Introdução:

O brincar está profundamente ligado à aprendizagem, principalmente nos primeiros anos de vida da criança. Através dos brinquedos e das brincadeiras, a criança descobre e explora o mundo que a rodeia. O jogo assume uma componente pedagógica fundamental, uma forma inata de aprender, permitindo à criança desenvolver a sua capacidade de experimentar e apropriar-se do que a rodeia, de forma simples e, por conseguinte, tão formadora.

Objetivos:

Construímos o corpus deste estudo, cujos objetivos foram: (i) conhecer as perspetivas dos participantes sobre o lúdico e o recreio escolar nas aprendizagens das crianças do 1.º CEB; (ii) identificar as atividades preferenciais das crianças nos tempos de recreio; (iii) percecionar como as escolas concebem os espaços de recreio.

Método:

O instrumento de pesquisa utilizado foi a entrevista individual semiestruturada, organizada a partir de um conjunto de dezasseis questões efetuadas a professores do 1.º CEB de dois agrupamentos distintos do distrito de Viseu. Participaram do estudo seis professores com experiência profissional, situada entre 10 e 30 anos, no Ensino Primário. Posteriormente, procedeu-se à análise de conteúdo para tratamento dos dados, desenvolvida em três fases.

Resultados:

A perceção dos participantes revela que brincar está fortemente associado a aprender, sendo que a criança descobre o seu papel na sociedade e no mundo enquanto se envolve em diferentes atividades e brincadeiras. O recreio é um espaço privilegiado e um dos mais valorizados pela criança, na medida em que oferece oportunidades de alegria e prazer social. Constitui um contexto no qual a socialização assume extrema importância, quer através da interação entre pares, quer da interação que a criança estabelece e desenvolve com os adultos responsáveis por ela.

Conclusões:

O recreio e os momentos de brincadeira beneficiam a criança e arcam um papel decisivo no seu desenvolvimento global. No contexto específico do nosso estudo, os professores reconhecem esta importância e fazem uso do espaço exterior para implementar atividades para as suas classes, especialmente as que envolvem contacto com a natureza, de modo a facilitar as aprendizagens das suas crianças. Atualmente, o peso e relevância de tais atividades têm vindo a ser gradualmente reconhecidos pelos especialistas.

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