27 2 
Home Page  

  • SciELO

  • SciELO


Etnográfica

 ISSN 0873-6561

OLIVEIRA FILHO, Francisco Helton de Araujo. A vida familiar dos escravos na freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Piracuruca, Piauí (1850-1888). []. , 27, 2, pp.319-340.   22--2023. ISSN 0873-6561.  https://doi.org/10.4000/etnografica.13560.

^a

Neste trabalho, são analisadas as relações familiares de homens e mulheres escravizados que viveram e trabalharam na região que abrangia a freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Piracuruca, Piauí, entre 1850 e 1888, fossem elas legitimadas pelas normas religiosa ou consensual, assim como pelos laços de parentescos ritualísticos formados através do compadrio. Constata-se uma variedade de arranjos familiares constituídos pelos cativos da freguesia de Piracuruca, região com economia voltada para o mercado interno, seja nas pequenas, médias ou grandes propriedades. Através dos registros de casamento e batismos, foi possível visualizar diversos tipos de arranjos familiares de homens e mulheres escravizados com pessoas livres e libertas que conviviam e trabalhavam juntas. O cruzamento das informações com as listas de classificação de escravos e censos populacionais das freguesias de Piracuruca permitiu extrair dados sobre as ligações familiares estabelecidas pelos cativos, que apontam para um quadro mais complexo da estrutura familiar escrava, no qual se elaboraram diferentes estratégias de acordo com os recursos disponíveis, valores e interesses heterogêneos, mobilizando parentes consanguíneos, compadres, vizinhos e companheiros de cativeiro.

^lpt^a

In this work, we analyze the family relationships of enslaved men and women who lived and worked in the region encompassing the parish of Nossa Senhora do Carmo de Piracuruca, Piauí, between 1850 and 1888 whether they were legitimized by religious or consensual norms, as well as by the ritualistic kinship ties formed through cronyism. We can see a variety of family arrangements formed by the captives of the parish of Piracuruca, a region with an economy focused on the domestic market, whether in small, medium or large properties. Through marriage and baptism records, it was possible to visualize several types of family arrangements of enslaved men and women with free and freed people who lived and worked together. Crossing the information with the slave classifications lists and population censuses of the parishes of Piracuruca allowed us to extract data on the family connections established by the captives, which point to a more complex picture of the slave family structure, elaborating different strategies according to available resources, values, and heterogeneous interests, mobilizing blood relatives, godfathers, neighbors and fellow captives.

^len

: .

        · | |     · |     · ( pdf )