Resumo

LUCAS, Raquel. Segurança da Terapêutica Hormonal de Substituição . Arq Med [online]. 2006, vol.20, n.5-6, pp.179-182. ISSN 2183-2447.

Nos últimos anos, a publicação dos resultados de estudos observacionais e experimentais que avaliaram a segurança da terapêutica hormonal de substituição (THS) ocasionou um debate generalizado. Estes estudos indicaram associações alarmantes entre esta terapêutica e algumas doenças de elevada frequência e foram realizados durante um período de grande expansão da THS na maioria dos países. Como consequência, observou-se uma descida pronunciada no volume de prescições de THS a nível internacional. No entanto, uma grande parte dos resultados destes estudos tinha já sido sugerida anteriormente. Adicionalmente, alguns dos seus aspectos metodológicos foram criticados, com as consequentes dúvidas respeitantes à validade das associações encontradas. A actual inexistência de orientações técnicas sobre o uso de THS é provavelmente uma consequência da evidência contraditória. Daí poderá também resultar a ausência de associação encontrada na população portuguesa entre esta terapêutica e a histerectomia ou a ooforectomia. Antes, a THS, cujo volume de vendas vinha aumentando até 2002, era um privilégio das mulheres de estratos socio-económicos elevados. Presentemente, o papel da terapêutica hormonal de substituição a longo prazo na saúde da mulher permanece incerto, constituindo um tema que cada vez mais exige uma abordagem multidisciplinar.

Palavras-chave : terapêutica hormonal de substituição; segurança de medicamentos; desenho de estudo; revisão.

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