui propriedades preventivas ao rácio equilibrado de ácido gordos n-6 e n-3 e à elevada quantidade de fibra, antioxidantes e polifenóis presentes nos hortofrutícolas, no azeite e no vinho (7). Relativamente ao azeite, e conforme discutido em vários trabalhos, parece existir uma relação inversa entre o seu consumo e diversos tipos de cancro (63-68), embora os mecanismos subjacentes não estejam completamente esclarecidos (59, 69). Entre os componentes que podem explicar estes possíveis efeitos benéficos do azeite está o ácido oleico (oxida-se, em média, quarenta vezes menos que o ácido linoleico), a baixa proporção n-6/n-3, a vitamina E, os compostos fenólicos (como o hidroxitirosol e a oleuropeína) e o esqualeno (importante no cancro de pele) (10, 13, 70-72), que parecem actuar como agentes quimioprotetores (2, 33, 73-80). Investigações em humanos sugeriram que a ingestão de azeite enriquecido com compostos fenólicos diminui a lesão oxidativa no ADN até 30% (81, 82). Para além destes potenciais benefícios, existem trabalhos que sugerem existir uma interacção benéfica entre o azeite e fármacos anti tumorais: o paclitaxel (83), a cerulenina e a genisteína no cancro da mama, o cisplatino na metástase pulmonar (84) e a vincristina no carcinoma do colo do útero (85). Por outro lado, o azeite parece levar a uma menor formação de aminas aromáticas heterocíclicas, quando se fritam ou assam alimentos que contém proteínas (86).
Owen e colaboradores sugeriram ainda que os polifenóis do azeite são capazes de eliminar os radicais livres produzidos na matriz fecal, o que poderá contribuir para explicar os possíveis efeitos quimioprotetores do azeite sobre o cólon (25). Acresce o facto de o azeite parecer capaz de diminuir a expressão de COX-1 e BCL-2, duas proteínas presentes na carcinogénese colorectal (87).
No que respeita ao cancro da mama, estudos caso-controlo com mulheres de vários países do Mediterrâneo têm descrito uma relação inversa entre o consumo de azeite e a ocorrência deste tipo de cancro (88, 89). Solanas e colaboradores sugeriram ainda que o azeite virgem exerce efeitos moduladores no cancro da mama através de uma combinação de diferentes vias de sinalização Ras, resultando num cenário de apoptose celular (90). Apesar dos potenciais efeitos protectores do azeite contra o cancro da mama, estes não se parecem reflectir numa menor mortalidade por esta patologia (91).
Artrite Reumatóide
Na origem do processo inflamatório característico da artrite reumatóide estão, entre outros, as espécies reactivas de oxigénio (ROS) (92). Parece que o azeite, dado o seu efeito antioxidante (capacidade de redução das ROS), é capaz de reduzir a inflamação. Por outro lado, há autores que defendem que o ácido oleico pode substituir os ácidos gordos polinsaturados n-6 no que respeita ao metabolismo celular, o que contribui para diminuir a produção do leucotrieno A4, eicosanóide pró-inflamatório. Assim, reduzindo a competição entre n-6 e n-3 (via ácido oleico), aumentaria a incorporação e utilização de n-3 (aumentando a produção de eicosanóides anti-inflamatórios como o leucotrieno A5). Além disto, é de notar que o ácido oleico tem capacidade para se converter em ácido eicosatrienóico (ETA) e este no leucotrieno A3 (LTA3). Este último é descrito como um potente inibidor da síntese do leucotrieno B4, pró-inflamatório. Estas observações poderão contribuir para a compreensão da sinergia entre os óleos de peixe (n-3) e o azeite na melhoria dos sintomas da artrite reumatóide (93).
Síndrome Metabólica
A investigação desenvolvida no âmbito da Síndrome Metabólica (SM) tem apontado para uma menor prevalência desta síndrome em populações que adoptam a AM, existindo evidência científica que sustenta esta relação, quando se analisa separadamente cada uma das componentes da SM (94, 95).
Diabetes: Os estudos têm revelado uma menor frequência de diabetes conforme aumenta a adesão à AM (96), tanto em pessoas saudáveis (97) como em pessoas que sofreram enfarte do miocárdio (12). Neste sentido, tem-se colocado a questão sobre qual será a melhor fonte energética (Hidratos de carbono (HC) ou AGM) para substituir os ácidos gordos saturados (AGS) e, da comparação destes dois padrões alimentares numa meta-análise, observou-se um controlo glicémico e perfil lipídico equivalentes ou melhores no caso da alimentação rica em AGM (98). Estes efeitos podem ser devidos à possível capacidade do azeite virgem para proteger contra a resistência à insulina, o que torna o seu consumo interessante para diabéticos (99). Parece também haver uma maior secreção de glucagon-like-peptide-1 (GLP-1) (97) tanto em pessoas saudáveis como com diabetes tipo 2, que se pode dever, para além dos seus efeitos hormonais, à sua capacidade de inibir o esvaziamento gástrico. Atribuiu-se ainda à alimentação rica em AGM um efeito favorável sobre a secreção de insulina pelas células β do pâncreas (100). A sua palatabilidade pode também facilitar o cumprimento das recomendações pelos doentes (101).
Obesidade: Estudos recentes relataram que a adesão à AM se associou a uma menor proporção de gordura abdominal e, consequentemente a um menor perímetro da cintura. Contudo, os autores sugerem cautela na interpretação dos resultados devido à heterogeneidade dos mesmos entre os países participantes (102, 103). Em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC), a relação com a AM não tem sido conclusiva (102, 104), embora haja resultados que apontem para a inexistência de relação entre o consumo de azeite e o aumento do IMC (105). Foi inclusivamente observada uma associação inversa entre o consumo de azeite e a ocorrência de obesidade em crianças do sul a Europa, onde a estimativa da prevalência de obesidade é mais elevada (107). Esta hipotética protecção, poderá dever-se em parte ao conteúdo do azeite em lignanas (108) e genericamente à capacidade da AM de alterar biomarcadores (adiponectina, leptina e proteína C-reactiva) aparentemente relacionados com a perda de peso (109). Outro dos possíveis mecanismos explicativos descritos relaciona-se com a oleoletanolamina (OEA), um mensageiro lipídico que inicia a resposta do receptor nuclear PPAR–α, aumentando a saciedade (102). Não obstante, sendo o azeite uma gordura e por isso uma importante fonte de energia, há uma certa resistência em incluí-lo no tratamento da obesidade (106), sendo fundamental ampliar a investigação, a fim de se obter evidência consistente sobre esta associação.
Risco Cardiovascular: Os estudos epidemiológicos sugerem que a AM tem capacidade para reduzir a frequência de doença coronária (110, 111), podendo o azeite ter um papel relevante neste efeito, nomeadamente no que respeita à protecção contra o enfarte do miocárdio (112). Foi observada uma associação inversa entre o consumo de azeite e o risco cardiovascular na coorte espanhola do estudo EPIC (113), tendo sido apontados como factores decisivos do azeite no risco cardiovascular tanto o conteúdo lipídico como os seus componentes minoritários (114-116).
Trombogénese: O azeite vem sendo referenciado como detentor de propriedades antiagregantes, efeito que aparece aumentado quando se duplica a quantidade de AGS substituídos por AGM (117). É sugerido que o consumo de azeite é acompanhado por uma diminuição do risco cardiovascular tanto pela diminuição de factores de coagulação como de agregação plaquetária (118).
Aterosclerose: Tem sido estudada a possível capacidade de redução do colesterol sanguíneo pelo esqualeno, embora os estudos não reportem resultados consistentes (119). Tem sido, por outro lado, sugerido que os polifenóis presentes no azeite, principalmente o hidroxitirosol, podem actuar sinergicamente para evitar a oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) (2, 72, 120) bem como diminuindo a sua síntese (121) ou a expressão de moléculas de adesão (72).
Hipertensão arterial: A adesão à AM tem sido associada a uma redução da incidência de hipertensão arterial (122, 123), bem como à capacidade de reduzir a dose de fármacos anti-hipertensivos (2). Embora o mecanismo pelo qual o azeite possa ser capaz de reduzir a pressão arterial seja desconhecido, várias teorias têm sido discutidas, tais como a capacidade do azeite actuar como um antagonista dos canais de cálcio (mimetização dos efeitos de fármacos bloqueadores dos canais de cálcio) (124); melhorar a função endotelial (através da redução da ROS) (123, 125, 126); diminuir o tónus vascular e alterar a composição de fosfolípidos da aorta (127). Uma redução da pressão sanguínea foi observada com a suplementação em azeite de 40 g/dia para homens e 30 g/dia para mulheres (127), quantidades semelhantes às consumidas diariamente nos países do Mediterrâneo (2, 128). Um aumento das HDL foi uma observação adicional que corrobora o efeito anti-hipertensivo do azeite virgem (106), bem como a melhoria dos perfis trombóticos pós-prandiais, tanto em indivíduos saudáveis como naqueles com hipercolesterolemia (129, 130).
Em suma, os benefícios que têm sido atribuídos ao azeite no que respeita ao risco cardiovascular são: a melhoria do perfil lipídico (diminuição dos triglicerídeos, colesterol total, LDL e aumento das HDL (106, 131, 132) e do metabolismo das lipoproteínas pós-prandiais (112)); melhoria da função endotelial (44, 133), do controlo da pressão arterial e do risco de hipertensão (134, 135); redução da susceptibilidade à oxidação pelas LDL e melhoria dos danos vasculares oxidativos (44, 106).

ANÁLISE CRÍTICA
O azeite parece contribuir para a baixa frequência de doenças crónicas nas populações que o consomem.
Desta forma, apesar de existirem estudos epidemiológicos que sugerem que o consumo do azeite, inserido numa alimentação equilibrada e num estilo de vida saudável, traga benefícios para a saúde, é necessário desenvolver mais investigação populacional que possibilite obter evidência científica convincente sobre o efeito do consumo de azeite na saúde. Só assim será possível avaliar a pertinência de serem estabelecidas recomendações neste domínio.

CONCLUSÕES
A investigação científica tem atribuído aos polifenóis, ao esqualeno e ao ácido oleico, presentes no azeite as suas propriedades de promoção da saúde. O consumo de azeite virgem, sobretudo como parte integrante da Alimentação Mediterrânica, tem sido associado a uma diminuição da probabilidade de ocorrência de alguns cancros, doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes.

 

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Endereço para correspondência
Marina Rodrigues (A/C Patrícia Padrão)
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
Rua Dr. Roberto Frias s/n, 4200-465 Porto
marina.dfr@gmail.com


Recebido a 13 de Agosto de 2012
Aceite a 13 de Dezembro de 2012

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