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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754versão On-line ISSN 2183-9417

Resumo

TAVARES, Mónica et al. Anorexia nervosa em pediatria: o impacto da pandemia COVID-19. Nascer e Crescer [online]. 2022, vol.31, n.3, pp.266-272.  Epub 30-Set-2022. ISSN 0872-0754.  https://doi.org/10.25753/birthgrowthmj.v31.i3.27765.

Introdução:

O distanciamento social imposto pela pandemia COVID-19 teve um impacto psicológico significativo na população e parece relacionar-se com um aumento da incidência de anorexia nervosa (AN) nos adolescentes. Este estudo pretendeu avaliar o impacto da pandemia na incidência, demografia e gravidade clínica da AN.

Métodos:

Este foi um estudo transversal retrospetivo de adolescentes com AN seguidos pelo Grupo Multidisciplinar de Doenças do Comportamento Alimentar de um hospital terciário português entre 1 de janeiro 2017 e 31 de maio 2022. Os adolescentes foram divididos em dois grupos consoante o seu início de seguimento ─ pré- e pós-pandemia (data de corte, 2 de março 2020) ─ e comparados em termos de características demográficas, z-score de índice de massa corporal (IMC) mínimo, perímetro braquial e abdominal na admissão, tempo de evolução dos sintomas, percentagem de massa livre de gordura avaliada por bioimpedância, tempo até à referenciação, presença de derrame pericárdico e número de internamentos hospitalares.

Resultados:

Foram identificados 217 adolescentes com AN, 57 dos quais pré- e 160 pós-pandemia. A média do número de novos casos por mês aumentou de forma significativa no período pós-pandémico comparativamente ao período pré-pandémico (5.89 vs. 1.55; p=0,005), com um aumento não significativo de casos do sexo masculino (p=0.127). Não foram observadas diferenças significativas entre grupos relativamente ao z-score de IMC mínimo, perímetro braquial e abdominal, idade ao diagnóstico ou tempo decorrido entre a data de início dos sintomas e a data de referenciaçãov.

Discussão:

Verificou-se um aumento da incidência de AN durante a pandemia, com um maior número de casos no sexo masculino. Este aumento de incidência não foi acompanhado por uma maior gravidade clínica ou atraso na referenciação destes doentes.

Conclusão:

Apesar das alterações na dinâmica dos serviços de saúde induzidas pela pandemia, não se verificou um atraso na referenciação e seguimento de doentes com AN.

Palavras-chave : anorexia nervosa; pandemia de COVID-19.

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