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Portuguese Journal of Nephrology & Hypertension

versão impressa ISSN 0872-0169

Resumo

MALHEIRO, Jorge  e  SANTOS, Josefina. Uso de equações para estimar o débito do filtrado glomerular nos idosos. Port J Nephrol Hypert [online]. 2014, vol.28, n.1, pp.22-30. ISSN 0872-0169.

O diagnóstico de doença renal crónica tem aumentado na população idosa, embora o seu significado clínico seja ainda debatido. A creatinina sérica e cistatina C são os marcadores endógenos de função renal mais utilizados. Várias equações, ajustadas para variáveis demográficas, foram derivadas destes marcadores com o objectivo de estimar o débito do filtrado glomerular. O valor de creatinina sérica é influenciado pela massa muscular pelo que, nos indivíduos com redução da massa muscular como é o caso dos idosos, tende a sobrestimar a função renal. Por outro lado, a cistatina C parece melhorar a estimativa da função renal nos idosos, embora o melhor desempenho tenha sido observado com as equações que incluem ambos os marcadores. A creatinina é mais utilizada do que a cistatina C, sendo as equações MDRD e EPI derivadas da creatinina, as mais usadas. Foi demonstrado que a equação EPI melhora significativamente a estimativa do débito de filtrado glomerular na população sem ou com disfunção renal ligeira, sem comprometer o seu desempenho em indivíduos com doença renal crónica avançada. Mais ainda, estudos epidemiológicos mostraram que a utilização da equação EPI permitia uma identificação mais relevante dos doentes com doença renal crónica. Contudo, na população idosa não devemos enfatizar demasiado a necessidade de uma estimativa exata da filtração glomerular, mas sim avaliar a probabilidade de progressão da disfunção renal, tendo em conta o risco competitivo entre doença renal crónica terminal e morte. Vários estudos demonstraram que as equações derivadas da cistatina C (com ou sem creatinina) têm uma melhor capacidade preditiva, relativamente às equações derivadas unicamente da creatinina, no que se refere aos eventos cardiovasculares e à morte. Relativamente à doença renal crónica terminal os resultados são mais controversos, embora uma metanálise recente mostrou que na população idosa as equações derivadas da cistatina C apresentam o melhor valor preditivo. Assim, sublinhamos a necessidade de uma utilização individualizada destas equações na população idosa, na qual estas devem ser valorizadas não tanto pela precisão da sua estimativa de função, mas mais como preditoras de eventos clínicos, permitindo que a sua utilização seja mais criteriosa e clinicamente relevante.

Palavras-chave : Cistatina C; creatinina; eventos clínicos; função renal.

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