34 2 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Revista Portuguesa de Saúde Pública

 ISSN 0870-9025

RAPOSO, Hélder. O risco e os consumos de performance na população jovem: entre as conceções e as práticas. []. , 34, 2, pp.186-195. ISSN 0870-9025.  https://doi.org/10.1016/j.rpsp.2016.05.003.

^lpt^aObjetivos O foco deste artigo centra‐se na realidade emergente do consumo de medicamentos e/ou produtos terapêuticos naturais para finalidades de gestão do desempenho pessoal (aqui designados consumos de performance), e tem como objetivo analisar a relação entre as práticas de consumo e as perceções do risco e da eficácia atribuídas aos produtos farmacológicos e naturais para finalidades de melhoria e bem‐estar, por parte da população jovem portuguesa (18‐29 anos). Metodologia A análise dos resultados empíricos de carácter extensivo resulta da aplicação de um inquérito por questionário a uma amostra de âmbito nacional (n = 1.483). Do vasto conjunto de indicadores do questionário aplicado, aqueles que são aqui especificamente mobilizados são os que dizem respeito às perceções de risco associadas a estes consumos; aos escalonamentos de risco atribuídos aos diferentes recursos terapêuticos para finalidades de performance; bem como às experiências (e formas de gestão) do risco e da eficácia resultantes das práticas efetivas de consumo. Resultados Constata‐se que, apesar de os posicionamentos relativamente ao risco dos consumos de performance fazerem salientar uma visão de valorização da segurança, há variações e diferenciações concretas que são indiciadoras não só de permeabilidades e predisposições ao consumo, mas também de conceções que se redefinem no quadro das experiências de uso, das circunstâncias do consumo e das finalidades da utilização dos diferentes produtos terapêuticos. Conclusões As conceções sobre o risco associado a estes consumos traduzem uma certa plasticidade social, no sentido em que a ancoragem na experiência e a familiaridade com o próprio consumo constituem‐se como aspetos decisivos para a perceção de um maior controlo na gestão do risco. Torna‐se, por isso, importante aprofundar o conhecimento sobre as especificidades contextuais dos segmentos juvenis onde se constroem as modalidades de gestão prática do risco e da eficácia associadas a estes consumos.^len^aObjectives This article discusses the emerging reality of the new therapeutic investments through medications and/or natural products for purposes of mental/cognitive and/or physical/body performance management (designated herein as performance consumptions) among the Portuguese youth (aged 18‐29). Methodology The sociological analysis of the empirical data results from the application of a questionnaire to a national survey (n = 1483). From the set of questionnaire indicators applied, those that are specifically mobilized consist of the perceptions of risk associated with these consumptions; the grading of risk given to different therapeutic resources for performance purposes; and the experience (and management) of risk and efficacy of actual consumption practices. Results Although the positions regarding the risk of performance consumptions do point out the appreciation of safety, there are specific variations and differentiations that not only indicate permeabilities and predispositions towards consumption, but also conceptions that are redefined due to the actual practices, circumstances and purposes of the consumptions, as well as to the contexts in which those consumptions occur. Conclusion Conceptions of the risk associated with these intakes translate a certain social plasticity in the sense that anchoring experience and familiarity with own consumption constitute aspects as decisive for the perception of a greater control on risk management. It is therefore important to further knowledge about the contextual specificities of juvenile segments which are built forms of practical risk management and efficacy associated with these consumptions.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )