1. Introdução
A relação pedagógica acontece na tríade discente, docente e instituição, cada um com suas responsabilidades, mas, todos os esforços emanados devem convergir para o sucesso do processo formativo, que envolve o conhecimento, o contexto, os sentimentos, a ação e a avaliação. No que diz respeito a educação superior, é primordial proporcionar um ambiente educacional que além dos elementos materiais e afetivos (de Almeida, 2014) seja estimulante a produção do conhecimento, fundamentado em um processo que promova a articulação entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Dessa forma o ambiente educacional contempla o que se estabelece nas concepções teóricas e metodológicas subjacentes ao Projeto Político Pedagógico (PPP) e no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da instituição estudada.
O delineamento do PDI e do PPP imprime a configuração e direcionamento que a instituição de ensino propõe para atender as especificidades de cada curso. Estas são explicitadas no Projeto Pedagógico do Curso (PPC) concebido como um conjunto de elementos que integram o processo ensino aprendizagem, tendo entre seus elementos constitutivos, as concepções pedagógicas, as orientações metodológicas e estratégias de ensino aprendizagem e sua avaliação, o currículo e a estrutura acadêmica e seu funcionamento (Favaro, 2019). Além disso, essas normativas contemplam os cursos de graduação e pós-graduação.
Assim, visando qualificar a prática pedagógica dos cursos da área de saúde, enfatizando a pesquisa foi criado o Mestrado Profissinal Ensino na Saúde - MPES um programa de pós-graduação strictu sensu, direcionado para docentes e preceptores (podem ser profissionais ligados ao serviço de saúde). O MPES se propõe a formar mestres que: planejem, elaborem, implementem e avaliem suas ações de ensino na saúde; incorporem ações inovadoras em suas práticas docentes; aumentem a produção do conhecimento sobre ensino na saúde; avaliem de forma crítica, contínua e transformadora seus discentes nos diversos cenários de práticas; desenvolvam competência interdisciplinar e interprofissional na sua atuação com os discentes; formulem estratégias de articulação entre o ensino e o serviço e entre a graduação e a pós-graduação dos cursos da área da saúde (MPES, 2022).
Para que essa multiplicidade de objetivos possa ser desenvolvida, várias disciplinas compõem a matriz curricular do MPES. Elas buscam levar os mestrandos a vivenciarem situações que estimulem reflexões sobre os problemas da pesquisa que os motivaram a ingressar no programa, em busca de respostas aos seus questionamentos. Por ser um curso destinado a professores e preceptores é fundamental promover reflexões abrangendo a inter-relação Currículo, Escola e Sociedade visando compreender a relação entre produção do conhecimento científico e as possibilidades de intervenção na realidade (Sacristán, 2000). Nessa perspectiva, a disciplina Currículo no ensino da saúde se torna imprescindível, por promover a discussões dos temas: processo ensino aprendizagem, competências, metodologias e estratégias de ensino, planejamento, inovação e avaliação.
É relevante destacar a importância desses mestrandos em seus locais de trabalho, uma vez que a participação no curso contribui para a produção de conhecimento capaz de modificar sua prática, a partir do movimento ação-reflexão-ação (Morais, 2023).
Na perspectiva Freiriana da educação o uso de metodologias ativas é apropriado por colocar o discente como protagonista de seu aprendizado, sendo essencial para a aquisição de habilidades cognitivas e sociais, na busca do seu próprio desenvolvimento e do seu entorno.
As metodologias utilizadas no desenvolvimento de atividades didáticas são oportunidades para os discentes adquirirem e aplicarem seus conhecimentos, essas devem ter um acompanhamento e um processo de avaliação consistente que utilizem instrumentos com características especificas para cada situação (Wollmann, 2017). Assim, o uso de metodologias ativas na prática pedagógica leva a aprendizagem significativa (Moreira, 2005) quando estão integradas e direcionadas por um instrumento avaliativo que indique o progresso do processo ensino aprendizagem feito pelos discentes.
Neste contexto, é apresentado um estudo, fundamentado na análise documental das narrativas discentes, elaboradas como avaliação das atividades realizadas, com o objetivo de descrever o desenvolvimento do planejamento didático, na disciplina Currículo e Ensino na Saúde, na perspectiva discente, sobre o uso de metodologias ativas de ensino e aprendizagem.
2. Descrevendo a Disciplina Currículo e Ensino na Saúde
A disciplina Currículo e Ensino na Saúde compõe a matriz curricular do programa de pós-graduação Mestrado Profissional Ensino na Saúde. Programa esse que se propõe a contribuir para a formação de profissionais envolvidos com o processo ensino aprendizagem na área da saúde, diretamente ligados a assistência a saúde ou em instituições de ensino (MPES, 2022).
Considerando a importância da avaliação no ensino superior, a disciplina Currículo e Ensino na Saúde buscou inovar o seu método avaliativo tendo como critério o atendimento aos objetivos de ensino aprendizagem, a partir do registro das vivências e das reflexões feitas pelos discentes acerca das atividades desenvolvidas durante o curso.
Visando compreender os aspectos conceituais e princípios básicos para a construção de currículos inovadores para os cursos de graduação das profissões da área da saúde, a disciplina, encontra-se em sua 4ª edição, sendo aprimorada a cada ano. Em tempos pandêmicos foi desenvolvida em 5 semanas de forma virtual com momentos síncronos e assíncronos, abordou os seguintes temas: Currículo norteador - conceitos e importância; Processo ensino aprendizagem; competências; aprendizagem significativa; planejamento curricular; inovação e flexibilidade curricular (MPES, 2022).
Nessa edição, antes de iniciar o curso foi solicitado aos discentes que elaborassem um texto narrando, na instituição onde eles atuavam, uma atividade referente ao processo ensino aprendizagem, desenvolvida durante a pandemia.
Essas narrativas foram apresentadas individualmente no momento do acolhimento e serviu de direcionamento para a constituição dos grupos de trabalhos, a partir da identificação de convergências temáticas. As equipes constituídas contemplavam as seguintes categorias: Preceptoria - ensinar no serviço; Docentes - educação formal; Discentes - educação formal; Comunidade - educação permanente/continuada e Educação em saúde.
Questões Norteadoras conduziram para as temáticas previamente estabelecidas e que deveriam ser atendidas a cada aula. As narrativas foram a base para a discussão das temáticas que nortearam os diálogos.
Com atividades síncronas e assíncronas, estratégias diferenciadas de ensino e de registro das atividades foram utilizadas para compor a memória da disciplina e auxiliar na avaliação, acompanhando a evolução na disciplina.
As metodologias ativas colocaram os discentes com protagonistas de suas próprias aprendizagens (Pereira, 2021). Estas foram previamente selecionadas e resultaram na produção de memórias e registros dos temas discutidos em momentos ora individual, ora coletivo.
O ensino remoto requer aulas nas quais os discentes possam participar e sistemas de acompanhamento e avaliação dos resultados diferentes dos tradicionais (Schwartzman, 2020). Nessa perspectiva, a referida disciplina adotou a tecnologia das plataformas digitais Google Meet e MOODLE como ferramentas aliada à construção do conhecimento. Nas aulas síncronas pelo Google Meet as discussões e apresentações de trabalho visaram estimular o protagonismo dos discentes para construção de suas aprendizagens.
A plataforma MOODLE, foi utilizada para os docentes compartilharem o planejamento, cronologia, apresentações pessoais e as referências bibliográficas. Os mestrandos registravam as narrativas dos sobre suas vivências profissionais, compartilhavam os materiais produzidos nas atividades de sala de aula invertida, bem como abrigavam os links dos mapas conceituais individuais e coletivos (Novak, 2003), criados a partir das questões norteadoras e as temáticas discutidas a cada semana. Além destas estratégias e do fórum de discussão, os discentes e as docentes utilizaram o “Padlet” (Grasel MPSousa, 2018) para elaborarem e socializarem a construção e finalização de seus portifólios individuais da disciplina, cujo link ficou à disposição de todos os integrantes do curso, criando um ambiente virtual propício as trocas e aquisição de conhecimentos.
A diversidade de instrumentos utilizados possibilitou o acompanhamento da evolução das aprendizagens (Nascimento, Barbosa & de Oliveira, 2017) e oportunizou a aplicação das diferentes competências e habilidades que dispõe cada mestrando.
As informações coletadas e sistematizadas durante o desenvolvimento da disciplina permitiram as docentes uma avaliação contínua do processo ensino aprendizagem e das estratégias utilizadas, o que ofereceu subsídios para inovar aspectos relativos ao futuro planejamento pedagógico e avaliação da disciplina.
2.1 Avaliação na Disciplina Currículo e Ensino na Saúde
Fundamentada nos princípios de uma avaliação formativa que se concentra no feedback com o objetivo de promover a aprendizagem, a disciplina Currículo e Ensino na Saúde buscou estimular o protagonismo dos discentes para a construção de seu próprio conhecimento a partir do uso de metodologias ativas (Rodrigues & Neves, 2015).
Realizar uma avaliação focada na aprendizagem requer o planejamento de situações desafiadoras, como o uso de metodologias ativas, por favorecer a reflexões coletivas ou individuais, o desenvolvimento discente e seu protagonismo (Roman, et al., 2017). Além disso, promover a realização de feedback construtivos que valorize o pensamento do discente, sua compreensão do contexto, apresentando sugestões e críticas sobre o que pode ser melhorado.
Outro elemento que auxiliou na identificação dos avanços da aprendizagem foi a autoavaliação realizada pelo discente. Esta é importante por fazê-los refletir sobre seus trabalhos em termos de objetivos de aprendizagem.
À medida que os estudantes fazem a autoavaliação, eles começam a desenvolver uma visão mais ampliada do trabalho que lhes permite gerenciá-lo e controlá-lo por si mesmos. Em outras palavras, os estudantes estão desenvolvendo a capacidade de trabalhar no nível metacognitivo (Black, et al., 2018, p. 164).
Um importante complemento a autoavaliação foi a realização da avaliação por pares. “Os alunos podem aceitar melhor as críticas sobre seus trabalhos quando vindas de seus colegas do que aceitariam as vindas do professor” (Black, et al., 2018, p.164). Tal argumento ressalta a importância do trabalho coletivo em grupos. A autoavaliação e a avaliação por pares promovem experiências únicas para o desenvolvimento das aprendizagens, assegurando dessa forma o alcance dos objetivos que não seriam atingidos com outros meios (Wollmann, 2017).
A avaliação deve seguir integrada ao planejamento didático visando coletar informações que auxiliem a monitorar o alcance dos objetivos traçados incorporando fatores de aprendizagem como disposição para aprender ou motivação. As reflexões dos discentes, suas devolutivas podem fornecer aos professores informações que possam incorporar para o aprimoramento do método.
3. Percurso Metodológico
Pesquisa de abordagem qualitativa, com o objetivo de descrever o desenvolvimento do planejamento didático, na disciplina Currículo e Ensino na Saúde, na perspectiva discente, sobre o uso de metodologias ativas de ensino e aprendizagem. Esta é uma pesquisa documental uma vez que os “dados obtidos são estritamente provenientes de documentos, com o objetivo de extrair informações neles contidas, a fim de compreender um fenômeno” (Kripka, Scheller, Bonotto, 2015) na área de educação, contribuindo para integrar de forma mais apropriada o uso de metodologias ativas com o planejamento didático.
Nesta pesquisa, para a constituição e análise de dados foram utilizados como documentos, os registros elaborados pelos discentes sobre as atividades realizadas durante a disciplina Currículo e Ensino na Saúde, ministrada no segundo semestre de 2022, bem como formulário de avaliação aplicado ao final do curso.
Os textos, vídeos, links para os mapas conceituais, formulários e portifólios (elaborados no Padlet) estão disponíveis na plataforma MOODLE, sendo, portanto, documentos restritos acessíveis apenas ao grupo de discentes, docentes e técnicos que compõem o MPES e, que têm acesso a esse ambiente virtual. De acordo com Lüdke e André (1986) e Oliveira (2007) arquivos escolares são considerados documentos que podem ser utilizados como fonte de informação.
Entretanto, é importante compreender quem o produziu, sua finalidade, para quem foi construído, e a intencionalidade de sua elaboração (Kripka, Scheller, Bonotto, 2015). Estes documentos disponíveis na plataforma MOODLE estão organizados em arquivos que correspondem ao número de semanas de duração do curso. Pautadas no planejamento pedagógico do curso, as atividades foram desenvolvidas de forma síncrona e assíncrona sendo registradas em datas previamente acordadas.
Ao final do curso foi solicitado que os discentes atribuíssem pontuação ao seu desempenho e o da disciplina. Além disso, um conjunto de critérios foram estabelecidos para compor os registros, a apresentação de feedback e a autoavaliação foram aspectos que contribuíram para avaliar a evolução da aprendizagem dos discentes, uma vez que a produção temporal destes documentos compreendeu o período que se iniciou em 11 de agosto e se estendeu, por cinco semanas, até 15 de setembro de 2022.
Sendo o foco da pesquisa a disciplina Currículo e Ensino na Saúde na perspectiva dos discentes, a escolha dos arquivos é pertinente por delimitar o universo que foi investigado e atender aos critérios de autenticidade (origem conhecida), credibilidade (não contém erros ou distorções), representatividade (é típico de arquivo escolar) é claro e compreensível (significação).
Os dados foram coletados entre os meses de janeiro e fevereiro de 2023. Os documentos selecionados, foram sistematizados na perspectiva da análise de conteúdo, na modalidade temática, a qual consiste em um instrumental metodológico que se pode aplicar aos discursos diversos e a todas as formas de comunicação, seja qual for a natureza do suporte. A análise dos resultados foi realizada a partir da Análise de Conteúdo na Modalidade Temática por ser “rápida e eficaz na condição de se aplicar a discursos diretos (significações manifestas) e simples” (Bardin, 2011, p. 201).
Esta técnica segundo Bardin (2011) é voltada a descrição objetiva e sistemática do conteúdo e permite compreender as mensagens dos documentos classificando-as em categorias representativas dos significados das comunicações. Engloba três fases: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados.
Inicialmente foi realizado um levantamento nos documentos de referência - propostos para a disciplina na plataforma Moodle/institucional - no planejamento. Leitura superficial das narrativas individuais. Compreensão dos mapas conceituais individuais e dos construídos pelos grupos. Finalizando com portfolios. A pré-análise envolveu a “leitura flutuante”, primeiro contato com os documentos, a escolha deles, a elaboração de indicadores que orientarão a interpretação.
Guiado pelo referencial teórico e, com a definição dos procedimentos a serem seguidos, a fase de exploração do material é iniciada com a organização dos indicadores e a escolha das categorias, elegendo as que refletiram maior consistência com o propósito da pesquisa.
Após leitura atenta e exaustiva, até a impregnação (Minayo & Costa, 2019, p. 26) identificou-se, por meio de inferência, os núcleos de sentido que reorganizados resultaram em uma matriz instrumental, objetivando um norteamento para a obtenção das categorias temáticas. Ao final, a reflexão fundamentada nos dados analisado emergiram as seguintes categorias: planejamento didático, competências, inovação e avalição. A matriz a seguir apresenta a relação entre as unidades de registro e as categorias elegidas:
Categoria 1 - Planejamento didático: Considerações sobre currículo, normatização e planejamento didático
Categoria 2 - Competências: Considerações a respeito das facilidades e dificuldade no desenvolvimento das atividades
Categoria 3 - Inovação: Considerações sobre aspectos que despertaram a curiosidade sobre temas abordados.
Categoria 4 - Avaliação: Pontuação atribuída a autoavaliação e avaliação da disciplina.
4. Resultados e Discussão
O que dizem os discentes sobre o planejamento didático, as competências adquiridas durante o desenvolvimento da disciplina, a curiosidade na busca de conhecimentos e o estímulo para o uso de novas tecnologias e de argumentos para fundamentar o feedback.
Planejamento didático: Considerações sobre currículo e planejamento didático
Para orientar o trabalho didático e organizar a prática pedagógica é imprescindível que as ações sejam planejadas visando uma boa atuação docente e a aprendizagem dos discentes. Planejar para Padilha (2001, p.63) “significa exercer uma atividade engajada, intencional, científica de caráter político ideológico e isento de neutralidade”. Ao analisar os documentos produzidos pelos discentes, na perspectiva de identificar considerações feitas sobre planejamento didático e currículo foram selecionados os seguintes argumentos:
“nas primeiras aulas demorei para fazer o link entre as atividades e a importância do Currículo. O que foi totalmente sanado posteriormente, especialmente com a apresentação dos mapas coletivos juntamente com a leitura do material no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem)”.
“(...) semana a semana já estavam descritas as propostas da aula e como se daria a metodologia, isso me encantou, fez toda a diferença no processo ensino aprendizagem”.
“As professoras conduziram com leveza, consistência e propriedade a disciplina. Sempre muito educadas ao pontuar, teceram nossas tardes de quinta-feira com muito conhecimento e possibilitaram reflexões que geraram mudanças de práticas em meu ambiente profissional e o que tinha sido estruturada para ser Oficinas pontuais, será transformada em uma prática no currículo da residência”.
Para Souza (2015) a responsabilidade do planejamento é do docente, que instiga o discente a ser protagonista de sua aprendizagem, atuando como mediador, criando um contexto de interação seja por trabalho em grupo ou discussão de problemas. Conforme descrito pelos discentes o planejamento da referida disciplina promoveu a reflexão sobre a prática, o protagonismo e a aprendizagem.
Competências: Considerações a respeito das facilidades e dificuldade no desenvolvimento das atividades.
É possível identificar a relação entre o desenvolvimento de competências e as condições dadas pelo contexto para a sua aquisição. Além das competências sociais o mundo contemporâneo requer competências digitais, ou seja, “um conjunto de elementos, a saber - conhecimentos, habilidades e atitudes, necessárias para que o sujeito atue por meio das tecnologias’ (Silva & Behar, 2019). Nesse sentido, estimular aos discentes a utilizarem a tecnologia para o registro de seus trabalhos fez emergir diferentes necessidades de aprendizagem.
“Tive dificuldade em lidar com as tecnologias que apareceram no decorrer da disciplina, rsrs, nunca tinha utilizado gravação de áudio com limite de tempo associado ao material no power point como foi feito na construção da narrativa, foi o primeiro desafio”
“A disciplina me motivou, então facilitou a leitura e construção das atividades. Tenho uma certa facilidade com programas de computador e gostei de aprender a utilizar o CMAP Tools”.
“Aprender a lidar com novas formas de tecnologias, fixação de conteúdos como o mapa conceitual.”
“Compreensão acompanhar as discussões em sala, trabalho em equipe e reflexão direta com minha prática. A atividade em grupo é maravilhosa por permitir a troca de experiências”.
“A construção do mapa conceitual individual associar as vivências de trabalho para a elaboração do mapa conceitual coletivo.”
A implementação do uso de tecnologias para o registro das atividades se configurou como fator essencial para a aprendizagem. Essa demanda promoveu discussões em virtude de concepções preconcebidas e inconsistentes, que em contraponto com os conhecimentos dos discentes que vivenciaram o uso de TIC com o objetivo de aprofundar e disponibilizar de forma mais ampla os conhecimentos e assim melhorar os processos de ensino e de aprendizagem (Silva e Soares, 2018, p.2)
Inovação: Considerações sobre aspectos que despertaram a curiosidade sobre temas abordados.
Além dos conteúdos cognitivos, as habilidades e os valores sociais a inovação curricular requer uma “inversão na lógica da formação de profissionais da área da saúde, como: comprometimento dos envolvidos nesse processo com uma nova concepção de práticas educativas, ao assumirem como pressuposto a problematização das situações de aprendizagem” (Braid, Machado & Aranha, 2012, p. 685). Assim, despertar a curiosidade para o panejamento e para observação das normatizações na área é um estímulo a inovação.
“O módulo despertou o interesse em aprofundar mais os conteúdos sobre a importância da aprendizagem significativa, a importância do planejamento no processo ensino-aprendizagem. Buscar ler os PPC dos cursos de saúde ...”
“... despertou a curiosidade de conhecer um pouco mais sobre os documentos que compõe o currículo, o programa pedagógico dos cursos, o papel da instituição.”
Avaliação: Pontuação atribuída a autoavaliação e avaliação da disciplina
Rompendo com o método tradicional de avaliação, que mede o desempenho dos discentes de forma padronizada ao final de uma unidade ou curso, a avaliação formativa busca fornecer feedback sobre o progresso deles, avaliando-os à medida que aprendem. O objetivo desse tipo de avaliação é saber quanto os discentes aprenderam para passar de uma fase para outra (Tavares, 2022).
“Gostei muito como as professoras ajudaram na construção da atividade. De forma objetiva apresentou o que era necessário e disponibilizou os conectivos que precisavam ser utilizados.”
“A energia, a condução, os alongamentos, a forma como fizeram nos envolver na temática de forma natural com histórias do nosso cotidiano de trabalho foi sensacional.”
“A maneira simpática e leve como as professoras conduziram a disciplina foi muito bom. Isso facilita a aprendizagem significativa.”
“Metodologia também foi um ponto positivo pois fomos atuantes e não espectadores no processo. Outra coisa bem positiva foi a colocação de todo o conteúdo colocado no AVA, o que facilitou a consulta.
“Teve material teórico de apoio, ficando por conta do aluno a exploração do mesmo para agregar conhecimentos e aprendizado”.
O feedback dos discentes sugeriu que a vivência didática na referida disciplina foi exitosa.
5. Considerações Finais
Visando identificar os resultados do planejamento utilizado pelas docentes para desenvolver nos discentes os objetivos de aprendizagem requeridos pela disciplina Currículo e Ensino na Saúde, foi notória a importância dos discentes produzirem registros das atividades desenvolvidas por eles.
A vantagem do planejamento consistiu em promover a aprendizagem significativa nos discentes.
A integração entre os objetivos de aprendizagem e as metodologias ativas utilizadas, promoveu a compreensão da temática da disciplina resultando na reflexão de sua própria prática profissional.
O planejamento favoreceu o registro das atividades que subsidiaram a coleta de informações para essa pesquisa documental. Essa prática pedagógica leva ao percurso metodológico, desenvolvido a partir do uso de metodologias ativas, que promovem a produção de conhecimento em registros feitos em várias formas de suporte, texto, vídeos, mapas conceituais e portfólio.