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Análise Psicológica

versão impressa ISSN 0870-8231

Resumo

PEREIRA, Maria Gouveia; AMARAL, Virgílio  e  SOARES, Susana. Identidades sociais e representações sociais dos adolescentes acerca da SIDA . Aná. Psicológica [online]. 1997, vol.15, n.4, pp.617-636. ISSN 0870-8231.

O objectivo desta investigação é estudar as representações sociais dos adolescentes acerca da sida e a maneira como as referidas representações são influenciadas pela identificação social dos adolescentes. Relativamente às representações sociais estuda-se a ancoragem sociológica (na variável sexo), seguindo as ideias de Doise (1992), segundo o qual as posições que os sujeitos ocupam nas relações sociais que partilham influenciam a formação de representações. Estuda-se também a ancoragem psicossociológica: nas representações das relações intergrupais pela activação das categorias: heterossexuais, homossexuais e toxicodependentes, em consignes apropriadas. Induzindo-se assim, à evocação da relação seja com um grupo não considerado de risco - heterossexuais, seja com grupos considerados de risco - homossexuais e toxicodependentes. É objectivo deste trabalho estudar a influência das identidades nas representações sociais, de acordo com Vala (1990) as identidades sociais condicionam e explicam as representações sociais que os indivíduos formam sobre determinado objecto, investiga-se que variáveis (sexo, distâncias aos grupos - ingroup (amigos) e outgroups (homossexuais e toxicodependentes)) são preditoras das representações dos adolescentes acerca da sida, em adolescentes com alta identificação ao grupo dos amigos e em adolescentes com baixa identificação ao mesmo grupo. A amostra do estudo é constituída por 300 adolescentes entre os 14 e os 17 anos; 150 adolescentes do sexo feminino e 150 adolescentes do sexo masculino. Foi aplicado um questionário constituído por uma parte de identificação social (operacionalizada através das distâncias euclidianas: self-ingroup; self-outgroup) e uma segunda de representações acerca da sida. Esta segunda parte do questionário inicia-se com uma pequena história sobre um sujeito infectado com o vírus da sida, o sujeito é em cada história homossexual, heterossexual ou toxicodependente. Cada uma das histórias foi apresentada a 100 adolescentes (50 adolescentes do sexo feminino e 50 do sexo masculino). As representações que os adolescentes deste estudo têm acerca da sida reenviam para dimensões como: contágio por contacto social, grupos de risco, contágio por via sexual, discriminação e relações intergrupais e grupos marginais. De certo modo, estas dimensões reenviam para uma organização das representações da sida segundo o modelo corporalista (Deschamps e outros, 1992). Quer no modelo, quer nas representações dos nossos adolescentes, é sobrevalorizado o contágio da doença através do contacto social, de fluidos corporais e ainda a associação a grupos ditos de risco. Quando se articula as identidades dos adolescentes com as representações acerca da sida, verificou-se que, os adolescentes com alta identificação ao grupo dos amigos, não os consideram um grupo com comportamentos de risco e com possibilidade de contágio. Para os adolescentes que se identificam menos com o grupo dos amigos, o grupo dos homossexuais é aquele que explica, quer as dimensões contágio por contacto social e relações intergrupais, quer as dimensões grupos de risco e discriminação. Os resultados revelam indicadores diferenciadores na organização da representação sobre a sida entre adolescentes do sexo masculino e feminino e com alta e baixa identificação ao grupo de amigos. Estes resultados deverão ser tidos em consideração na prevenção da sida.

Palavras-chave : Adolescência; representações sociais; identidades sociais; Sida.

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