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Revista Portuguesa Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço

versão On-line ISSN 2184-6499

Rev Port ORL vol.62 no.1 Lisboa mar. 2024  Epub 31-Mar-2024

https://doi.org/10.34631/sporl.2043 

Artigo Original

Sucesso da Implantação Coclear em doentes pós-meningite bacteriana

Success of Cochlear Implantation in patients after bacterial meningitis

Joana Guincho1 
http://orcid.org/0009-0006-4630-831X

Kaamil Gani1 
http://orcid.org/0000-0002-2747-2695

Rui Cabral1 

Mariana Donato1 
http://orcid.org/0000-0003-2326-9419

Ricardo Santos1 

Assunção O’Neill1 
http://orcid.org/0000-0002-0329-250X

Pedro Escada1 
http://orcid.org/0000-0002-5898-946X

1 Hospital de Egas Moniz, Centro Hospital Lisboa Ocidental Portugal. joana.guincho@live.com.pt


Resumo

Objetivo:

Apresentar os resultados da implantação coclear pós meningite bacteriana, nomeadamente o ganho auditivo obtido, tempo de utilização e melhoria da qualidade de vida.

Material e Métodos:

Estudo retrospetivo, transversal, baseado na análise de dados de doentes com surdez neurossensorial severa e profunda decorrente de meningite bacteriana, submetidos a cirurgia de implante coclear uni ou bilateral no CHLO entre os anos de 2014 e 2022.

Resultados:

A amostra incluiu 13 doentes. Quatro apresentavam ossificação da cóclea. A inserção dos elétrodos na cóclea foi total, à exceção de 1 caso. Seis ouvidos atingem inteligibilidade de 100%. Não foi encontrada relação entre a ossificação da cóclea e a inteligibilidade.

Conclusão:

A reabilitação auditiva com implante coclear neste grupo de doentes é eficaz, melhorando os níveis de inteligibilidade e de qualidade de vida, mesmo nos casos de referenciação tardia e na presença de fibrose/ossificação parcial da cóclea.

Palavras-chave: Meningite bacteriana; surdez neurossensorial; implante coclear

Abstract

Aim:

To present the results of cochlear implantation after bacterial meningitis, regarding auditory gain, time of use and improvement in quality of life.

Material and Methods:

Retrospective, transversal study, based on the analysis of data from patients with severe and profound sensorineural hearing loss due to bacterial meningitis, who underwent uni or bilateral cochlear implant surgery at CHLO between 2014 and 2022.

Results:

The sample included 13 patients. Four had cochlear ossification. The insertion of electrodes in the cochlea was total, except for 1 case. Six ears achieve 100% intelligibility. No relationship was found between cochlear ossification and intelligibility.

Conclusion:

Auditory rehabilitation with cochlear implants in this group of patients is effective, improving levels of intelligibility and quality of life, even in cases of late referral and in the presence of fibrosis/partial ossification of the cochlea.

Keywords: Bacterial meningitis; sensorineural deafness; cochlear implant

Introdução

A meningite bacteriana representa uma das principais causas adquiridas de surdez neurossensorial (SNS) (1, sendo que a surdez pode ocorrer dentro de 48h após o início do quadro2. A SNS profunda definitiva desenvolve-se em aproximadamente 10% dos doentes após meningite bacteriana, ocorrendo maioritariamente por lesão direta das células do órgão de Corti, através da disseminação da infeção do espaço subaracnoide ao aqueduto coclear, com consequente fibrose e ossificação da cóclea2,3.

A introdução da vacinação diminuiu drasticamente o número de casos de meningite por Haemophilus influenza do tipo B, sendo que, atualmente os agentes mais frequentes são o Streptococcus pneumoniae e a Neisseria meningitidis1,2,3,4.

A cirurgia de implantação coclear (IC) nestes doentes, uni ou bilateral, pode ser de caráter prioritário, devendo a referenciação ser feita de forma urgente. No entanto, existem factores que tornam este procedimento desafiante quando comparado com um grupo de doentes sem antecedentes de meningite. A labirintite ossificante, resultante da disseminação da infeção meníngea aos espaços cocleares, afeta principalmente a espira basal da escala tympani, e quando presente, pode ser um obstáculo à inserção dos elétrodos cocleares5. Desta forma, a labirintite ossificante, descrita em 30-57% dos doentes pós meningite bacteriana, é dos principais contribuintes para o baixo out-come funcional da reabilitação com implante coclear, mesmo na presença de ossificação mínima e introdução total dos elétrodos na cóclea1.

Este estudo tem como objetivo apresentar os resultados da implantação coclear pós MB, nomeadamente o ganho auditivo obtido, tempo de utilização e melhoria da qualidade de vida.

Material e Métodos

Estudo retrospetivo, transversal, baseado na análise de dados de doentes com SNS severa e profunda decorrente de meningite bacteriana.

Os dados recolhidos foram introduzidos nuam base de dados, sendo que o estudo estatístico foi realizado recorrendo ao Excel para iOS.

Os doentes foram submetidos a cirurgia de implante coclear uni ou bilateral. Todas as cirurgias foram realizadas pelo mesmo cirurgião, no bloco operatório central do Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, entre 2014 e 2022.

Critérios de inclusão foram SNS severa e profunda, otoscopia normal e ausência de doença do ouvido médio.

Foram excluídos todos os sujeitos com diagnóstico incerto de meningite bacteriana como causa de SNS.

A amostra englobou 13 doentes.

A língua materna de todos os doentes é o português. Este grupo inclui doentes com nacionalidade portuguesa, mas também de países de língua oficial portuguesa (PALOPs).

Foram recolhidos dados demográficos, tempo entre a meningite bacteriana e a IC, lateralidade da IC, presença de ossificação da cóclea, inserção dos elétrodos e telemetria de resposta neuronal (NRT) peri operatória.

Todos os doentes foram submetidos a avaliação formal da audição através de audiograma tonal e vocal pré e pós IC. O tempo mínimo de follow-up foi de um ano.

A presença de ossificação da cóclea foi avaliada através de tomografia computorizada (TC) do ouvido pré-operatória.

Informações relativas ao grau de satisfação dos doentes foram recolhidas através da aplicação da Escala Nijmegen Cochlear Implant Questionnaire (NCIQ) validada para português europeu, e da média de utilização diária do implante.

Resultados

Foram submetidos a IC 13 doentes com SNS adquirida, severa a profunda, pós meningite bacteriana. A amostra incluiu 7 doentes do sexo feminino e 6 do sexo masculino. Sete são de nacionalidade portuguesa e residentes em Portugal e 6 foram referenciados de PALOPs.

Deste grupo, 4 foram diagnosticados com meningite bacteriana durante a infância, 3 durante a adolescência e 6 na idade adulta. Apenas 3 doentes foram referenciados precocemente. O tempo decorrido entre a MB e IC foi em média 24 anos, sendo que o tempo mínimo foi de 1 mês e o máximo de 59 anos (tabela 1).

No pré-operatório, apenas 4 doentes apresentavam ossificação parcial da cóclea na TC do ouvido.

No total, 17 ouvidos foram submetidos a IC. O procedimento foi unilateral em 9 doentes, e bilateral em 4 doentes. A implantação bilateral foi realizada no mesmo tempo cirúrgico em 2 casos e nos outros 2 casos foi realizada de forma sequencial, com intervalo de 4 e 11 meses entre as cirurgias. A inserção dos elétrodos na cóclea foi total em todos os ouvidos, à exceção de 1. A telemetria de resposta neuronal (NRT) peri operatória não teve resposta nos elétrodos basais de 5 ouvidos, 2 dos quais apresentava ossificação parcial da cóclea (tabela 2).

Tabela 1: Dados relativos à idade da infeção, ano da infeção, ano da cirurgia de implantação coclear e tempo decorrido entre a infeção meníngea a e cirurgia de implantação coclear em anos. n=13 

Doente Idade da infeção (anos) Ano da infeção Ano da cirurgia de IC Tempo infeção-IC (anos)
1 16 2010 2018 8
2 63 2013 2018 5
3 54 2018 2018 0,33
4 42 2016 2018 2
5 39 2019 2019 0,08
6 14 2001 2021 20
7 56 2021 2022 1,25
8 4 1958 2017 59
9 0,60 1963 2014 51
10 0,20 1996 2018 22
11 13 1961 2019 58
12 42 2021 2022 0,58
13 1 1960 2014 54

Dos 13 doentes iniciais, 6 foram perdidos durante o follow-up. Dos restantes 7 doentes: Seis ouvidos atingem inteligibilidade de 100% com a utilização do implante (2 dos quais apresentavam ossificação da cóclea na TC pré-operatória), e 3 apresentam inteligibilidade de 0%.

Não se encontrou uma relação entre a ossificação da cóclea e a inteligibilidade.

A média de utilização diária foi de 12,4h.

Tabela 2: Dados relativos à presença de ossificação da cóclea em imagem de TC do ouvido pré-operatória, lateralidade da cirurgia, informação relativa à inserção dos elétrodos na cóclea e telemetria de resposta neuronal realizada no peri operatório. n=13 

Doente Sinais de ossificação Lateralidade da cirurgia Inserção dos elétrodos na cóclea Telemetria de resposta neuronal
1 Ausente Unilateral Total Presente em todos os elétrodos
2 Ausente Unilateral Total Presente em todos os elétrodos
3 Ausente Unilateral Total Presente em todos os elétrodos
4 Presente Bilateral Total Ausente nos elétrodos basais
5 Ausente Bilateral Total Ausente nos elétrodos basais
6 Presente Unilateral Total Presente em todos os elétrodos
7 Presente Unilateral Total Presente em todos os elétrodos
8 Ausente Unilateral Total Ausente nos elétrodos basais
9 Ausente Unilateral Total Presente em todos os elétrodos
10 Presente Unilateral Total Ausente nos elétrodos basais
11 Ausente Unilateral Total Presente em todos os elétrodos
12 Ausente Bilateral Total Presente em todos os elétrodos do ouvido direito Ausente nos elétrodos basais do ouvido esquerdo
13 Ausente Unilateral Parcial Presente em todos os elétrodos

A média da satisfação global do NCIQ foi 49,38, e a média dos subdomínios relativas à perceção básica do som e perceção avançada do som foi 50,36 e 34,29, respetivamente. A tabela 3 resume os resultados do questionário NCIQ.

Doente PBS PAS PF AE LA IS Score Total
2 37,5 47,5 80 32,5 35 55 60,42
5 30 20 87,5 42,5 42,5 65 46,25
7 37,25 47,5 80 32,5 35 55 37,25
8 60 30 55 47,5 47,5 50 53,33
9 27,5 20 35 27,5 40 47,5 46,25
11 67,5 40 70 60 57,5 56,25 47,5
12 62,5 40 50 47,5 37,5 45 58,75
Média 50,36 34,29 61,07 43,93 50,00 56,61 49,38

Discussão

Ossificação da Cóclea

A ossificação da cóclea constitui uma adversidade à implantação da coclea em doentes pós meningite bacteriana, uma vez que a sua presença interfere com a correta e total inserção dos elétrodos cocleares na escala tympani. A presença de ossificação coclear, mesmo que ligeira e associada à inserção total dos elétrodos, é o principal factor de risco para um baixo out-come audiométrico pós-operatório. (1

No entanto, resultados deste estudo mostraram uma introdução total dos elétrodos na cóclea, em todos os 4 doentes que apresentavam ossificação da cóclea na TC do ouvido pré-operatória. Destes 4, 2 não apresentaram NRT nos elétrodos basais, mas a avaliação audiométrica mostra uma inteligibilidade de 100% aos 40dB num caso e aos 60dB no outro caso.

Estes resultados são corroborados por Carvalho et al., na presença de ossificação coclear sem obliteração, a inserção parcial dos elétrodos pode ser realizada com out-comes audiométricos favoráveis. Contudo, devido à menor estabilidade dos elétrodos parcialmente inseridos, existe maior risco de extrusão a longo prazo. (6

Tempo entre infeção e cirurgia de implantação coclear

Uma vez que o processo de osteoneogénese da cóclea ocorre nas primeiras semanas após o início do quadro de meningite, todos os doentes devem ser submetidos a avaliação audiométrica 4 a 8 semanas após a alta hospitalar. Um estudo mostrou que o sucesso da implantação coclear foi superior em crianças implantadas até 6 meses após infeção meníngea, quando comparado com um grupo de crianças implantadas com mais de 6 meses após a infeção. (7

No presente estudo, o tempo mínimo entre a infeção meníngea e a cirurgia de implantação coclear foi de 4 semanas, enquanto o tempo máximo foi de 59 anos.

Uma puérpera de 39 anos, com meningite bacteriana iatrogénica após epidural, com isolamento de Streptococcus agalactea na cultura do líquido cefalorraquidiano, foi submetida a implantação coclear bilateral simultânea 1 mês após o início do quadro. A TC pré-operatória não evidenciou sinais de ossificação coclear mas, no intraoperatório, observou-se tecido de granulação na janela redonda bilateralmente. Um ano após implantação coclear, apresenta uma inteligibilidade máxima de 70% aos 50dB, com diminuição da inteligibilidade com o aumento da intensidade em ambos os ouvidos.

Contrariamente, um doente com antecedentes de meningite bacteriana aos 2 anos de idade, cuja TC pré-operatória evidenciava ossificação coclear bilateral, foi submetido a implantação coclear do ouvido direito aos 22 anos. A inserção dos elétrodos na cóclea foi incompleta e o NRT intraoperatório estava ausente nos elétrodos basais. Um ano após implantação coclear, o ouvido implantado apresenta uma inteligibilidade de 100% aos 60dB.

Estes resultados levam-nos a acreditar, que o tempo entre a infeção meníngea e a cirurgia de implantação coclear não é, por si só, factor determinante do sucesso audiométrico pós-operatório.

Lateralidade

Perante uma SNS pós-meningite em crianças e em adultos, recomenda-se a implantação coclear precoce e bilateral pelo risco de ossificação da cóclea. Além disso, vários estudos mostram o benefício do implante coclear bilateral na inteligibilidade da fala no silêncio e no ruído1.

Neste estudo, apenas 4 doentes foram submetidos a implantação coclear bilateral. Um dos doentes implantados bilateralmente diz respeito à doente já mencionada, sendo que a implantação coclear foi simultânea e ocorreu 1 mês após a meningite bacteriana. O outro caso de implantação coclear simultânea diz respeito a um doente que contraiu meningite bacteriana aos 42 anos de idade, tendo sido submetido a cirurgia 7 meses após a infeção. A TC de ouvido pré-operatório não evidenciou sinais de ossificação do labirinto e a inserção dos elétrodos foi total em ambos os ouvidos, mas o NRT estava ausente nos elétrodos basais do implante coclear esquerdo. Atualmente, apresenta uma inteligibilidade de 0% no ouvido direito, atingindo os 100% aos 50dB no ouvido esquerdo.

Uma doente de 24 anos, com infeção meníngea aos 16 anos, foi implantada bilateralmente 8 anos após o início da surdez. A implantação foi sequencial, com intervalo de 7 meses entre as cirurgias. Atualmente, atinge discriminação de 100% a 50dB em ambos os ouvidos. Outro caso de implantação sequencial, com intervalo de 11 meses entre as cirurgias, diz respeito a um doente com antecedentes de infeção meníngea aos 14 anos de idade, tendo a sido submetido à primeira cirurgia aos 35 anos (tempo infeção-implantação 21 anos).

Este estudo apresenta limitações, nomeadamente o desenho retrospetivo do estudo, o tamanho da amostra, heterogeneidade da amostra (diferentes idades, diferentes timings de surdez e de implantação) e a perda de follow-up ao longo do tempo. Consequentemente não permitiu tirar uma conclusão relativamente à relação entre a ossificação da cóclea e a inteligibilidade da fala após implantação coclear. O ponto forte do estudo é que todas as cirurgias foram realizadas pelo mesmo cirurgião.

Conclusão

Os resultados apresentados sugerem que a reabilitação auditiva com implante coclear dos doentes com surdez induzida por MB é eficaz, melhorando os níveis de inteligibilidade e de qualidade de vida, mesmo nos casos de referenciação tardia e na presença de fibrose/ossificação parcial da cóclea. Assim sendo, estes dois fatores não deverão ser por si só uma contraindicação à implantação coclear.

Referências

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Recebido: 12 de Julho de 2023; Aceito: 27 de Novembro de 2023

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