1. Introdução
Diante o aumento da população idosa no Brasil e no mundo nos últimos anos, somente no Brasil corresponde a mais de 28 milhões de pessoas no país (Viana et al., 2020). Aponta-se que no mundo existem cerca de 1,1 bilhão de idosos com uma perspectiva de mais de 3,1 bilhões de indivíduos no ano de 2100 (Almeida & Santana, 2020). Em face, o envelhecimento faz parte do processo fisiológico e biológico comum a todas as espécies, e é composto por experiências individuais e dinâmicas (Mota, Oliveira & Batista, 2017).
A deterioração orgânica da pessoa, assim como a presença de doenças crônicas, mudanças na capacidade física, mental e psíquica das pessoas são processos progressivos e inevitáveis (Mota, Oliveira & Batista, 2017). No campo da saúde mental as doenças crônicas mais comuns estão associadas com a ansiedade, depressão e até mesmo a demência.
Diante o surgimento do novo Coronavírus (SARS-CoV-2) em Wuhan na China em dezembro de 2019 e sua expansão para nível global, uma situação de emergência surge na saúde mundial. Às evidências científicas apontam que a idade elevada e presença de comorbidades são classificações de fatores de risco para alta taxa de mortalidade, configurando assim o grupo de idosos como a classe com maior vulnerabilidade (Zhou et al., 2020).
Destacar que a pandemia trouxe consigo não apenas problemas patológicos decorrentes da contaminação pelo covid-19, mas o agravamento de problemas psíquicos já existentes (Júnior & Dias, 2021). Com a pandemia foi crescente as preocupações, questionamentos individuais ou mesmo coletivos, questões voltadas a sintomas e tratamento. Esses comportamentos começaram a alterar o modo de vida dos indivíduos, proporcionando rupturas na maneira de socialização das pessoas, e ocasionando problemas psicológicos (Silva, Santos & Oliveira, 2020).
Com a pandemia e suas medidas preventivas de isolamento, as rotinas foram alteradas, ocasionando restrições de lazer, distúrbios alimentares e modificação no ciclo de sono, sendo estes fatores que podem desencadear distúrbios mentais como depressão, estresse e ansiedade (Khan et al., 2020). A pandemia mundial da covid-19 coloca a vida humana na sua extrema capacidade de extrair sentido do sofrimento vivenciado nesse contexto, impactando diretamente nas experiências e limites da saúde mental da população brasileira e do mundo (Lima, 2020).
O estudo buscou compreender as experiências do idoso acerca da saúde mental no contexto da covid-19 em um município do Sertão Central do Ceará no nordeste do Brasil.
2. Métodos
A pesquisa se caracteriza como um estudo qualitativo buscando a compreensão do idoso nas suas diversas relações humanas no cenário da covid-19. A pesquisa qualitativa ancora-se na busca do conhecer o meio em que o indivíduo vive e os eventos que o cercam (Minayo, Deslandes, & Gomes, 2019).
Ressalta-se que os estudos qualitativos buscam reconhecer a objetivação e complexidade do objeto de estudo, rever criticamente as teorias sobre o tema, estabelecer conceitos e teorias relevantes, usar técnicas de coleta de dados adequadas e, por fim, analisar todo o material de forma específica e contextualizada. As metodologias qualitativas são capazes de incorporar a questão do significado e da intencionalidade, que são inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais, compondo as construções humanas significativas (Minayo, Deslandes, & Gomes, 2019).
Numa perspectiva hermenêutica, o marco teórico ancora-se em ações reflexivos e críticos mediante um fenômeno social. Destacamos a que a hermenêutica aqui empregada objetiva uma aproximação compreensiva do significado que a pessoa idosa busca frente ao significado estabelecido entre saúde mental em tempos de covid-19 (Gadamer, 1999).
Esse estudo foi realizado no período de agosto a outubro de 2021, com 15 idosos, com idades superioras a 60 anos residentes no Município de Tauá-CE, região nordeste do Brasil. O munícipio fica localizado a uma distância de 337 quilômetros de Fortaleza, capital do Estado do Ceará. Segundo as agências de pesquisas e estáticas do Brasil o referido local do estudo conta com uma população estimada de 59.062 pessoas (Brasil, 2016).
O município de Tauá possui destaque também por ter sido o primeiro município do Brasil a receber a Planificação da Atenção à Saúde, um programa de qualificação da Atenção Primária que fazia capacitações em forma de oficinas para gestores municipais e Equipes de Saúde da Família. O objetivo dessa Planificação foi proporcionar a APS o desempenho com êxito dos seus principais atributos e funções, colocando-a como ordenadora da Rede de Atenção à Saúde (D’ávila et al., 2018).
Foram adotados como critérios de inclusão, pessoas com idade superior a 60 anos com capacidade funcional de resposta para as perguntas disparadoras do estudo, independente do gênero. Considerou-se como critério de exclusão, pessoas idosas com comprometimentos cognitivo ou psicológico de leve a grave e alterações hemodinâmicas que comprometam.
A coleta de dados foi realizada no período de agosto a setembro de 2021, período esse que ocorreu a flexibilização das medidas de isolamento social no Estado do Ceará, possibilitando a imersão em campo. A coleta ocorreu através de uma entrevista semiestruturada, com perguntas sobre as vivências cotidianas na pandemia e impactos na saúde mental. As entrevistas tiveram duração média de 30 minutos e foram realizadas seguindo as medidas de proteção para o novo coronavírus, em sala reservada em unidade de saúde do município, com agendamento prévio pelos pesquisadores. A entrevista aconteceu somente após o aceite e assinatura formal do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos participantes do estudo.
A imersão de campo ocorreu com o desenvolvimento de uma capacitação prévia de toda a equipe de pesquisa, com subsequência o desenvolvimento de um treinamento, centrado na discussão do instrumento de coleta e discussão quanto a sua aplicação. No que concerne a formação dos pesquisadores, consistiu em dois aplicadores com formação em Educação Física e Fisioterapia, residentes em saúde mental e doutorando em saúde coletiva, respectivamente.
A análise dos dados ocorreu guiada pela análise de conteúdo de Bardin (2014) em três etapas: pré-análise; a exploração do material; tratamento dos dados obtidos e interpretação. Posteriormente, as entrevistas passaram pela aplicação de síntese e análise transversal sobre o coletivo dos entrevistados. As categorias emergidas e apresentadas em: Saúde mental frente a covid-19 e Promoção da saúde do idoso em tempos de covid-19.
A pesquisa seguiu as determinações da Resolução 510/2016, do Conselho Nacional de Saúde (CNS)/Ministério da Saúde do Brasil que trata dos preceitos éticos da pesquisa que envolve seres humanos e pesquisas com metodologias das ciências sociais e humanas (Brasil, 2016), sendo aprovado com parecer de n° 4.833.482. Em consonância a preservação do anonimato e a manutenção da integridade, o estudo utilizou-se do termo idoso e sua respectiva ordem de aplicação da entrevista para a preservação das identidades dos participantes do estudo.
3. Resultados
3.1 Saúde mental frente a covid-19
Durante a pandemia do novo coronavírus, a saúde mental foi tema de grande destaque devido aos impactos que a pessoa sofreu nesse período de tanta incerteza, medo, luto e aflição. O isolamento como medida de prevenção, a sensação de prisão, o medo e o tempo foram fatores influenciadores para o desconforto emocional e mental. O medo desencadeia sensações diversas como colocadas abaixo.
O povo me aconselhava, mulher não tenha medo não, você não sai de casa, mas aquela coisa não saía de dentro de mim. Ficava ansiosa, qualquer coisinha me dava uma dor de barriga sem eu saber de que era, aí ele disse que era só da preocupação da doença, que a gente tem medo, era medo (idoso 2).
Quando eu fui para Juazeiro, eu fiquei muito ansiosa, porque não tinha como sair, fiquei dentro de um apartamento...impaciência era grande de tá deitada tá sentada, a gente ficava quase isolada... eu fiquei muito ansiosa, na terceira semana já fiquei ansiosa demais, naquela gastura, aquela agonia... (idoso 5).
Os participantes da pesquisa destacaram consequências que o isolamento trouxe para a saúde mental destacando as preocupações com a doença mental.
Em relação a saúde mental eu tive muito medo e ainda tenho (idoso 9).
Ruim porque não pode sair, me sinto ansiosa e às vezes eu tenho medo também. Fazendo o possível para não perder a saúde mental (idoso 14).
Dentro das repercussões negativas do isolamento social relatados pelos idosos, foi percebido em alguns relatos que houve a necessidade de acompanhamento especializado em Centro de Atenção Psicossocial com prescrições de medicação por psiquiatra para minimização desses efeitos.
Eu vejo que esse isolamento social, nessa pandemia, eu tive no começo um sistema nervoso abalado, procurei até o caps, o psiquiatra e tomo medicamento passado por ele. Eu tava para não aguentar mesmo a tranquilidade (idoso 2).
No começo da pandemia eu tive até síndrome do pânico, fui para a sertralina e tudo mais, depois foi que eu reagi (idoso 6).
...na parte de isolamento não foi bom. Devido eu ter ficado viúva agora, passei por uma situação sozinha e aí veio isso aí, fiquei assim com começo de depressão qualquer coisinha me abalava. Estou até tomando um remediozinho…. É um remédio para as carnes (idoso 12).
Alguns personagens encontraram na minimização da doença uma ferramenta de escape dos efeitos negativos dos cuidados e medidas de prevenção.
Eu me controlo de um jeito que eu não sou muito preocupado com isso aí não, você acredita? (idoso 3).
Eu não tenho medo, assim, no começo eu tive muito medo, mas depois eu aprendi assim, que a gente tem que ter os cuidados sobre essa doença... (idoso 4).
Durante as entrevistas foi observado que alguns idosos seguiram com responsabilidade as medidas de prevenção à doença, como: não receber visitas, sair apenas quando necessário; e relataram como foram impactantes essas medidas.
...depois que começou essa coisa no mundo eu quase não saio de dentro de casa, me pergunte o que acontece ali na rua, do dia a dia porque eu não sei. Eu fico ansiosa e com medo, mas quem tem fé em Deus não cai (idoso 10).
É um sofrimento, mulher. Uma prisão maior do mundo tem que ficar só em casa, esse tempo todo eu tô só em casa e não saio de jeito nenhum. Tenho muito medo, porque sou hipertensa e tenho muito medo. O impacto na saúde mental é muito medo, crise eu não tive não, mas medo ainda tenho. (idoso 15).
3.2 Promoção da saúde do idoso em tempos de covid-19
Entre as medidas de promoção à saúde, a mais relatada durante as entrevistas foi à caminhada. Ainda que a mesma não acontecesse de forma periódica e programada, foi citada como um meio de obter benefícios físicos e mentais durante a pandemia.
Faço caminhada às vezes, porque assim, quem é diabético nem todo dia tem disposição, mas sempre que eu tenho, eu faço uma caminhada aqui mesmo pelo bairro né (idoso 1).
Eu faço sempre caminhada, faz uma semana que não faço, mas costuma fazer todo dia umas 5 horas da manhã ainda quando está escuro (idoso 8).
Eu caminho só por aqui mesmo, ao redor mesmo e não senti nada não e melhorei bastante. Às vezes chega alguém aqui meu, uma sobrinha, que já são reservados também, minha irmã, a gente conversa e a gente fica melhor né, fica mais tranquilo (idoso 2).
As atividades domésticas, artesanais, cultivo de horta e visitas a igrejas também foram relatadas como lazer que promoviam melhoria na saúde mental dos entrevistados, trazendo bem-estar no período de pandemia.
A caminhada que eu faço é para a igreja, porque antes não estava indo mais agora pode, as outras atividades que eu faço é ocupar minha mente, uma costura, salgados e eu tenho minhas hortas também, coisas para ocupar minha mente porque não pode (idoso 12).
...a luta que é grande, minha física aqui, porque eu não paro, graças a Deus que minha física é essa, vou no centro, eu não faço caminhada porque eu tenho preguiça não vou mentir (idoso 4).
Em contraponto, a inatividade física e momentos de promoção a saúde também sofreram impactos com a covid-19 devido a sequelas trazidas pela doença.
Por enquanto não tô fazendo momento de lazer, assim, faço caminhada. Faço caminhada de tardezinha, mas tá com uma semana que a gente não vai, porque quando num é um amigo que tá doente é eu, aí não tem como a gente sair, mas hoje mesmo eu fui na rua doente mesmo (idoso 5).
A atividade física infelizmente depois que eu tive covid não voltei mais a fazer. Eu fazia, mas não voltei mais, porque eu ainda não me acho disposta para fazer (idoso 6).
A vacinação foi outra importante medida de promoção a saúde relatada. Com a vacinação, falas revelaram sentimentos de alegria, felicidade e tranquilidade, havendo por meio dessa a prevenção de saúde física e promoção de saúde mental.
Eu, é um sentimento que assim de tranquilidade, de calma, porque acima de qualquer coisa, é uma prevenção e tudo, mas acima de qualquer situação, qualquer vacina, qualquer coisa, está o poder de Deus (idoso 1).
Muito maravilhosa, aquilo ali eu vivia com medo daquela coisa, mas na hora que elas chegaram aqui foi uma coisa... fiquei tão feliz dentro de mim, quando elas aplicaram aquele negócio em mim, porque eu estava pedindo a Deus mesmo para eu ficar livre e não pegar. Eu fiquei muito aliviado quando eu tomei minhas duas vacinas (idoso 10).
Eu me senti alegre porque evita muita coisa. Estava mesmo no arrocho daquele doenceiro medoim (idoso 13).
A fé e espiritualidade foram mencionadas como forma de agradecimento e felicidade pela saúde e pela vacinação.
Eu tô ótimo. Fiquei feliz, graças a Deus (Idoso 3).
Feliz, porque cheguei nessa etapa até agora. Consegui tomar e Deus tá me levando para a frente e me protegendo (idoso 5).
Deus ajude que eles vacinem tudo. Porque se vacinar tudo, e Deus querer. Porque primeiro poder de Deus, porque quem protege nós é Deus e segundo as vacinas ajuda, ajuda muito. Deus ajude que vacinem tudo, por que enquanto não vacinar ainda fica aquele povo com aquele cuidado (idoso 13).
4. Discussão
Diante da pandemia da covid-19, diversos desafios estão presentes ante ao cuidado com a população para evitar a propagação do vírus. No Brasil o isolamento social foi uma das principais estratégias impostas pelos órgãos de saúde, além do uso de tecnologias da comunicação (Oliveira et al., 2020).
Para conter o avanço da propagação do vírus, o isolamento social como medida de restrição de contato entre os indivíduos trouxe efeitos estressores como mudança abrupta de hábitos de vida, distanciamento de familiares e pessoas do convívio. Com isso, houve o surgimento de sintomas psicológicos agravados, que ocasionaram a manifestação de transtornos mentais (Pereira et al., 2020).
Os sentimentos negativos foram trazidos com a medida de isolamento social segundo participantes dessa pesquisa, assim como em outros estudos que evidenciam o impacto das medidas de restrição na saúde mental da população. Nesse sentido, Silva (2021) ressalva que o distanciamento ocasionado com o advento da pandemia pode gerar nas pessoas idosas alterações emocionais como o sentimento de solidão, problemas de ansiedade e até mesmo depressão.
Todo esse cenário traz novas preocupações não somente com a saúde, mas também com problemas financeiros e econômicos, em que todo esse sentimento de incertezas associados ao baixo índice da promoção de alegrias favorece o desencadeamento de frustrações e pensamentos negativos (Raiol., 2020).
No período de isolamento também podem surgir alterações psicopatológicas que se manifestam através de insônia, medo, raiva, irritabilidade, assim como podem desencadear problemas voltados ao uso excessivo de bebidas alcoólicas, transtornos mentais e estresse (Afonso., 2020). Durante a pandemia, estudo realizado com idosos em todos as regiões do Brasil no ano de 2020 indica que os principais fatores associados aos sintomas de depressão foram sexo, renda e escolaridade, ressaltando que os maiores escores de depressão são apresentados em idosos que possuem ocupações com exposição a covid-19 (Pereira et al., 2021).
Destaca-se que a solidão já era um problema que assolava a população com transtornos de saúde mental graves antes da pandemia da covid-19 e que as pesquisas ainda são limitadas para compreender o apoio social percebido e as tendências de solidão durante a pandemia (Heron et al., 2022).
Segundo um estudo desenvolvido em Chicago, salienta-se a importância de intesificar e abordar problemas de saúde mental como um fator importante a ser considerado na prevenção e gerenciamento do covid-19 entre populações com condições médicas de alto risco (Lovett et al., 2022).
Apoiado nisso, é visto a necessidade de dados amplos e de alta qualidade sobre os impactos da pandemia de covid-19 na saúde física/mental a curto e longo prazo, contudo, nota-se a demanda de identificação de grupos que possuem alto risco e a informação de políticas e estratégias de saúde fundamentada em evidências durante estas pandemias (Solmi et al., 2022).
Nesse cenário é válido reforçar as necessidades de medidas e prevenção e a sensibilidade de ambas as partes, gestores e atores familiares na prevenção da covid-19, com um tom enfático ao isolamento social (Beogo et al., 2022).
As medidas de promoção a saúde no período pandêmico, umas das citadas consistiu na caminhada. Para Elesbão et al (2020) no Brasil a atividade física realizada diariamente mesmo que em casa configura-se como um meio de promoção a saúde, colaborando com a diminuição dos comportamentos sedentários e até mesmo a redução de estresse, contribuindo com a manutenção da aptidão física e da saúde mental.
A atividade física também é reconhecida no combate ao sofrimento mental em estudo desenvolvido na China, reforçando a importância de o apoio para idosos permanecerem fisicamente ativos na pandemia, além de demonstrar que a prevenção e o manejo de sintomas presentes na depressão são aliados para fomentar a atividade física (Li et al., 2022).
Na Itália, estudo faz a equiparação entre os hábitos de atividade física antes e durante a pandemia, e aponta que pessoas que tinham mais tempo em repouso nos dois períodos foram as que apresentaram maior impacto psicológico. Confirmando que obter bons níveis de atividade física durante o período de isolamento foi um fator de proteção para promoção de sintomas relacionados ao estresse em idosos (Radino & Tarantino., 2022).
Pesquisadores ao estudarem as relações entre mudanças na atividade física e resiliência, emoções e depressão durante dois bloqueios em Israel, indicaram que o aumento do nível de atividade física durante os dois bloqueios foi associado a melhor resiliência e emoções, apresentando menores escores de depressão ( Zach et al., 2021).
Umas das preocupações durante a pandemia da covid-19 é interação entre as pessoas, no entanto, apesar das interações virtuais serem fatores importantes na prevenção da degradação da saúde mental, estudo apresenta que elas por si só não conseguem ser suficientes para manter a saúde física dos idosos, sendo importante oportunidades de contato presente durante a pandemia com os devidos cuidados (Katayama et al., 2022).
Ainda assim, um programa de exercícios remotos de prevenção de quedas em casa entre idosos destaca uma melhora significativa na função física, fatores psicológicos e equilíbrio durante a pandemia de covid-19. As descobertas podem ter implicações para as medidas de saúde pública da comunidade para proteger os vulneráveis durante futuras epidemias e pandemias de doenças infecciosas (Barr et al., 2021). Ainda como mecanismo de ajuda e promoção de saúde pela internet, técnicas cognitivas- comportamentais oferecidas como intervenção de autoajuda, se apresentam com potencial eficaz na redução de preocupação da população na situação pandêmica, podendo fazer parte das recomendações de saúde mental.
5. Considerações Finais
Diante do estudo destacamos as consequências ocasionadas pelo isolamento para os idosos dessa pesquisa, sentimentos como o medo e angústia foram agravados com a pandemia, resultando em transtornos mentais como depressão, síndrome do pânico e ansiedade.
A atividade física se mostrou como um meio de promoção a saúde nesse período, demonstrando a sua importância para a saúde física e mental, assim como a vacinação trouxe esperança e otimismo para dias melhores.
Por fim, é importante mencionar as consequências do negacionismo tanto sobre as medidas de prevenção, como também na não vacinação, sendo necessária a desmistificação de falsas informações sobre a covid-19. Por conseguinte, conclui-se que as medidas de isolamento afetaram de forma negativa a saúde mental dos idosos, sendo necessário cuidados e acompanhamentos especializados.