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Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia

versão impressa ISSN 1646-2122

Resumo

RAPOSO, João et al. Fixação intramedular elástica das fracturas da diáfise do fémur em crianças: 23 anos de experiência. Rev. Port. Ortop. Traum. [online]. 2015, vol.23, n.1, pp.59-68. ISSN 1646-2122.

Introdução: as fracturas da diáfise do fémur em idade pediátrica correspondem a cerca de 1.4% a 1.7% de todas as fracturas nesta população. Apresentam uma distribuição bimodal - picos de incidência aos 2 anos de idade e na adolescência. A terapêutica depende da idade do doente, lesões associadas, condições da pele e partes moles, tipo de fractura e contexto socioeconómico e familiar. Em relação ao tratamento cirúrgico, está maioritariamente preconizado para crianças dos 6 aos 16 anos (ou mais jovens se lesões associadas), podendo utilizar-se placa, fixadores externos, cavilha rígida ou fios metálicos intramedulares. Objectivos: avaliar os resultados do tratamento cirúrgico pelo encavilhamento intramedular elástico com fios de titânio (técnica de Metaizeau) nas fracturas diafisárias do fémur em idade pediátrica. Material e métodos: os autores realizaram um estudo retrospectivo de 73 doentes (74 fémures) tratados entre 1990 e 2013, caracterizando a população quanto à idade, lateralidade, causa/mecanismo, nível, padrão fracturário, inserção dos fios, técnica de redução, lesões associadas, tempo de internamento, complicações, sequelas e tempo até extracção do material. Foram excluídos da avaliação doentes com fracturas patológicas. Resultados: na amostra obtida encontram-se indivíduos com idade entre os 3 e os 15 anos e 5 meses (média 9.2 anos), 42 fracturas à esquerda, 31 à direita e 1 bilateral. Quanto ao mecanismo, 56 foram por acidente de viação/pedestre e 18 por queda. 11 doentes apresentaram fractura proximal, 50 ao nível médio e 13 distais. O padrão da fractura foi transverso em 43 casos, oblíquo em 11 casos, helicoidal em 11 casos e cominutiva em 9 casos. A inserção dos fios metálicos foi retrógrada em 60 casos e anterógrada em 14. Realizou-se redução fechada em 63 fémures e aberta em 11. Em 20 doentes houve lesões associadas. O tempo de internamento variou entre os 4 e os 63 dias (média 13.4 dias). Como complicações/sequelas, verificou-se bursite no local de inserção em 13 doentes, migração dos fios em 2, e necessidade de revisão para cavilha intramedular num caso. Observou-se dismetria superior a 20mm num doente. Nenhum caso com rotação ou consolidação em varo ou valgo clinicamente significativo. Discussão: as vantagens do tratamento cirúrgico deste tipo de lesão nas crianças passam pela facilidade e precocidade na mobilização do doente, melhoria da capacidade respiratória, prevenção das escaras de decúbito, minimização de riscos para infecção nosocomial, estabilização adequada da fractura, diminuição do tempo de internamento, menor custo, facilidade na higiene do doente, melhoria na qualidade de vida da criança e família e o retorno mais precoce da criança às actividades escolares e convívio social e dos pais às actividades laborais. Conclusão: o encavilhamento intramedular elástico com fios de titânio é uma técnica minimamente invasiva, que preserva o hematoma fracturário, permite o retorno mais precoce às actividades de vida diária e, assim, está associado a menor stress emocional, melhor relação custo-benefício e baixa taxa de complicações, limitação funcional, pseudartrose e deformidades sequelares.

Palavras-chave : Fractura; fémur; Métaizeau; encavilhamento intramedular elástico.

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