1.Introdução
O términus do ensino secundário e a entrada no ensino superior traduzem-se numa mudança significativa para os jovens. Durante vários anos da sua formação escolar, os jovens refletiram sobre a possibilidade de escolha de um curso que antevê a escolha de uma profissão. Sabemos todos, que a escolha de um curso e de uma profissão constitui um momento de transição na vida dos jovens adultos. Questões como ‘Que área escolher?’, ‘Que curso escolher?’, ‘Que profissão para mim?’, fazem parte dos questionamentos dos jovens adultos, partilhadas com familiares e amigos. Hoje, no mundo em que vivemos, existe um conjunto de incertezas relativas à escolha de uma profissão, sendo que, são muitas as vezes em que gostar de ‘ser’ não chega para a definição da profissão de futuro. O universo do meio escolar, principalmente do ensino secundário, está carregado de novos desafios que se colocam aos jovens estudantes e onde a competitividade impera, muitas das vezes, para assegurar a entrada no ensino superior sendo que o curso de enfermagem não é exceção. Em Portugal, no ano de 2021, existirão 1990 vagas em instituições públicas para o curso de licenciatura em enfermagem, sendo que a nota do último colocado variou entre 130,1 (nota mais baixa referente ao último colocado) e 164 valores (nota mais alta referente ao último colocado), verificando-se um aumento significativo de procura em cursos das áreas da saúde e engenharias (Direção Geral do Ensino Superior, 2021). Não podendo esquecer que nos últimos dois anos o mundo esteve submerso num contexto pandémico, foi possível observar nos meios de comunicação a enfatização do profissional de enfermagem, a sua importância nos diferentes sistemas de saúde de todos os países do mundo e o seu altruísmo na forma como, desde o primeiro minuto, procurou responder às necessidades dos indivíduos e das comunidades. Por todos estes aspetos, sumariamente enunciados, importa conhecer o que leva os jovens estudantes a quererem ser enfermeiros e quais as motivações que estão subjacentes à escolha deste curso e da profissão de enfermagem.
2.Ser Enfermeiro
De acordo com Regulamento do Exercício Profissional do Enfermeiro, Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de setembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-lei nº 104/98 de 21 de Abril, alterado e republicado pela lei nº15/156/2015 de 16 de setembro (Ordem dos Enfermeiros, 2015), o Enfermeiro é o profissional habilitado com um curso de enfermagem legalmente reconhecido, a quem foi atribuído um título profissional que lhe reconhece competência científica, técnica e humana para a prestação de cuidados de enfermagem gerais ao indivíduo, família, grupos e comunidade, aos níveis da prevenção primária, secundária e terciária. A Enfermagem, enquanto disciplina científica, é a profissão que, na área da saúde, tem como objetivo prestar cuidados de enfermagem ao ser humano, são ou doente, ao longo do ciclo vital, e aos grupos sociais em que ele está integrado, de forma que mantenham, melhorem e recuperem a saúde, ajudando-os a atingir a sua máxima capacidade funcional tão rapidamente quanto possível (Ordem dos Enfermeiros, 2015). Partindo destas duas definições, sabemos que os jovens quando acedem ao ensino superior, pouco ou nenhum contacto têm com os cursos que escolhem, o que determina que transitem de uma perceção construída sobre um determinado curso ou profissão, para um primeiro encontro com a disciplina que sustenta do ponto de vista ontológico e epistemológico, uma determinada profissão. O curso de enfermagem não é exceção, pelo que, é no primeiro ano dos diferentes cursos de licenciatura em enfermagem existentes em Portugal, que os jovens se aproximam dos aspetos que caracterizam o Cuidar em Enfermagem, cuidar este que tem por fundamento uma interação entre enfermeiro e utente, indivíduo, família, grupos e comunidade. Buscando um manancial de conhecimentos e competências, os jovens entram nos cursos de licenciatura em enfermagem, ávidos de concretizar uma expectativa de profissão futura. É nos primeiros anos de curso que os estudantes de enfermagem acedem ao domínio da profissão de enfermagem, isto é, ao objeto de estudo da disciplina, aos seus conceitos e valores centrais, bem como aos fenómenos centrais com que se ocupa a disciplina. A enfermagem, tal como outras disciplinas, tem uma prática socialmente percecionada e enraizada, o que se, por um lado, trará vantagens para a identificação da disciplina enquanto profissão regulada, por outro, poderá ser limitadora do entendimento da evolução do conhecimento produzido em enfermagem e da forma como hoje os enfermeiros desenvolvem a sua profissão, profissão esta, altamente sustentada metodológica e cientificamente (Potter & Perry, 2013; William, Horton-Deutsch & Watson, 2018). Atualmente, os estudantes e futuros enfermeiros portugueses têm ao seu dispor formação de 1º nível (licenciatura em enfermagem), de 2º nível (mestrado em enfermagem) e de 3º nível (doutoramento em enfermagem). Em relação ao doutoramento em enfermagem, perfaz em 2022, vinte anos da conclusão do primeiro doutoramento em enfermagem em Portugal, o que traduz, a grande evolução da disciplina nestes últimos anos, evolução essa, que se tem vertido em novos paradigmas de enfermagem que aprimoram os padrões de pensamento que descrevem o domínio da disciplina, que direcionam para as atividades da profissão e permitem o desenvolvimento do conhecimento, da filosofia, das teorias, da forma como ensinamos, investigamos e praticamos enfermagem (Basto, 2012). Nesse sentido, esta pesquisa tem como questão de partida, quais são as motivações que levam os estudantes do primeiro ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem, a quererem ser Enfermeiros?Batalha em 1995 estudou a imagem social do enfermeiro num grupo de adolescentes portugueses, nomeadamente estudantes do 11º Ano, com média de idades de 17 anos, sendo 68% do sexo feminino, tendo concluído que para setenta e cinco por cento (75%) destes jovens, a enfermagem é uma profissão dependente de outras, nomeadamente da profissão médica, constituída por um conjunto de procedimentos e técnicas médicas para o tratamento dos doentes. Já mais recentemente, em 2014, nos estados unidos, foi publicado os resultados do estudo em que se pediu aos americanos para a avaliar a honestidade e os valores éticos de várias profissões anualmente desde 1990 (Gallup, 2014). Verificou-se que os enfermeiros estão no topo da lista de 1999 a 2014, com exceção do ano de 2001, quando os bombeiros ultrapassaram os enfermeiros, decorrente dos ataques de 11 de setembro. Desde 2005, pelo menos 80% dos americanos disseram que os enfermeiros primam por valores ético morais elevados e por princípios assentes na honestidade (Gallup, 2014).
3.Metodologia
Através da questão de partida, primeiramente, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, partindo da questão: Quais as motivações (I - fenómeno de interesse) que levam os estudantes (P - participantes) do ensino superior a quererem ser Enfermeiros (Co - contexto)? Foram utilizados como descritores motivations and nursing students and first degree and nurse, no sentido de conhecermos os estudos existentes neste domínio datados entre 2016 a 2021. Verificou-se a existência de diminutos estudos de investigação nesta área, em Portugal e no mundo, já que percorrendo as bases de dados da SciELO, e as bases de dados que integram a EBSCOhost® (MEDLINE, CINAHL, Cochrane, Health Technology Assessments, MedicLatina, and Psychology and Behavioral Sciences Collection) e a Web of Science, foram encontrados 62 estudos, sendo que somente 7 se aproximavam da temática em estudo. Atendendo ao estado da arte, entendemos ser de interesse desenvolver um estudo de índole qualitativa, assente nos processos metodológicos de análise de dados de Laurence Bardin. Participaram no estudo 109 estudantes de enfermagem que frequentavam o 1º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem, tendo iniciado a frequência do curso em outubro de 2021. Partindo da questão de investigação, Quais são as motivações que levam os estudantes do primeiro ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem, a quererem ser Enfermeiros?, tivemos como objetivo geral Conhecer as motivações que levam os estudantes do primeiro ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem, a quererem ser Enfermeiros. Os participantes no estudo foram selecionados intencionalmente em que como critérios de inclusão definimos: Ser estudante do curso de licenciatura em enfermagem; a frequentar o primeiro ano e primeiro semestre do curso e aceitar participar voluntariamente na investigação. No âmbito da colheita de dados recorreu-se à realização de um questionário, em que numa folha de papel em branco, os estudantes foram convidados a responder à pergunta “Porque quero ser Enfermeiro?”. Para o tratamento desta questão, procedeu-se à análise de conteúdo de Bardin (2006, 2011), segundo os pressupostos inerentes à metodologia qualitativa. Foram tidos em consideração todos os procedimentos formais e éticos (Parecer 113/2021), tal como o pedido de consentimento informado aos participantes do estudo. Bardin (2006, 2011 p. 38) refere que a análise de conteúdo consiste num conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. Desta forma, de acordo com a autora o processo de análise de conteúdo envolve 3 fases ou etapas: a pré-análise, a exploração do material e, por último, o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação, tendo sido estas etapas que seguimos no decurso desta investigação, salvaguardando sempre a importância dos achados e o seu significado para os participantes (Mozzato & Grzybovski, 2011). Na primeira etapa, etapa de pré-análise, procurámos organizar todo o material a ser analisado, pelo que, face ao objetivo do estudo, organizámos as respostas de acordo com o mesmo. Seguidamente desenvolvemos as quatro sub-etapas necessárias para a concretização da etapa de pré-análise, realizando para isso, primeiramente, a leitura flutuante, a demarcação nas narrativas do que será analisado, a formulação das questões que advêm dos dados, e por último, a referenciação dos índices e elaboração de indicadores, que envolve a determinação de indicadores por meio de recortes de texto nos documentos de análise (Bardin, 2006, 2011), e que irão sustentar a interpretação final. Posteriormente, passámos à segunda etapa em que realizámos a exploração do material, procurando definir as categorias/sub-categorias, as unidades de significação, as unidades de registo e de contexto. Finalizada a mesma, procurámos na terceira etapa, proceder ao tratamento dos resultados, sua inferência e interpretação, fazendo com que os dados brutos se traduzam em dados significativos, permitindo aos investigadores fazer inferências sobre os mesmos (Streubert & Carpenter, 2002). Mais que os dados frequências, os investigadores procuraram debruçar-se sobre a riqueza dos dados subjetivos que vai muito para além dos dados numéricos.
4.Resultados e Discussão
Participaram neste estudo 109 estudantes de enfermagem do primeiro ano, primeiro semestre do Curso de Licenciatura em Enfermagem. Os estudantes que aceitaram participar neste estudo foram desafiados a que numa folha em branco, procurassem refletir e responder à questão “Porque Quero Ser Enfermeiro|a?”. Face à questão colocada, e atendendo às etapas explicitadas no segundo capítulo deste artigo, verificou- se que os estudantes de enfermagem atribuíram como fatores motivacionais que os levam a querer ser enfermeiros a Perspetiva de um Futuro (1ª subcategoria), que passa pela escolha de um curso na área da saúde e a perspetiva do curso de medicina como uma meta que não foi possível atingir. Pela análise detalhada de cada categoria (Tabela 1) constituída por diferentes unidades de registo, verifica-se que na maioria os estudantes sempre tiveram uma afinidade eletiva com a área da saúde, pelo que a escolha de um curso superior teria de passar obrigatoriamente pelo domínio da saúde. "Quero ser enfermeiro pois sempre tive gosto ligado à saúde." (E1). Como se poderá analisar pela Tabela 1, o curso de medicina fazia parte dos sonhos de alguns estudantes, surgindo o curso de enfermagem como a opção seguinte. Por outro, temos estudantes que nos afirmam alguma deceção com a profissão médica, constituindo-se a enfermagem como uma opção para o futuro mais enriquecedora a nível pessoal. "Esta não é a profissão que sonhei…queria medicina…". (E2). A área da saúde, sempre se revelou uma área de preferência destes estudantes. "…sempre gostei da área da saúde e por tal decidi experimentar." (E3).
Como subcategoria para os fatores motivacionais que os levam a querer ser enfermeiros, surge a subcategoria do altruísmo (2ª subcategoria) associado à escolha da profissão de Ser Enfermeiro. Os estudantes que participaram no estudo, elencam como fator motivacional para escolherem ser enfermeiros num futuro próximo, a possibilidade de Poder Cuidar de Pessoas (unidade de significação), em que nos referem:
"…quero ser enfermeira para poder cuidar das pessoas." (E4)
"…interessa-me bastante a relação do cuidar." (E5)
"…poder tratar dos outros, como já cuidaram de mim…" (E6)
"…trabalho com pessoas…" (E7)
"…poder cuidar dos outros nos momentos mais críticos da sua vida." (E8) "Gosto de Cuidar dos outros." (E9)
Também a Preocupação com o Bem Estar do Outro surge como unidade de significação, em que os estudantes nos afirmam:
"…porque para mim, o bem-estar do outro, também é o meu…" "…sempre quis ter impacto na vida das pessoas…".
"…de nos ser colocada em mãos a possibilidade de melhorar o dia de uma pessoa."
A Satisfação em Ajudar, o Compreender o Outro, a Relação com os Outros e o Sentido de Missão, surgem igualmente como unidades de significação para estes jovens, em que revelam como fatores motivacionais para Serem Enfermeiros a necessidade sentida de ajudarem outras pessoas, de compreensão e relação com o outro diferente deles próprios, com elevado sentido do cumprimento de uma missão.
"Posso ajudar e cuidar de quem mais precisa…". (E10)
"Ajudar o outro. Encher o coração." (E11)
"…compreender o fisiológico e anatómico do ser humano." (E12) "Vejo a enfermagem como sentido de missão…". (E13)
Como terceira subcategoria temos o Eu, Família e Amigos, em que o sonho de criança parece alavancar uma escolha profissional na área das ciências de enfermagem. "Enfermagem sempre foi um sonho…". (E14). A existência de uma vocação também é indicada pelos nossos estudantes de enfermagem para a escolha do curso e da profissão, "…seguir pelo qual sinto que tenho vocação." (E15), tal como, a influência de familiares/amigos como motivação acrescida para virem a ser enfermeiros, "…tive forte influência da minha mãe…". (E16), onde a figura materna tem um especial destaque. As experiências anteriores de doença, também parecem ser um fator que pode ter impacto na escolha de vir a ser enfermeiro, "…estive internada durante 2 semanas no hospital e fique fascinada com a profissão…" (E17); "Esta profissão teve sempre na minha ideia desde que o meu avô foi internado e eu ia lá quase todos os dias…". (E18). A Profissão, é apresentada como a 4ª subcategoria, em que trabalhar no hospital parece constituir um ideal de atividade profissional para os jovens estudantes, tal como a admiração pela profissão, o trabalho em equipa subjacente à mesma e taxa de empregabilidade (Tabela 2).
Face aos dados obtidos e atendendo aos escassos estudos que encontrámos e que nos permitem fazer alguma comparação dos achados, verificou-se no estudo de Norouzi, Pouladi e Bagherzadeh (2017), que a presença fatores motivacionais relacionados com a espiritualidade e o sentido de fazer o bem ao outro, nos estudantes do curso de enfermagem e de enfermagem obstétrica, são um fator importante e a considerar como relevantes na escolha da profissão, considerada mesmo como profissão sagrada, tal como enunciado no artigo que sustenta este estudo “…of the actual status of this sacred profession and its critical role in the health system.” (Norouzi, Pouladi & Bagherzadeh, 2017, p.166). No estudo Profiling Australian school students’ interest in a nursing career: insights for ensuring the future workforce (Gore et al., 2017), que envolveu 6.492 estudantes finalistas do ensino secundário, onde se procurou conhecer os motivos de interesse por uma carreira na área de enfermagem, verificou-se que são fatores preditores para a escolha dos jovens, as questões de género, em que as jovens estudantes do sexo feminino parecem mais predispostas para esta profissão, em relação aos jovens estudantes rapazes. Por outro lado, este estudo, tal como o nosso, mostra-nos a influência familiar e o contacto prévio com a profissão, em que, pelo facto de os jovens terem contacto com familiares ou amigos desta área profissional, parece sustentar o interesse dos mesmos. Para além dos fatores já enunciados, os jovens estudantes australianos, parecem percecionarem a escolha do curso de enfermagem como uma escolha segura, tendo como preocupações práticas a existência de um emprego no términus do seu curso. Indo ao encontro do nosso estudo, os jovens australianos também evidenciam as questões associadas ao cuidar do outro e a procura de ajudar o outro, como fatores decisivos para a escolha da profissão (Gore et al., 2017).
5.Considerações Finais
Este estudo permitiu-nos conhecer as motivações que levam os estudantes do primeiro ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem, a quererem ser Enfermeiros. Não podendo neste artigo, por limitação de páginas, explorar todos os dados colhidos e apresentar todos os quadros, procurámos fazer a síntese dos achados mais importantes em torno do que mobiliza os jovens estudantes portugueses que participaram no estudo a quererem vir a ser enfermeiros. Pelos achados, conseguimos perceber que são fatores de motivação para a escolha da profissão de enfermagem, a perspetiva de um futuro que passa pela escolha de um curso na área da saúde, em que a enfermagem aparece como uma opção a ter em conta, sendo que, na maioria das vezes como primeira opção, ou como opção alternativa ao curso de medicina. Os jovens estudantes que optam pelo curso de enfermagem são dotados de valores altruístas, pelo que, a possibilidade de poderem cuidar dos outros, preocupação com o bem-estar dos outros, satisfação em ajudar, compreender e relacionar-se com o outro, associado ao sentido de missão, fazem parte das motivações destes jovens. A influência da família e amigos, parece também contribuir para a escolha da profissão de enfermeiro, sendo que, para alguns destes jovens serem enfermeiros fazia parte de um sonho de criança. Também a admiração pela profissão parece contribuir para o gosto pela ciência de enfermagem. O contributo da metodologia qualitativa para este estudo é determinante, pois a utilização da mesma, permitiu-nos evidenciar os significados dados por estes jovens à profissão de enfermagem, por outro, fez evidenciar um conjunto de achados muito importantes, que nos levam a refletir como os jovens de hoje enfatizam a preocupação em contribuir para a vida e o bem-estar dos outros seres humanos. A investigação qualitativa tem esta riqueza, porque apesar de na metodologia de análise de conteúdo proposta por Bardin (2006, 2011) existir uma etapa referente à contagem frequencial, a mesma não esconde a importâncias das unidades de significação que traduzem o vivido e refletido por estes jovens estudantes de enfermagem. Gostaríamos de salvaguardar, que a colheita de dados deste estudo, se realizou no mês de novembro de 2021, em que, estando o mundo a vivenciar um contexto pandémico, foi dado um enfoque especial e de relevância social, tão merecido, à profissão de enfermagem. Desta forma, consideramos que será fundamental conhecer na atualidade a representação social da profissão de enfermagem nos jovens, já que, indo ao encontro de Abreu, (2002, p. 291), “a mudança do sentido da profissionalidade em Enfermagem é concomitante à mudança social global; as próprias representações construídas do interior ou do exterior sobre as dinâmicas profissionais radicam em constatações de ideias ou de ideologias cuja inteligibilidade não pode ser avaliada de forma apriorística, uma vez que é condicionada pelas experiências, pelos afetos e pelas estruturas sociocognitivas dos contextos sociais”.