INTRODUÇÃO
A Avaliação do Risco em contexto laboral é uma etapa fundamental para se conseguirem postos de trabalho mais seguros e saudáveis. Geralmente são os Técnicos de Segurança quem mais experiência tem sobre as diversas técnicas possíveis; contudo, nem todos os profissionais a exercer nas equipas de Saúde Ocupacional apresentam conhecimentos bem estruturados e/ ou práticos sobre a generalidade destes métodos. Foi objetivo desta revisão fazer um resumo sobre as principais técnicas utilizadas neste contexto.
METODOLOGIA
Em função da metodologia PICo, foram considerados:
-P (population): trabalhadores ativos.
-I (interest): métodos de avaliação global dos riscos laborais.
-C (context): saúde ocupacional
Assim, a pergunta protocolar será: “Que métodos de avaliação global de riscos em contexto laboral existem, quais os mais frequentemente utilizados e quais as suas principais caraterísticas”?
Foi realizada uma pesquisa em abril de 2020 na base de dados RCAAP, uma vez que contém teses de mestrado ou doutoramento, onde é muito mais provável que o autor tenha tido mais rigor e espaço para descrever a metodologia utilizada na investigação; em artigos, geralmente apenas costuma haver espaço para referir o nome do método ou, quando muito, descrevê-lo sucintamente, mas sem grandes explicações elucidativas de como o utilizar, até porque não será esse o objetivo principal desses artigos, onde se pretende investigar um posto/ tarefa laboral concreta.
No quadro 1 podem ser consultadas as expressões/ palavras-chave utilizadas nas bases de dados.
Motor de busca | Palavras-chave | Critérios | Nº de documentos obtidos | Nº da pesquisa | Pesquisa efetuada ou não | Nº do documento na pesquisa | Codificação inicial | Codificação final |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
RCAAP | Método simplificado | Título | 55 | 1 | sim | - | - | - |
Assunto | 11 | 2 | sim | - | - | - | ||
MARAT | Título | 6 | 3 |
sim | 1 3 4 5 6 |
MARAT1 MARAT2 MARAT3 MARAT4 Nega acesso direto |
2 3 4 5 - |
|
Assunto | 6 | 4 | sim | 1 3 4 5 |
=MARAT1 =MARAT2 =MARAT3 =MARAT4 |
- - - - |
||
Metodologia de Avaliação de Riscos e Acidentes de Trabalho | Título | 1 | 5 | sim | 1 | MARAT(ext)1 | 1 | |
Assunto | 0 | 6 | não | - | - | - | ||
NTP330 | Título | 2 | 7 | sim | 1 2 |
NTP330-1 =MARAT(ext)1 |
- | |
Assunto | 0 | 8 | não | - | - | - | ||
MIAR | Título | 6 | 9 | sim | 1 3 5 |
MIAR1 =NTP330-1 MIAR2 |
9 - - |
|
Assunto | 0 | 10 | não | - | - | - | ||
Método integrado para a Avaliação de Risco | Título | 0 | 11 | não | - | - | - | |
Assunto | 0 | 12 | não | - | - | - | ||
William Fine | Título | 0 | 13 | não | - | - | - | |
Assunto | 4 | 14 | sim | 1 2 3 4 |
WF1 (não abre) WF2 WF3 WF4 |
- - - - |
||
Artigo de autores já mencionados na pesquisa mas que não se encontrou no RCAAP com estas palavras-chave (mesmo que publicado na mesma revista) | WFextra | 6 | ||||||
MAR | Título | 1880 | 15 | não | - | - | - | |
Assunto | 1318 | 16 | não | - | - | - | ||
Método de Avaliação de Riscos | Título | 16 | 17 | sim | 1 2 5 7 8 9 10 14 15 |
MAR1 =NTP330-1 MAR2 =MAR2 SEM ACESSO MAR3 MAR4 MAR5 =MAR2 |
||
Assunto | 8 | 18 | sim | 1 5 |
MAR(ext)1 MAR(ext)2 |
8 7 |
No quadro 2 estão resumidas as caraterísticas metodológicas dos artigos selecionados.
Artigo | Caraterização metodológica | Resumo |
---|---|---|
1 | Revisão bibliográfica narrativa | Os autores resumem, de uma forma muito simples e prática, os dados encontrados relativos à metodologia MARAT. |
2 | Tese de mestrado | Este mestrando utilizou a técnica MARAT para avaliar os instrumentos usados na secção de frescos de um hipermercado. |
3 | Tese de mestrado | Este trabalho pretendeu avaliar os riscos associados aos equipamentos utilizados no setor das energias renováveis, usando as técnicas MARAT e FMEA. O autor destacou o desempenho positivo de ambos. |
4 | Tese de mestrado | Este documento analisou os riscos de uma empresa de fragmentação de sucata ferrosa e reciclagem de veículos em fim de vida, através do método MARAT. |
5 | Tese de mestrado | A publicação em causa pretendeu aferir se os diferentes métodos de avaliação de risco proporcionaram conclusões semelhantes, com destaque para as técnicas do William Fine e MARAT; incluindo eventuais vantagens, desvantagens e dificuldades. Tendo como objeto de trabalho uma empresa de testes de pressão hidráulicos, o autor concluiu que houve desempenho equivalente e que ambos melhoraram as condições de trabalho. |
6 | Revisão bibliográfica narrativa | Os autores resumem, de uma forma muito simples e prática, os dados encontrados relativos à metodologia de William Fine. |
7 | Tese de mestrado | Esta investigação incidiu numa empresa de manutenção e metalomecânica, usando os métodos William Fine e FMEA. O autor realça resultados positivos para a empresa com ambos. |
8 | Tese de mestrado | A mestranda escolheu o setor da restauração alimentar, utilizando a técnica William Fine. |
9 | Revisão bibliográfica narrativa | Os autores resumem, de uma forma muito simples e prática, os dados encontrados relativos à metodologia MIAR. |
10 | Tese de mestrado | O autor estudou alguns serviços/ unidades de saúde através do método FMEA. |
CONTEÚDO
Foram resumidas algumas considerações muito práticas sobre os métodos MARAT (Metodologia de Avaliação de Riscos e Acidentes de Trabalho), William Fine, MIAR (Metodologia Integrada para Avaliação de Riscos) e FMEA (Failure Mode and Effect Analysis), valorizando as tabelas explicativas e salientando as discretas discrepâncias entre os documentos consultados.
MARAT
A sigla deriva de “Método de Avaliação de Riscos e Acidentes de Trabalho” [1] [2] [3] [4] [5] .
Trata-se de um método semiquantitativo [3] elaborado pelo Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo (INSHT) [1]; criado por Kinney & Wirth, em 1976. A técnica permite hierarquizar os riscos, possibilitando uma ordem na intervenção [1] [2] [3]; ou seja, classifica os riscos que podem ser tolerados e os que não devem cair nessa categoria [3]. No entanto, dado se tratar de uma técnica simplificada, usam-se escalas com níveis de risco em vez de valores absolutos [2].
O nível de probabilidade depende do nível de deficiência e da frequência do nível de exposição: NP= ND x NE e NR= NP x NS (Nível de Severidade) [2] [4]; tal como representado graficamente na figura em baixo [1] [2] [3] [4] [5].
Este método inicia-se pela definição do posto de trabalho a estudar e colheita de dados sobre o mesmo (legislação, manuais de máquinas, fichas de segurança, dados estatísticos, exposição dos trabalhadores) e prossegue com a elaboração de uma lista de verificação associada aos riscos a analisar [1].
No final obtém-se um Nível de Intervenção e analisam-se os resultados. Neste método não se usam valores reais, mas apenas os seus níveis. O preenchimento deverá ocorrer no local de trabalho [1].
Nas tabelas 1 e 2 podem ser consultados os significados atribuídos aos diversos Níveis de Exposição e de Deficiência [1].
Nível de exposição | NE | Significado |
---|---|---|
Contínua (EC) | 4 | Várias vezes ao dia com períodos prolongados |
Frequente (EF) | 3 | Várias vezes ao dia, mas com intervalos longos sem exposição |
Ocasional (EO) | 2 | Alguma vez ao dia e por períodos curtos |
Esporádica (EE) | 1 | Irregularmente [1] |
Nível de Deficiência | ND | Significado |
---|---|---|
Muito deficiente (MD) | 10 | Detetados riscos significativos, possível origem de acidentes, medidas preventivas ineficazes |
Deficiente (D) | 6 | Fator de risco que requer correção; a eficácia das medidas preventivas decresce acentuadamente |
Melhorável (M) | 2 | Riscos de menor importância; eficácia das medidas preventivas não foi afetada |
Aceitável (A) | - | Nenhuma anomalia encontrada; risco controlado; sem valorização [1] |
Na tabela 3 está registada a conjugação entre os Níveis de Exposição e Deficiência [1] (as siglas aparecem por extenso na tabela seguinte).
Nível de Exposição (NE) | |||||
---|---|---|---|---|---|
4 | 3 | 2 | 1 | ||
Níveis de Deficiência (NP) | 10 | MA- 40 | MA- 30 | A-20 | A-10 |
6 | MA- 24 | A-18 | A-12 | A-6 | |
2 | M- 8 | M- 6 | B- 4 | B- 2 [1] |
Na tabela 4 podem ser encontrados os significados dos diversos Níveis de Probabilidade [1].
Nível de probabilidade | NP | Significado |
---|---|---|
Muito alta (MA) | 24 a 40 | Situação deficitária com exposição continuada ou muito deficitária com exposição frequente; acidentes ocorrem com frequência |
Alta (A) | 10 a 20 | Situação deficitária com exposição frequente ou ocasional ou muito deficiente com exposição ocasional/ esporádica; possibilidade alta de acidentes |
Média (M) | 6 a 8 | Situação deficitária com exposição esporádica ou melhorável com exposição continuada ou frequente; acidentes ocasionais |
Baixa (B) | 2 a 4 | Situação melhorável com exposição ocasional ou esporádica; acidentes improváveis, mas não impossíveis [1] |
Por sua vez, na tabela 5 podem ser observados os significados dos Níveis de Consequências [1].
Significado | |||
---|---|---|---|
Nível de consequências | NC | Danos pessoais | Danos materiais |
Mortal ou catastrófica (M) | 100 | Um morto pelo menos | Destruição total do sistema |
Muito grave (MG) | 60 | Lesões graves que podem ser irreparáveis | Destruição parcial do sistema (recuperação custosa) |
Grave (G) | 25 | Lesões com incapacidade laborais temporárias | Paragem obrigatória do processo para efetuar a reparação |
Leve (L) | 10 | Pequenas lesões que não requerem hospitalização | Reparável sem necessitar de paragem [1] |
Na tabela 6 é possível analisar a conjugação entre os Níveis de Probabilidades e de Consequências e na seguinte estão os Níveis de Intervenção [1].
Nível de Probabilidade (NP) | |||||
---|---|---|---|---|---|
40- 24 | 20- 10 | 8- 6 | 4- 2 | ||
Nível de Consequências (NC) | 100 | I | I | I | II |
4000- 2400 | 2000- 1200 | 800-600 | 400- 200 | ||
60 | I | I | II | II 240 | |
2400- 1440 | 1200- 600 | 480- 360 | III 120 | ||
25 | I | II | II | III | |
1000- 600 | 500- 250 | 200- 150 | 100- 50 | ||
10 | I | II 200 | III | III 40 | |
400- 240 | III 100 | 80- 60 | IV 20 [1] |
Na tabela 7 estão estratificados os Níveis de Intervenção, em função dos Níveis de Risco [1].
Nível de Intervenção | NR | Significado |
---|---|---|
1 | 600- 4000 | Situação crítica; correção urgente |
2 | 150- 500 | Corrigir e adotar medidas de controlo |
3 | 40-120 | Melhorar se possível; é conveniente justificar a intervenção e a sua rentabilidade |
4 | 20 | Não é necessário intervir, salvo se outra análise mais exigente o justificar [1] |
Por sua vez, outros autores preferiram utilizar o método com categorias discretamente diferentes, ou seja, cinco em vez de quatro (ainda que se mantenha a essência da técnica), tal como se pode constatar nas tabelas seguintes.
Nível de Exposição | NE | Significado | |
---|---|---|---|
Esporádica | 1 | Uma vez por ano e por pouco tempo (em minutos) | Raras vezes e por pouco tempo |
Pouco frequente | 2 | Algumas vezes por ano e por período de tempo determinado | Alguma vez durante o período laboral e por pouco tempo |
Ocasional | 3 | Algumas vezes por mês | Alguma vez durante o período laboral e por tempo significativo |
Frequente | 4 | Várias vezes durante o período laboral, ainda que com tempos curtos; várias vezes sem ou diário | Várias vezes durante o período laboral, ainda que por períodos curtos |
Continuada [2] [3] [4] [5] | 5 [2] [3] [4] [5] | Várias vezes por dia com tempo prolongado ou continuamente [2] [4] [5] | Várias vezes durante o período laboral, por tempo prolongado e/ ou continuamente [2] [3] |
Nível de deficiência | ND | Significado |
---|---|---|
Aceitável | 1 | Não foram detetadas anomalias |
Insuficiente | 2 | Foram detetados fatores de risco de menor importância; é de admitir que o dano possa ocorrer algumas vezes |
Deficiente | 6 | Foram detetados alguns fatores de risco significativos; as medidas preventivas têm a sua eficácia reduzida de forma significativa |
Muito deficiente | 10 | Foram detetados fatores de risco significativos; as medidas preventivas são ineficazes; o dano ocorrerá na maior parte das circunstâncias |
Deficiência total | 14 | Medidas preventivas inexistentes ou desadequadas; são esperados danos na maior parte das situações [2] [3] [4] [5] |
Nível de Probabilidade | NP | NPC (corrigido) | Significado |
---|---|---|---|
Muito baixa | 1-3 | 1-6 | Não é de esperar que a situação perigosa se materialize, ainda que possa ocorrer |
Baixa | 4-6 | 8-12 | Pode ocorrer |
Média | 8-20 | 16-36 | É possível de ocorrer pelo menos uma vez, com danos |
Alta | 24-30 | 40-70 | Pode ocorrer várias vezes durante o período de trabalho |
Muito alta [2] [3] | 40-70 [2] [3] | 80- 120 [4] | Normalmente ocorre com frequência [2] [4] [5] |
O NP pode ser analisado visualmente através da tabela que se segue [3] [4] [5].
Nível de Exposição (NE) | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Esporádica | Pouco frequente | Ocasional | Frequente | Contínua | |||
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | |||
Nível de deficiência (ND) | Aceitável | 1 | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 |
Insuficiente | 2 | 2 | 4 | 6 | 8 | 10 | |
Deficiente | 6 | 6 | 12 | 18 | 24 | 30 | |
Muito deficiente | 10 | 10 | 20 | 30 | 40 | 50 | |
Deficiência total | 14 | 14 | 28 | 42 | 56 | 70 |
Nível de Consequência | NS | Significado | |
---|---|---|---|
Danos pessoais | Danos materiais | ||
Insignificante | 10 | Não há danos significativos | Pequenas perdas materiais |
Leve | 25 | Pequenas lesões que não requerem hospitalização, apenas primeiros socorros | Reparação sem paragem do processo |
Moderado | 60 | Lesões com incapacidade laboral temporária; requerem tratamentos organizados | Requer a paragem do processo para efetuar as reparações |
Grave | 90 | Lesões graves que podem ser irreparáveis | Destruição parcial do sistema ou reparações complexas ou dispendiosas |
Mortal ou catastrófico [2] [3] [4] | 155 [2] [3] [4] | Um ou mais mortos; incapacidade total ou permanente [2] [3] [4] | Destruição de um ou mais sistemas (reparação difícil) [2] [3] [5] |
NS | Não é de esperar que o risco se materialize | A materialização do risco pode ocorrer | A materialização do risco é possível de ocorrer | A materialização do risco pode ocorrer várias vezes durante o turno | A materialização do risco ocorre com frequência | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Pessoas | Material | 1 a 3 | 4 a 6 | 8 a 18 | 24 a 30 | 40 a 70 | ||||||
Não há danos pessoais | Pequenas perdas materiais | 10 | 10 | 30 | 40 | 60 | 80 | 180 | 240 | 300 | 400 | 700 |
Pequenas lesões que não requerem hospitalização | Reparação sem necessidade de paragem do processo | 25 | 25 | 75 | 100 | 150 | 200 | 450 | 600 | 750 | 1000 | 1750 |
Lesões com incapacidade de trabalho temporária | Requer paragem do processo para executar a reparação | 60 | 60 | 180 | 240 | 360 | 480 | 1000 | 1440 | 1800 | 2400 | 4200 |
Lesões graves que podem ser irreparáveis | Destruição total do sistema (reparação complexa e onerosa) | 90 | 90 | 270 | 360 | 540 | 720 | 1620 | 2160 | 2700 | 3600 | 6300 |
Um morto ou mais; incapacidade total ou permanente | Destruição total do sistema (reparação difícil) | 155 | 155 | 465 | 620 | 930 | 1240 | 2790 | 3720 | 4650 | 6200 | 10850 |
NC | Nível de Controlo | Significado |
---|---|---|
I | 3600- 10.850 | Situação crítica; intervenção imediata; eventual paragem imediata; isolar o perigo até serem adotadas medidas de controlo permanente |
II | 1240- 2790 | Situação a corrigir; adotar medidas de controlo enquanto a situação perigosa não for eliminada ou reduzida |
III | 360- 1080 | Situação a melhorar; deverão ser elaborados planos ou programas documentados de intervenção |
IV | 90- 300 | Melhorar se possível; justificar a intervenção |
V | 10- 80 [2] [5] | Intervir apenas se uma análise mais pormenorizada o justificar [2] [3] |
Classificação de risco | Significado/ Medidas necessárias |
---|---|
Grave | Situação crítica; paragem imediata das atividades até que seja eliminado o risco ou sejam implementadas medidas que o tornem aceitável |
Alto | Situação a corrigir; adotar medidas de controlo enquanto a situação perigosa não for eliminada ou reduzida |
Considerável | Situação a melhorar; deverão ser elaborados planos ou programas de intervenção; requer medidas assim que possível |
Moderado | Não urgente; melhorar se possível, justificando a intervenção |
Aceitável | Intervir apenas se uma análise mais pormenorizada o justificar [5] |
Em função dos Acidentes e Doenças Profissionais nos últimos três anos, o nível de probabilidade é penalizado x 1 (caso não tenha acontecido), x 2 (se ocorreu entre uma e cinco vezes) e X 3 (se ocorreu mais que cinco vezes)- assim se obtém o Nível de Probabilidade Corrigido (ver tabela 16) [4].
Nível de probabilidade | |||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Muito baixa | Baixa | Média | Alta | Muito alta | |||||||
1-3 | 4-6 | 8-18 | 20-30 | 40-70 | |||||||
Penalização | X1 | 1 | 3 | 4 | 6 | 8 | 18 | 20 | 30 | 40 | 70 |
X2 | 2 | 6 | 8 | 12 | 16 | 36 | 40 | 60 | 80 | 140 | |
X3 | 3 | 9 | 12 | 18 | 24 | 54 | 60 | 90 | 120 | 210 [4] |
Quanto ao Nível de Risco e Controlo Corrigidos, por favor consultar a tabela 17 [4].
NS | NPC | Não é de esperar que o risco se materialize | A materialização do risco pode ocorrer | A materialização do risco é possível de ocorrer pelo menos uma vez com danos | A materialização do risco pode ocorrer várias vezes durante o turno | A materialização do risco ocorre com frequência | |||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Pessoas | 1-6 | 8-12 | 16-36 | 40-70 | 80-210 | ||||||
Lesões que requerem pequenos curativos; não implicam abandono do local de trabalho | 10 | 10 | 60 | 80 | 120 | 160 | 360 | 400 | 700 | 800 | 2100 |
Pequenas lesões com abandono do local de trabalho (ida ao posto médico) | 25 | 25 | 150 | 200 | 300 | 400 | 900 | 1000 | 1750 | 2000 | 5250 |
Lesões com incapacidade laboral temporária (parcial ou total) | 60 | 60 | 360 | 480 | 720 | 960 | 2160 | 2400 | 4200 | 4800 | 12600 |
Lesões graves e doenças profissionais que podem ser irreparáveis sem resultar em incapacidade para a função | 90 | 90 | 540 | 720 | 1080 | 1440 | 3240 | 3600 | 6300 | 7200 | 18900 |
Incapacidade total e permanente para a função ou morte | 155 | 155 | 930 | 1240 | 1860 | 2408 | 5580 | 6200 | 10850 | 12400 | 32550 [4] |
Perante valores equivalentes será preferível intervir em sistemas em que o custo for menor e se atinja um maior número de funcionários. Contudo, por sua vez, não se deve ignorar a valorização que os trabalhadores poderão dar a alguns problemas [1].
Para finalizar, no quadro 1 é fornecido um exemplo de tabela de registo, inspirado na bibliografia consultada [1] [4].
Perigos/ Fatores de Risco | Dano/ Risco | ND | NE | NP | NC ou NS | NR | NI | Ações de controlo propostas e reavaliação |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
William Fine
Este método semi-quantitativo permite identificar os riscos e hierarquizar os mesmos, de forma a orientar as medidas corretivas que poderão ser instauradas. O método foi divulgado em 1971, ainda que tenha sido posteriormente adaptado. Ele permite quantificar a gravidade e a probabilidade relativa de cada risco, associadas às respetivas ações preventivas, custo, tempo e esforço necessário nas atuações [6].
Aqui considera-se que R=Fc x Fe x Fp [6] [7], em que:
➢ R é a magnitude do risco ou grau de probabilidade
➢ Fc é o fator consequência (resultados mais prováveis de um acidente ou fator de risco, quer pessoais, quer materiais)
➢ Fe como fator exposição (frequência com que se apresenta a situação de risco) e
➢ Fp como fator probabilidade (ou seja, probabilidade de uma vez iniciada a sequência de um acontecimento, ela culminar no acidente)
Por sua vez, J= Fc x Fe x Fp/ Fcusto x Gc, em que:
Se:
➢ J for superior a 20 deve ocorrer suspensão imediata da atividade;
➢ entre 10 e 20 deverá existir correção imediata e
➢ menor que 10 a correção passa para urgente apenas [6].
Nas tabelas 18 e 19 estão descritos os eventuais danos corporais e materiais, de forma a quantificar o Grau de Severidade/ Consequência (utilizar um ou outro)
Consequências | ||||
---|---|---|---|---|
Grau de severidade | ||||
Danos corporais | Danos materiais | Valor | ||
Numerosas mortes | Acidente mortal | Danos superiores a 1.000.000E e quebras importantes na atividade | > 5.000€ | 100 |
Várias mortes | Incapacidade permanente | 500.000 a 1.000.000E | 2500-5000€ | 50 |
Uma Morte | Doença | 100.000 a 500.000E | 1500-2500€ | 25 |
Lesões graves, amputações, invalidez permanente | Incapacidade temporária | 1000 a 100.000E | 750- 1500€ | 15 |
Incapacidades temporárias | Lesões graves | Até 1000E | 500- 750€ | 5 |
Ferimentos ligeiros [6] [8] | Lesões ligeiras [7] | Pequenos danos [6] [8] | < 500€ [7] | 1 [6] [8] |
Grau de Consequência | Significado | Score |
---|---|---|
Catástrofe | Elevado número de mortes; grandes perdas | 100 |
Várias mortes | Perdas entre 500.000 e 1.000.000€ | 50 |
Uma morte | Acidente mortal; perdas de 100.000 a 500.000€ | 25 |
Lesões graves | Incapacidade permanente; perdas entre 1.000 e 100.000€ | 15 |
Lesões com CIT | Incapacidade temporária; perdas inferiores a 1.000€ | 5 |
Pequenas feridas | Lesões ligeiras | 1 [5] [6] |
Nas tabelas 20 e 21, por sua vez, estão valoradas a Exposição e a Probabilidade.
Exposição (Fe) | ||||
---|---|---|---|---|
Frequência da ocorrência da situação de risco | Valor | |||
Várias vezes ao dia | Diária | Contínua | +6h/d | 10 |
Frequentemente | Ocasional/ regular | Frequente | 4-6h | 6 |
1x/ semana a 1x/ mês | Irregular/ semanal | Ocasional | 2-4h | 3 |
1x/ mês a 1x/ ano | Raramente/ quinzenal | Irregular | 1-2h | 2 |
Raramente (mas já aconteceu) | Esporadicamente | Raramente | <1h | 1 |
Remotamente possível (nunca aconteceu) [6] [8] | Mensal [5] | Pouco provável [6] | Não se sabe se ocorre, mas é possível [7] | 0,5 [5] [6] [8] |
Probabilidade (Fp) | ||
---|---|---|
Probabilidade da sequência de acontecimentos, incluindo as consequências | Valor | |
Resultado mais provável se a situação inicial de risco ocorrer | Muito provável | 10 |
Probabilidade de 50% | Possível | 6 |
Remotamente possível (já aconteceu) | Rara | 3 |
Rara | Pouco provável | 1 |
Extremamente rara ou probabilidade remota | Nunca aconteceu | 0,5 |
Praticamente impossível [6] | Quase impossível [7] | 0,1 [5] [6] [8] |
Na tabela 22 estão registadas as medidas a tomar em função do patamar de Risco.
Na tabela 24 entra-se em conta também com a dimensão económica da ação corretiva.
Fator de custo | |
---|---|
Custo esperado da ação corretiva | Valor |
+ 2500€ | 10 |
1250 a 2500€ | 6 |
675 a 1250€ | 4 |
335 a 675€ | 3 |
150 a 335€ | 2 |
75 a 150€ | 1 |
<75€ | 0,5 [6] |
Na tabela 25, por sua vez, estratifica-se a diminuição do Risco pela aplicação da ação corretiva.
Grau de correção | |
---|---|
Diminuição do risco por aplicação da ação corretiva | Valor |
Risco totalmente eliminado | 1 |
Diminuição em pelo menos 75% | 2 |
Diminuição em 50 a 75% | 3 |
Diminuição em 25 a 50% | 4 |
Diminuição em menos de 25% | 6 [6] |
MIAR (Método Integrado de Avaliação de Riscos)
Este procedimento inicia-se pela identificação das tarefas sequenciais existentes, ou seja, considerando uma ou mais tarefas que constituem uma atividade, uma ou mais atividades de um processo ou um ou mais processos englobados num macroprocesso. Para além disso, também faz a identificação dos materiais e máquinas utilizadas, recursos energéticos, condições de trabalho, envolvência, avaliação do impacto ambiental, procedimentos de proteção de riscos já existentes e potenciais falhas [9].
O índice de risco (IR) terá em conta os seguintes fatores:
Assim, IR = G x E X EF x PC x C[9].
Na tabela 26 podem ser consultados os níveis de Índice de Risco.
Nível | Pontos |
---|---|
1 | 90 |
2 | 91- 250 |
3 | 251- 500 |
4 | 501- 1800 [9] |
Na tabela 27, estão resumidos os dados que permitem adquirir uma visão global do método.
Parâmetros de avaliação | Descrição | Valor |
---|---|---|
Gravidade (G) | Podem causar morte ou lesão com incapacidade permanente absoluta | 10 |
Lesões graves com incapacidade temporária ou permanente parcial, mas de pequena percentagem | 5 | |
Lesões menores com incapacidade temporária parcial, mas de baixa gravidade | 3 | |
Lesões pequenas sem qualquer tipo de incapacidade | 2 | |
Não causa lesões | 1 | |
Extensão do impacto (E) | Mais de 80% dos trabalhadores afetados pelo processo | 4 |
51 a 80% | 3 | |
11 a 50% | 2 | |
Até 10% | 1 | |
Exposição/ frequência da ocorrência do aspeto (EF) | Ocorrência contínua ou com periodicidade alta, correspondendo às condições normais da operação (N) | 3 |
Ocorrência periódica- operação de arranque, paragem ou condições de operação anormais (P) | 2 | |
Ocorrência reduzida- corresponde a emergências, acidentais ou pontuais (A) | 1 | |
Desempenho dos sistemas de prevenção e controlo (PC) | Não existe um sistema de prevenção e controlo implementados | 5 |
Sistema de controlo sem evidência de adequada funcionalidade | 4 | |
Não existe sistema de prevenção, mas de controlo | 3 | |
Existe um sistema de prevenção e controlo, mas sem evidência de adequada funcionalidade | 2 | |
Há um sistema de prevenção e controlo implementado e com evidência de adequada funcionalidade | 1 | |
Custos e complexidade técnica da prevenção/ correção do aspeto (C) | Custo e complexidade reduzidos | 3 |
Custo e complexidade moderados | 2 | |
Custo e complexidade elevados | 1 [9] |
FMEA
A sigla vem de “Failure Mode and Effect Analysis” ou “Análise do Modo de Falhas e Efeitos” e apresenta-se com uma técnica intuitiva que proporciona a análise sistemática de várias possíveis falhas, bem como a etiologia e efeitos destas [2] [3] [7]. Pode englobar o desenvolvimento do produto, processo produtivo, manutenção e serviços [7].
O método FMEA originou-se no meio militar, na década de 40, com o objetivo de avaliar a técnica de segurança na determinação de falhas e efeitos do sistema e equipamento; duas décadas depois foi introduzido na indústria aeroespacial (programa APOLLO) e de seguida também na indústria automóvel (década de 80) [10]; também há registo de já ter sido usado a nos setores nuclear e bioquímico [2].
Alguns realçam que esta técnica permite três objetivos diferentes: prognóstico de problemas, procedimentos para projetos/ processos/ serviços e o diário do projeto/ processo ou serviço. É eficiente na prevenção de problemas e consegue destacar soluções económicas [10].
Ainda que sem consenso na literatura, nesta técnica podem ser considerados três subtipos diferentes; ou seja: sistema, produto/ projeto e processo [7] (alguns autores consideram apenas as duas últimas categorias) [3] [7]; outros acrescentam o subtipo “serviço” [3]. O primeiro avalia sistemas e subsistemas durante a etapa de conceção e projeto, ou seja, identifica os potenciais modos de falha em relação às funções, expetativas e interação entre diversos sistemas. Na segunda situação incide-se na avaliação de um produto concreto, antes de ser produzido; realça escolhas incorretas de materiais, especificidades ou outras questões que poderão alterar a função do produto e/ ou a sua longevidade. Por fim, na terceira categoria valoriza-se o processo de fabrico em si, sobretudo detalhes que possam causar deficiências ou demasiada variabilidade no produto final [7].
No geral, esta técnica permite obter melhorias e definir prioridades entre as medidas corretivas propostas [3].
Dever-se-á descrever as diversas etiologias possíveis de uma falha; cada uma delas deverá ter um índice associado que permita tomar decisões perante as ações necessárias para atenuar o risco [10].
Serão então fases da técnica FMEA: análise e hierarquização do sistema, seleção do sistema a avaliar, estado funcional e seleção de um estado de funcionamento; bem como identificação de um modo potencial de falha, dos efeitos possíveis, das causas e dos métodos de deteção e prevenção [10].
Os parâmetros que este método destaca são a Severidade (S), Ocorrência (O) e a Deteção (D), que originam o NPR (Número Prioritário de Risco) [3] [7] [10], que serve para analisar o risco [10], de forma hierárquica [3]. O RPN (inglês)= G ou S x O x D (em que D representa deteção ou escala de ergonomia), varia de 1 a 1000 [7] [10]; se maior que 100 implica uma ação imediata; se maior que 5 implica que se atue [10]; ou seja, quanto mais elevado, maior o risco.
O Índice de Ocorrência representa a frequência da falha; varia de 0 (probabilidade muito remota) a 10 (muito frequente). O Índice de gravidade reflete a severidade do efeito; oscila de 0 (gravidade impercetível) a 10 (mais grave possível). Por fim, o Índice de deteção é modulado pela capacidade de detetar com antecedência; quanto mais elevado o índice, menos provável é a deteção (ao contrário de outros parâmetros) [10].
O fluxograma a utilizar poderá ser semelhante ao inserido na figura seguinte [7].
A severidade oscilará entre 1 (sem impacto) a 10 (máximo impacto possível), tal como descrito na tabela 28 [7].
Efeito | Critério (Severidade do efeito) | Índice de Severidade |
---|---|---|
Perigo sem aviso prévio | Índice de severidade muito alto (afeta a segurança e/ ou origina alguma inconformidade legal) | 10 |
Perigo com aviso prévio | Índice de severidade muito alto (afeta a segurança e/ ou origina alguma inconformidade legal) | 9 |
Muito alto | Produto inoperável, com perda de funções primárias | 8 |
Alto | Desempenho reduzido, cliente insatisfeito | 7 |
Moderado | Produto operável mas cliente não totalmente satisfeito | 6 |
Baixo | Produto operável mas cliente sente alguma insatisfação | 5 |
Muito baixo | Acabamentos não conformes; defeito notado pela maioria dos clientes | 4 |
Menor | Acabamentos não conformes; defeito notado por alguns clientes | 3 |
Muito menor | Acabamentos não conformes; defeito notado por clientes atentos | 2 |
Nenhum | Sem efeito | 1 [7] |
Quanto à Ocorrência, por favor consultar a tabela 29 [7].
Efeito | Taxa de falhas (nº de horas) | CpK | Índice de ocorrência |
---|---|---|---|
Muito alta: a falha é quase inevitável | >1 em 2 | >0,33 | 10 |
>1 em 3 | 9 | ||
Alta: geralmente associada a processos similares aos anteriores que apresentam falhas frequentes | 1 em 8 | >0,51 | 8 |
1 em 20 | >0,67 | 7 | |
Moderada: geralmente associada a processos similares que apresentam poucas falhas | 1 em 80 | >0,83 | 6 |
1 em 400 | >1,00 | 5 | |
1 em 2000 | >1,17 | 4 | |
Baixa: associação a processos similares que apresentam poucas falhas | 1 em 15.000 | >1,33 | 3 |
Muito baixa: associada a processos quase idênticos que apresentaram apenas falhas isoladas | 1 em 150.000 | >1,50 | 2 |
Improvável: falha é improvável, processos quase idênticos nunca apresentam falhas | <1 em 1.500.000 | >1,67 | 1 [7] |
Na tabela 30, estão registadas a Deteção (incluindo probabilidade e índice). Na tabela 31, por sua vez, estão inseridos dados relativos ao NPR [7].
Deteção | Critério (probabilidade de deteção) | Índice de Deteção |
---|---|---|
Quase impossível | Não é conhecido controlo disponível para detetar o modo de falha | 10 |
Muito remota | Probabilidade muito remota de que o controlo atual irá detetar o modo de falha | 9 |
Remota | Probabilidade remota de que o controlo atual irá detetar o modo de falha | 8 |
Muito baixa | Probabilidade muito baixa de que o controlo atual irá detetar o modo de falha | 7 |
Baixa | Probabilidade baixa de que o controlo atual irá detetar o modo de falha | 6 |
Moderada | Probabilidade moderada de que o controlo atual irá detetar o modo de falha | 5 |
Moderada/ alta | Probabilidade moderada a elevada de que o controlo atual irá detetar o modo de falha | 4 |
Alta | Probabilidade alta de que o controlo atual irá detetar o modo de falha | 3 |
Muito alta | Probabilidade muito alta de que o controlo atual irá detetar o modo de falha | 2 |
Quase certamente | O controlo atual quase certamente irá detetar o modo de falha | 1 [7] |
NPR | Classificação de risco | Medidas |
---|---|---|
>200 | Elevado | Correção imediata |
40-200 | Médio | Correção logo que possível |
<40 | Baixo | Situação que se pode manter [7] |
Por sua vez, outros autores aplicaram o método, estruturando-o de forma um pouco diferente, ainda que mantendo a essência. Então, em relação à gravidade (G)/ severidade (S), consultar a tabela 32 [10].
Índice | Gravidade | Critério |
---|---|---|
1 | Mínima | Efeito não percebido pelo colaborador |
2 | Pequena | Efeito bastante insignificante, percebido por 25% dos colaboradores |
3 | Efeito insignificante, percebido por 50% dos colaboradores | |
4 | Moderada | Efeito moderado e percebido por 75% dos colaboradores |
5 | Efeito consideravelmente crítico e percebido pelos colaboradores | |
6 | Efeito consideravelmente crítico, que perturba os colaboradores | |
7 | Alta | Efeito crítico que deixa o colaborador um pouco insatisfeito |
8 | Efeito crítico que deixa o colaborador consideravelmente insatisfeito | |
9 | Muito alta | Efeito crítico que deixa o colaborador totalmente insatisfeito |
10 | Efeito perigoso, que ameaça a vida do colaborador [10] |
Quanto à probabilidade de ocorrência, por favor analisar a tabela 33 [10].
Índice | Ocorrência | Probabilidade |
---|---|---|
1 | Remota | Extremamente remota, muito improvável (1/1.000.000) |
2 | Pequena | Remoto, improvável (1/20.000) |
3 | Pequena hipótese de ocorrência (1/4000) | |
4 | Moderada | Pequeno nº de ocorrências (1/1000) |
5 | Espera-se um número ocasional de falhas (1/400) | |
6 | Ocorrência moderada (1/80) | |
7 | Alta | Ocorrência frequente (1/40) |
8 | Ocorrência elevada (1/20) | |
9 | Muito alta | Ocorrência muito elevada (1/8) |
10 | Ocorrência certa (1/2) [10] |
Por sua vez, quando à Deteção, por favor assimilar o resumo inserido na tabela 34 [10].
Índice | Deteção | Critério |
---|---|---|
1 | Muito grande | É quase certo que será detetado |
2 | Grande | Probabilidade muito alta de deteção |
3 | Alta probabilidade de deteção | |
4 | Moderada | Hipótese moderada de deteção |
5 | Hipótese média de deteção | |
6 | Alguma probabilidade de deteção | |
7 | Pequena | Baixa probabilidade de deteção |
8 | Probabilidade muito baixa de deteção | |
9 | Muito pequena | Probabilidade remota de deteção |
10 | Deteção quase impossível [10] |
Quanto ao Índice de Ergonomia, ele está resumido na tabela 35 [10].
Índice | Condição Ergonómica | Risco Ergonómico |
---|---|---|
5 | Muito má | Muito grande |
4 | Má | Grande |
3 | Razoável | Médio |
2 | Boa | Pequeno |
1 | Muito boa | Inexistente [10] |
Quanto ao critério de Prioridade para a Ação/ Índice de Risco, por favor observar o que está inserido na tabela seguinte [10].
Prioridade RPN | Critério de Prioridade para a Ação | Índice de Risco |
---|---|---|
0 | Item vulnerável e importante; requer ações imediatas | Alto (>100) |
1 | Item vulnerável e importante; requer ações corretivas ou preventivas a curto prazo | Médio (50 a 100) |
2 | Item pouco vulnerável; podem ser tomadas ações corretivas ou preventivas a longo prazo | Baixo (1 a 50) [10] |
A representação gráfica pode ser visualizada na figura 3 [10].
Por sua vez, o Índice de Severidade (mas a nível de processos e/ ou serviços) pode ser analisado na tabela 37 [3].
Índice | Escala qualitativa | Potenciais consequências das falhas |
---|---|---|
1 | Menor | Falha não tem impacto real |
2-3 | Baixa | Falha quase insignificante |
4-6 | Moderada | Falha apresenta algum incómodo e insatisfação |
7-8 | Elevada | Falha tem efeito direto na operação |
9-10 | Crítica | Falha tem impacto real na segurança [3] |
Quando ao Índice de Ocorrência, por favor consultar a tabela 38 [3].
Índice | Índice de Ocorrência | % |
---|---|---|
1 | Não é provável que ocorra falha (1/ 1.000.000) | 0 a 0,0001 |
2 | Muito pouco provável que a falha ocorra (1/20.000) | 0,0001 a 0,005 |
3 | Pouco provável que a falha ocorra (1/4.000) | 0,005 a 0,025 |
4-6 | Moderada probabilidade para ocorrência de falha (1/1000 até 1/80) | 0,1 a 1,25 |
7-8 | Alta probabilidade para ocorrência de falha (1/40 até 1/20) | 2,5 a 5 |
9-10 | Muito alta probabilidade para ocorrência de falha (1/10) | >10 [3] |
Por fim, quanto ao Índice de Deteção, analisar a tabela 39, semelhante a outros subtipos [3].
Índice | Escala qualitativa | Deteção |
---|---|---|
1 | Muito elevada | É quase certo que as medidas de controlo irão detetar a falha |
2-5 | Elevada | As medidas de controlo têm uma grande probabilidade de detetar a falha |
6-8 | Moderada | As medidas de controlo poderão detetar a falha |
9 | Baixa | As medidas de controlo têm uma baixa probabilidade de detetar a falha |
10 | Muito baixa | É quase certo que as medidas de controlo não irão detetar a falha [3] |
Quanto ao grau de risco, por favor observar a tabela 40, muito parecido a outros subtipos [3].
Grau de Risco | Escala qualitativa | Grau de urgência das medidas |
---|---|---|
≥ 200 | Muito elevada | Requer ação imediata para se eliminarem as causas |
100- 200 | Elevada | Devem ser tomadas medidas urgentes para se eliminarem as causas |
40- 100 | Moderada | Devem ser tomadas medidas logo que possível |
< 40 | Baixa | Devem ser tomadas medidas sem urgência [3] |
Por sua vez, no subtipo FMEA de Projeto, o Índice de Severidade, Ocorrência e Deteção está registado nas três tabelas seguintes. No final destas surge a hierarquização do risco [3].
Índice | Escala qualitativa | Principais consequências |
---|---|---|
1 | Menor | Falha não tem impacto real |
2 | Baixa | Falha quase insignificante |
3 | Moderada | Falha apresenta algum incómodo e insatisfação; produto funcional mas com desempenho diminuído |
4 | Elevada | Falha tem efeito direto na operação; perda de funções |
5 | Crítica | Falha com impacto real na seguradora; falhas catastróficas [3] |
índice | Escala qualitativa | Probabilidade de Ocorrência |
---|---|---|
1 | Rara | Menos de 104 até 106 |
2 | Pouco frequente | 2 até 10 em 104 até 106 |
3 | Moderada | 11 até 25 em 104 até 106 |
4 | Frequente ou elevada | 25 até 50 em 104 até 106 |
5 | Muito elevada ou crítica | Mais que 50 em 104 até 106 [3] |
Índice | Probabilidade de Deteção |
---|---|
1 | É quase certo que as medidas de controlo irão detetar a falha |
2 | As medidas de controlo têm uma grande probabilidade de detetar a falha |
3 | As medidas de controlo poderão detetar a falha |
4 | As medidas de controlo têm uma baixa probabilidade de detetar a falha |
5 | É quase certo que as medidas de controlo não irão detetar a falha [3] |
Grau de Risco | Escala qualitativa |
---|---|
64- 125 | Muito elevado |
13- 63 | Moderado |
1-12 | Menor [3] |
O registo dos parâmetros incluídos neste método pode ser realizado numa estrutura equivalente à inserida no quadro seguinte [7]. Outras bibliografias apresentaram propostas semelhantes [3] [10].
DISCUSSÃO/ CONCLUSÃO
As palavras-passe utilizadas relacionaram-se com os métodos que a autora conhecia sumariamente; nos documentos encontrados, por vezes, foram referidas outras técnicas que também se decidiu considerar inicialmente; contudo, tal implica obviamente uma seleção enviesada desde a partida.
Facilmente se encontram artigos em bases de dados indexadas que mencionam que utilizaram estas técnicas mas, devido aos limites impostos pela generalidade das revistas perante o tamanho do documento, quase todos os autores apenas mencionam o nome do método que utilizaram e, quando muito, fazem uma descrição muito sintética do mesmo. Por sua vez, em algumas Teses de Mestrado ou Doutoramento (onde esse problema não existe) já poderá se encontrar uma descrição metodológica mais detalhada mas, ainda assim, nem sempre se consegue perceber na prática como utilizar todos os métodos ou se encontram versões discretamente diferentes, fruto de adaptações, consideração sobre diversos subtipos ou mistura de métodos, efetuadas ao longo das décadas.
Qualquer profissional inserido numa Equipa de Saúde Ocupacional que seja conhecedor do local de Trabalho terá uma noção razoável de quais serão as tarefas mais danosas; contudo, apresentar essa evidência, atenuando a subjetividade e fazendo uso da hierarquização que as escalas matemáticas podem oferecer, torna as avaliações mais científicas, rigorosas e mais fáceis de serem aceites como válidas pelo Empregador/ Representante do Empregador/ Representante dos Funcionários/ Trabalhadores e, consequentemente, aumentar a recetividade às medidas propostas para atenuar/ corrigir o problema e reavaliar o mesmo após a introdução das medidas corretivas.
Seria desejável que todos os profissionais da área tivessem pelo menos uma ideia genérica dos métodos existentes e que saibam onde se podem socorrer para obter mais informação, de forma a executar essas técnicas, quando necessário.