Serviços Personalizados
Journal
Artigo
Indicadores
- Citado por SciELO
- Acessos
Links relacionados
- Similares em SciELO
Compartilhar
Revista Portuguesa de Imunoalergologia
versão impressa ISSN 0871-9721
Resumo
BRAS, Rita et al. Impacto da alergia medicamentosa na avaliação do risco de anafilaxia na vacinação COVID-19: Experiência de um serviço de imunoalergologia. Rev Port Imunoalergologia [online]. 2022, vol.30, n.3, pp.191-206. Epub 30-Set-2022. ISSN 0871-9721. https://doi.org/10.32932/rpia.2022.09.087.
Fundamentos:
A vacinação contra a COVID‑19 é essencial para o controlo da pandemia. As reações adversas após a vacinação são comuns, embora a anafilaxia seja rara.
Objetivos:
Caracterizar as reações imunoalergológicas que motivaram referenciação pré‑vacinação dos cuidados de saúde primários (CSP), analisar o impacto da alergia medicamentosa nesta referenciação e avaliar o resultado da vacinação após estratificação do risco. Métodos: Estudo observacional retrospetivo, com inclusão dos doentes referenciados à consulta de Imunoalergologia de um hospital terciário a partir dos CSP para avaliação do risco de reações de hipersensibilidade (RHS) graves à vacina contra a COVID‑19 entre janeiro‑junho de 2021. A estratificação do risco foi efetuada de acordo com o protocolo do serviço.
Resultados:
De um total de 733 doentes referenciados dos CSP, 510 foram admitidos, dos quais 445 foram avaliados, 369 (83%) do sexo feminino, média de idades 66±13 anos [20‑99 anos], 122 (27%) atópicos. A maioria (n=349, 78%) foi referenciada por reações prévias a medicamentos, dos quais 69 (15,5%) por reações a vacinas. Os anti‑inflamatórios não esteroides (n=97, 51%) e os antibióticos (n=70, 36%) foram os mais reportados nas suspeitas/ hipersensibilidade confirmada a fármacos. O perfil das reações medicamentosas diferiu nos doentes de baixo risco (61% com RHS, 39% anafilaxia) e de risco intermédio/elevado (92% com RHS, 65% anafilaxia). Após avaliação, 323 doentes foram encaminhados para vacinação no centro de vacinação, dos quais 280 receberam pelo menos uma dose da vacina. Dois doentes tiveram agravamento da urticária crónica e uma teve reação vasovagal após a vacina. Foram vacinados em meio hospitalar 122 doentes, dos quais 69 receberam uma dose da vacina. Apenas dois apresentaram reações cutâneas ligeiras.
Conclusões:
A alergia medicamentosa foi o principal motivo de avaliação do risco pré‑vacinação. A maioria dos doentes foi vacinada no centro de vacinação sem intercorrências. O protocolo utilizado foi eficaz, sem reações de relevo nem casos de anafilaxia.
Palavras-chave : Alergia medicamentosa; anafilaxia; COVID‑19; vacinação.