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Etnográfica

versão impressa ISSN 0873-6561

Resumo

WHITE, Joanna  e  QUEIROS, Filipa. Diferenças reconciliáveis?: Perspetivas contrastantes de obstetras e enfermeiras parteiras portuguesas sobre o parto e as experiências de parto das mulheres. Etnográfica [online]. 2018, vol.22, n.3, pp.643-668. ISSN 0873-6561.  https://doi.org/10.4000/etnografica.6041.

Este artigo analisa as perspetivas contrastantes de médicos e enfermeiras parteiras em Portugal relativamente aos seus papéis durante o parto e aos contextos institucionais, interrelacionando as experiências das parturientes. O trabalho etnográfico realizado revela uma retórica dos obstetras sobre o parto focada nos potenciais riscos; revela também que várias intervenções médicas são realizadas com base numa perceção do parto enquanto situação de emergência e riscos. ­Dentro destas lógicas, o nascimento hospitalar surge enquanto triunfo do progresso. As ­racionalidades institucionais surgem mencionadas para justificar a utilização de determinadas medidas técnicas, tais como o uso de anestesia para o alívio da dor durante o parto, garantindo maior tranquilidade na maternidade, e a indução do parto, permitindo um maior rendimento e libertação de camas hospitalares. Contrariamente, as parteiras descrevem uma filosofia de cuidado focada na sua presença, orientação junto das mulheres e na forma como apresentam escolhas informadas na gestão do nascimento. Assim, afirmam o seu compromisso com um modelo de parto normal fundado na intervenção mínima, exceto em casos de necessidade clínica. Ambos os grupos profissionais expressam respeito mútuo tanto nas suas áreas de especialidade como nos respetivos papéis. No entanto, a coexistência destas racionalidades no mesmo ambiente hospitalar acentua tensões de poder históricas que sempre caracterizaram estes grupos. Discutem-me e desafiam-se as perceções das mulheres enquanto consumidoras autónomas de serviços. São utilizados extratos de entrevistas conduzidas a mulheres portuguesas com o objetivo de elucidar a grande variedade de narrativas existentes.

Palavras-chave : parto; médicos; parteiras; filosofia de cuidado; Portugal; medicalização.

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