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Etnográfica

Print version ISSN 0873-6561

Abstract

FEDELE, Anna. Quando um parto em casa “corre mal”: mães holísticas que acabam por dar à luz num hospital português. Etnográfica [online]. 2018, vol.22, n.3, pp.691-714. ISSN 0873-6561.  https://doi.org/10.4000/etnografica.6099.

O artigo resulta de uma investigação sobre a maternidade holística no Portugal contemporâneo. A expressão “maternidade holística” descreve, de forma genérica, as escolhas de maternidade que pressupõem que a gravidez, o nascimento e a maternidade são experiências espirituais importantes para a mãe e para a criança, mas também para o pai. Em Portugal, muitas mães holísticas escolhem o parto domiciliar para evitar o que entendem ser uma excessiva medicalização durante o parto hospitalar. Influenciadas pela análise de Davis-Floyd sobre o nascimento como um rito de passagem americano, e pela sua distinção entre um modelo tecnocrático e um modelo holístico, essas mães conceptualizam o parto domiciliar como uma subversão do modelo biomédico predominante. Os aspetos subversivos desta escolha são enfatizados pelo facto de este tipo de parto não ser legalmente reconhecido e ser considerado pelos meios de comunicação e pela opinião pública como uma escolha perigosa que representa um obstáculo ao processo de modernização do país. Usando dados etnográficos, argumento que a construção de dois modelos opostos, o tecnocrático e o holístico, pode resultar em experiências traumáticas para as mulheres que escolhem um parto domiciliar mas acabam por dar à luz num hospital. Criticadas pelo pessoal médico, pelos meios de comunicação e pelo ambiente social, estas mães holísticas vivem sentimentos de culpa e/ou sentem-se inadequadas porque não foram capazes de dar à luz em casa.

Keywords : parto domiciliar; maternidade holística; modelo tecnocrático; modelo holístico; parto hospitalar; Portugal.

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