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Portuguese Journal of Nephrology & Hypertension
versión impresa ISSN 0872-0169
Resumen
SANTOS, M. Teresa et al. Doença renal crónica em doentes com enfarte agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST: niilismo terapêutico?. Port J Nephrol Hypert [online]. 2014, vol.28, n.1, pp.55-60. ISSN 0872-0169.
Introdução: A doença renal crónica é um fator de risco independente para mortalidade após síndrome coronário agudo. O objetivo deste estudo foi caracterizar o tratamento, complicações e mortalidade intrahospitalar dos doentes com doença renal crónica internados no contexto de enfarte agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST. Métodos: Estudo unicêntrico, observacional e prospetivo que incluiu 230 doentes internados com o diagnóstico de enfarte agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST. A taxa de filtração glomerular foi estimada pela fórmula Modification of Diet in Renal Disease Study e foi avaliado o tratamento, complicações e mortalidade intra-hospitalar. Resultados : Do total de doentes admitidos no estudo, 25.7% apresentavam doença renal crónica moderada a grave. Os doentes com doença renal crónica foram menos submetidos a cateterismo cardíaco (27% vs. 81%, p< 0.001) e foram menos medicados com terapêutica baseada na evidência, nomeadamente aspirina (86.4% vs. 98.8%, p < 0.001), clopidogrel (74.6% vs. 90.6%, p = 0.002), inibidor da enzima de conversão da angiotensina e/ou antagonista do receptor da angiotensina II (54.2% vs. 90.6%, p < 0.001) e anticoagulantes (83.1% vs. 95.9%, p = 0.001). Os doentes com doença renal crónica apresentaram mortalidade intra-hospitalar superior (15.3% vs. 2.9%; p = 0.002). Conclusão: Neste estudo os doentes com enfarte agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST e doença renal crónica apresentam mortalidade intra-hospitalar superior. A subutilização de terapêutica baseada na evidência poderá ajudar a explicar estes resultados.
Palabras clave : Doença renal crónica; enfarte agudo do miocárdio.