INTRODUÇÃO
De acordo com as Linhas de Ação Estratégica para a Saúde Mental e o Bem-Estar na Europa (1), as doenças mentais apresentam uma elevada prevalência nesse continente e representam um peso significativo para os indivíduos, sociedade e economia.
O contexto de pandemia por COVID-19 possui impacto na saúde mental dos trabalhadores, constituindo um risco profissional (2).
O stress ocupacional está incluído nos fatores de risco psicossociais e, tendo por base a Agência Europeia para a Saúde e Segurança no Trabalho (2), existem diversas condicionantes que podem predispor o trabalhador ao stress ocupacional, nomeadamente cargas de trabalho excessivas às quais não consegue dar resposta, exigências contraditórias e funções indefinidas, falta de participação na tomada de decisões e carência de controlo sobre a forma como executa o trabalho, má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral, comunicação ineficaz, falta de apoio por parte de chefias e colegas, assédio psicológico ou sexual e violência de terceiros (3).
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (3) (OIT) durante uma pandemia como a atual, por COVID- 19, toda a população fica submetida a níveis de stress que podem ter efeitos nefastos na saúde mental. Deste modo, os trabalhadores estão mais expostos aos riscos psicossociais e tendem a demonstrar preocupação sobre a sua situação laboral ou sobre alterações nos processos e na relação de emprego (3).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (4), a saúde mental compreende o bem-estar subjetivo, autoeficácia percebida, autonomia, competência, dependência intergeracional e a autorrealização do potencial inteletual e emocional da pessoa.
A 27 de maio de 2019, a OMS passou a incluir na lista de doenças o Burnout, surgindo este na secção destinada aos problemas associados ao emprego e desemprego e pode ser definido como uma síndrome resultante de stress ocupacional crónico que não foi gerido de forma adequada (5). É caracterizado por três dimensões: sensação de esgotamento ou exaustão; aumento da distância mental do trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados com o trabalho; sensação de falta de eficácia e de realização (5). Ele encontra-se estritamente ligado a fenómenos que ocorram no contexto laboral, pelo que o seu conceito não pode nem deve ser aplicado a outras áreas da vida (5).
O stress ocupacional pode ocorrer quando o profissional se sente incapaz de controlar as condições de trabalho, não possui estratégias de coping adequadas e adaptadas à situação ou qualquer fonte de apoio social que o ajude a lidar com as dificuldades colocadas pela sua profissão (6).
Este tipo de stress é comummente vivenciado por profissionais que iniciam as suas carreiras com elevadas expectativas, motivação e investimento pessoal, levando a que posteriormente se sintam desapontados pela impossibilidade de atingirem os seus objetivos iniciais (6).
Ramos (7) dividiu as fontes de stress ocupacional em três grandes categorias:
Nível organizacional, que se encontra relacionado com fatores do trabalho em si, como a cultura da empresa, estrutura organizacional, clima laboral e características do posto de trabalho;
Nível grupal, relativo a fatores externos ou não relacionados diretamente com o trabalho, tais como eventuais relações interpessoais negativas, falta de participação e colaboração, rivalidade e escasso trabalho de equipa;
Nível individual, referente a características pessoais, como a ambiguidade ou o conflito de papéis, desenvolvimento da carreira profissional, trabalho limitado ou monótono, trabalhos temporais repetidos, desemprego e reforma. O medo da morte, o receio de cometer erros, a necessidade de trabalhar com pessoas agressivas, exigentes ou não colaborantes, bem como a perceção de não se sentir apto profissionalmente, são outros dos fatores que poderiam estar incluídos nesta categoria.
Cooper e colaboradores (8) elaboraram um modelo que pretendia identificar as principais fontes de stress ocupacional e, consequentemente, analisar os efeitos e consequências resultantes dessas para o próprio indivíduo e para a organização. Com base neste modelo, torna-se possível enumerar e identificar seis fontes de stress ocupacional:
-Fatores intrínsecos ao trabalho, que podem ser subdivididos em duas subcategorias: as condições físicas do trabalho (barulho, vibração, temperaturas extremas, humidade, ventilação inadequada, iluminação, fatores higiénicos e clima) e os requisitos das tarefas do trabalho (trabalho noturno e por turnos, sobrecarga laboral, monotonia e exposição a riscos/perigos);
-Papel na organização, que integra três fatores essenciais, sendo eles a ambiguidade do papel (em que se realça a insatisfação profissional, baixa autoestima, sentimentos de ameaça ao bem-estar físico, embora com um maior nível de exigências emocionais e inteletuais), o conflito de papéis entre a função que o profissional exerce e a situação conflituosa que vivencia, bem como o grau de responsabilidade, que se encontra relacionado com a liberdade de ação e tomada de decisão;
-Relações no trabalho, que quando construídas numa base de desconfiança poderão originar níveis de ambiguidade do papel superiores, competências de comunicação inferiores, insatisfação com o trabalho e diminuição do bem-estar mental;
-Desenvolvimento de carreira, visto que situações como ausência de progressão, incongruência do estatuto, falta de segurança no trabalho poderão constituir situações indutoras de stress ocupacional;
-Clima e estrutura organizacional, relacionados com os aspetos da estrutura da organização;
-Fontes extra-organizacionais de stress, tais como problemas no seio familiar, satisfação na vida ou dificuldades financeiras.
Segundo os mesmos autores (8), como consequências destas fontes de stress é possível identificarmos sinais e sintomas individuais, que se podem traduzir em problemas de saúde do foro psíquico e físico, como por exemplo o aumento da pressão sanguínea, elevação do nível de colesterolémia, estados de humor depressivos, aumento de sentimentos de irritabilidade, queixas psicossomáticas, insatisfação profissional e aspirações reduzidas, que podem provocar doença coronária ou mental. No que à organização diz respeito, podem encontrar-se as seguintes condições: elevado absentismo, frequentes abandonos de emprego, dificuldades nas relações de trabalho e fraco controlo de qualidade, que poderá levar a absentismo prolongado, acidentes de trabalho ou desempenho laboral inferior (8).
Hespanhol (9) refere que as consequências potencialmente negativas derivadas deste tipo de stress podem repercutir-se a nível físico, psicológico ou comportamental. No que concerne à natureza física, podem ocorrer cefaleias, bruxismo e queixas álgicas na maxila e mandibula, bem como dores nos ombros, pescoço e dorso, ganho ou perda de peso, indigestão, náuseas, úlcera péptica, disfunção erétil, diarreia ou obstipação, dispneia, palpitações cardíacas e aumento da pressão arterial (9). A nível psicológico, podem desenvolver-se quadros de ansiedade, depressão e insónia (9). No que respeita à vertente comportamental, podem verificar-se taquilalia, incapacidade de relaxar, labilidade, fadiga crónica, indecisão, perda de eficiência no trabalho, negligência e/ou consumo de substâncias psicoativas (9).
Por sua vez, o Burnout é um prolongamento do stress ocupacional, sendo resultado de um processo de longa duração, em que o profissional sente que não existem mais recursos para lidar com as exigências (10).
Devido às múltiplas variáveis que fazem dos profissionais de saúde um grupo profissional afetado pelo stress ocupacional e, tendo em conta o contexto de pandemia por COVID-19 que vivenciamos, torna-se emergente o estudo desta problemática.
Vários estudos demonstram que as instituições de saúde constituem ambientes de stress ocupacional pelas especificidades organizacionais, como é o caso dos níveis múltiplos de autoridade, heterogeneidade da equipa, independência das responsabilidades e especialização profissional (5).
Os profissionais de saúde são uma das classes profissionais que podem sentir stress ocupacional crónico, pelo que devem ser considerados um grupo de alto risco, podendo desenvolver problemas do foro psíquico causados pelo contexto laboral, principalmente quando são obrigados a lidar com inúmeras mortes ou com pessoas em fase terminal (6), ainda que a perceção de stress dependa mais da personalidade e estratégias de coping, do que as caraterísticas laborais em si.
São vários os desafios impostos pela pandemia por COVID-19 para os profissionais de saúde, principalmente pelos seguintes fatores: alto risco de ser infetado ou infetar outros; angústia e esgotamento; exposição a mortes em ampliadas proporções; deceção por não conseguir salvar vidas, independentemente dos esforços inerentes; ameaças e ofensas propriamente ditas, por pessoas que procuram cuidados de saúde e não são devidamente atendidas, devido a limite de recursos; bem como distanciamento de familiares e amigos, pelas altas cargas de trabalho e consequentes riscos (11).
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com o propósito de contribuir para a avaliação do nível de stress dos profissionais de saúde durante a pandemia por COVID-19. Assim, a questão de revisão que norteou a pesquisa foi: Qual o nível de stress ocupacional dos profissionais de saúde durante a pandemia por COVID-19? Por conseguinte, a mesma assenta na mnemónica PICo, apresentando-se os profissionais de saúde como a população (P) em estudo e o nível de stress ocupacional durante a pandemia por COVID-19 como fenómeno de interesse (I), aceitando-se todos os contextos (Co) ocupacionais em que os profissionais de saúde se inserem.
Critérios de inclusão:
Artigos científicos publicados entre 2019 a 2021;
Língua espanhola/castelhana, inglesa e portuguesa;
Disponíveis em texto integral;
Estudos que incluam profissionais de saúde entre os 18 e os 64 anos.
A pesquisa foi realizada no dia 27 de fevereiro de 2021, recorrendo ao motor de busca EBSCOhost Web, que providenciou o acesso às bases de dados Academic Search Complete, CINAHL®Complete, MedicLatina, MEDLINE Complete e Psychology & Behavioral Sciences Collection e Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde. A estratégia de pesquisa contempla os descritores MESH e palavras-chave: COVID-19, Sars-Cov-2, Coronavirus, Occupational stress, Healthcare Workers e Occupational Health Nursing.
Da pesquisa efetuada nas duas plataformas de pesquisa utilizadas resultaram 90 artigos. Após todas as fases contempladas no Fluxograma do processo de seleção dos artigos para análise Adaptado de Prisma (2020) ilustrado na Figura 1, resultaram sete artigos para análise: seis artigos da base de dados MEDLINE Complete e um artigo do Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde.
Estudo/Titulo | Autores | Ano | Localização Geográfica | Objetivos do estudo |
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Saúde mental em tempos de pandemia | Almeida et al. | 2020 | Portugal | Conhecer o estado da saúde mental dos cidadãos com mais de 18 anos residentes em Portugal, no contexto dos primeiros meses de vivencia com a pandemia da COVID-19 em Portugal; conhecer indicadores de ansiedade, depressão, perturbação de stress pós-traumático e burnout; identificar determinantes de resiliência e vulnerabilidade nesta população. |
Are we coping well with COVID-19? A study on its psycho-social impact on frontline healthcare workers | Maduke, Dorroh, Bhat, Krvavac & Regunath | 2021 | Estados Unidos da América | Avaliar o impacto da pandemia por COVID-19 nos profissionais de saúde e estudantes de um hospital universitário |
The experiences of primary healthcare nurses during the COVID-19 pandemic in Australia | Halcomb et al. | 2020 | Austrália | Investigar a experiência dos enfermeiros dos cuidados de saúde primários durante a pandemia por COVID-19 |
Physician wellness during a pandemic | Fitzpatrick, Patterson, Morley, Stoltzfus & Stankewicz | 2020 | Estados Unidos da América | Determinar o efeito da pandemia por COVID-19 no bem-estar dos médicos da urgência |
A hybrid inductive-abductive analysis of health workers’ experiences and wellbeing during the COVID-19 pandemic in the United States | Hennein & Lowe | 2020 | Estados Unidos da América | Identificar os fatores que impactaram o bem-estar dos profissionais de saúde durante a pandemia por COVID-19 |
COVID-Well: Evaluation of the implementation of supported wellbeing centres for hospital employees during the COVID-19 pandemic | Blake et al. | 2020 | Reino Unido | Determinar o acesso dos profissionais de saúde aos centros de apoio ao bem-estar; reunir informações sobre o bem-estar dos profissionais e qual a opinião destes profissionais em relação a estes centros de apoio. |
Managing COVID-19-related psychological distress in health workers: field experience in northern Italy | Torricelli, Poletti & Raballo | 2020 | Itália | Aplicação de um programa de apoio psicológico aos profissionais de saúde com o objetivo de atenuar o sofrimento relacionado com a prestação de cuidados a casos COVID-19 |
RESULTADOS/DISCUSSÃO
Através da análise dos artigos selecionados, foi possível concluir que os profissionais de saúde apresentam mais problemas de saúde mental, por comparação com a população em geral. Em todos os estudos, os profissionais de saúde apresentaram níveis elevados de stress, em conjugação com depressão. Ainda, no estudo de Almeida et al. (12), 31,2% da amostra apresentou sintomas de Burnout.
Maduke, Dorroh, Bhat, Krvavac & Regunath (13) elaboraram um estudo em que 54% dos participantes revelaram um aumento dos níveis de ansiedade como resultado da pandemia e 31,1% sentiram-se sobrecarregados. Almeida et al. (12), referem que os profissionais da linha da frente, são os mais afetados, tal como descrito por Urzal, Donas- Boto, Moreira, Nogueira & Vian (14) no seu estudo em que concluíram que a pandemia por COVID-19 proporcionou um incremento nos níveis de ansiedade e sintomatologia depressiva nos profissionais de saúde que cuidam de doentes com COVID-19, sendo que estes possuem um risco mais elevado de virem a desenvolver doenças mentais.
Constatou-se que o sexo feminino experienciou maiores níveis de stress (13). Este facto pode ser sustentando pela necessidade de conciliar as preocupações relativas ao trabalho com a sua saúde, família e tarefas domésticas. Este resultado é corroborado por Urzal, Donas- Boto, Moreira, Nogueira & Vian (14) que verificaram que ser do sexo feminino, aliado a alterações ao agregado familiar durante a pandemia e possuir uma doença crónica, apresentou scores superiores nos níveis de ansiedade e depressão. Oliveira et al. (15) também verificaram que o sexo feminino experienciou maiores níveis de cansaço emocional, não só pela sobrecarga laboral, mas também pelas suas responsabilidades familiares. Ainda, Almeida et al. (12) apuraram que 44,8% da amostra apresentou sofrimento psicológico sendo que, 71,2% não conseguiram conciliar o trabalho com as tarefas da vida familiar e 56,3% consideraram que o trabalho tem interferido mais com a vida familiar e pessoal, em relação ao período pré-pandémico.
No estudo levado a cabo por Halcomb et al. (16) apenas 28,7% da amostra sofreu um decréscimo no número de horas de trabalho semanal. É assim evidente que grande parte dos profissionais experienciou uma maior carga laboral, com um aumento do número de horas que passou no serviço (12) (16). A carga física e psicológica dos profissionais aumenta, naturalmente, perante situações tensas como a que se vive em contexto de pandemia por COVID-19. Junta-se a agravante das possíveis reduções de pessoal, uma vez que os trabalhadores podem adoecer ou ficar em isolamento profilático (15).
Na maioria dos estudos analisados foi possível determinar que os profissionais de saúde, perante a pandemia, descuraram hábitos de vida saudável, tais como uma alimentação equilibrada, prática de atividade física e hábitos de sono (12,17), descuidaram a sua imagem por falta de autoestima (13) e deixaram de realizar os passatempos habituais, levando a um aumento do sofrimento psicológico (12). Por outro lado, em alguns casos, adotaram hábitos prejudiciais como o incremento do consumo de álcool, tabaco e açúcar (12) (18). Oliveira et al. descreveram, ainda, a despersonalização como consequência da exposição dos profissionais de saúde a elevados níveis de stress durante a pandemia (15).
Foi possível verificar que as habilitações literárias dos profissionais e os anos de experiência são inversamente proporcionais aos níveis de stress (12,19). Quanto menos qualificados, quanto menos anos de experiência de trabalho e quanto menor o rendimento que auferem, mais elevados os níveis de stress que apresentam. Oliveira et al. (15) determinaram que profissionais de saúde inexperientes no cuidado a doentes com patologia grave ou com doenças infeciosas desenvolveram graus superiores de cansaço emocional. Este dado leva-nos a concluir que a literacia dos profissionais interfere nos níveis de stress - um profissional com maior conhecimento experiencia uma maior sensação de segurança e controlo, nesta situação em particular.
A maioria dos profissionais mencionou a importância de ter à disposição apoio psicológico (12) (19) (20) e referiu como a saúde mental interfere na qualidade dos cuidados prestados. Por outro lado, estes também mencionaram a importância de um suporte social robusto, valorizando o facto de se sentirem acarinhados pela família, amigos e vizinhos (18). Ainda, durante a pandemia, a relação entre colegas de equipa e superiores hierárquicos influenciou os níveis de desempenho, concluindo-se que um bom relacionamento e capacidade de entreajuda reduzem os níveis de stress e aumentam a performance profissional (18).
Assim, através da identificação das diversas variáveis individuais e organizacionais que predispõem os profissionais de saúde a níveis de stress ocupacional mais elevados durante a pandemia por COVID-19 é possível planear e desenvolver estratégias que atenuem ou eliminem os efeitos por elas causadas, proporcionando uma melhoria da qualidade de vida no trabalho. Destacam-se as atividades em grupo para partilha de experiências entre profissionais ou ações de promoção da saúde mental nas quais sejam abordados métodos de gestão de stress e relaxamento, articulando esforços entre os serviços de saúde ocupacional e de psicologia; identificação e encaminhamento precoce dos profissionais, de forma a receberem apoio e acompanhamento psicológico; estratégias focalizadas no enriquecimento do suporte social, dado que possuir uma rede de apoio é um fator protetor ao desenvolvimento de doença mental e na manutenção de rotinas; turnos de trabalho mais curtos e promoção de estilos de vida saudável, nomeadamente no que concerne à alimentação, exercício físico e higiene do sono.
CONCLUSÃO
A saúde mental tem sido um assunto descurado ao longo dos tempos. Porém, é notória a crescente curiosidade em aprofundar esta temática, fator que se refletiu no processo de pesquisa. Em 2019, assistiu-se à conquista de um grande marco na história da saúde ocupacional com a entrada do Burnout para a lista de doenças da OMS, associado a problemas relacionados com emprego e desemprego.
Os riscos psicossociais são definidos como os riscos para a saúde mental, física e social, originados pelas condições de trabalho e por fatores organizacionais e relacionais. Devido à pandemia por COVID-19 que se instalou a nível mundial, considera-se agora, mais do que nunca, a emergência na abordagem desta problemática.
De acordo com os resultados obtidos pelos estudos analisados, os profissionais de saúde apresentam-se como uma população com níveis elevados de stress ocupacional em contexto pandémico pelo que, a grande maioria menciona a importância de ter à sua disposição apoio psicológico. Foi possível verificar quais as variáveis individuais e organizacionais que estão na base do desenvolvimento de stress ocupacional por parte dos profissionais de saúde durante a pandemia e assim identificar quais as estratégias que devem ser adotadas pelas instituições, de modo a fornecer suporte aos seus trabalhadores. Destaca-se a articulação entre os serviços de saúde ocupacional e de psicologia.
Porém, a literatura acerca da temática em estudo ainda é limitada, o que se compreende pelo espaço temporal reduzido desde o aparecimento da COVID-19. Deste modo, existe a necessidade de realizar mais investigação para atualizar o estado de arte, validando a eficácia de estratégias, pelo que se propõe futuros estudos de investigação a nível nacional e europeu, no contexto teórico e prático, de forma a promover uma prática clínica de maior qualidade e excelência profissional sustentada na evidência científica.