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Acta Portuguesa de Nutrição
versão On-line ISSN 2183-5985
Acta Port Nutr no.10 Porto set. 2017
https://doi.org/10.21011/apn.2017.1005
ARTIGO ORIGINAL
Estudo Comparativo da Composição dos Suplementos Alimentares Termogénicos Contendo Cafeína Disponíveis em Portugal
Study on the Composition of Thermogenic Food Supplements Containing Caffeine Available in Portugal
Márcia Daniela M Lopes1*; João Paulo Capela1,2
1Unidade de Investigação da Universidade Fernando Pessoa em Energia, Ambiente e Saúde (FP-ENAS), Centro de Estudos em Biomedicina (CEBIMED), Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa, Rua Carlos da Maia, n.º 296, 4020-150 Porto, Portugal
2UCIBIO/REQUIMTE (Rede de Química e Tecnologia), Laboratório de Toxicologia, Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, R. D. Manuel II, Apartado 55142, 4051-401 Porto, Portugal
Endereço para correspondência
RESUMO
Introdução: Promover a perda de peso é o principal objetivo dos suplementos alimentares termogénicos, muitas vezes referidos como “queimadores de gordura”. A presença da cafeína nestes suplementos baseia-se em estudos que indicam um efeito termogénico desta substância com a promoção da lipólise e oxidação de gordura, acompanhada de eventual perda de peso.
Objetivos: Estudar a composição dos suplementos alimentares termogénicos contendo cafeína disponíveis no mercado português e analisar os riscos associados às doses de cafeína neles contidas.
Metodologia: Para o estudo dos suplementos alimentares referidos como termogénicos e contendo cafeína disponíveis em Portugal, foi efetuada uma pesquisa em pontos físicos de venda e sítios da internet.
Resultados: Foram compilados dados de 43 suplementos. Verificou-se que a dose diária de cafeína anidra correspondente à porção recomendada pelos suplementos correspondeu à mediana de 250 mg, sendo o valor mínimo de 64 mg no suplemento 35 e o valor máximo de 846 mg no suplemento 42. Verificou-se que 10 suplementos recomendam porções diárias que oscilaram entre os 405 mg e 846 mg de cafeína, doses superiores a 400 mg consideradas não seguras para os consumidores habituais desta substância. O extrato de café verde e de chá verde presentes em muitos suplementos podem aumentar o conteúdo total de cafeína ingerida.
Conclusões: Poucos estudos comprovam a real eficácia e segurança da cafeína na promoção da perda de peso. Os consumidores destes suplementos devem ser alertados para os riscos de saúde decorrentes do consumo excessivo de cafeína, em particular problemas cardiovasculares, tolerância e dependência física.
Palavras-Chave
Cafeína, Perda de peso, Riscos, Suplemento alimentar, Termogénese
ABSTRACT
Introduction: Promoting weight loss is the main goal of thermogenic dietary supplements, commonly referred as “fat burners”. The presence of caffeine in these supplements is based in studies that reveal a thermogenic effect for this substance promoting lipolysis and fat oxidation, eventually accompanied by weight loss.
ObjectiveS: To study availability of thermogenic food supplements containing caffeine in the Portuguese market highlighting the risks associated with their caffeine dosage.
Methodology: Thermogenic food supplements available in Portugal were searched in the usual selling channels for these products, including shops and websites.
Results: Data from 43 supplements was collected. Regarding the recommended daily dose of anhydrous caffeine, the median corresponded to 250 mg, the minimum value was 64 mg in supplement 35 and the maximum value was 846 mg in supplement 42. It was found that 10 supplements recommended daily caffeine doses between 405 mg and 846 mg, well above the 400 mg/day dosage considered safe for regular caffeine consumers. The green tea and green coffee extracts are present in many supplements and can contribute for increasing the daily caffeine intake.
Conclusions: Few studies prove the efficacy and safety of caffeine to promote weight loss. Users of these supplements should be advised on the health risks from high caffeine doses, in particular cardiovascular problems, tolerance and dependence.
Keywords
Caffeine, Weight loss, Risks, Dietary supplement, Thermogenesis
INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, a obesidade é considerada a epidemia do século XXI, sendo que mais de 1,6 biliões de adultos sofre de excesso de peso e pelo menos 400 milhões de pessoas são obesas (1, 2). Esta elevada prevalência potencia o desenvolvimento de doenças crónicas que incluem a hipertensão, diabetes mellitus tipo II, arteriosclerose, certos tipos de cancro, doença coronária e síndrome metabólica, sendo que a obesidade é o maior fator de risco para o desenvolvimento desta síndrome (2-6). Em Portugal durante o ano de 2014 mais de metade da população adulta sofria de excesso de peso (7).
A obesidade é uma morbidade evitável com comportamentos alimentares saudáveis e exercício físico, assim como com intervenções cirúrgicas e farmacológicas. O aumento da incidência da obesidade ou do excesso de peso levam à procura de produtos promotores da perda de peso, onde se incluem os suplementos alimentares termogénicos. Os consumidores vêm nestes produtos uma forma simples, rápida e fácil de perda de peso, acreditando frequentemente que são absolutamente seguros (1, 8). As principais razões que levam a população a consumir suplementos de perda de peso incluem: estigma social da obesidade, benefícios para a saúde, solução rápida para a perda de peso, acesso mais fácil do que consultar um médico ou nutricionista, sem a necessidade de prescrição, e os suplementos não exigem mudanças do estilo de vida que incluem a dieta e o exercício físico (9). Esta suposição errada conjugada com o fácil acesso e publicidade agressiva contribuem para a elevada popularidade dos suplementos dietéticos, apesar de uma dieta saudável em conjunto com a prática de atividade física serem as melhores ferramentas para a redução do excesso de peso e dos riscos que a obesidade acarreta para a saúde (1, 10).
Os suplementos dietéticos comerciais alegam muitas vezes estimular o metabolismo e causar rápida perda de peso e/ou gordura, enquanto poucos estudos comprovam estes factos (8). Uma das mais populares categorias de suplementos dietéticos é frequentemente referida como “queimador de gordura”, sendo este termo usado para descrever os suplementos alimentares termogénicos. Os suplementos que se intitulam como termogénicos são aqueles que alegam promover a perda de peso pelo aumento do gasto energético, aumento da oxidação de gordura e diminuição do apetite, aumentando também a performance durante o exercício físico (11-13). Frequentemente, estes suplementos contêm vários ingredientes, cada um com um mecanismo de ação distinto, alegando que um composto singular ou a combinação destas substâncias terá efeitos termogénicos. A lista de compostos que alegadamente aumentam ou promovem o metabolismo das gorduras é longa. No entanto, os suplementos termogénicos mais populares, regra geral, incluem a cafeína, carnitina, chá verde, ácido linoleico conjugado, forscolina, crómio, fucoxantina e sinefrina (12). Será importante referir que nos últimos anos alguns dos ingredientes considerados termogénicos têm mostrado não ser seguros para o consumo humano e por isso retirados do mercado, como é o caso da efedrina. É importante assim verificar a segurança destes suplementos, em particular os decorrentes do consumo crónico (14).
A cafeína, ou 1,3,7-trimetilxantina, é utilizada há milhares de anos e é uma das substâncias farmacologicamente ativas mais consumidas no mundo (15). Pode-se encontrar em bebidas comuns incluindo o café, chá, refrigerantes, chocolate e numa variedade de medicações e suplementos dietéticos (16, 17). A cafeína é adicionada à maioria dos suplementos termogénicos devido à sua capacidade em aumentar o metabolismo, promover a lipólise e a oxidação de gordura, e aumentar a força muscular (18-20). Quando consumida em doses moderadas tem mostrado aumentar o desempenho físico e mental, tornando-a assim o composto ideal para combater a fadiga (20). Os estudos têm mostrado que o consumo de cafeína pode induzir a termogénese e suprimir o apetite em parte pela ativação do Sistema Nervoso Simpático (SNS), reduzindo assim a fome, promovendo a saciedade e estimulando o gasto energético pelo aumento da oxidação de gordura (21). Contudo, quando a cafeína está combinada com outras substâncias parece ser mais eficaz no aumento da taxa metabólica do que cafeína isoladamente (12, 18, 22).
METODOLOGIA
Para a pesquisa dos suplementos alimentares referidos como termogénicos disponíveis em Portugal, foi efetuada uma pesquisa em pontos de venda desses produtos, incluindo sítios da internet. A informação contida nos rótulos dos suplementos foi cautelosamente avaliada e compilada, tendo sido obtida junto dos sítios da internet da empresa prozis(http://www.prozis.com), do site zumbu (http://www.zumbu.com), nutribody (http://www.nutribody.pt), forma fit (http://www.formafit.pt) e enetural (http://www.enetural.com), mas também de pontos de venda físicos como farmácias e locais de venda de suplementos. O espaço temporal para a pesquisa dos suplementos foi de março de 2016 a abril de 2016. Foram excluídos da análise suplementos que não continham as quantidades dos ingredientes no rótulo ou nos sítios da internet, ou que não referiam o valor diário recomendado. Através da pesquisa obteve-se 78 suplementos alimentares termogénicos, no entanto, excluíram-se aqueles que não continham cafeína anidra, resultando assim na compilação de 43 suplementos alimentares termogénicos contendo cafeína. Para informatização dos dados, foi criada uma base de dados, no programa Numbers (versão 3.6 para OSX). Para a pesquisa científica deste trabalho, usaram-se as bases de dados PubMed, B-on, Science direct e Google académico, tendo como palavras-chave “caffeine supplementation”, “caffeine thermogenesis” “caffeine thermogenic effects” e “caffeine effects”. Os critérios de seleção dos artigos cingiram-se ao espaço temporal dos últimos 15 anos.
RESULTADOS
O estudo comparado do conteúdo referido pelas empresas no rótulo dos suplementos alimentares termogénicos encontra-se inscrito na Tabela 1 . Devido ao facto de se terem obtido muitos ingredientes, cerca de 170, existiu a necessidade de os agrupar para se tornar mais simples e objetiva a interpretação dos dados, obtendo-se assim o grupo dos “ingredientes contendo cafeína” que inclui a cafeína anidra, extrato de café verde e extrato de chá verde por serem ingredientes com maior quantidade de cafeína, “minerais”, “aminoácidos e derivados”, “complexo vegetal” que contém os ingredientes à base de plantas, “vitaminas” e “outros ingredientes”. É importante realçar que os valores apresentados na Tabela 1 , com exceção da cafeína, referem-se à quantidade de determinado ingrediente presente por dose única, e não por total diário. No objeto principal deste estudo, para a cafeína anidra optou-se por colocar a quantidade por dose, e o total diário recomendado pelo produtor. Optou-se por não incluir na tabela o conteúdo em hidratos de carbono, lípidos, proteína e valor energético, pois não era o objeto principal deste estudo.
Ao analisar os rótulos de 43 suplementos, e de acordo com a Tabela 2,pode-se concluir que a dose mediana diária recomendada pela empresa responsável pelo suplemento de cafeína anidra é de 250 mg, o limite inferior do intervalo de confiança a 95% da mediana correspondeu a 200 mg e o limite superior a 400 mg. Verificou-se ainda que o valor mínimo de dose diária recomendada corresponde a 64 mg, pertencendo ao suplemento 35, e o valor máximo a 846 mg, no suplemento 42.
Relativamente às quantidades presentes por dose, pôde-se verificar que o teor mediano de cafeína foi de 100 mg, o limite inferior do intervalo de confiança a 95% da mediana correspondeu a 66,7 mg, e o limite superior encontrou-se nos 112,5 mg, o valor mínimo nos 31,25 mg no suplemento 20 e o valor máximo a 350 mg no suplemento 26.
Durante a pesquisa para a realização da tabela pôde-se verificar que muitos destes suplementos contêm presentes no seu rótulo os avisos: “Elevado teor em cafeína”, “Não deve ser consumido por indivíduos sensíveis à cafeína”, “Pessoas com sensibilidade à cafeína podem sentir os seguintes sintomas: agitação, nervosismo, tremores, dores de cabeça, ansiedade, palpitações, aumentos do ritmo cardíaco e insónia”, “Não ingerir este suplemento se tiver menos de 18 anos, estiver grávida ou a amamentar”, “Este produto não pretende diagnosticar, tratar, curar ou prevenir nenhuma doença”, “Este produto não deve substituir uma alimentação variada e equilibrada, nem um estilo de vida saudável”, ou “Aconselhe-se junto do seu médico ou nutricionista antes de tomar o suplemento”. É importante que as indústrias se preocupem com o facto de alertar o consumidor para estas advertências, no entanto, nem todos os suplementos estudados continham esta informação. Outro facto que se constatou durante a pesquisa deste trabalho, foi que alguns sítios da internet não disponibilizaram para consulta os ingredientes que o suplemento continha, ou então referia os ingredientes, porém sem fazer referência às porções dos mesmos, e por este facto não estão presentes na Tabela 1 e foram excluídos da análise do trabalho.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O processo definido por “termogénese” consiste na produção de calor pelo organismo devido a um aumento do metabolismo. Para regular o peso corporal e o gasto energético, o tecido adiposo castanho estabelece a termogénese através da dissipação do excesso de energia sob a forma de calor. O tecido adiposo castanho regula a termogénese pelo controlo do balanço energético através da proteína de desacoplamento 1 (UCP1) (6), encontrada maioritariamente nas mitocôndrias do tecido adiposo castanho (23). Esta proteína é responsável pelo desacoplamento da fosforilação oxidativa, e consequentemente a maior parte da energia é dissipada sob a forma de calor em vez de ser convertida em ATP (6, 23). Assim, compostos naturais como a cafeína que regulam a expressão genética da UCP1 podem ser estratégias para o controlo do excesso de peso através do aumento do gasto energético (6). Esta proteína é constitutivamente expressa nos adipócitos castanhos, enquanto que nos adipócitos brancos a UCP1 é induzida pelos ativadores de termogénese (quando está frio ou quando ocorrem estimulações ß-adrenérgicas) (24).
A cafeína está presente na maioria dos suplementos alimentares termogénicos, porém o mecanismo farmacológico de ação da cafeína como agente termogénico ainda não está bem estabelecido. A cafeína atua como um estimulante do sistema nervoso central (SNC) e do SNS promovendo o alerta e a concentração (20, 25), e é adicionada a estes suplementos devido à sua capacidade em promover a termogénese pelo aumento do metabolismo e da lipólise (18, 26). A cafeína, a nível do sistema nervoso, tem a capacidade de se ligar aos recetores de adenosina no cérebro, sendo um antagonista. A cafeína promove a excitabilidade do sistema nervoso, e ainda maior libertação de catecolaminas para a corrente sanguínea (10, 13, 15, 16). O aumento da concentração de catecolaminas resultante da ingestão de cafeína tem mostrado aumentar a atividade do SNC e do SNS. A adrenalina tem o potencial de promover a disponibilidade dos ácidos gordos para oxidação, e a noradrenalina promove a ativação da UCP1, que como já foi referido anteriormente promove o mecanismo da termogénese (12, 14, 23).
Ao nível do metabolismo energético, a cafeína poderá aumentar indiretamente o metabolismo basal através da promoção da estimulação contínua dos recetores adrenérgicos via catecolaminas, principalmente os ß-3 do tecido adiposo e promovem a lipólise, esta ativação está ligada a uma maior concentração de catecolaminas (15, 26). Acresce que a cafeína também é responsável pela inibição das enzimas fosfodiesterases, esta inibição resulta num aumento de monofosfato cíclico de adenosina (AMPc), que irá estimular a proteína-cínase, esta por sua vez ao promover a fosforilação da enzima lípase dos triacilgliceróis, ativa esta enzima promovendo a lipólise (degradação dos triacilgliceróis em ácidos gordos e glicerol). Um aumento na semi-vida de AMPc promove a lipólise e consequentemente aumenta os ácidos gordos disponíveis para combustível (4, 8, 12, 15, 16, 26, 27). Assim, a adição de cafeína aos suplementos alimentares termogénicos é baseada nos seus alegados efeitos em facilitar a perda de gordura, aumentar o metabolismo, promover o gasto energético em repouso, aumentar os marcadores de lipólise, aumentar a oxidação de gordura, libertar ácidos gordos do tecido adiposo e promover maior força na realização de exercícios de resistência (10, 12-14, 26-28).
Encontram-se descritos na literatura alguns estudos que efetuam a avaliação da eficácia da cafeína na promoção da termogénese. Campbell e coautores conduziram um estudo cujo propósito foi examinar os efeitos de um suplemento termogénico contendo entre outros ingredientes 150 mg de cafeína (26). Este estudo foi realizado em 9 participantes do sexo feminino com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos. As voluntárias realizaram, duas sessões de teste separadas por 7 semanas. Na primeira sessão deslocaram-se a um laboratório para fazerem a medição da taxa metabólica em repouso, frequência cardíaca e pressão arterial. Na segunda sessão cada participante ingeriu o suplemento termogénico ou o placebo e repetiram-se as medições da primeira sessão. Os autores determinaram que o suplemento em questão provocou um aumento na taxa metabólica em repouso de 9% nas 3 horas após a ingestão comparando ao grupo placebo (26). Noutro estudo o objetivo foi determinar a eficácia de um suplemento termogénico contendo cafeína (3 cápsulas ao dia, cada cápsula contendo 50 mg de cafeína anidra) entre outros ingredientes (10). Este estudo foi conduzido em 5 mulheres e 7 homens saudáveis e ativos fisicamente. Os voluntários foram aleatoriamente separados em dois grupos experimentais, ambos realizaram exercícios de “cycling”, porém um grupo ingeriu o suplemento termogénico e o grupo restante consumiu o placebo (maltodextrina). Este estudo teve algumas restrições, e uma delas foi não consumir nenhuma ajuda ergogénica nem consumir mais que 200 mg de cafeína por dia durante 6 semanas antes do estudo. Este ensaio teve a duração de duas semanas, e o intervalo entre cada sessão foi de pelo menos 3 dias. Os autores concluíram que o suplemento aumentou a oxidação de gordura em 26% imediatamente antes do exercício, bem como aumentou a saciedade, e promoveu a redução da perceção de esforço, o que sugere a eficácia do suplemento em promover a perda de peso (10). Um estudo realizado por Outlaw e colaboradores com o propósito foi avaliar os efeitos de um suplemento termogénico contendo cafeína (340 mg) e outros ingredientes. 6 indivíduos do sexo masculino e 6 do sexo feminino aparentemente saudáveis participaram neste estudo (11). Os voluntários eram consumidores moderados de cafeína (<200 mg/dia), e eram excluídos se tivessem sensibilidade à cafeína, doenças metabólicas, entre outros parâmetros. Este estudo foi conduzido em duas sessões com 3 dias de intervalo. Os autores concluíram que este suplemento aumentou o gasto energético em 8% nas 4 horas após a suplementação enquanto aumentou o foco, o alerta, e a energia, além disso diminuiu a fadiga sem promover a ansiedade ou causar mudanças significativas na frequência cardíaca e pressão arterial. O aumento da utilização de gordura como fonte de combustível é outro benefício associado à ingestão e suplementação com cafeína (11).
Num estudo de Belza e coautores, 20 homens saudáveis com peso normal foram administrados diariamente com comprimidos contendo uma das seguintes substâncias 500 mg de extrato de chá verde, 400 mg de tirosina, 50 mg de cafeína, ou placebo (21). Este estudo concluiu que apenas a cafeína foi termogénica na dose administrada, induzindo uma resposta termogénica média de 6% acima do valor basal comparando ao grupo placebo. As respostas termogénicas da tirosina e do extrato de chá verde não produziram um efeito termogénico diferente do placebo. Contudo, há uma evidência sólida da cafeína ser um potente amplificador da termogénese quando é consumida em conjunto com outros agonistas do SNS como a efedrina, nicotina, catequinas ou capsaicina da malagueta. A combinação de catequinas e cafeína no extrato de chá verde parece aumentar e prolongar o efeito da noradrenalina no SNS (21).
Noutro estudo conduzido por Lopez-Garcia e colaboradores o objetivo foi compreender a relação entre a ingestão de cafeína e mudanças no peso ao longo de 12 anos (29). Este estudo envolveu 18.417 homens e 39.740 mulheres, sem doenças crónicas no início do estudo, que foram seguidas desde 1986 a 1998 (12 anos). A ingestão de cafeína foi verificada a cada 2 a 4 anos, e as mudanças no peso foram reportadas pelas próprias pessoas. A quantidade de cafeína ingerida variou de 143 mg/dia a 342 mg/dia. O estudo demonstrou menos ganho de peso nos participantes que reportaram um aumento do consumo de cafeína, contudo as diferenças não são significativas: -0,43 Kg nos homens e -0,35 Kg nas mulheres.
Este estudo encontrou que um aumento do consumo de café e chá foi também associado a menor ganho de peso. Nos homens a associação entre a ingestão de cafeína e o peso foi maior em participantes jovens, nas mulheres a associação foi mais forte naquelas que tinham um IMC≥25 Kg/m2, que eram menos ativas fisicamente ou que eram fumadoras. Este estudo concluiu que aumentar a ingestão de cafeína parece produzir uma pequena redução no ganho de peso a longo-prazo (29).
Uma combinação de exercício físico e intervenções nutricionais é um ótimo método para criar um balanço energético negativo que contribua para a perda de peso. Num estudo realizado por Schubert e coautores estes pretenderam mostrar que uma combinação de exercício e suplementação com cafeína é mais eficaz na perda de peso do que só o exercício (30). Este estudo foi realizado em 14 indivíduos que realizaram um ensaio clínico em descanso, outro ensaio com prática de exercício físico, e outro com suplementação de cafeína e prática de exercício físico (3 mg/Kg de peso de cafeína 90 minutos antes e 30 minutos após o exercício, o equivalente a 420 mg diários para uma pessoa de 70 Kg). As primeiras conclusões foram que a cafeína e o exercício físico juntos aumentam a oxidação de gordura e o gasto energético comparando com a prática de exercício físico sem a suplementação com cafeína. No entanto, neste estudo a ingestão de cafeína não provocou alterações no apetite, mas atenuou a perceção de esforço durante a prática deste e reduziu as dores musculares. Os autores também observaram por parte dos voluntários um maior prazer na prática de exercício físico, através de um questionário. A cafeína pode manipular o humor pelo antagonismo dos recetores de adenosina e também aumentar a libertação de serotonina e dopamina, sendo que maiores níveis de dopamina atenuam a ingestão calórica ou o desejo de comer (30).
O suplemento incluído na Tabela 1 com o número 26, é um dos suplementos dietéticos que se propõe atuar como agente termogénico, aumentando a taxa metabólica, o consumo de oxigénio e a oxidação de ácidos gordos. Este suplemento contém 350 mg de cafeína por cápsula, e a dose diária recomendada corresponde a 700 mg. Num recente estudo elaborado por Vaughan e coautores, realizado em 2015, estes administraram o suplemento em questão a 10 homens saudáveis, com idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos, sem a presença de: obesidade (IMC>30 Kg/m2), doença cardiovascular e hipertensão (8). Cada sujeito foi convidado a participar em dois ensaios com dois tratamentos, num deles foi administrado placebo constituído por dextrose, e noutro uma dose do suplemento, que mostrou aumentar o gasto energético em repouso em 159,7±89,7 kCal/dia (valor estimado em 3 h de medição) e da pressão arterial sistólica (8).
De acordo com os estudos acima analisados, a cafeína poderá apresentar um efeito termogénico produzindo um aumento do gasto energético, constituindo esta a razão pela qual os fabricantes de suplementos incluem este ingrediente nos suplementos alimentares cujo objetivo é a redução de peso. No entanto, teremos sempre de considerar que os suplementos alimentares possuem uma vasta panóplia de ingredientes. Conforme se poderá verificar do estudo comparado inscrito na Tabela 1 , os suplementos incluem em média 10 ingredientes diferentes. A quantidade de determinado ingrediente, ou a mistura destes com a cafeína pode influenciar o efeito termogénico. Os efeitos decorrentes do consumo da mistura de todos estes ingredientes conjuntamente com a cafeína são largamente desconhecidos e merecem um estudo quer em termos da eficácia quer da segurança.
De acordo com um pedido da comissão europeia à Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, esta autoridade elaborou uma opinião científica em 2015 sobre a segurança no consumo de cafeína (31). Este relatório concluiu que uma dose única de cafeína até 200 mg de todas as fontes não dão origem a preocupações de segurança para a população adulta saudável que não seja consumidora habitual. Esta mesma dose também não levanta preocupações quando consumida em menos de duas horas antes de exercício físico intenso e em condições ambientais normais. Uma dose única de 100 mg pode provocar latência do sono e reduzir a duração do sono especialmente quando é consumida antes de deitar (31). Contudo, a quantidade necessária de cafeína para produzir um efeito adverso varia de pessoa para pessoa dependendo do seu peso e sensibilidade à cafeína (15). Para consumidores habituais, a dose indicada de cafeína correspondente a 400 mg/dia não levanta preocupações para a população adulta saudável. Para esta dose não se encontraram efeitos adversos relacionados com toxicidade aguda, saúde óssea, doença cardiovascular, risco de cancro e redução da fertilidade nos homens. No entanto, 33% da população em estudo excedeu esta dose recomendada (31). Para mulheres grávidas que sejam consumidoras habituais de cafeína, não devem exceder os 200 mg/dia, esta dose apresenta segurança para o feto, e na fase de amamentação também não devem exceder os 200 mg/dia (31). Além disso, o consumo de elevadas quantidades de cafeína pode ter efeitos adversos na fertilidade. A recomendação para mulheres que estão a tentar engravidar é limitar o consumo a menos de 300 mg/dia (15). Para crianças e adolescentes que não sejam consumidores habituais de cafeína ou de produtos que contenham cafeína, 3 mg/Kg de peso/dia é seguro para consumo. Para consumidores habituais, a recomendação é não exceder os 5,7 mg/Kg de peso/dia, no entanto, 5 a 10% dos adolescentes e 6 a 13% das crianças excedem esta dose máxima recomendada (31). A cafeína afeta as crianças da mesma forma que afeta os adultos, pode perturbar os seus padrões de sono e, assim, prejudicar o seu desenvolvimento normal. Além disso, a cafeína, muitas vezes é ingerida em bebidas com açúcar que podem contribuir para o aumento de ganho de peso e cáries dentárias. Reportou-se que crianças e adolescentes com elevados consumos diários de cafeína (pelo menos 1,5 L de bebidas de cola por dia (192,88 mg de cafeína diariamente), podem sofrer de dores de cabeça induzidas pela cafeína, no entanto a retirada gradual levou à completa cessação das dores de cabeça. Uma vez que os consumidores de suplementos podem ser adolescentes, encontra-se aqui mais um fator de risco (15).
O mercado das bebidas energéticas tem aumentado exponencialmente nos últimos anos devido aos seus benefícios em aumentar a atenção, força e performance, e perda de peso (32). Este tipo de bebida pode conter cafeína que pode ir da modesta quantidade de 50 mg para a quantidade alarmante de 505 mg por garrafa. A regulação deste tipo de bebidas varia consoante o país, no caso da União Europeia, é obrigatório que estas bebidas contenham presente no seu rótulo a mensagem “elevado teor em cafeína” (32).
A cafeína tem um longo historial de segurança, e no geral, os riscos de vida devido a sobredose de cafeína envolvem a ingestão de medicamentos contendo cafeína, e não alimentos como café, chá ou bebidas. Um efeito agudo relacionado com a ingestão de cafeína na população em geral é um aumento da pressão arterial. Em particular, os indivíduos hipertensos são mais sensíveis à cafeína e mostram respostas progressivamente mais longas na pressão arterial com aumento do risco de hipertensão, mesmo sob medicação. Portanto, o consumo de bebidas ou suplementos com cafeína nestes indivíduos deve ser feita com precaução. Indivíduos que não consumam cafeína diariamente estão num maior risco de sofrer efeitos fisiológicos negativos do que os consumidores habituais (15).
A Agência Mundial Antidoping indicou na lista de substâncias proibidas de 2016 (“The Prohibited List”) em que a cafeína não é considerada uma substância proibida, no entanto encontra-se colocada na lista de substâncias em monitorização de forma a detetar padrões de uso abusivo no desporto (33). A cafeína é uma substância bastante consumida pelos atletas, em parte pela sua capacidade em diminuir a perceção de esforço, contudo, isto pode ser considerado como um efeito adverso na medida em que a perceção de fadiga é um mecanismo fisiológico que se desenvolve espontaneamente e estender esta duração pode comprometer o sistema cardiovascular (31).
Existem estudos que demonstram a segurança dos suplementos alimentares com doses diárias recomendadas de cafeína inferiores a 400 mg. Num estudo realizado por Wells e colaboradores 40 participantes foram convidados a participar num ensaio que consistia na administração de um suplemento que continha diversos ingredientes, incluindo cafeína (200 mg/dia) (20). Os resultados deste estudo indicam que a ingestão diária do suplemento em questão não afetou significativamente os lípidos no sangue, nem o perfil metabólico do sangue. Também não se observou mudanças nos parâmetros cardiovasculares, sugerindo que o consumo prolongado do suplemento em questão é aparentemente seguro para adultos saudáveis (20). Contrariamente a este estudo, Campbell e colaboradores relataram que 150 mg de cafeína presente num suplemento termogénico elevou a pressão arterial, e por este facto as pessoas hipertensas devem tomar com precaução suplementos contendo cafeína (26). Um outro estudo levado a cabo por Vogel e colaboradores avaliou a segurança de um suplemento contendo cafeína, extrato de chá verde e capsaicina durante um período de 28 dias em 23 indivíduos saudáveis (14). Os participantes foram instruídos a consumir uma dose duas vezes ao dia, sendo que a quantidade de cafeína por dose correspondeu a 150 mg (300 mg/dia). Uma dose antes do pequeno-almoço, e outra dose antes do almoço. Os resultados deste estudo suportam a hipótese que a suplementação diária não aparenta causar anormalidades na saúde das pessoas que o tomaram. Neste estudo foi analisada a pressão diastólica, creatinina, taxa de filtração glomerular, cloreto, dióxido de carbono, globulina, albumina e HDL. Estes valores permaneceram idênticos nas medições antes e após os 28 dias de suplementação (14).
A toxicidade da cafeína é definida por sintomas específicos que incluem nervosismo, ansiedade, inquietação, insónias, complicações gastrointestinais, tremores, taquicardia, agitação psicomotora e em casos raros até mesmo morte (32). O consumo repetido de cafeína geralmente conduz ao desenvolvimento de dependência física e tolerância. Durante o período de abstinência os sintomas mais comuns são dor de cabeça, cansaço, fadiga, sonolência, alterações de humor, dificuldade de concentração, diminuição da cognição, depressão, irritabilidade, náuseas, vómitos e dores musculares. Estes sintomas podem ser severos em alguns indivíduos. Os casos de toxicidade da cafeína proveniente das bebidas energéticas têm vindo a aumentar, principalmente nos adolescentes (32). A tolerância à cafeína pode-se desenvolver em quatro dias com um consumo de 150 mg/dia (11). Os suplementos alimentares são muitas vezes compostos por um conjunto de substâncias, que por vezes não são reveladas as suas quantidades, nem são regulados por entidades competentes. Como consequência, a administração consecutiva destes suplementos pode gerar efeitos adversos a curto e longo prazo. Uma das preocupações do consumo prolongado destes suplementos são os parâmetros cardiovasculares e as funções hepáticas e renais (20).
No presente estudo verificou-se que existem vários suplementos termogénicos que recomendam doses diárias de cafeína que excedem largamente os 400 mg/dia. De acordo com os suplementos estudados presentes na Tabela 1, existem 10 suplementos que recomendam doses de cafeína superiores a 400 mg/total diário, nomeadamente o suplemento n.º 2, 4, 5, 6, 15, 16, 26, 41, 42 e 43. Contudo, para consumidores não habituais torna-se mais preocupante o consumo de cafeína, uma vez que o limite corresponde a ≤200 mg/dia e nesta situação a maioria dos suplementos excede a dose máxima recomendada, de acordo com a Tabela 1 existem 25 suplementos que excedem os 200 mg/total diário de cafeína, nomeadamente o suplemento n.º 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11, 15, 16, 17, 19, 24, 25, 26, 31, 33, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42 e o 43. Uma consideração importante a reter da Tabela 1 é que existem outros ingredientes em que a cafeína também está presente, porém em quantidades significativamente inferiores como é o caso do extrato de café verde (Coffea canephora robusta), extrato de chá verde (Camellia sinensis), cetonas de framboesa, erva-mate (Ilex paraguariensis), extrato de guaraná, entre outros. Por este facto, o teor em cafeína presente num suplemento não se cinge apenas à cafeína anidra podendo também estar presente noutros ingredientes, contribuindo estes para um aumento real no consumo de cafeína. Existem poucos estudos que avaliam a segurança destes suplementos, e os que o fazem testam esta hipótese com doses de cafeína baixas, e, por isso, não se podem obter conclusões para doses mais elevadas. Nos suplementos com doses de cafeína superiores a 400 mg/dia é espectável que ocorram efeitos adversos, entre os quais nervosismo, ansiedade, inquietação, insónias, complicações gastrointestinais, tremores, taquicardia, agitação psicomotora. Se o produtor/responsável pela comercialização não alertar o consumidor para o elevado teor em cafeína que o suplemento contém, é possível que o consumidor além de tomar o suplemento em questão ainda consuma café, bebidas energéticas, ou até mesmo chá, que contém cafeína, por vezes, também em doses elevadas, e assim aumenta-se a dose diária de cafeína ingerida e a probabilidade de ocorrerem efeitos tóxicos.
Além da cafeína, outros ingredientes dos suplementos, considerados na literatura como termogénicos, merecem alguma atenção. O chá verde, a sinefrina e o crómio aparecem em muitos dos suplementos analisados neste trabalho. O consumo de extrato de chá verde tem o potencial de aumentar a oxidação de gordura, no entanto a literatura é ainda inconclusiva no que diz respeito ao protocolo de eficácia da suplementação, a dosagem ótima de catequinas e a inclusão/exclusão de cafeína (12). A sinefrina é obtida dos frutos imaturos da espécie Citrus aurantium (laranja amarga), e atua como um agente simpaticomimético (1). Lamentavelmente, nem todos os suplementos referem qual a quantidade de sinefrina incluída no extrato de laranja amarga adicionado ao suplemento. Dado o potencial cardiotóxico deste composto populações com risco cardiovascular devem ter especial cuidado na utilização destes suplementos. O crómio trivalente (Cr3+) é reconhecido como sendo um nutriente essencial e está presente na maioria dos suplementos dietéticos. A suplementação com Cr3+ promove o metabolismo da glucose (34) e desempenha um papel importante no metabolismo dos hidratos de carbono e dos lípidos (9). Dos suplementos que estão presentes na tabela a grande maioria excede a dose diária recomendada em crómio.
Outro facto importante que se constatou com a realização deste trabalho foi que muitos dos suplementos não continham as quantidades dos ingredientes presentes no rótulo, nem o valor diário recomendado, por este facto não estão presentes na Tabela 1, e por isso foram excluídos da análise do trabalho. Isto é preocupante na medida em que as pessoas estão a ingerir determinado suplemento sem saberem realmente o que ele contém. A falta de regulamentação que acontece no mercado dos suplementos contribui para este facto. Outra importante questão que este estudo comprova é que a maioria dos suplementos alimentares termogénicos são uma combinação de substâncias, que por vezes estão presentes em quantidades superiores às recomendadas, como é o caso do crómio e de algumas vitaminas, e se o suplemento for usado cronicamente é possível que surjam complicações a longo prazo derivadas ao seu consumo.
CONCLUSÕES
Os suplementos termogénicos são geralmente consumidos por pessoas que querem perder peso de forma simples e rápida, no entanto, quando se recomendam estes suplementos deve-se dar a conhecer também os riscos associados ao consumo. Com a realização deste trabalho encontrou-se que dentro dos suplementos termogénicos com cafeína estudados o suplemento que continha menor quantidade diária recomendada de cafeína correspondeu a 64 mg no suplemento 35 e o valor máximo a 846 mg, no suplemento 42. Para consumidores habituais de cafeína pensa-se que a dose diária não deva exceder os 400 mg, porém neste estudo verificou-se que 10 suplementos recomendam tomas que excedem este valor, para consumidores não habituais de cafeína a dose máxima recomendada é de 200 mg/dia e constatou-se que 25 dos 43 suplementos recomendam tomas que excedem esta quantidade. Existem alguns estudos em humanos que demonstram a capacidade termogénica da cafeína. Contudo existem poucos estudos que avaliem a segurança dos suplementos alimentares termogénicos que contém cafeína, e os que existem testam esta hipótese em baixas doses de cafeína, havendo uma larga falta de estudos sobre os efeitos na saúde dos consumidores a curto e largo prazo decorrentes do consumo destes suplementos. A falta de regulamentação no mercado dos suplementos contribui para este facto. Os consumidores desta substância devem estar alertados dos riscos para a saúde associados ao consumo da cafeína, em particular problemas cardiovasculares, dependência física, e a perda de sensibilidade aos efeitos da cafeína. Uma alimentação saudável em conjunto com a prática de atividade física continua a ser a melhor estratégia para a perda de peso.
AGRADECIMENTOS
Trabalho financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto UID/Multi/04546/2013.
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Márcia Daniela M Lopes
Loteamento Casal de Era,
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